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sábado, maio 12, 2018

Outro factor

Outro factor a contribuir para compras de proximidade, mais encomendas, mas mais pequenas, aumento de reposições e, eventualmente, aumento do número de épocas por ano:
"Francia avanza hacia la economía circular. En el marco de su hoja de ruta para impulsar este sistema económico, el Gobierno del país ha presentado una serie de propuestas legislativas entre las que figura la prohibición de incinerar o destruir prendas que las marcas o las tiendas no venden y la obligatoriedad de donarlas a instituciones para el reciclado o a ONGs para su reúso."
Trecho retirado de "Francia da un paso al frente en economía circular y prohíbe destruir las prendas no vendidas"

terça-feira, abril 10, 2018

Mais peças para construir um futuro em Mongo

 Mão amiga fez-me chegar "Blockchain Agriculture Will Change Farming & Food" de onde retirei:
"How do you know the organic produce you purchased is really organic?
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Last year, the U.S. Inspector General found that potentially millions of pounds of fake organic produce are entering American supermarkets every year. This isn’t just a problem for consumers. It also cheapens the efforts of farmers who are producing real organic produce.
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Consequently, there has been rising interest in systems that can verify the authenticity of a product’s supply chain. Blockchain is an excellent choice for this application. Farms could use blockchain to add verified organic products to the ledger. Then, consumers could use a mobile app to check the history of a piece of produce in the store in real time.
...
Multinational corporations dominate the current agriculture industry. They are often the largest buyers on the market, so they can set prices and tell farmers what to grow in a given season. However, blockchain agriculture could make small enterprises and community-sponsored farming more prevalent.
...
Blockchain agriculture can solve some of the governance, distribution, and shareholding challenges of operating a community-sponsored agriculture initiative. With tokenized shareholding and smart contracts-based distribution, community-sponsored agriculture could scale much more effectively, connecting farmers to consumers directly. This whole community-supported agriculture transition could even be automated, with ownerless farmshares around the world.
...
The more transparent food production becomes, the more information consumers will have to make smart food decisions. Blockchain agriculture could make food cheaper, but it will also make it easier to track where our food is coming from. Blockchain could be the key to making real, organic, locally-sourced produce affordable and available to everyone."
A convergência da tecnologia com a procura e valorização crescente da proximidade e autenticidade, a possibilidade de desenvolver novos modelos de negócio. Mais peças para construir um futuro em Mongo.

sexta-feira, abril 06, 2018

A nova deslocalização?

Há dias ao ler esta notícia, "Relojoaria suíça abre fábrica de braceletes e cria 100 empregos em Santa Maria da Feira", a ideia passou-me pela cabeça.

Ontem ao ler "Maia acolhe a única fábrica de relojoeira suíça no estrangeiro" e:
""Contrariamente à imagem transmitida, a Suíça é confrontada com numerosos problemas industriais", que decorrem da "crescente desindustrialização que marca o nosso país", começou por explicar o COO da Azurea maiata quando questionado sobre a internacionalização industrial do grupo.
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"O franco forte, a evolução demográfica, os custos [sobretudo laborais] e o desenvolvimento do sector terciário em detrimento do secundário obrigou-nos, pouco a pouco, a procurar soluções alternativas", explicou Vincent Skrzypczak. Como para a Azurea "não era concebível" instalar-se "num país europeu com as mesmas tendência que a Suíça, como, por exemplo, a Alemanha, ou, até certo ponto, a França", escolheu o nosso país."
O que é que me passou pela cabeça?

Interrogar-me sobre se esta movimentação para Portugal representa a versão dos anos 20 deste século daquilo que foi a deslocalização de empresas francesas e alemãs para o têxtil e calçado em Portugal nos anos 70 e 80 do século passado?

Ontem estive numa empresa portuguesa que está a tirar partido desta deslocalização actual, fazendo uso da proximidade para apostar na co-criação.

quinta-feira, março 29, 2018

O que aí vem!

Lembrei-me de Ronald Reagan e da sua frase "You ain't seen nothing yet"

A todos os empresários, e são muitos, que nos últimos meses se têm queixado da falta de mão de obra, por favor reparem na previsão para a taxa de desemprego no final de 2020: 5.6%

Enquanto o governo e os seus apoiantes andam entretidos com as batalhas de ontem e anteontem, não se deixe iludir, o mundo mudou e não seja um dos últimos a descobri-lo.

Comece a encarar seriamente este novo nível do jogo, a realidade demográfica que é tramada, o fim da China como fábrica do mundo, e a ascensão da economia baseada na proximidade (2008) (parte deste desempenho negativo também decorre de um modelo de negócio baseado em consumidores amestrados - quando vivemos em Mongo em que somos todos weird and proud of it - para lidar com tribos aguerridas é preciso proximidade e interacção, co-criação).

Tem três hipóteses:

  1. continuar na mesma e deixar a erosão fazer o seu papel, com maior ou menor rapidez (a sobrevivência das empresas não é mandatária);
  2. avançar para Marrocos ou Tunísia, ou importar trabalhadores amestrados, e manter o modelo de negócio baseado na redução do custo unitário - temos pena;
  3. ou a via mais contra-intuitiva, subir na escala de valor, evoluir para um modelo de negócio baseado no aumento do preço unitário.
 Evoluir para um modelo de negócio baseado no aumento do preço unitário implica:

E agora: qual é a sua opção?

Imagem retirada de "Projeções para a Economia Portuguesa: 2018-2020"

segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Até a Sonae

"A Berg Outdoor está a apostar na produção em Portugal para internacionalizar a marca de artigos de desporto e vida ao ar livre da Sonae e, no segmento têxtil, toda a oferta para o mercado externo é agora 100% portuguesa. A viragem da produção têxtil asiática para o Made in Portugal acompanha a nova coleção outono/inverno 2018, depois de a empresa, com sede no Porto, ter reunido um grupo de mais de 20 fornecedores num raio de 60 quilómetros. Os custos de produção podem subir, mas isso acaba por ser compensado. "A proximidade significa mais flexibilidade, maior controlo dos processos, mais rapidez no desenvolvimento do produto, mais garantia de qualidade, muito mais agilidade", explica Miguel Tolentino, diretor-geral da Berg Outdoor, confiante na mais-valia de uma solução que permite acompanhar todo o ciclo de inovação de forma próxima. Ao mesmo tempo, a empresa pode navegar a onda positiva "do trabalho de reinvenção da indústria têxtil nacional, com um foco na qualidade, na tecnicidade, na inovação".”
Estamos em 2018, mais de 10 anos depois de "Flexigurança, fiscalidade e competitividade". Demorou  11 anos mas agora até a Sonae, empresa onde reina o paradigma do custo mais baixo (e aqui), aderiu ao que este blogue aconselhava.


“Berg aposta na produção nacional e ruma à Eslováquia”, Caderno de Economia do semanário Expresso de 3 de Fevereiro de 2018.

quarta-feira, janeiro 31, 2018

"Giants invariably descend into suckiness" (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.

Há dias apanhei este texto, "Craft Beer Is the Strangest, Happiest Economic Story in America". O texto, face ao que se escreve há anos neste blogue, não traz nada de novo. No entanto, é interessante um artigo do mainstream trazer um conjunto de mensagens que por cá são pouco pensadas por quem tem obrigação de preparar as pessoas que vão viver na economia do depois de amanhã.

Ora vejamos:
"The monopolies are coming. In almost every economic sector, including television, books, music, groceries, pharmacies, and advertising, a handful of companies control a prodigious share of the market.[Moi ici: Foi até aqui que nos trouxe o modelo económico do século XX, a crença no eficientismo e, no preço/custo como o principal factor para ganhar clientes/consumidores. Convém não esquecer que nos anos 60 nos Estados Unidos havia um académico, Chamberlin, que queria acabar com as marcas porque iludiam o paradigma da concorrência perfeita introduzindo uma coisa horrorosa, as preferências irracionais]
...
The beer industry has been one of the worst offenders.[Moi ici: Basta pesquisar o marcador cerveja para perceber o quanto é um tema que se segue aqui há anos e até se sonhou no longínquo ano de 2007]"
O artigo começa com factos, 90% da produção de cerveja é da responsabilidade de um duopólio.
"This sort of industry consolidation troubles economists. Research has found that the existence of corporate behemoths stamps out innovation and hurts workers. Indeed, between 2002 and 2007, employment at breweries actually declined in the midst of an economic expansion.[Moi ici: É o eficientismo a funcionar, concentração, automatização, redução da variedade, redução de trabalhadores, unidades cada vez mais produtivas e mais volumosas]
But in the last decade, something strange and extraordinary has happened. Between 2008 and 2016, the number of brewery establishments expanded by a factor of six, and the number of brewery workers grew by 120 percent. Yes, a 200-year-old industry has sextupled its establishments and more than doubled its workforce in less than a decade. Even more incredibly, this has happened during a time when U.S. beer consumption declined.[Moi ici: Por favor, PARAR!!! E voltar a ler este parágrafo]
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Preliminary mid-2017 numbers from government data are even better. They count nearly 70,000 brewery employees, nearly three times the figure just 10 years ago. Average beer prices have grown nearly 50 percent. So while Americans are drinking less beer than they did in the 2000s (probably a good thing) they’re often paying more for a superior product (another good thing). Meanwhile, the best-selling beers in the country are all in steep decline, as are their producers. Between 2007 and 2016, shipments from five major brewers—Anheuser-Busch, MillerCoors, Heineken, Pabst, and Diageo, which owns Guinness—fell by 14 percent. Goliaths are tumbling, Davids are ascendant, and beer is one of the unambiguously happy stories in the U.S. economy." 
Depois dos factos vêm as interrogações e as estranheza:
"When I first came across these statistics, I couldn’t quite believe them. Technology and globalization are supposed to make modern industries more efficient, but today’s breweries require more people to produce fewer barrels of beer. Moreover, consolidation is supposed to crush innovation and destroy entrepreneurs, but breweries are multiplying, even as sales shrink for each of the four most popular beers:
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The source of these new jobs and new establishments is no mystery to beer fans. It’s the craft-beer revolution, that Cambrian explosion of small-scale breweries that have sprouted across the country.
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But what explains the nature of the craft-beer boom?
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The first cause is something simple yet capricious—consumer tastes. “At the end of the day, the craft-beer movement was driven by consumer demand,” said Bart Watson, the chief economist at the Brewers Association, a trade group. “We’ve seen three main markers in the rise of craft beer—fuller flavor, greater variety, and more intense support for local businesses.”[Moi ici: Tudo coisas que encaixam no nosso modelo de Mongo - não somos plankton, explosão de diversidade e tribos, proximidade e autenticidade]
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Craft breweries have focused on tastes that were underrepresented in the hyper-consolidated beer market. Large breweries ignored burgeoning niches, ... It’s also significant that the craft beer movement took off during the Great Recession, as joblessness created a generation of “necessity entrepreneurs” who, lacking formal offers, opened small-time breweries.
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A phalanx of small businesses doesn’t automatically constitute a perfect economy. There are benefits to size. Larger companies can support greater production, and as a result they often pay the highest wages and attract the best talent. But what the U.S. economy seems to suffer from now isn't a fetish for smallness, but a complacency with enormity. The craft-beer movement is an exception to that rule. It ought to be a model for the country."
Os gigantes não resvalam para a "suckiness" por causa de má gestão, mas porque está-lhes no sangue. As vantagens de ser gigante só existem se se produzir grandes séries iguais. Grandes séries iguais têm de apontar ao gosto mais comum, não podem fugir da média. Isto num tempo em que há cada vez mais tribos que valorizam o que é visto pela maioria, cada vez mais pequena, como extremismo. E essas tribos extremistas não transigem.

Esta série não fica por aqui.

terça-feira, janeiro 16, 2018

"it's created by connection"

"The false scarcity is this: we believe that shutting out others, keeping them out of our orbit, our country, our competitive space—that this somehow makes things more easier for us.
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And this used to be true. When there are 10 jobs for dockworkers, having 30 dockworkers in the hall doesn't make it better for anyone but the bosses.
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But today, value isn't created by filling a slot, it's created by connection. By the combinations created by people. By the magic that comes from diversity of opinion, background and motivation. Connection leads to ideas, to solutions, to breakthroughs.[Moi ici: O papel da interacção, da co-criação, da proximidade]
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The false scarcity stated as, "I don't have enough, you can't have any," is more truthfully, "together, we can create something better."
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We know it's the right thing to do. It's also the smart thing."
Trecho retirado de "Justice and dignity, the endless shortage"

terça-feira, janeiro 02, 2018

Lados positivo, negativo e arriscado

Um lado positivo:
""Um dos nossos principais vetores de sucesso é o desenvolvimento de novos e inovadores produtos,
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Apesar de a produção nacional estar ao nível dos melhores e a preços competitivos, Manuel Brasil refere que não podem competir só pelo preço ou pela qualidade. "Trabalhar exclusivamente pelo preço é demasiado perigoso e redutor, visto que as mais-valias são muito reduzidas, e porque continuarão a existir países cuja conjuntura local seja mais favorável a este tipo de fabrico", alerta. "A qualidade é algo que tem de ser inato a todos os produtos e serviços. A premissa que deve ser garantida é a de não cair em situações de "excesso" de qualidade, ou seja, tudo aquilo que esteja incluído num produto que não tenha valor para o cliente é de facto um custo para o fabricante.""[Moi ici: A aposta na diferenciação pela inovação]
Um lado negativo:
"Se não for criada e colocada no terreno uma estratégia nacional de formação na indústria de metalomecânica, não sei por quanto tempo este crescimento possa ser sustentado."[Moi ici: O ainda não ter percebido que vão ter de ser as empresas em associação a criar soluções locais e específicas para este problema. Se calhar em conjunto com uma escola privada mais virada para o ensino profissional oficinal, e que agora atravesse um mau momento com o fim dos contratos de associação]
Já agora, a propósito de "O têxtil vive em castelos de areia". Não é o têxtil, é toda a actividade económica privada. Afinal, não foi de ânimo leve que sublinhei: "For an entrepreneur, every day is a crisis". Todas as actividades económicas que dependem de clientes que são livres de escolher a quem comprar, são como os iogurtes, têm um modelo económico que, mais tarde ou mais cedo, e sem avisar, vai ficar obsoleto. Por isso, toda a actividade económica privada vive em castelos de areia, literalmente. E fugir disto é deturpar a economia.

Outro lado positivo:
"Como "não podemos competir pelo preço", o foco está em manter a flexibilidade que permite produzir séries pequenas em espaços de tempo apertados.[Moi ici: Ainda me lembro de quase só o anónimo da província ousar escrever sobre isto]
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"O crescimento das vendas online dá vantagem a Portugal porque as marcas não podem ir à Ásia buscar mil peças em quatro meses, mas nós fazemo-lo. Cada vez mais, as lojas físicas vão encerrar e o comércio online pede rapidez." 
Um lado arriscado:
""Fizemos um estudo, que só será apresentado no primeiro semestre deste ano, que contabiliza o custo de armazenamento de toneladas de peças de vestuário que as marcas têm guardadas por essa Europa fora. Vamos resolver esse problema: propomos recuperar essas peças e dar-lhe uma vida nova, sem que percam valor."[Moi ici: O modelo que gerou/gera essas peças que não se vendem está a morrer. Por isso, também, é que o reshoring está a acontecer... recuar a Maio de 2006]

segunda-feira, novembro 06, 2017

Exemplo para partes interessadas relevantes

Quando as pessoas me dizem que não sabem como aplicar a cláusula 4.2 da ISO 9001:2015 procuro ter à mão exemplos como este, "TMG Automotive: tecnologia e qualidade de mãos dadas".

Primeiro, a proposta de valor:
“Os nossos concorrentes são todos fora de Portugal. O nosso maior concorrente é um grupo alemão, muito, muito grande com uma quota de mercado de 40%”, afirma Isabel Furtado.
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Para a gestora não há dúvida: “A nossa vantagem face a eles é que somos mais flexíveis, talvez mais inovadores em muitos aspetos, mas temos o problema de sermos periféricos, não só face ao centro de decisão que está na Alemanha, mas também em termos de distância, uma vez que as matérias-primas vêm do centro da Europa”
Sublinhados do artigo e que podem ser relacionados com a cláusula 4.2:
"A falta de engenheiros a saírem das Universidades
...
o nosso maior problema são algumas engenharias como polímeros de materiais e têxtil.
...
confirma essa ligação a que acrescenta ainda a Universidade do Porto. “Ministramos os estágios dessas faculdades aos alunos dos mestrados”. A gestora fala ainda na proximidade, a mesma que invoca para justificar a grande proximidade que têm com os centros tecnológicos. “Temos que pensar que os detentores de conhecimento são os centros tecnológicos"
Partes interessadas relevantes:
  • Internas - engenheiros;
  • Externas - Universidade do Porto; Centros Tecnológicos 
Como trabalhei nesta empresa há muitos anos ouso acrescentar às partes interessantes externas relevantes alguns fornecedores: os de PVC; os de estabilizantes térmicos, os de plastificantes e agentes expansores.

Que actividades, que processos a empresa desenvolve de forma planeada, sistemática, para obter que resultados, em troca de que recursos e resultados para essas partes interessadas?

terça-feira, setembro 05, 2017

Produtividade - enfim

Com algum atraso, recupero este artigo publicado em Agosto último no Público, "Mais produtividade = melhor nível de vida".

Será que mais produtividade é realmente igual a um melhor nível de vida?

Durante mais de 20 anos morei em Estarreja. Durante mais de metade desses anos passava diariamente pela portagem de Estarreja na A1. Habituei-me a associar o regresso a casa, depois de um dia de trabalho, a uma pequena conversa com os portageiros da Brisa. Simpatizava especialmente com três deles. Sem esforço, nem propósito, o contacto diário criou entre nós proximidade e cumplicidade. Até ao dia em que a Brisa, em nome do aumento da produtividade, tomou a legítima decisão de acabar com os portageiros e instituir o pagamento via máquina.

A produtividade aumentou mas a qualidade de vida daqueles portageiros não aumentou, até regrediu. É preciso ter cuidado com estes slogans herdados do tempo em que a procura era superior à oferta e, por isso, um aumento da produtividade não punha em causa o emprego.

Mergulhemos no texto:
"Portugal é um país desenvolvido mas com um nível de produtividade baixo. O crescimento da produtividade em Portugal nos últimos 20 anos foi inferior ao verificado nas maiores economias desenvolvidas (G7), o que significa que não convergimos em nível de vida.
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Alemães, ingleses ou norte-americanos já trabalhavam melhor do que nós e produziam mais bens e serviços numa hora de trabalho."
Aquele "e produziam mais bens e serviços numa hora de trabalho." causa-me arrepios porque associa mais produtividade a mais quantidade produzida. Como se o nosso desafio fosse o de produzir mais rapidamente. Nunca chegaremos ao nível de produtividade dos "alemães, ingleses ou norte-americanos" continuando a produzir o que já produzimos só que mais depressa. Precisamos de produzir coisas diferentes, coisas com maior valor acrescentado. Cuidado com a armadilha da produtividade quando se pensa à engenheiro: "Actualizem o documento por favor.".

A armadilha da produtividade é considerar aquilo que se produz como um dado do desafio e não como uma variável. Recordo sempre a anedota do embaixador do Luxemburgo que achava que os portugueses a viver no Luxemburgo, porque produziam até meio de terça-feira o que cá produziam até sexta-feira, eram mais produtivos por causa da saudade. A saudade impelia-os a produzir mais.

Voltemos ao texto:
"Se aplicados ao ensino, por exemplo, o nível de produtividade significa que um professor alemão ensina em uma hora o que um professor português ensina em duas horas."
Outro absurdo! Qual é o valor de mercado do trabalho de um professor? Qual é o valor de mercado de um funcionário público? Como não é possível calcular esse valor faz-se uma simplificação, assume-se que esse valor é o valor do salário pago. Assim, sempre que a função pública é aumentada, aumenta a produtividade do país. Se um professor alemão der metade da matéria que um português dá, só porque tem um salário superior tem uma produtividade superior.

Outro trecho do texto que nos remete para a armadilha da produtividade. Consideremos então uma multinacional que produz o mesmo artigo em Portugal e na Alemanha. Em que país é que a produtividade será superior?
"Mas os portugueses demonstram diariamente serem bastante produtivos quando o enquadramento é adequado. Basta pensar em fábricas de multinacionais instaladas em Portugal que são mais produtivas do que as instaladas em alguns daqueles países."
A produtividade calcula-se através da equação:
Se o produto é o mesmo e a quantidade produzida é a mesma, ditada pelo ritmo a que trabalham os autómatos e os set-points das máquinas. Então, o Valor produzido unitariamente cá e lá é idêntico.

E o que acontece aos custos? Os custos de mão de-obra em Portugal são inferiores aos alemães, como as matérias-primas são compradas no mercado internacional... os Recursos consumidos unitariamente em Portugal são menores em termos monetários que os consumidos na Alemanha. Logo, a produtividade é facilmente superior por cá. E não é por cá trabalharem mais depressa do que na Alemanha.

Voltemos ao texto:
"As soluções para aumentar a produtividade são conhecidas mas é necessário que haja vontade e pressão na sociedade para que sejam implementadas. Isso só acontecerá se os portugueses perceberem que estas políticas são benéficas para a sua vida. Para além disso, a avaliação de políticas públicas na perspetiva da produtividade torna-se essencial para assegurar políticas apropriadas e corretamente focadas."
Duvido deste parágrafo quase todo. Primeiro, os portugueses não existem. Não existe um grupo homogéneo com interesses e prioridades homogéneas. O que o taxista quer é que não permitam a concorrência da Uber, o que o hoteleiro quer é que não permitam a concorrência da AirBnB. O que o produtor de leite quer é que não permitam a entrada de leite estrangeiro. O que funcionário público não quer é que o novo software seja aplicado com todo o rigor e lhe roube o posto de trabalho. O que o jornalista quer é impedir que as pessoas acedam às notícias na internet. O que o merceeiro sempre quis foi acabar com o hipermercado. O que o livreiro quer é que acabem com a Amazon. Genericamente acredito que a única força adequada para impor o aumento da produtividade, minimizando distorções durante o processo, é deixar a concorrência operar. Quantos portugueses são realmente a favor de uma concorrência que possa acabar com a empresa onde trabalha?

Por fim:
"Uma opção é a constituição de um conselho de produtividade independente, que avalie de uma forma transparente as políticas implementadas no sentido de identificar e destacar os benefícios das opções pró-produtividade."
Como se o problema da produtividade fosse sobretudo do contexto. É claro que o contexto conta, é claro que uma tradição multi-centenária de instituições extractivas conta. É claro que aquilo que favorece a produtividade dos grandes é o que prejudica a produtividade dos pequenos. Por isso, é que as empresas grandes aprenderam a povoar os grupos de estudo e criação de normas técnicas, para criar barreiras à entrada ou à manutenção dos pequenos. Ou seja, qualquer política de produtividade não é neutra, ao favorecer uns prejudicará outros. Uma prática tradicional em Portugal: picking-winners.

Uma das coisas que aprendi em 2008 foi a da variabilidade da distribuição de produtividades. Existem mais variabilidade da produtividade entre as empresas de um mesmo sector de actividade económica do que entre sectores de actividade económica. Percebem as implicações disto? No mesmo país, com as mesmas leis, com o mesmo povo, dentro de um mesmo sector, a variabilidade da produtividade é enorme. E isto quer dizer que o factor mais importante para a produtividade é o ADN que está numa empresa. Esperar que seja um conselho de produtividade independente... como se alguma vez houvesse independência. Ainda há bocado li o que é que as golden-share na PT, supostamente para o poder político proteger a empresa do poder económico, permitiram fazer.

segunda-feira, agosto 21, 2017

Co-criação de valor - uma fonte

Quando escrevo sobre Mongo, sobre um mundo de artesãos, um mundo de mais proximidade, um mundo de mais customização, um mundo de menos vómito industrial, um mundo de mais significados, penso no aumento da co-criação e penso que esta pode ser realmente uma vantagem competitiva que as PME podem usar para viverem e terem sucesso. Acredito mesmo nisto:
"Value cocreation has long been praised as the next source of competitive advantage for service providers in the 21st century. The value of focusing on value cocreation as a source of competitive advantage lies in the interactions service providers develop with their customers and their potential to generate value for their customers. These interactions present a certain level of intimacy with the service provider’s customers, ensuring that they are difficult to replicate for competitors, and can yield long-term benefits such as customer loyalty and high lifetime share of wallet"
Por isso, recomendo vivamente a leitura de "Value cocreation in service interactions: Dimensions and antecedents" de Carmen Neghina, Marjolein C. J. Caniëls e Josée M. M. Bloemer, publicado por Marketing Theory, Volume: 15 issue: 2, page(s): 221-242, 2015. 

Uma boa fonte de informação sobre o "estado da arte"


quarta-feira, agosto 16, 2017

O Portugal que faz magia

A leitura de "As máquinas da Porsche são feitas nesta fábrica de Braga", em especial este trecho:
"O principal cliente da ITEC é mesmo a Bosch, empresa internacional fixada no concelho e que corresponde a 50% das receitas da companhia. A exposição àquela empresa é assumida por Carlos Rodrigues, e vista com bons olhos: “A ITEC foi uma empresa que foi crescendo sempre identificada com os princípios, com as exigências Bosch. Bebemos muito da cultura Bosch em termos de qualidade, e em conceitos. E isso ajudou-nos a crescer e fez de nós, hoje, penso que o maior fornecedor português da Bosch na área da automação industrial e robótica.”"
Fez-me sorrir e recordar a estratégia de uma empresa fabricante de máquinas com que comecei a trabalhar em 2009 e outra do mesmo sector com que comecei a trabalhar este ano.

Trabalhar com clientes nacionais e aproveitar a proximidade, a interacção e co-criação para desenvolver produtos que os clientes precisam e não encontram no mercado. Depois, aproveitar os melhores produtos para tentar a sua exportação com base no binómio preço-diferenciação.

Neste exemplo, o modelo que querem seguir é o mesmo mas têm uma vantagem adicional. O cliente de proximidade é uma multinacional, o que abre portas para outras empresas do género a nível mundial.

domingo, agosto 13, 2017

Decisões de localização (parte I)

Quando aproveitava as férias escolares para, de mochila às costas, viajar pelo interior desértico de Portugal em busca de águias, falcões e abutres, tinha oportunidade de ver coisas que não se apanham quando se circula de automóvel com atenção à estrada.

Por exemplo, nesta estrada onde em 1984 dançava o can-can:
(Estrada entre Figueira de Castelo Rodrigo e Barca D'Alva)

Recordo o esqueleto antigo de uma unidade industrial junto a uma ribeira seca no Verão.

É fácil pensar num Portugal distante onde a rede de estradas era fraca e regional. Nesse Portugal a indústria podia surgir em qualquer lugar e viver do mercado regional. Depois, surgiu o comboio e a camioneta e a rede de estradas melhorou. Então, as empresas localizadas em mercados maiores, como junto das capitais de distrito, começaram a crescer e a aproveitar as vantagens da competição no século XX:
Não deixa de ter a sua ironia ácida, associar a cada choraminga de autarca do interior nos anos 80 e 90 do século passado, melhores estradas para o interior, melhor acesso do litoral ao interior, melhor acesso das empresas do litoral com custos mais competitivos, porque maiores, incapacidade das empresas do interior competirem pelo preço, encerramento das empresas do interior, desaparecimento de postos de trabalho no interior, aumento do êxodo humano do interior para o litoral e para a emigração.

Podemos subir na escala de abstracção e passar do nível interno para o domínio do internacional.

Com a adesão de Portugal à EFTA primeiro e à CEE depois, o país começou a receber muito investimento directo estrangeiro para a indústria, por causa dos baixos da sua mão de obra e relativa proximidade dos mercados de consumo no centro da Europa. E chegámos aos gloriosos anos em que a taxa de desemprego em Portugal rondava os 3%. Éramos a china da Europa antes de haver China.

Depois, as Texas Instruments na Maia e as Seagate na margem sul deram o sinal, e as empresas de capital estrangeiro pelas mesmas razões que tinham escolhido Portugal, escolhiam agora a Ásia e começou a debandada para a China. As lojas dos 300 deram o outro sinal, muita produção nacional habituada a trabalhar para o mercado interno com base no preço começou a ser dizimada pelas importações baratas da Ásia. No domínio da economia transaccionável só sobreviveu quem de certa forma conseguiu algum tipo de diferenciação (rapidez, inovação, flexibilidade, moda, design, autenticidade, qualidade, experiência, proximidade, ...).

Agora a onda está a virar outra vez e falamos e escrevemos sobre o reshoring, sobre a importância da proximidade entre a produção e o consumo para tirar partido da interacção que permite a co-criação, a personalização, a customização.

Nesta nova etapa do comércio mundial quais podem ser as principais decisões de localização?

Continua.


quarta-feira, agosto 09, 2017

"Automation is a game of large numbers"

"Jobs are increasingly viewed as undifferentiated and interchangeable across humans and machines — the very definition of a commodity.
...
Outsourcing — exchanging internal employees for external ones, often offshore — was a big step toward commoditization for many companies.[Moi ici: Mentalidade anglo-saxónica no seu pior, o foco nos custos acima de tudo e, passar ao lado das oportunidades dos nichos e da proximidade]
...
Just as there are low-value and high-value commodities, there are low-value and high-value commoditized jobs.
...
For many jobs, the value is driven less by their intrinsic worth but rather by market demand. A recent Bloomberg Businessweek visual analytic suggests that jobs that disappeared in the first four months of 2017 compared with the same period in 2016 were not lost to automation, but were lost because fewer customers wanted to buy the products and services they produce.
...
For many organizations today, the next big driver of job commoditization is automation driven by smart machines. Simply put, if a job is viewed as a commodity, it won’t be long before it is automated. My research on automation through artificial intelligence (AI) or cognitive technologies suggests that if a job can be outsourced, many of the tasks typically performed by the jobholder can probably be automated — even by relatively “dumb” technologies like robotic process automation. Many global outsourcers are working desperately to create their own automation capabilities that could replace human jobs with machines.
...
The key for financial professionals and other workers whose jobs have traditionally seemed safe is to make themselves less commodity-like. Automation is a game of large numbers, and it’s not economical to automate unique activities. [Moi ici: Mongo é um mundo de "large numbers"?] As long as human workers’ capabilities are differentiated from machines’ capabilities, then machines can’t easily replace them — and few organizations will be tempted to automate that niche."

Trechos retirados de "When Jobs Become Commodities"

terça-feira, agosto 08, 2017

Acerca do reshoring

"One is the notion of reshoring: some Western manufacturers are “bringing manufacturing back home,” but our understanding of why exactly this occurs is limited.
...
Location decisions must be understood not just through the lens of economic attractiveness of one region or country over another, but also as a decision where many organizational and technological interdependencies become relevant: decisions about where to locate manufacturing link to other decisions, such as location of research and development activities with other value chain activities and actors, such as product development, suppliers, and markets.
...
When and why should policy makers be interested in production location decisions? Understanding value creation is central to understanding the role of production both within a firm and within a national economy.
...
Our results suggest that contemporary location decisions link intimately to three dimensions of interdependence with suppliers, market, and development activities: formalization, coupling, and specificity.
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we find the proposition that coupling is the most important source of interdependence in location decisions plausible. Specifically, if production is tightly coupled with development, relocating one implies relocating the other. In contrast, low formalization of the Production- Development Dyad may make it easier to manage the relationship if the two activities are geographically collocated, but coordination can succeed even without collocation as well.
We also observe that the common denominator in the cases where production takes place only in the low-cost country is high formalization combined with low specificity. This is not surprising: It is specifically the routinized, generic forms of production that become candidates for both outsourcing and offshoring.
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In our analysis of the 35 location decisions, the key theme that repeated itself throughout the cases was the notion of interdependence of activities. As a general finding, this is hardly surprising, but the detailed understanding of how formalization, specificity, and coupling link to location decisions has the potential to both inform firm-level strategies and to at least introduce new vocabulary into discussions of economic policy."
Mongo implica mais proximidade e interacção com clientes e fornecedores, e maior rapidez na evolução da produção e do desenvolvimento.

Trechos e imagem retirada de "Why locate manufacturing in a high-cost country? A case study of 35 production location decisions" publicado por Journal of Operations Management 49-51 (2017) 20-30

terça-feira, julho 11, 2017

É um perigo para os burocratas e urbanos meterem-se com idealistas meio-anarcas

Ontem de manhã na rádio ouvi a estória da aldeia de Casal São Simão que num momento raro em Portugal, tresandando a locus de controlo interno, não ficou à espera de nenhum papá e decidiu avançar para a erradicação do eucalipto na sua proximidade.

A pessoa entrevistada referiu que já tinham recebido um telefonema de uma associação ambientalista galega a oferecer ajuda e a informar que estariam presentes na reunião onde a decisão dos habitantes será formalizada.

Interessante ter sido uma associação ambientalista galega. Ainda não ouvi nada das portuguesas.

Quando eu era criança, nos anos 80, juntamente com meia-dúzia de pessoas, uma delas o Serafim que faz anos hoje, criámos uma associação ambientalista: a Quercus.

Hoje não posso com a maioria das associações ambientalistas, pois não passam de urbanos especializados em sacar subsídios e apoios. Basta recordar a opinião que a Quercus tinha sobre o aeroporto da OTA.

Isto faz-me recordar este tweet de Nassim Taleb ontem:



As organizações bottom-up são mal vistas pelos profissionais dos subsídios pois as suas actividades movem-se a uma velocidade que não pactua com o tempo e a burocracia necessários para obter "subsidiação". É um perigo para os burocratas e urbanos meterem-se com idealistas meio-anarcas e plenos de locus de controlo interno.

Do tempo em que ainda frequentava as reuniões da Quercus recordo algumas conversas com estudantes de Biologia da FCUP que assumiam que ser sócio fazia parte do CV. Por isso, diziam:
"- Por favor, não me convidem para ir para o terreno ver águias ou lontras.

domingo, junho 11, 2017

"the master design pattern for applying technology"

Há dias apresentei nesta "Curiosidade do dia" a diferença entre o lado vocal da Starbucks, muito activa na promoção do aumento do salário mínimo nos Estados americanos e, depois, a prática nas suas lojas. Uma empresa que pratica preços superiores, uma empresa que vende experiências, não devia dar tiros nos pés com o controlo dos custos. Há uma altura em que o que se poupa começa a corroer a marca.

Pelo contrário em, "Do More! What Amazon Teaches Us About AI and the “Jobless Future”" temos o exemplo de uma abordagem bem diferente quando uma empresa não desvia o olhar da mira do que os seus clientes-alvo premeiam e valorizam... a tal paranóia.

"Remember when it was amazing that Amazon offered free two-day shipping? Then free one-day shipping? Now for many products, it’s a matter of hours before your order is on your doorstep.
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Amazon is constantly upping the ante. It doesn’t just cut costs. It uses technology to do more, delighting customers with better service and lower prices. And of course, Amazon’s customers respond by buying more products. Amazon grows faster, invests more, and delights more customers, who buy more, in a virtuous circle.[Moi ici comparar com o que sentimos acerca dos impostos e dos serviços públicos que supostamente são suportados por esse saque]
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Amazon reminds us again and again that it isn’t technology that eliminates jobs, it is the short-sighted business decisions that use technology simply to cut costs and fatten corporate profits.[Moi ici: Isto depois do autor demonstrar que quanto mais robôs a Amazon adquire para os seus armazéns mais pessoas contrata]
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This is the master design pattern for applying technology: Do more. Do things that were previously unimaginable.[Moi ici: Só assim se consegue subir na escala de valor, só assim se ganha o que Marn e Rosiello previam com o aumento do preço]
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As logistics and delivery become more automated, and costs continue to fall, what other kinds of services might be completely rethought, putting people to work delighting each other with currently unimaginable products or levels of service?[Moi ici: Isto é a tal vantagem humana da interacção, da proximidade, da co-criação]
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There is an enormous failure of imagination among those who think that we face a jobless future.[Moi ici: Conjugar esta abordagem baseada na interacção e na arte, com Mongo e a explosão de tribos e com o encolhimento populacional]
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Whenever one thing becomes commoditized, something else becomes valuable."[Moi ici: Recordar "When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"]



sexta-feira, junho 02, 2017

Cuidado com o Big Data

Mongo é o mundo da ARTE, o mundo da criatividade.

Mongo é o mundo da proximidade, do interacção, da co-criação.

Sou um apóstolo de Mongo e tenho receio da crença inabalável no Big Data.

Por isso: "If You Want to Be Creative, Don’t Be Data Driven".

Como não relacionar com:

E já agora, relacionar com "There is no right answer"

"Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal" (parte II)

Como é que terminei a parte I?
"O efeito do fim da China como fábrica do mundo."
Entretanto, ontem descobri este texto "O aprovisionamento de proximidade". Recomendo a sua leitura para ter uma percepção da revolução em curso na Europa de Leste à custa do fim da China como fábrica do mundo. Portugal também está a aproveitar esta maré.

Segundo o ministro da Economia há uma aceleração do crescimento do PIB em Portugal (só em Portugal) mas ao ler este texto é impossível não imaginar a revolução em curso no outro extremo geográfico da Europa.

Basta recordar o efeito do banhista gordo. A China tem mais de mil milhões de habitantes. A Europa em 2010, segundo a ONU, tinha 740 milhões de habitantes.

Há anos que relacionamos reshoring, nearshoring e o fim da China como fábrica do mundo.

terça-feira, maio 30, 2017

Em curso o fim da globalização

Outro sintoma do refluxo da globalização, do reshoring, do fim da China como fábrica do mundo, do advento de Mongo e do aumento da importância da proximidade, da co-criação, da interacção, da preferência, "Eurozone Manufacturing Adds Jobs at Fastest Pace in 20 Years":
"The eurozone’s economic recovery maintained its recent, stronger momentum in May as the currency area’s manufacturing sector added jobs at the fastest pace in 20 years while German businesses were more optimistic than at any time since 1991."