segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Goodhart's Law

Este título "G20 chega a acordo para acelerar crescimento da economia mundial em 2%" fez-me recuar à minha leitura desta noite.
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Juro, esta noite peguei em "The price of fish" de Michael Mainelli e Ian Harris e sublinhei:
"Goodhart's Law, the original formulation being: "as soon as the government [Moi ici: Ou o FMI, ou os G20, ou ...] attempts to regulate any particular set of financial assets, these become unreliable as indicators of economic trends."
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"any observed statistical regularity will tend to collapse once pressure is placed upon it for control purposes," oe, even more broadly, "when a measure becomes a target, it ceases to be a good measure."

Os duendes e a base do valor

Em Mongo, o Estranhistão domina esta paisagem:
Um mundo de tribos, de diversidade e heterogeneidade na procura.
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Como é que as empresas tentam dar resposta a esta explosão câmbrica da parte dos clientes?
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Aumentando a variedade dos produtos que oferecem. Contudo:
"Product variety has not necessarily resulted in better consumer experience"
As empresas têm de perceber que o papel dos consumidores/clientes mudou:
"The most basic change has been a shift in the role of the customer - from isolated to connected, from unaware to informed, from passive to active." 
E que isso traz consequências:
"What is the net result of the changing role of consumers? Companies can no longer act autonomously, designing products, developing production processes, crafting marketing messages, and controlling sales channels with little or no interference from consumers. Consumers now seek to exercise their influence in every part of the business system. Armed with new tools and dissatisfied with available choices, consumers want to interact with firms and thereby co-create value. The use of interaction as a basis for co-creation is at the crux of our emerging reality." 
Mas cuidado:
"Eventually, the roles of the company and the consumer converge toward a unique co-creation experience, or an "experience of one."
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Notice what co-creation is not. It is neither the transfer nor out-sourcing of activities to customers nor a marginal customization of products and services. Nor is it a scripting or staging of customer events around the firm's various offerings. That kind of company-customer interaction no longer satisfies most consumers today.
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The change that we are describing is far more fundamental. It involves the co-creation of value through personalized interactions that are meaningful and sensitive to a specific consumer. The co-creation experience (not the offering) is the basis of unique value for each individual. The market begins to resemble a forum organized around individuals and their co-creation experiences rather than around passive pockets of demand for the firm's offerings."
 E, por isso, é que os duendes (a partir de hoje vou usar esta palavra para significar os artesãos de Mongo) têm uma vantagem importante sobre os incumbentes, habituados a ver o produto como a oferta. Com os duendes, a oferta é a experiência. A experiência que começa no co-desenho, continua na co-produção e se prolonga pela utilização, é essa experiência com mais pontos de contacto, como mais pontos de IKEA-effect que vai gerar uma superior percepção de valor na vida dos clientes.

Trechos retirados de "The Future of Competition" de C.K. Prahalad e Venkat Ramaswamy. Livro lido em 2008 e que fui re-ler a propósito de um tweet do Paulo Peres. E sentimos logo o efeito de 5/6 anos de experiência desde a sua primeira leitura, bem na linha de:
"Nunca é tarde para aprender, mas às vezes é demasiado cedo" 

domingo, fevereiro 23, 2014

Curiosidade do dia

Atenção à fotografia:

A evolução da idade média do agricultor americano:
"Farmers kept getting older as well, with the average age creeping up to 58.3 years, continuing a trend that stretches back three decades. In such states as Arizona and New Mexico, a farmer’s average age is older than 60."
Daí, ou também por causa disso:
"An estimated 400 million acres of farmland in the United States will likely change hands over the coming two decades as older farmers retire, even as new evidence indicates this land is being strongly pursued by private equity investors.
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Mirroring a trend being experienced across the globe, this strengthening focus on agriculture-related investment by the private sector is already leading to a spike in U.S. farmland prices. Coupled with relatively weak federal policies, these rising prices are barring many young farmers from continuing or starting up small-scale agricultural operations of their own.
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While federal agriculture officials are expected to offer updated demographic information within the coming week, the most recent statistics suggest that just 6 percent of farmers are under 35 of age. Further, some 70 percent of U.S. farmland is owned by people 65 years or older."
Que implicações para a agricultura a nível mundial?
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Trechos retirados de "Half of U.S. Farmland Being Eyed by Private Equity"

Encontro planeado com o cemitério (parte II)

O Jorge Peliteiro, há bocado no Twitter, chamou a atenção para "Medicamentos de marca vendem menos 65% logo no primeiro ano em que há um genérico".
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É a velha imagem do "Encontro planeado com o cemitério"

Viva a concorrência imperfeita!!!

Mal li o abstract do artigo "How to Boost Efficiency in Asset-Intensive Industries" fiquei "agarrado".
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Bateu certíssimo com as conclusões de uma discussão num projecto terminado recentemente.
"Continued sluggishness in the global economy is putting special pressure on companies in asset-intensive industries. These companies are operating well below capacity, and the weak demand has prevented them from passing on the full costs of raw materials and energy, for which prices remain stubbornly high.
Many producers of steel, aluminum, and other metals have seen their margins fall into negative territory—especially in Europe. (Moi ici: O sector não era o dos metais mas o racional mantém-se para Asset-Intensive Industries) With no end to this difficulty in sight, companies have responded with a variety of cost-cutting meas­ures. Yet these steps usually fail to reduce expenses beyond the short term. To truly meet this challenge, companies need to think holistically by addressing strategic and operational questions at the same time.
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The key is to focus not on cost cutting per se but on using expensive assets with a more flexible approach. By building flexibility deep into its operations, a manufacturer can move more confidently into the future."
Quando temos várias unidades de um mesmo grupo a competir "por trabalho" escasso, ou seja, unidades de negócio a trabalhar abaixo da capacidade, a tendência é entrar-se numa guerra interna de preços, e/ou o encerramento de uma ou mais unidades. É uma situação sempre traiçoeira, porque há muita política pelo meio, não basta ser bom (lembram-se do exemplo da Fiat na Polónia? (Recordar "Não compararás laranjas com maçãs!!!" e "Cuidado com a medição da produtividade")
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O desafio começou por ser:

  • Podemos ser os mais eficientes? 
  • Podemos ser os campeões dos custos mais baixos?
Não? E podemos ser a empresa mais flexível? E podemos ter futuro a fazer aquilo que os "mais eficientes" odeiam fazer porque lhes estraga os KPIs?
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Foi isso mesmo "building flexibility deep into its operations".
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O sector obriga a eficiência e, internamente a empresa procura ser eficiente. Contudo, a bitola não é a mesma que a dos que só produzem peças simples, em quantidades astronómicas.
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No final, o teste do ácido não é a eficiência, é o retorno do capital, é a rentabilidade. 
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Claro que as peças que requerem flexibilidade são mais interessantes que as outras e... há menos concorrência.
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Viva a concorrência imperfeita!!!

Objectivo envenenado

Um exemplo perfeito de um objectivo envenenado:
Objectivo é sermos adquiridos daqui a 4 ou 5 anos por umas boas dezenas de milhões de dólares
Nos negócios o dinheiro não é um objectivo, é uma consequência.
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Nos negócios o objectivo é sempre satisfazer os clientes. o dinheiro vem dos clientes satisfeitos. Muitos clientes satisfeitos tornam o negócio cobiçável...
"João Vasconcelos, director-executivo da Startup Lisboa, defende que várias startups portuguesas, nomeadamente da área das tecnologias, têm o objectivo de ser compradas para uma grande empresa do sector."
Fazer da compra o objectivo, coloca os potenciais compradores como clientes mas sem utilizadores da aplicação...
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É como aquelas empresas, com recursos escassos, que se tornam exímias a obter subsídios e vão desprezando os clientes, até que ficam permanentemente ligadas ao soro dos subsídios, sem eles já não sabem sobreviver. Na prática, o seu cliente, aqueles que querem satisfazer, passou a ser o decisor da atribuição dos subsídios.
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Primeiro estão os clientes, tudo o resto vem de ter clientes e clientes satisfeitos.

Os duendes

Mais um exemplo de co-criação, de interacção, de proximidade, de artesãos, de makers, de ... e ainda por cima no Porto "Velo Culture".
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Ficava ainda melhor se pusessem as fotos do "antes" também.
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O futuro também passa por isto, restauros (sou um fã do "Restauradores" no Canal História), reconversões e canibalismo de uns modelos para outros.

sábado, fevereiro 22, 2014

Curiosidade do dia

"Zalando, nuevo récord en 2013: crecimiento del 52% hasta más de 1.700 millones de euros"
"Fundada en 2008 en Alemania, la plataforma inició en 2009 su internacionalización con el salto a Austria, un proceso que se reforzó en 2010 con Holanda y Francia y en 2011 con Italia, Gran Bretaña y Suiza. En 2012, Zalando comenzó a operar en Suecia, Bélgica, España, Dinamarca, Finlandia, Polonia y Noruega."
 Como os indicadores "clássicos" das vendas do comércio não incluem estas vendas... são mais um sinal de estagnação.

Lembram-se do "banhista gordo"?

Foi em Fevereiro do ano passado que chamamos a atenção para o fenómeno do "banhista gordo".
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Agora, "Cambodian Garment Workers, Bloodied in Crackdown, Continue Wage Struggle"
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Engraçado, o Camboja é o país menos populoso de entre os do gráfico:
Logo, é o país onde o "banhista gordo" mais rapidamente encheu a banheira ao entrar.

e, cinco meses depois de Agosto de 2013

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Janeiro de 2014:
E cá estamos no cenário de "Se subir o desemprego, ainda desce". Aguardemos pelo título do jornal i.
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A norma é o desemprego de Janeiro ser mais alto do que o de Dezembro, esperemos que seja sintoma de algo positivo o facto de se tratar da subida em cadeia mais baixa dos últimos 5 períodos (entre Janeiro de 2010 e Dezembro de 2009 cresceu 6,8%).
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A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Janeiro de 2013:

A figura que se segue tira uma fotografia da evolução homóloga do desemprego em Janeiro de 2014 e, mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):

Em Janeiro de 2013 havia 1 barra negativa, 18 em Outubro, 19 em Novembro, 21 em Dezembro e 24 em Janeiro de 2014. As ofertas de emprego no IEFP em 2014 aumentaram mais de 58% em comparação com o mês de Janeiro de 2013.
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Tentem ver estes números não como uma promoção do governo ou um ataque à oposição, ou vice versa.
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Num jogo de futebol temos uma equipa e os seus adeptos, temos outra equipa e os seus adeptos, e temos o árbitro que, se for profissional, não toma partido por nenhuma das equipas.
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Situação e oposição são duas equipas que se defrontam constantemente, a economia sustentável deste país é como o árbitro, faz o seu próprio jogo, está noutro campeonato.

Polarização do mercado ou como David e Golias podem co-existir

Há muito que o fenómeno da polarização dos mercados me fascina. Por polarização entenda-se:
  • tem sucesso quem vende o mais barato;
  • tem sucesso quem vende caro;
  • quem não se define e quer ir a todas as fatias de mercado e, por isso, oferece um produto médio... desaparece.
Daí os marcadores usados com alguma frequência aqui no blogue:
  • polarização;
  • middle market; e sobretudo
  • stuck-in-the-middle (que é onde acaba quem trabalha para a média)
Dai postais como:
Assim, foi com um sorriso de confirmação que vi as evidências do mesmo fenómeno a acontecer na agricultura americana, segundo o artigo "New Data Shows Fewer Farms, Richer Farmers":
"While the average size of farms increased slightly, to 434 acres from 418, the census shows a continuing hollowing out of midsized farms in America. The number of very small farms and very large ones remained constant." (Moi ici: Excelente figura a que se segue)

BTW, recordar de "Profiting from Proliferation" (página 10) este gráfico eloquente:



sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Curiosidade do dia

A evolução das vendas de música... a vida das empresas é assim. O que se vende hoje e está na mó de cima, entra em declínio amanhã, sem direitos adquiridos.
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Sexo é preparar a próxima geração da oferta.

Imagem retirada de "How iTunes crushed music sales"

"para singrar tinha de apostar na diferenciação"

No já citado suplemento "Sectores tradicionais", publicado pelo Diário Económico, não resisto a salientar uma das entrevistas, pela linguagem pragmática e desempoeirada de um director-geral.
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Rui Teixeira, director-geral da Gulbena, uma têxtil de Fafe afirma:
"Herdou do pai uma empresa de prestação de serviços na área da tinturaria, mas Rui Teixeira, engenheiro têxtil de formação, rapidamente percebeu que para singrar tinha de apostar na diferenciação. Oferecer um produto de elevado valor acrescentado, que permitisse pensar em voos mais altos, como a internacionalização.
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Foi o que fez com a Gulbena, uma empresa de Fafe que hoje se dedica à produção de tecidos de malha pronta a ser confeccionada, para mercados como o de 'sportswear' e 'fashionwear' ou de vestuário funcional e técnico. "Empresas de malha existem muitas. Mas ou se diferenciam, ou entram em concorrência por via do preço. Nós não queríamos ir por aí", explica Rui Teixeira, director-geral da Gulbena. Ao longo dos anos, Rui Teixeira foi orientando a Gulbena para a diferenciação, suportada pela inovação técnica e tecnológica, e pelo desenvolvimento de produtos claramente inovadores e de elevado valor acrescentado."
Mais um para a minha liga dos pares...


Porquê?

"Your instinct may be to change that why to a what, but why is actually the right question for leaders to ask themselves about their business models.
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First, once you get the why right, the what will follow. Second, the what will change, but the why should transcend numerous strategic and tactical shifts. And, finally, the what is often easier to measure, but the why is more important to assess.
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It’s this distinction between why and what that makes all the difference.
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The essential questions leaders must ask themselves and challenge their teams with are all why questions: Why would a customer want to do business with us? Why would top talent want to come to work with us, and contribute their best to our efforts? Why would suppliers want to become our long-term strategic partners? Why would communities welcome our facilities? Why would institutional investors want to trust their money to us?"


Trechos retirados de "Why Is Wrong with Your Business Model?"

Os "patinhos feios"

Eu não acrescento nada:
"Os sectores tradicionais são os "patinhos feios" da economia portuguesa. Geram riqueza e emprego, impõem-se nos mercados internacionais e são contribuintes líquidos para o saldo da balança de transacções. Todavia, seja porque não cresceram na confortável sombra do Estado, ou porque estão longe de Lisboa, ou porque são pouco permeáveis aos interesses da classe política, dos escritórios de advogados ou da própria banca, são pouco mediáticos e, frequentemente, tratados como sectores de colarinho azul. Inversamente, vende-se a ideia de que Portugal pode ser uma meca dos clusters' emergentes, como as tecnologias de informação, a saúde ou as ditas indústrias criativas. O País pode e deve ter projectos nessas áreas, mas a assinatura de competências que tem potencial de clusterização e escalabilidade, e provas dadas na exportação, assenta inequivocamente nos sectores tradicionais. Mas importa desfazer o mito de que são de baixa tecnologia e pouco propícios à inovação. A marca nacional deverá ser "inovação na tradição", materializada por uma visão de excelência e sofisticação no produto tradicional: na fileira da moda (têxtil, vestuário e calçado), na fileira da floresta (cortiça, papel), na fileira do habitat (construção, materiais, mobiliário), na fileira agro-industrial e dos vinhos, na fileira do turismo e da hospitalidade, para referir alguns dos mais importantes."
Trecho retirado do suplemento "Sectores tradicionais" publicado pelo Diário Económico. O suplemento traz vários exemplos de empresas dos sectores do calçado, do têxtil e do mobiliário e as palavras constantes: diferenciação e design.

Gráficos e sua análise (parte II)

Parte I
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Como desconfiávamos, fazendo testes estatísticos básicos, verifica-se que:
  • o tempo de espera para cirurgia não tem variações estatisticamente significativas, logo não desceu;

  • a mortalidade infantil não tem variações estatisticamente significativas, logo não subiu;



Há um país anónimo a crescer

A revista Visão traz um artigo, "Aqui fez-se luz", que relata o regresso à vida de uma fábrica têxtil falida em Castelo Branco, adquirida por outra empresa têxtil portuguesa.
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Sente-se a emoção do regresso ao trabalho, do regresso ao antigo posto de trabalho de muitas das antigas trabalhadoras que estavam no desemprego.
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Por que é que esta fábrica têxtil foi comprada e a as trabalhadoras contratadas?
"Em 2012, crescemos 25% e, no ano passado, outros 20 por cento. Estávamos a sub contratar em Portugal e, quando soubemos do leilão destas instalações, achámos que era urna boa oportunidade. Agora, já estamos a produzir aqui 250 casacos por dia."
Esta semana estive numa empresa (daquelas que os políticos tanto gostam, porque nas estatísticas aparecem como de elevada componente tecnológica) que em 2009 duplicou a sua área produtiva, uma expansão que iria durar muitos anos... pois, acaba de alugar um novo pavilhão para ampliar a sua capacidade produtiva.
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Enquanto os media, verdadeiros indutores da produção de cortisol, nos inundam com o discurso da crise, e acham que são os combustíveis que fazem a diferença, há um país anónimo a crescer, com um mindset voltado para as oportunidades.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Curiosidade do dia

"Indicador económico atinge o nível mais alto desde Outubro de 2010"

O blogue do BE com isto "Exportações. O “porta-aviões” de Portas pode ser mais um submarino sem rumo definido" não percebe que está a dar mais força ainda à necessidade de aplicar a receita do FMI?
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Por exemplo:
"Por exemplo, o aumento das exportações de serviços para França (2,5%) pode reflectir a opção dos turistas franceses de vir a Portugal e não ao Magrebe, e isso poderá mudar.”"
Mas em que mundo vivem? No mundo dos negócios o que é que é garantido? Por isso, é que existe o sexo!!!
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"BBVA: Economia portuguesa "avança a um ritmo mais rápido do que o previsto""
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"INE Atividade económica aumenta "de forma expressiva""
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"Economia portuguesa atingiu excedente externo de 2,6% do PIB"
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"Próximo resgate? Imposto Cadilhe"
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"No fim da mentira"
"Um país que tem na sua história um longo período de convívio com juízes da Inquisição sabe, no seu inconsciente colectivo, que a verdade não será o que é dito que é. A verdade é o que há-de aparecer quando se verificar que é mentira o que era dito que era a verdade.
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Uma crise de endividamento é uma crise gerada pela mentira. As receitas não cobrem as despesas, mas as decisões políticas continuam a aumentar a despesa quando não querem, e se quisessem não podiam, aumentar a receita. A mentira política dura pouco quando não se tem moeda própria e não se pode esconder essa mentira com as mentiras maiores que são a inflação e a desvalorização cambial. Ainda dura menos quando não se tem capital."

Mais um exemplo de subida na escala do preço

Fico sempre contente quando encontro um dirigente associativo com um discurso inteligente e diferente do habitual choradinho de quem tem o locus de controlo no exterior.
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Ontem, conheci mais um através das páginas do Jornal de Negócios. Tiro o meu chapéu a Luís Villas-Boas, Presidente da Associação Portuguesa de Fundição.
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Primeiro a intervenção do director-geral da Autoeuropa:
""A nossa indústria de fundição desapareceu", disse ao Negócios, em entrevista, o director-geral da Autoeuropa, Melo Pires."
Depois, a resposta:
"O presidente da Associação Portuguesa de Fundição (APF), Luís Villas-Boas, recusa esta realidade: "Tenho de desmentir. O sector existe, investe e nunca deixou de estar bem presente na indústria transformadora. As vendas das fundições valeram o ano passado 550 milhões de euros, que exportaram 80% da produção, e empregaram 3.700 pessoas.
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Villas-Boas acrescenta ainda que as unidades portuguesas tiveram a necessidade de se adaptar à modernidade da indústria, e apostaram em peças de menor dimensão.
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O director-geral não se podia referir à indústria de fundição como um todo, mas apenas à indústria de fundição que faz blocos para ferramentas como ele diz
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Melo Pires havia dito ao Negócios que, para a unidade de cunhos e cortantes da Autoeuropa, tinha de importar toda a matéria-prima na Galiza, porque em Portugal não havia capacidade de resposta. E constatava que esta indústria desaparecera, por falta de adaptação tecnológica e de recursos humanos, mas também por políticas energéticas erradas". O presidente da APF, associação que este ano comemora meio século, reconhece que Melo Pires está certo quando diz que não há empresas nacionais para suportar esta necessidade, mas que isso é resultado exclusivamente da reconversão do sector. "Para a dimensão das peças que a Autoeuropa precisa, poderá haver em alguns casos, não direi em todos, falta de resposta. Essas peças não têm valor acrescentado nenhum, é quase vender ferro a quilo. Hoje, a indústria de fundição dedica-se a peças com valor acrescentado maior", argumenta. (Moi ici: Recordar Terry Hill e "As encomendas mais importantes são as que rejeitamos")
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2013:0 melhor ano da fundição em mais de uma década
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desde 2001, o ano passado foi o de maior facturação [do sector da fundição] com um total de 550 milhões de euros (mais 6% do que em 2012). No mesmo período de tempo, mas analisando a produção, apenas dois anos foram melhores do que 2013, mas o facto de as vendas serem superiores ajuda Vilas-Boas a sustentar que "o sector subiu na escala de preço"."




Para terminar, e para contento do Bruno este último reparo:
"Começaram a aparecer também clientes ligados à aeronáutica"




E vão viver de quê?

O Bruno chamou-me a atenção para o exemplo da Mendes Gonçalves com "Marca portuguesa de molhos estreou-se em 500 lojas em Marrocos".
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O que é que me reteve?
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Este ponto, a customização:
"Com uma fábrica na Golegã, capaz de produzir rapidamente e à medida do gosto dos consumidores, a Mendes Gonçalves já tem as embalagens de vinagres, molhos picantes ou maioneses em francês e árabe, nas prateleiras de mais de 500 lojas marroquinas. “Desenvolvemos molhos só para Marrocos e a nossa capacidade de investigação e desenvolvimento é a grande força”, sublinha João Pilão."
E a aposta no marketing, o controlo do seu posicionamento:
"Até agora, a Mendes Gonçalves exportava, sem controlar preços ao consumidor final, ou a posição e apresentação do produto nas prateleiras.
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A marca é a nossa melhor garantia de termos resultados seguros”, sustenta."
BTW, para os que andam entretidos com os grandes números e só vêem combustíveis e lubrificantes e, esqueceram-se do ouro e dos automóveis, a minha mensagem é sempre esta. 1000 euros exportados por uma PME mexem mais com a economia que 2000 euros exportados por uma empresa grande (muitas vezes, pouco ou nenhum emprego cria e os dividendos até podem ser exportados, ou ficam concentrados). Por isso, este número:
"A empresa facturou mais de 20 milhões de euros em 2013, uma subida de 21% face a 2012 e emprega no total perto de 200 trabalhadores."
É uma maravilha. Parabéns!
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Faz recordar a outra... e vão viver de quê?