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domingo, junho 07, 2020

Façam o by-pass ao país!

"A função estratégica da TAP é uma função estratégica nacional pelo que não se deve ter uma expectativa ou uma perspetiva lucrativa da exploração do negócio da TAP."
Traduzido por: ""Não se deve ter uma perspetiva lucrativa da exploração do negócio da TAP""

E temos de ser nós, contribuintes líquidos, a alimentar estas baboseiras?

Já tive mais confiança na UE como mecanismo para proteger os cidadãos que criam riqueza líquida em Portugal. Parece que estamos condenados a alimentar esta corte que não sabe o que a vida custa a ganhar, que sempre cria mais um imposto, que sempre sobe mais uma taxa, para alimentar a sua sofreguidão de benesses.

Pena que afirmações deste calibre não sejam sujeitas a qualquer escrutínio neste país socialista, da direita à esquerda, envelhecido e com tiques de aristocrata arruinado.

Lembram-se deste blogue aconselhar as PMEs a fazerem o by-pass ao país? Chegou a vez de ser claro e dizer-lo aos mais novos com valor e ambição, se não querem alimentar esta casta, façam o by-pass ao país.

quarta-feira, outubro 05, 2011

By-pass à banca

"Um dos aspectos notáveis, quando analisamos o conjunto da proposta de novos negócios é a capacidade de detectar oportunidades que antecipam as profundas modificações da procura que a actual crise vai desencadear. A flexibilidade, o aluguer em vez da compra, a redução do investimento inicial e as parcerias estiveram presentes na generalidade das propostas. Um exemplo concreto foi o de um carro de supermercado para pessoas que se deslocam em cadeiras de rodas, que foi desenvolvido em parceria com um fornecedor português de carrinhos de supermercado.
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Também as empresas em fases mais avançadas do seu ciclo de vida têm vindo a evidenciar uma capacidade de se reinventar que surpreende quem suspeitasse do seu imobilismo. O calçado português tem-se destacado pela inovação do "design" e capacidade de crescer em período recessivo. Outros sectores, do metalo-mecânico ao mobiliário, da agricultura ao turismo, evidenciam igualmente uma revolução que desafia ou cavalga a crise - balança comercial positiva no comércio do azeite ou o reconhecimento de Lisboa como oferecendo dos melhores "hostels" do Mundo confirmam essa tendência de adaptação às novas tendências do mercado, interno e externo, tendo a balança comercial vindo a bater recordes de redução do "deficit"."
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"No entanto, uma pesada nuvem paira sobre este esforço de renovação do tecido económico - a contracção do crédito bancário não cessa de se agravar, apesar do crescimento que os depósitos bancários têm registado. O desequilíbrio acumulado e a impossibilidade de renovação dos financiamentos levam a banca nacional a restringir cada vez mais o financiamento das empresas." (Moi ici: E para que serve o sistema bancário de um país? Se um sistema deixa de cumprir a sua função primordial, deixa de satisfazer a sua razão de ser... então, deixa de ter sentido a sua existência. Viable Systems Model - systems 1 de Stafford Beer. Claro que a Natureza tem horror ao vazio...)
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as empresas devem buscar financiadores internacionais, de preferência sob a forma de capitais próprios. Embora ainda escassas, são já várias as operações efectuadas junto do mercado para as PME alemão, de grandes empresas americanas como a Intel ou a Cisco, ou de empresas de "private equity". Finalmente, há ainda a considerar o crowd-funding, um modelo baseado nas redes sociais que permite o contributo de numerosos pequenos investidores para projectos de mérito reconhecido pela opinião pública. (Moi ici: Aquela velha proposta deste blogue de "fazer by-pass ao país" vai ainda mais longe... fazer by-pass ao sistema bancário do país, como a Douro Azul recentemente. A Martifer não o tentou, ou não o conseguiu fazer... e pressionada pelos bancos vendeu um investimento com pouco mais de 2 anos... )

Trecho retirado de "Financiar o crescimento" de José Paulo Esperança publicado ontem no JdN.
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ADENDA: A Martifer não o quis fazer... percebi agora ao recordar este documento de Fevereiro deste ano (diapositivo 28)
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ADENDA (6 de Outubro): Agora fiquei um bocado confuso ... "Martifer vende centrais fotovoltaicas a fundo do BNP Paribas"

sábado, abril 30, 2011

Números e opiniões

Os dados publicados em Abril pela APICCAPS:

1. O número de empresas a baixar desde 1999 até que em 2009 parece ter estabilizado.
2. O número de pares de sapatos produzidos tem vindo a baixar desde 1999. Entre 1999 e 2010 a queda no número de pares produzidos ronda os 56%
3. O número de trabalhadores a baixar desde 1999 até que em 2009 parece ter estabilizado. O n+úmero médio de trabalhadores por empresa caiu desde os 32 para os cerca de 24. 
4. A facturação do sector atingiu um pico por volta do ano 2000, caiu a pique até 2005 e desde lá para cá tem crescido ligeiramente.
5. A facturação por trabalhador tem subido bastante, em 2005 rondava os 34,5 milhares de euros por trabalhador. Entre 2009 e 2010 rondou os 43 milhares de euros por trabalhador. Assim é que se aumenta a produtividade, não é com o jogo do gato e do rato.
6. O preço à saída da fábrica tem subido desde 1999. Começou nos cerca de 16 euros por par e já vai nos cerca de 22 euros por par.
Li há bocado no semanário Sol um artigo de Miguel Frasquilho que conclui que para ganhar competitividade é preciso, e sublinha que a ordem de apresentação é arbitrária:

  • "Qualificação dos recursos humanos (Moi ici: Pois, por isso é que todos os dias gente qualificada sai de Portugal para emigrar. Treta! Frasquilho que leia Galbraith)
  • Funcionamento da Justiça (Moi ici: Pois, para quem exporta faz-se o melhor que há a fazer neste país de incumbentes colados ao Estado pedo-mafioso: By-pass ao país. Se se faz by-pass ao país a Justiça do mesmo não é assim tão importante.)
  • Burocracia na Administração Pública  (Moi ici: Fazendo o by-pass ao país isto deixa de ser assim tão importante)
  • Mobilidade territorial 
  • Ambiente concorrencial em determinados sectores de actividade
  • Legislação laboral  (Moi ici: A nossa grande vantagem é a flexibilidade, mas não é a flexibilidade legal, é a flexibilidade mental e a nossa localização a 2 dias de camião dos grandes centros de consumo europeus. Estas pequenas empresas de calçado sabem trabalhar com bancos de horas, com horas extras... a grande dificuldade é encontrar pessoas dispostas a trabalhar, não é despedir. Parece irrealista mas só quem anda no terreno é que sabe, nestes sectores exportadores há muitos casos em que os empresários têm é medo que as pessoas se despeçam, dada a dificuldade em recrutar gente. E o salário mínimo é outra treta. Visitem as fábricas e vejam os prémios que as pessoas recebem em cima do salário mensal: produtividade, assiduidade, ....)
  • Política fiscal  (Moi ici: Para mim este era o primeiro ponto. As empresas têm de ganhar dinheiro, as empresas têm de ter rentabilidades atractivas senão não vale a pena investir. E o futuro não é de empresas grandes. As empresas grandes não se darão bem em Mongo. No gráfico lá em cima retrata-se o que defendo há muito neste blogue. Pequenas empresas focalizadas, ágeis e muito rentáveis. Para criar empregos, para suprir as necessidades dos consumidores, para acicatar a competência saudável não pelo preço mas pelo valor originado, precisamos é de muitas mais pequenas empresas. E só se criam mais empresas se for atraente como investimento)
RESSALVA: Muito do que escrevi não é muito aplicável para sectores em acelerada decadência pela retracção da economia, por exemplo retalho ou sectores ligados aos bens não-transaccionáveis.

terça-feira, abril 03, 2012

Dois conselhos

Pergunta do jornalista a Aurélio Ferreira, fundador da Órbita, uma das últimas empresas que monta bicicletas em Portugal:
“Qual é o segredo para não fechar as portas ao longo de tantos anos?
Nunca ficámos nas mãos dos hipermercados. Deram cabo dos produtores, depois da indústria e agora uns dos outros”, sublinha."
Resposta inteligente. Resposta em sintonia com o que penso acerca da pedofilia empresarial:

Depois, outro conselho de há muitos anos neste blogue.
"O presente não passa por Portugal, pois 70% da produção é vendida para a América do Sul e Europa. E nem o futuro passa por aqui. “Vamos entrar em Angola, Moçambique e Norte de África. Até estamos a desenvolver uma bicicleta para os camponeses”, divulga orgulhoso.”
Fazer o by-pass ao país:

Dois conselhos deste blogue, ainda do tempo em que o país torrava, alegremente, dinheiro no Moloch-Construção e não só...

domingo, maio 05, 2013

Fazer o by-pass ao poder

Há bocado, no Facebook do Frederico Lucas, li esta reflexão:
"Quando pergunto a uma plateia de estudantes o que esperam da sua vida profissional, e um deles responde que isso depende do Primeiro Ministro ou do autarca local, renovo o amargo de boca que o conceito de Liberdade não atinge todos os cidadãos."
E fiz logo o paralelismo com os empresários e, sobretudo com os líderes das associações empresariais.
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É triste quando um empresário abdica do seu quinhão, da sua quota parte de agente de mudança do mundo  (o melhor tipo de mudança: a mudança "bottom-up", a mudança concreta, a mudança que pode ser revertida se não resultar), e deposita toda a sua esperança num outro agente exterior ao seu mundo.
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É triste ver o líder da Confederação do Comércio Português depositar toda a sua confiança na salvação do sector nas decisões dum governo.
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Agora imaginem que um governo baixava o IVA e aumentava o salário mínimo... como reagiria se os consumidores, em vez de voltarem a encher as lojas, entupissem o comércio online? Difícil? Recordar:
"90 percent of retail sales growth in Britain, France and Germany between 2012 and 2016, or 91.5 billion euros, is expected to be online"
Descubro, cada vez mais, empresas anónimas que há muito seguiram o conselho que este blogue veicula há muitos anos, quando ainda não era "in" dizê-lo, e fizeram "by-pass a este país".
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Agora é a altura dos agentes que vivem do e para o mercado interno seguirem outro conselho, "fazer o by-pass ao governo". A este e aos que se hão-de seguir. Concentrem-se naquele terreno onde se conjuga o que gostam de fazer com o que é diferente e atrai clientes, construam uma identidade evolutiva em torno desse conceito e acreditem que tudo se consegue com esforço.
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Como dizia Popper: "Viver é resolver problemas"... o que conjuga bem com a frase de Taleb "Stressors are information"

quinta-feira, dezembro 29, 2022

'O negócio das empresa versus a performance da economia

No JdN de ontem em "A Roménia vai ser mais do que nós não tarda nada" pode ler-se:

"O segundo barómetro da Associação Business Roundtable Portugal (BRP) mostra um aumento do pessimismo entre os líderes de 42 das maiores empresas que operam no país. O sentimento, no entanto, é menos negativo na perspetiva sobre os próprios negócios do que no cenário que preveem para Portugal. O secretário-geral Pedro Ginjeira avança uma explicação e insiste que o pais tem de ter mais ambição.

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A previsão para cada um dos negócios é mais otimista do que para a economia como um todo. Como se explica a diferença?

Há duas explicações. Uma é que há coisas que nós controlamos, que são as nossas. E há as outras que nós não controlamos, que são o resto da economia. E sobre aquelas que nós controlamos e sobre as quais temos mais informação é natural que tenhamos uma visão por vezes diferente daquela que temos sobre o resto Por outro lado. estas 42 empresas são grandes, mais sofisticadas.com uma profissionaliração de gestão, que é um dos temas nos quais temos insistido. Isto traz maior capacidade de perceber o que são os problemas, os riscos, as oportunidades que existem e de nos prepararmos para elas e portanto, ter maior resiliência."


 Não concordo com as explicações acima. Acredito que estamos perante uma situação algo semelhante ao que se passou no tempo da troika. Muitas das empresas que compõem a Associação BRP são exportadoras e, por isso, é natural que perspectivem um futuro menos problemático do que o que perspectivam para a economia portuguesa. Recordo o tema do by-pass ao país:

quarta-feira, novembro 16, 2011

By-pass aos bancos... uma Kiva para PMEs?

O by-pass aos bancos é um tema que cada vez mais abordo aqui no blogue:
Há dias no twitter, numa conversa privada escrevia: "á cada vez mais gente inquieta com o seu dinheiro no banco e que veria com bons olhos financiar em pequenas fatias alguns projectos empresariais"
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Ontem descobri algo nesse sentido:
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"A Fundbox, liderada por Rui Alpalhão, está a dinamizar a reabilitação urbana em Coimbra e Porto, juntando fundos privados, sociedades de reabilitação e proprietários."
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Se se pode arranjar capital para o imobiliário que é, na minha humilde opinião uma das opções mais arriscadas no momento, não será muito mais rentável um fundo para financiar empresas exportadoras?
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Tantas empresas com encomendas firmes de grandes marcas internacionais e com dificuldade em conseguir dinheiro dos bancos... porque não são um alvo interessante para um fundo?
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Risco quase nulo para lidar com contas caucionadas.
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Salvo as devidas distâncias seria uma espécie de Kiva para apoiar PMEs em áreas com potencial de crescimento. O truque seria em não confiar em algoritmos bancários, seria acima de tudo através do contacto e observação de casos concretos.
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Será que tem pernas para andar?

quarta-feira, abril 16, 2008

Fazer o by-pass ao país

Fazer o by-pass ao país é o que recomendo neste blogue já há alguns anos (basta pesquisar "by-pass").
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O DN de hoje, com o artigo "PME viradas para a exportação são o futuro da economia", assinado por José Manuel Oliveira volta a abordar o tema.
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"O futuro da economia portuguesa passa pelas Pequenas e Médias Empresas (PME) viradas para os mercadores exteriores, bem como por empresas de menor dimensão com pequenos negócios surgidos a partir das universidades na área das tecnologias e na aposta em marcas. "
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O futuro, para um país pequeno como o nosso está, passa por emular as características da Al-Qaeda: rapidez, flexibilidade, pragmatismo.
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O futuro não é o preço. Preço implica volume, volume não casa bem com um pequeno país.
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""A esperança está nas PME e em iniciativas muito inovadoras", reforçou aquele especialista, para quem o motor da economia "não é o Estado nem o consumo privado"." (palavras de Daniel Bessa)
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E isto é algo que os últimos governos portugueses não percebem, ou não acreditam, daí nunca concretizarem o "choque fiscal", querem controlar tudo, está-lhes no ADN, está-lhes na massa do sangue.
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Daí o açambarcamento do QREN pelas grandes empresas... (embora não acredite na bondade dos efeitos dos fundos comunitários a longo prazo, mas isso é outra estória).
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Noutro contexto:
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"Um dos aspectos a que concedeu especial ênfase perante uma plateia com cerca de meio milhar de pessoas, na sua maioria empresários, foi o alerta para o risco de recessão em Espanha, onde na sua opinião e apesar de um outro potencial têm sido seguidos "mais ou menos os mesmos erros" do que aconteceu em Portugal. A Espanha "vai passar por uma aterragem muito violenta", vaticinou Daniel Bessa.

sexta-feira, março 01, 2013

O by-pass

Há anos que recomendamos aqui, primeiro o by-pass ao Estado e, depois, o by-pass ao próprio país. Por isso, isto é música para os nossos ouvidos "“Os portugueses fascinam-se com o Estado”" e Miguel Noronha em "O Isurgente" pinta bem o quadro em "Portugal socialista"

terça-feira, dezembro 14, 2021

É preciso trabalhar na originação de valor.

O @walternatez mandou-me o link para este artigo "Como meia dúzia de cêntimos mudaram a história da Comur".

Um artigo sobre o tema da subida na escala de valor.

"O primeiro passo foi criar uma estratégia diferenciadora e apresentá-la à grande distribuição, mas esbarrou na barreira do preço. A solução passou pela eliminação de intermediários."

Lembrou-me o velho exemplo da Frank Perdue Chicken Farms, e a importância da paciência estratégica. Se a distribuição não está alinhada com a orientação estratégica talvez tenha de se fazer o by-pass à distribuição.

"Não percebendo muito do setor tivemos muita ingenuidade e isso foi meio caminho andado para criar diferenciação face aquilo que já existia."

Lembrou-me a velha estória do suíço que veio para cá produzir azeite

"achámos também, por outro lado, que as conservas tinham um posicionamento económico muito baixo com muito pouco valor percecionado. Reinava a ideia de que a conserva é um produto de cêntimos."

Lembrou-me o comentário que fiz ao posicionamento das conservas da Comur em "Conservas e pricing" e em "Preço e JTBD são contextuais".

"O primeiro passo foi tentar criar algo de diferente e apresentá-lo à grande distribuição e esbarrámos na mesma barreira que quase todo o agroalimentar português esbarra e que é a grande dificuldade: preço, preço, preço. [Moi ici: Lembrou-me logo o exemplo da Raporal em "A prova do tempo... tudo por causa de um Pingo Doce"] A grande distribuição não estava para acompanhar aquilo que era a nossa intenção de valorizar e posicionar adequadamente e procuramos alternativas. Quase sempre a inovação surge da necessidade. A necessidade é o maior motor para rasgar o convencionado e como não conseguimos através de nenhum distribuidor contar a nossa história, fomos obrigados a ir por outras vias."

Fazer o by-pass à distribuição permite que uma maior fatia do valor actual seja capturada pela empresa, uma vez que elimina o intermediário. E lembrou-me um velho esquema de Larreché:

Fazer o by-pass à distribuição aumenta a captura de valor. No entanto, é preciso trabalhar na originação de valor.

"O caminho para toda a economia portuguesa e não apenas para setor do pescado ou das conservas só pode assentar na criação de valor acrescentado."

Repito, é preciso trabalhar na originação de valor.

domingo, fevereiro 22, 2009

The collapse of manufacturing

A revista The Economist do próximo dia 27 de Fevereiro inclui um artigo que espelha bem a situação que vivemos "The collapse of manufacturing"
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Julgo que quem trabalha no estado não faz ideia da dimensão do tsunami que está a varrer a indústria em Portugal e no resto do mundo. As notícias de encerramento de fábricas e de novos desempregados que surgem todos dias nos jornais e televisões são um pálido reflexo do que está a acontecer.
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O colapso da procura está a gerar o colapso da Indústria a nível mundial:
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"$0.00, not counting fuel and handling: that is the cheapest quote right now if you want to ship a container from southern China to Europe. Back in the summer of 2007 the shipper would have charged $1,400. Half-empty freighters are just one sign of a worldwide collapse in manufacturing.
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In Germany December’s machine-tool orders were 40% lower than a year earlier. (aqui é que se nota a influência do credit-crunch, quanto maior ou mais complexa a máquina, mais cara. Quanto mais cara maior a necessidade de recorrer ao crédito se não há crédito... ) Half of China’s 9,000 or so toy exporters have gone bust.
Taiwan’s shipments of notebook computers fell by a third in the month of January.
The number of cars being assembled in America was 60% below January 2008."
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"Industrial production fell in the latest three months by 3.6% and 4.4% respectively in America and Britain (equivalent to annual declines of 13.8% and 16.4%). Some locals blame that on Wall Street and the City. But the collapse is much worse in countries more dependent on manufacturing exports, which have come to rely on consumers in debtor countries (isto é motivo para reflexão a seguir). Germany’s industrial production in the fourth quarter fell by 6.8%; Taiwan’s by 21.7%; Japan’s by 12%—which helps to explain why GDP is falling even faster there than it did in the early 1990s. Industrial production is volatile, but the world has not seen a contraction like this since the first oil shock in the 1970s—and even that was not so widespread. Industry is collapsing in eastern Europe, as it is in Brazil, Malaysia and Turkey. Thousands of factories in southern China are now abandoned. Their workers went home to the countryside for the new year in January. Millions never came back."
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Gary Klein no seu livro "Sources of Power" tem um capítulo intitulado "The Power of Rational Analysis and the Problem of Hyperrationality". A racionalidade é preciosa mas tem limites. Os humanos usam a racionalidade para perceber a realidade que os rodeia, só que a racionalidade não apanha a verdadeira realidade, apenas capta um reflexo da realidade e, por isso, ao usarmos a racionalidade devemos ter sempre em conta que ela pode dar-nos respostas incorrectas ou imperfeitas quando a tentamos aplicar a contextos cheios de ambiguidade, a contextos que requerem cálculos assentes em julgamentos subjectivos, a contextos com uma explosão de combinações entre factores. Daí que ao longo da minha vida vá respeitando cada vez mais a tradição, porque percebo que a tradição resulta do teste da realidade ao longo de gerações e é meta-racional, ora está em consonância ou em dissonância com a racionalidade, por que aos antigos de pouco interessava o politicamente correcto, o que eles queriam era algo que fosse eficaz, racional ou mágico, algo que funcionasse.
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Por que escrevo isto?
Racionalmente sou contra o proteccionismo. Para mim o proteccionismo é uma espécie de racismo de mercado, que premeia uns concorrentes em detrimento de outros, não com base na sua capacidade de satisfazer os clientes mas com base em factores como a sua localização geográfica.
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Mas será que a ausência de proteccionismo vai gerar sempre estes desiqulibrios relatados no artigo? Uns países transformam-se em grandes exportadores (por concorrência limpa ou não - quando nós portugueses desvalorizávamos o escudo para nos tornarmos mais competitivos estávamos a fazer concorrência limpa?) outros países transformam-se em grandes importadores, depois, os exportadores começam a financiar as sociedades importadoras com as suas poupanças para que elas continuem a importar apesar da diminuição da sua capacidade de criar riqueza (isto faz-me lembrar as estórias dos colonos que obrigavam os trabalhadores da sanzala a comprar os bens para a sua subsistência na sanzala e que acabavam mais pobres, ou com pior vida do que os escravos) até que as sociedades importadoras, endividadas até à medula colapsam. Como as sociedades exportadoras vivem à custa das sociedades importadoras o seu colapso vem a seguir e ainda é pior.
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Será que temos de abandonar o racional que nos diz que o proteccionismo é mau? Será que estou a falar de proteccionismo? Sinto é que é preciso aqui um certo equilibrio dinâmico entre consumo ou nível de vida e riqueza efectivamente produzida, consumo baseado em poupança não em crédito fornecido pelas sociedades exportadoras. Será que passará pelo limite à obtenção de crédito extra bloco económico? Será que passará pela indústria ter de fazer by-pass aos grandes distribuidores para evitar o aperto que faz deslocalizar as produções? (algo na sequência disto Whoever owns the job... mas não para o posto de trabalho mas para a cadeia de valor... quer dizer... este by-pass nos dias que correm tem um nome, chama-se 'marca'. Mas para quem não a tem ...
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Não tenho respostas, só dúvidas e questões.
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Depois, durante o colapso da procura e da indústria, durante o percurso da vaga do tsunami, muitas vozes na indústria levantam-se a exigir apoios aos estados.
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"Having bailed out the financial system, governments are now being called on to save industry, too. Next to scheming bankers, factory workers look positively deserving. Manufacturing is still a big employer and it tends to be a very visible one, concentrated in places like Detroit, Stuttgart and Guangzhou. The failure of a famous manufacturer like General Motors (GM) would be a severe blow to people’s faith in their own prospects when a lack of confidence is already dragging down the economy. So surely it is right to give industry special support?
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Despite manufacturing’s woes, the answer is no.
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There are no painless choices, but industrial aid suffers from two big drawbacks. One is that government programmes, which are slow to design and amend, are too cumbersome to deal with the varied, constantly changing difficulties of the world’s manufacturing industries. Part of the problem has been a drying-up of trade finance. Nobody knows how long that will last. Another part has come as firms have run down their inventories (in China some of these were stockpiles amassed before the Beijing Olympics). The inventory effect should be temporary, but, again, nobody knows how big or lasting it will be.
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The other drawback is that sectoral aid does not address the underlying cause of the crisis—a fall in demand, not just for manufactured goods, but for everything. Because there is too much capacity (far too much in the car industry), some businesses must close however much aid the government pumps in. How can governments know which firms to save or the “right” size of any industry? That is for consumers to decide. Giving money to the industries with the loudest voices and cleverest lobbyists would be unjust and wasteful. Shifting demand to the fortunate sector that has won aid from the unfortunate one that has not will only exacerbate the upheaval. One country’s preference for a given industry risks provoking a protectionist backlash abroad and will slow the long-run growth rate at home by locking up resources in inefficient firms."
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O artigo termina com uma entoação que não aprecio... em vez de poupança, com a natural quebra no consumo, um apelo ao crédito...

sexta-feira, junho 08, 2012

Experimente espreitar os bastidores

"Most companies sabotage their own innovation processes without meaning to.
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3. You're trying to fit innovation into the structure that you have. Brad Anderson, the very wise recent CEO of Best Buy, made an observation that has stuck with me. "Organizations have habits," he said. "And they will stick to their habits even at the risk of their own survival." Nowhere is this more evident than when organizations try to make innovations fit into the structures that they have, rather than creating new structures that better support them.
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That's true partly because today's structures exist to solve a problem that presented itself in the past. Many organizations were once structured to ensure that each function operated with maximum efficiency ... then re-organized into strategic business units to be more outwardly focused ... then re-organized to capture core competencies ... then reorganized because this left them vulnerable to disruptive innovation ... then — well, you get the idea. The main lesson here is that an innovation probably won't be well served by the organizational structure that supports the existing business."
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Nestes tempos de mudança acelerada isto devia fazer reflectir muita gente. Tantas empresas habituadas a trabalhar para o mercado interno e que agora têm de mudar de vida... e que agora têm de mudar de hábitos.
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E é tão difícil mudar de hábitos... 
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Alberto da Ponte afirma "Oportunidades não vão estar em Portugal nos próximos tempos" e deixa-me com sentimentos mistos. Sim, eu sei, as vendas no retalho português caem há mais de um ano. Sim, eu sei, defendemos aqui as exportações há muitos anos. Sim, eu sei, já escrevi sobre o by-pass ao país... mas eu sou um contrário (lembro-me de ter 5 anos, em 1968/69 e ouvir os meus pais falarem sobre conhecidos que eram do "contra") e quando o mainstream assume o by-pass ao país eu páro. Levanto-me, deixo de olhar para o palco, para onde todos os olhos estão centrados e, vou espreitar os bastidores, aquilo que está escondido.
O que mudou foi o poder de compra das pessoas, não as suas necessidades, aspirações e desejos... quantos passaram da posição C para a posição A? E quantos passaram para a posição B?
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O grande hábito é o modelo mental que nos aprisiona... olhem para uma análise SWOT feita recentemente na vossa empresa. Olhem para as oportunidades identificadas... quantas assentam em novidades e quantas assentam na extensão do passado?
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terça-feira, agosto 09, 2011

Em vez de atacar de frente, flanquear, fazer o by-pass para chegar à mente de quem (verdadeiramente, no fim) manda nos donos das prateleiras

Acabo de ler no Público on-line este artigo "Maçã de Alcobaça de boa saúde". Alguns comentários:
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"A par da pêra-rocha, a maçã de Alcobaça vive também dias felizes no Oeste. A fileira (cluster) deste fruto já emprega 2500 pessoas, 20 por cento das quais são quadros qualificados relacionados com a engenharia agrícola e alimentar.(Moi ici: E quantos na área do marketing dedicados a criar uma marca?) Em 2010, foram produzidas 40 mil toneladas desta maçã que representaram uma facturação de 40 milhões de euros. A exportação representa 15 por cento das vendas, sobretudo para Inglaterra e Irlanda, mas também para Angola e Cabo Verde.
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Jorge Santos, presidente da Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA), diz que a internacionalização não é uma aposta estratégica porque ainda há muito espaço em Portugal para este mercado crescer, substituindo até a maçã importada.

O sector tem vindo a consolidar-se graças ao associativismo dos produtores e ao maior peso da actividade agro-alimentar, que faz com que, por exemplo, se venda maçã fatiada em embalagens de plástico (Moi ici: Já contactaram empreendedores interessados em máquinas de vending com fruta fatiada ou não nas empresas, nas universidades, nas cantinas, ...) e em sumos com elevada densidade de polpa.

É isso que explica o emprego de cada vez mais especialistas neste sector, desde engenheiros agrónomos nos pomares, até aos técnicos de qualidade à saída das linhas agro-industriais.

Apesar das facturações crescentes e do sector não ter perdido valor com a recessão, Jorge Santos aponta alguns constrangimentos que exigem uma maior intervenção do Estado.

"Não reclamamos subsídios nem somos a favor deles. (Moi ici: Aleluia!!!) Mas queremos que o Governo regule (Moi ici: Demasiado perigoso confiar nessa entidade pedo-mafiosa) o mercado e os oligopoderes que nos espartilham", diz Jorge Santos.

E que oligopoderes são esses? As energias, a banca e a distribuição. Sem energia não há regas, não há tractores no campo, nem unidades de armazenamento nem linhas de produção. Sem banca não há crédito. E sem a distribuição não há escoamento do produto, sobretudo para as grandes superfícies.

"Só que os três atingiram uma posição assustadora que violenta a relação com os produtores. Sobretudo a distribuição tem um peso excessivo contra o qual nós nada podemos. São eles que ditam os preços." (Moi ici: Só há uma forma de lidar com o poder dos donos das prateleiras, seguir o exemplo da Purdue e começar a fazer-lhe o by-pass. Criem uma marca, associem essa marca a maçãs saborosas, não às insípidas maçãs importadas porque colhidas muito cedo. Usem a internet para chegar ao consumidor, não poderão escoar a maioria da produção mas começarão a criar na mente do consumidor um lugar para a marca. Por exemplo, há 2 anos elogiei aqui no blogue as maçãs de Moimenta da Beira à venda no Pingo Doce. Meses depois, as embalagens de maças vendidas sob a marca Pingo Doce deixavam de trazer a localização da produção. Em vez de guerra declarada, estudem Nirmalya Kumar, estudem Thomassen et al. O que a distribuição faz em Portugal, não é diferente do que se faz nos outros países, por isso não adianta ladrar-lhes, há que os vencer no seu próprio jogo: o poder da prateleira tem limites.) Jorge Santos diz que em 1992 havia 15 insígnias de supermercados para os quais vendiam maçã de Alcobaça, mas hoje há apenas cinco."
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No livro de Christian Gronroos "Service Management and Marketing" pode-se ler:
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“As reported by Sheth and Sisodia, from 1947 to the mid-1990s manufacturing and operations costs decreased from 50% to 30% of total costs, and during the same period management and administrative costs have decreased from 30% to 20% of total costs. Meanwhile, marketing’s share of total costs has increased from 20% in the 1940s to 50% in the 1990s. Since then no major change for the better has taken place.”

segunda-feira, dezembro 30, 2013

Fazer o by-pass à distribuição

Ainda ontem escrevia aqui sobre o "Mudar de vida":
"Várias vezes aqui no blogue já escrevi sobre os que protestam impotentes contra os preços a que são obrigados a vender o fruto do seu trabalho, a agricultura e a pesca são casos recorrentes.
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Normalmente aconselho a fazer o by-pass à distribuição e a mudar o posicionamento, a internet facilita essa transição para uma integração vertical."
Hoje, encontro este exemplo concreto "Agricultura sustentável vendida em cabazes, do produtor ao consumidor":
"Esta associação constatou que no seu território existia “um conjunto de pequenos produtores que toda a vida tinham trabalhado na agricultura, mas não conseguiam escoar a sua produção”, porque não tinham dimensão para vender para as grandes superfícies ou não tinham conhecimentos na área da comercialização. A ADREPES verificou ainda que existia naquele perímetro um conjunto de cidades de média dimensão com consumidores receptivos aos produtos locais.
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“Feito o diagnóstico, começámos a trabalhar com os produtores, que sozinhos não tinham a diversidade e a quantidade necessárias, mas que, em associação, já reuniam estas características”"
Há menos de seis meses que sou cliente semanal da "Sabores Aos Molhos". Recebo um ficheiro excel com as ofertas da semana e os preços e, escolho o que quero e as quantidades. A entrega é feita à sexta-feira.
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Em "Concentram-se nos custos" citei:
""You don't look at it as one million units sold. You look at it as one unit sold a million times."
E quando olho para os brócolos, ou para os alhos franceses, ou para as acelgas, ou para os espinafres... e comparo com o que costumava trazer do Continente dou do Pingo Doce, não tem nada a ver. Parece que cada unidade foi escolhida a dedo!!!
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Lê-se Daniel Bessa, André Macedo, Jaime Quesado e tantos outros e a mensagem é tecnologia e mais tecnologia em sectores de ponta...
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E volto sempre a 2006:
"there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”"
Como ainda esta noite conversava com o outro lado do Atlântico, a necessidade, o JTBD, mantém-se, o que muda é a forma de o realizar, desde os trovadores da Idade Média até ao iPod. Não precisamos de enveredar por tentativas esotéricas condenadas ao fracasso de pôr os macacos a voar.

domingo, janeiro 05, 2014

"most farmers aren’t naturally value-added producers"

Um longo e interessante artigo sobre o by-pass à distribuição grande em "From Farm to Table", um tema abordado ainda há poucos dias aqui no blogue.
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A descrição de um estado de desenvolvimento em que os mercados de produtores locais já estão saturados e é preciso dar o passo seguinte:
"“Farmers’ markets aren’t sexy anymore,” ... “The problem is that we were really good at launching farmers’ markets, and we launched a whole bunch of them, and we gave them just enough rope to hang themselves. So now there’s all these farmers’ markets that have really low capacity.”
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Farmers’ markets account for less than 1 percent of food sales in the United States. They are the window dressing. If the sustainable food movement is to become a true movement with any measurable impact on the way America feeds itself, it must find a way to reach beyond the early adopters. It must make it much easier for local producers and consumers to find each other. It must restore the regional infrastructure that withered with the rise of the national distributors, who have little interest in working with local operations. What we need is a system of local “food hubs” that can process and bundle local foods and deliver them to the places where America eats."
Interessante:
"“The farmers were complaining about not making enough money. The only way farmers are going to make more money is by getting more value out of their products. But I think it’s fairly safe to say that most farmers aren’t naturally value-added producers.”
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How do you “value-add”? “Through processing. Through delaying the availability of a product until you can get a higher price—storage. By getting your product to places that you haven’t had it in the past—distribution. And by running your business better—incubation.”"
E claro, uma filosofia que se saúda neste blogue:
"In fact, Robin purposely founded the Mad River Food Hub as a for-profit enterprise. “One of our core values was that we would not take any public funds for operations. If you have grants coming in, then your organization is sustainable only as long as the grants are coming in. We live and die on our own. There’s no one here to save us. The only way we can bring money into the organization is by adding to the success of companies using the food hub.”" 

quinta-feira, julho 28, 2011

Austrian Economics e comentários à luz de Service-Dominant Logic

"Menger insists throughout his work that value is essentially subjective, and that therefore economics must be in the main a subjective science. Goods have no inherent value in themselves. They are valued because they help to satisfy some human want or need."
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Não, não é um texto sobre service-dominant logic.
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"in a given community the exchange value of a given increment of each good will be determined by the relation between its total available quantity and the intensity of the human need or want that it fills."
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"Thus while the classical Ricardian doctrine held that the "normal" value of consumption goods was determined by their "cost of production," the Austrian doctrine holds that the "cost of production" itself is ultimately determined by the value of consumption goods.
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These two doctrines can be partly reconciled in the statement that though what a good has cost to produce cannot directly determine its value, what it will cost to produce determines how much of it will continue to be made. It is the limit that cost of production puts upon the total quantity of a good produced that determines its marginal value and therefore its market price."
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Agora algo que a service-dominant logic já ultrapassou com a subordinação da troca à experiência durante o uso.
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"To return to Menger: His Principles of Economics next presents a "theory of exchange." In this he points out that men do not buy from or sell to or exchange with each other merely because of a "propensity of men to truck and barter," as implied by Adam Smith, but because each man seeks to maximize his satisfactions (Moi ici: maximize or satisfice?) by exchanging what he values less for what he values more. In this way the satisfaction of all is increased. Exchange is thus an integral part of the whole process of production. (Moi ici: E para lá da troca, não esquecer a experiência do valor durante o uso )  What is being produced is value. (Moi ici: Aqui também há contribuições importantes da service-dominant logic como ilustra esta figura sobre produção versus co-criação de valor) Menger's whole theory of price, to repeat, is developed on the basis of "the subjective character of value.""
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E, para terminar uma referência à treta da macroeconomia neo-clássica:
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"Now "general equilibrium" is defined by these economists (when it ever is) in highly abstract and obscure phrases; but for laymen it might be defined as a condition in which all the tens of thousands or millions of commodities and services are being turned out in the exact quantities and proportions in which they are relatively wanted by producers or consumers, so that there are no "shortages" or "surpluses." All prices reflect costs, and there is no more profit in making one commodity than any other. (In fact, there is no "pure" profit at all.) These economists admit that at any moment this condition does not exist, but they contend that there is a constant long-run tendency toward equilibrium, because when there is an unusual profit in turning out some one product, producers will turn out more of it, and when there is a loss in turning out some other product, producers will make less of it, or transfer to making something else.
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The concept itself is extremely nebulous. Neoclassical economists seem obsessed today with setting up complicated algebraic equations stipulating the conditions of equilibrium or functional relations under "perfect competition" and the like, but it is difficult to specify precisely what their x's and y's stand for. They cannot refer to physical quantities, because you cannot add apples to horses, or a ton of gold watches to a ton of sand. One might add or compare quantities times prices, but what would be the meaning of the total, or any of the parts that make it up? The price, even of one commodity, differs from hour to hour, place to place, and transaction to transaction. The value of the currency itself fluctuates and constantly changes its exchange ratio with commodities. If we simply add or compare "values," then we must recognize that values are purely subjective. They are impossible to measure or to total because they differ with each individual.

If we pass over these fundamental difficulties, where do we arrive? Even if we assume that there may be a persistent long-run tendency toward general equilibrium, we must admit that there is also a persistent short-run and long-run tendency toward the persistence of disequilibrium.

This is not only because there is a tendency of entrepreneurs, in increasing or reducing production in response to market and profit signals, to overshoot the mark, but because individual entrepreneurs, so far from making merely automatic responses, are constantly gaining new knowledge, alert to new opportunities, changing methods and reducing production costs, improving products, innovating — turning out entirely new products or inventions. And consumers too are constantly learning, changing tastes, and demanding new products to meet new wants. So Austrian economists seldom speak of market equilibrium, but of the market process."
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Trechos retirados de "Understanding "Austrian" Economics"
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BTW "For Love of Laissez-Faire"

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Os modelos de negócio e a criação de valor (parte II)

Continuado daqui.
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"In the most basic sense, a business model is the method of doing business by which a company can sustain itself—-that is, generate revenue. The business model spells out how a company makes money by specifying where it is positioned in the value chain.
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“The functions of a business model are to:
  • articulate the value proposition, that is, the value created for users by the offering based on the technology;
  • identify a market segment, that is, the users to whom the technology is useful and for what purpose; (Moi ici: Talvez seja verdade no mundo da tecnologia, mas no mundo dos serviços e da indústria o meu conselho é: primeiro, identificar os clientes-alvo; segundo, articular qual é a proposta de valor)
  • define the structure of the value chain within the firm required to create and distribute the offering; (Moi ici: Depois do quem e do quê vem o como. Que mosaico de actividades entrelaçar numa receita sinérgica)
  • estimate the cost structure and profit potential of producing the offering, given the value proposition and value chain structure chosen;
  • describe the position of the firm within the value network linking suppliers and customers, including identification of potential complementors and competitors;
  • formulate the competitive strategy by which the innovating firm will gain and hold advantage over rivals.
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(Moi ici: Segue-se uma verdade muitas vezes esquecida nas empresas) The business model must then specify a group of customers or a market segment to whom the proposition will be appealing and from whom resources will be received. A customer can value a technology according to its ability to reduce the cost of a solution to an existing problem, or its ability to create new possibilities and solutions. Importantly, different prospective customers may desire different latent attributes of the technology. Thus, there is no single inherent value for the technology: if it subsequently were to be developed in different ways, it would likely accrue different value to its developer. Value, of course, is an economic concept, not primarily measured in physical performance attributes, but rather what a buyer will pay for a product or service."
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Por isso é que, nos tempos que correm, já não basta produzir... atentemos num exemplo que nada tem a ver com a tecnologia:
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"Produtores de citrinos do Algarve em dificuldades devido a quebra no consumo"
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Não há ninguém nestas cooperativas de citricultores que seja capaz de pensar para além da tradição? Não seria tempo de repensar o modelo de negócio que utilizam?
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Será que isto "Traceability rule represents major adjustment for food industry" algum dia será realidade por cá? Será que as preocupações que levaram a isto podem ser usadas por cá para chegar a um mercado-alvo?
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Será que o exemplo da Perdue sobre como fazer o by-pass inicial à grande distribuição pode ser instrutivo?

quinta-feira, abril 15, 2021

Outra epifania!

Ontem a meio da minha habitual caminhada de 6 km antes das 8h da manhã a certa altura tive uma epifania. 

Nos primeiros anos deste século dei comigo a trabalhar com PMEs e a aprendermos como fazer face à concorrência chinesa. Agora, voltamos ao mesmo desafio, só que já não tem nada a ver com chineses... tem a ver com a internet e os seus gigantes digitais.

Se dantes era: como fazer o by-pass à China?

Agora será: como fazer o by-pass aos gigantes digitais?

Há 20 anos o desafio passou por encolher, subir na escala de valor e trabalhar para certo tipo de clientes-alvo. O novo desafio passará por voltar a apostar nesses três vectores.

Esta manhã li no JN a notícia da falência da Coelima. Fez-me recuar a isto em 2011 "A política misturada com os negócios". Em dez anos, aquela que chegou a ser a maior empresa têxtil do mundo (quando nós eramos a china, antes de haver China), encolheu para 250 trabalhadores.

domingo, abril 13, 2008

Um caminho para a farmácia do futuro?

Em 2005, fui convidado pela Ordem dos Farmacêuticos, para dar várias acções de formação sobre o tema "Balanced Scorecard." Como se tratava de um sector que desconhecia procurei e li toda a informação que encontrei na internet sobre as farmácias em Portugal.
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Como não conhecia as restrições legais a que a actividade está sujeita (hoje também não as conheço, mas suspeito) à medida que lia ia começando a imaginar como podia ser a farmácia do futuro.
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Assim, esqueçamos por momentos eventuais restrições legais, esqueçamos por momentos a fricção entre farmacêuticos e médicos e concentremo-nos nas oportunidades futuras.
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Vectores políticos: Salvar o Serviço Nacional de Saúde vai implicar (não quer dizer que concorde com tudo isto, mas é o que depreendo que as mentes dos políticos do PS, PSD ou CDS pensarão, tendo em conta a necessidade de conter o orçamento da Saúde):
  • cortar ao máximo os atributos actualmente fornecidos;
  • reduzir o número de funcionários por cada 100 utentes;
  • reduzir e concentrar as unidades prestadoras de serviços de saúde.
Salvar a Segurança Social:
  • cortar benefícios e atributos;
  • apostar na medicina preventiva, reduzir os casos agudos que obrigam a internamento (Mais de 70 por cento das despesas de saúde em muitos países europeus são motivadas por doenças crónicas)
Vectores demográficos: População cada vez mais envelhecida:
  • sozinha, a precisar de companhia, de compreensão e de atenção humana, ou seja a precisar de tempo (algo que vai contra a eficiência a impôr progressivamente aos funcionários do Serviço Nacional de Saúde);
  • com mobilidade reduzida;
  • com um orçamento muito limitado e que cada vez mais chega para menos;
  • o que vai submeter a Segurança Social a uma tensão medonha;
Vectores sociais: População cada vez mais concentrada em 3/4 grandes cidades e o resto disperso por um país progressivamente desertificado:
  • o que reforça a política de reduzir e concentrar unidades de saúde;
  • o que reforça o sentimento de abandono por parte das populações dispersas pelo país
Vectores económicos: O esforço de contenção do deficite ainda agora começou e até agora só se mexeu na receita, ainda está por actuar ao nível da despesa.
  • o que reforça, o que alimenta os vectores políticos.
Algo que me salta à vista, por fazer sentido, por fazer sentido independentemente do resto, porque é intrínsecamente positivo e, além disso é influenciado positivamente pelos outros vectores é a aposta na medicina preventiva e controlo das doenças crónicas.
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Coisas como: alimentação saudável; hipertensão; diabetes; sida (?); osteoporose; doença cerebrovascular; doença coronária; obesidade, insuficiência cardíaca; cancro e rastreio do cancro da mama, colo do útero e colo-rectal; alergias; doenças pulmonares; doenças hepáticas; depressão.
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Os portugueses com um orçamento familiar mais composto já hoje fazem o by-pass ao Serviço Nacional de Saúde por questões de conveniência (localização, rapidez, atendimento, flexibilidade, horários... quando os meus filhos passaram pela idade de ter de tomar vacinas não comparticipadas, comprava as vacinas na farmácia e alegremente pagava 3€ num centro de enfermagem, ao principio da noite, em vez de elas serem tomadas no hospital ou centro de saúde, de borla, mas à hora que eles queriam e no dia da semana que queriam).
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Muitos portugueses com um orçamento familiar menos composto, já hoje fazem sacrifícios e fazem o by-pass ao Serviço Nacional de Saúde por questões de conveniência.
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Portanto, uma oportunidade de negócio win-win é apostar na medicina preventiva, dirigida a uma população cada vez mais envelhecida, sozinha, a precisar de atenção e economicamente débil.
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Quem é que já está em todo o lado, em todo o País e não recua? Quem é que tem horários de funcionamento alargados? Quem é que já inspira confiança na comunidade? A quem já se pede um conselho a nível de medicamentos não sujeitos a recita médica? Quem é que na saúde tem uma relação mais saudável cliente-prestador de serviço? (Não são tratados como utentes, existe alguma concorrência, pode-se mudar de prestador rapida e facilmente?).
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A FARMÁCIA!!!
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Assim, a demografia e a pressão orçamental (a mãe de todos os vectores na saúde) hão-de inexoravelmente levar a criar condições para que a iniciativa privada, as farmácias de comunidade do futuro, se re-inventem e em colaboração com médicos criem micro-centros de medicina de prevenção.
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Na altura isto pareceu-me tão claro, tão líquido...
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Por que é que me lembrei disto?
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Primeiro, descobri este artigo "Outsmarting the Competition" de James Champy (co-autor do clássico "Reengineering the Corporation") na revista Business Week.
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O artigo refere uma "experiência" empresarial a MinuteClinic. O que é, o que faz a MinuteClinic?

"MinuteClinic, Inc. provides retail health care for professionals and working parents in the United States. It offers treatment for common illnesses, such as allergies, bladder infections, bronchitis, ear infections, pink eye and styes, sinus infections, strep throat, and swimmer’s ear. The company also offers vaccines for diphtheria, tetanus, pertussis, flu, hepatitis, meningitis, measles, mumps, rubella, pneumonia, polio, and tetanus; treatment for various skin conditions, such as athlete’s foot, cold sores, deer tick bites, impetigo, minor burns, minor skin infections and rashes, minor sunburn, poison ivy, ringworm, and wart removal; and additional services, such as flu diagnosis, mononucleosis, and pregnancy testing services."
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E para cúmulo...
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"MinuteClinic Inc. announced that the company will open its 500th clinic with the addition of three new health care centers. These locations will open at CVS/pharmacy stores in the Dallas, Los Angeles and Orlando metropolitan areas. "
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"MinuteClinic Inc. opened 14 health care centers at CVS/pharmacy stores in Los Angeles, Orange and San Bernardino counties."
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"MinuteClinic Inc. has opened the Philadelphia area's first in-store clinics at seven CVS/pharmacy stores in Southeastern Pennsylvania and Southern New Jersey"

Mais uma vez: só são especulações de um outsider, que não conhece as restrições legais actuais mas procura perceber o que pode ser o futuro.

domingo, maio 29, 2011

Outra forma de aconselhar o by-pass ao país

O by-pass ao país tem a vantagem de diminuir a necessidade de contactos com a gelatina pegajosa habituada a práticas pedo-mafiosas com as empresas.
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Seth Godin, por outras palavras, chama a atenção para abrirmos a nossa mente e vermos o mundo de uma forma diferente:
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"The media tries to report on the world economy or the national economy, or even the economy in Detroit or LA. This is easy to talk about, statistically driven and apparently important to everyone.
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Alas, this has virtually nothing to do with your day, your job and your approach to the market. That's because geography isn't as important as it used to be, but more than that, it has to do with the fact that you don't sell to everyone, and the economy is unevenly distributed.
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Economics used to be stuck in town. Now, as markets and industries transcend location, useful economic stats describe the state of the people you're working with and selling to.
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If your segment is stuck, it might make sense to stick it out. It also might be worth thinking about the cost of moving to a different economy."
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Há sempre, sempre uma alternativa à espera de ser co-criada.
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