Um artigo interessante na revista The Economist, "Britain | The low-wage economy - Britain's failed experiment in boosting low-wage sectors":
"Choking off immigration to make low-wage sectors more productive was never going to work
The BREXITEER plan to end free movement from the European Union was not only about satisfying popular hostility to immigration. Leavers also talked of fixing Britain's perennial productivity problems. Boris Johnson, as prime minister in 2021, described a future that was "high wage, high skill, high productivity", and would be realised only if Britain kicked its addiction to cheap foreign labour.
...
Businesses show little sign of investing more or raising wages to attract more domestic workers, says Jonathan Portes, a professor of economics at King's College London.
...
A lack of commitment was not the only reason the Brexiteers' experiment failed. The thinking behind it was also faulty. The real productivity problem starts at home. A significant factor is the poor quality of British managers, according to John Van Reenen and Nick Bloom, two economists who have conducted international surveys. Other research suggests that this is especially true in low-wage sectors."
- 1.A produtividade é baixa porque o acesso a mão de obra barata não impele as empresas a aumentarem a sua produtividade. 2.Então, se cortarmos o acesso a mão de obra barata as empresas vão ter de aumentar a sua produtividade para poderem pagar salários mais altos. 3.Assim, os britânicos poderiam aspirar a "high wage, high skill, high productivity".
- O período 1 é verdadeiro. É o que vêmos em Portugal, fábricas e turismo a quererem importar mão de obra barata para poder manter as coisas como estão - recordo as bofetadas na cara em - Uma bofetada que recebo como um aviso, Bofetadas e locus de controlo - produtividade é que não., e Mais bofetadas e a turbulência em curso. Este é o quadrante do empobrecimento na figura abaixo, o quadrante em que as empresas são competitivas sem ser produtivas.
- O período 2 é verdadeiro. Mas é insuficiente. Pagar melhores salários implica cobrar preços mais elevados aos clientes e os clientes não estão para aí virados se não houver uma vantagem competitiva por parte das empresas. É o quadrante da baixa produtividade e baixa competitividade. O aumento do preço é feito sem contrapartidas para os clientes, e esse aumento não é desviado para melhorar a competitividade da empresa via produtividade, mas para pagar os custos mais altos. Nunca esquecer o caso do Uganda. É tão fácil e comum os políticos (e não só) confundirem mais competitividade com mais produtividade. O problema é o quadrante do empobrecimento.
- O período 3 é falso, é rotundamente falso porque falta a parte dolorosa da transição. Falta criar as condições para os flying geese (A mudança bottom-up!, The "flying geese" model, ou deixem as empresas morrer!!!). É preciso deixar as empresas morrer (e como isto é dificil politicamente, os desempregados são eleitores). No entanto, o que se faz é apoiar essas empresas para que dêem o salto de produtividade ... a sério?! Quantas usam o apoio, (sem maldade, simplesmente porque é a única coisa que sabem fazer), para manter os preços baixos e aguentar mais um ano, como Spender ilustrou com as fundições inglesas.
Sem comentários:
Enviar um comentário