sexta-feira, novembro 24, 2023

A esperteza do feitor

Lucas 16, 1-13


Recordo


quinta-feira, novembro 23, 2023

Canários na mina

Há dias citei:

"A boa notícia é que vamos assistir à morte das empresas zombie dependentes de taxas de juro artificialmente baixas"

Agora, começo a reparar outros canários na mina.

Por exemplo, no FT de ontem em "The looming threat of fiscal crises" Martin Wolf escreve:

"It is unquestionable that public debt has reached high levels by past standards.

...

So, is public debt disaster looming? If so, will there be defaults, inflation, financial repression (forcible attempts to keep debt cheap), or some combination of all three? If none of these is to happen, what must be done?

...

If governments are going to avoid the risks of a debt explosion and are also not going to resort to surprise inflation or financial repression, they will have to tighten what are mostly still ultra-loose fiscal policies. But will they dare to do so in ageing societies, with slowly growing economies and expanding defence burdens?"

Por exemplo, no WSJ de ontem em "Interest Payments Are Walloping Government Budgets":



"The world spent the past decade-plus taking advantage of rock-bottom interest rates to binge on debt. An unprecedented bill is coming due.

Governments are expected to spend a net $2 trillion paying interest on their debt this year as higher interest rates make borrowing more expensive, up more than 10% from 2022, according to an analysis of International Monetary Fund data by research consulting firm Teal Insights and a separate analysis by Fitch Ratings. By 2027, it could top $3 trillion, Teal Insights says. The surge in interest costs leaves governments with difficult choices."

Como li há dias no Twitter, sempre que o PS "foge" do governo... é um sinal de que tempos negros se avizinham.

 

quarta-feira, novembro 22, 2023

After "Pinto da Costa"

 "Having a CEO around for a long time is often thought to provide a company with consistency. But it can also store up problems, according to new research.

Academics looking into the fall-out from a CEO with a long tenure find that it can "harm" performance, even after they are replaced.

Statistical analysis by a team of academics finds that it appears hard to maintain performance after a long-standing CEO has moved on. There are also higher costs involved with the "clean-up"— restructuring and write offs-after veteran chief executives have departed."

Trecho retirado de "Long-standing CEOs can leave a legacy of trouble for boards

terça-feira, novembro 21, 2023

"Why People Resist Change"

Por que aquilo a que chamamos resistência à mudança acontece como um comportamento perfeitamente normal.


segunda-feira, novembro 20, 2023

"Por isso mesmo, não andemos a dormir como os outros, mas estejamos vigilantes e sóbrios."

Recordar 1Ts 5, 1-6 

"The autumn picture is both clear and gloomy. Europe's CFOs see a challenging winter ahead. Inflation is still elevated and interest rates at levels that are, historically, normal rather than particularly high, but from the rock bottom, near-zero rates of the previous decade and a half. Consumers are struggling with spiralling costs, and CFOs face the same problem: they too are now focusing on major efforts to reduce costs - rather than planning to invest, hire staff and expand. As was the case last autumn, when the Ukraine conflict brought Europe the threat of energy shortages, CFOs are uneasy about the winter that lies ahead and about the risks to economic growth. Their mindset is therefore cautious.

With generative Al, many see the potential to help them reduce costs and improve their business performance in general. Yet, most are still in preparation mode. If competitors find benefits in using generative Al and steal a march on them, they will be swift to join the new trend - provided they can find staff with the knowledge required. If generative Al expands rapidly, competition for the respective skills will become intense.
...
But the worsening in Europe’s current economic picture and its prospects is reflected in a reinforcement of the shift in CFOs’ strategic priorities that began to be evident a year ago—they are focusing on cost reduction. This shift to a defensive strategy is easy to understand: Europe’s CFOs, just like its consumers, are responding to the cost-of-living crisis by tightening their belts."

Acerca do valor do trabalho

A propósito da 1ª leitura da liturgia de ontem, retirada do Livro dos Provérbios, capítulo 31.

A importância do trabalho

domingo, novembro 19, 2023

Por artes mágicas...

 Sexta-feira à noite num canal de TV durante o noticiário vi o relato deste tema aqui registado no JN de ontem

O jornal não refere algo dito na peça televisiva, vários participantes na marcha referiram ter o sector perdido centenas de explorações leiteiras nos últimos anos.

Os políticos criaram uma geração de adultos-crianças...

Factos:
  • Bebe-se menos leite: As mudanças nos padrões de consumo, como a redução do consumo de leite em certas faixas etárias ou a preferência por alternativas ao leite, influenciam a procura.
  • Bebe-se menos leite: Há cada vez menos crianças!
  • Concentração em busca de eficiência: A modernização e a busca por eficiência levam à consolidação da produção em grandes instalações, enquanto as pequenas propriedades podem não ser economicamente viáveis.
  • Regulação e exigências ambientais: Normas ambientais mais rigorosas e exigências de conformidade podem aumentar os custos de conformidade para pequenos produtores. Aqui é interessante, nunca ouvi um político português dizer aos produtores de leite, o que dizem às empresas industriais ou aos condutores de automóveis.
Por artes mágicas, terceiros têm de suportar as explorações leiteiras... por alma de quem?

Sinto tanta falta desta clareza e pragmatismo na comunicação:
"Para o BCE, a situação é mais difícil. "A zona euro encontra-se numa espiral de inflação salarial e a tendência deverá manter-se em 2024", afirma Dixmier. O problema dos aumentos salariais na Europa é que não são motivados pelo aumento de produtividade e, consequentemente, aumentam diretamente os custos das empresas. E as empresas vão querer manter as suas margens, o que irá traduzir-se diretamente em aumentos de preços. Por este motivo, o especialista prevê que o BCE terá de continuar a aumentar as taxas para combater a inflação. "A boa notícia é que vamos assistir à morte das empresas zombie dependentes de taxas de juro artificialmente baixas", acrescenta Virginie Maisonneuve, diretora de Investimento em Ações."

sábado, novembro 18, 2023

Ah! Esquecia-me!!!

Ontem no Twitter fiquei apanhado por esta foto.

Acham que o valor gerado numa actividade como esta é capaz de pagar 820 euros por mês a estes trabalhadores? 

Ah! Esquecia-me! Esquecia-me que estes trabalhadores, muito provavelmente, são dos tais que estão por cá a prestar serviço, mas são pagos por um empregador no Bangladesh, de acordo com as regras do Bangladesh, tal como as empresas de construção portuguesas que vão prestar serviço na Alemanha e pagam salário português aos seus trabalhadores.

sexta-feira, novembro 17, 2023

Depois não se venham queixar das empresas zombies (parte II)

Ontem publicamos aqui no blogue: "Depois não se venham queixar das empresas zombies". 

Volta e meia escrevo aqui sobre o país do absurdo. Querem mais um exemplo? O novo aeroporto de Lisboa. Às segundas, terças e quartas, empertigam-se porque já deveria estar construído e em operação, para às quintas, sextas e sábados protestarem contra o excesso de turismo e contra as alterações climáticas.

Às segundas, terças e quartas, empertigam-se porque temos demasiadas empresas zombies...

para às quintas, sextas e sábados, quando lhes começam a tremer as pernas, protestarem por causa da falta de apoios para elas.

Voltemos ao tema da parte I, a falta de mão-de-obra. Vai ser o novo normal.

Entretanto no NYT de quarta-feira passada encontro "Signs of a Lasting Labor Crunch"

"At Lake Champlain Chocolates, the owners take shifts stacking boxes in the warehouse. At Burlington Bagel Bakery, a sign in the window advertises wages starting at $25 an hour. Central Vermont Medical Center is training administrative employees to become nurses. Cabot Creamery is bringing workers from out of state to package its signature blocks of Cheddar cheese.

The root of the staffing challenge is simple: Vermont's population is rapidly aging. More than a fifth of Vermonters are 65 or older, and more than 35 percent are over 54, the age at which Americans typically begin to exit the work force. No state has a smaller share of its residents in their prime working years.

Vermont offers an early look at where the rest of the country could be headed

...

"All of these things point in the direction of prolonged labor scarcity," 

...

Employers are fighting over scarce workers, offering wage increases, signing bonuses and child care subsidies, alongside enticements such as free ski passes. [Moi ici:a diferença para a parte I é notória] When those tactics fail, many are limiting operating hours and scaling back product offerings.

...

Long-run labor scarcity will look different from the acute shortages of the pandemic era. Businesses will find ways to adapt, either by paying workers more or by adapting their operations to require fewer of them. Those that can't adapt will lose ground to those that can.

"It's just going to be a new equilibrium," said Jacob Vigdor, an economist at the University of Washington, adding that businesses that built their operations on the availability of relatively cheap labor may struggle. [Moi ici: A quem caberá a carapuça?]

...

"You may discover that that business model doesn't work for you anymore," he said. "There are going to be disruptions. There are going to be winners and losers." [Moi ici: Sinto tanta falta deste pragmatismo adulto carregado de bom senso... faz-me voltar ao piquenine e às formigas de 2006

...

The winners are the workers. When workers are scarce, employers have an incentive to broaden their searches - considering people with less formal education, or those with disabilities and to give existing employees opportunities for advancement.

...

Other businesses are finding their own ways to accommodate workers. Lake Champlain Chocolates, a high-end chocolate maker outside Burlington, has revamped its production schedule to reduce its reliance on seasonal help. It has also begun bringing former employees out of retirement, hiring them part-time during the holiday season.

...

"We've adapted," said Allyson Myers, the company's marketing director. "Prepandemic we never would have said, oh, come and work in the fulfillment department one day a week or two days a week. We wouldn't have offered that as an option."

Then there is the most straightforward way to attract workers: paying them more. Lake Champlain has raised starting wages for its factory and retail workers 20 to 35 percent over the past two years.

...

"We need to start looking at immigrants as a strategic resource, incredibly valuable parts of the economy,;" said Ron Hetrick, senior labor economist at Lightcast, a labor market data firm."

Na parte I temos o típico comportamento tuga em que o locus de controlo está no exterior (nós somos uns desgraçados, uns Calimeros, não temos agência, tem de ser alguém no exterior a resolver o nosso problema). Na parte II temos um discurso em que o locus de controlo está no interior.

quinta-feira, novembro 16, 2023

Depois não se venham queixar das empresas zombies

 "Seis em cada dez empresas portuguesas teve dificuldade em contratar pessoas com as competências adequadas às suas necessidades, uma questão que é transversal a todos os setores económicos. Este é mesmo o maior problema identificado pelas PME nacionais nas respostas a um inquérito da União Europeia, no qual reclamam incentivos fiscais, designadamente através da redução da TSU à Segurança Social, e ações de requalificação profissional. Subsídio diretos são também bem acolhidos."

Tendo em conta os sublinhados pergunto: É um problema de falta de mão de obra, ou um problema de incapacidade de pagar o nível salarial para atrair as pessoas?

Será que incentivos fiscais, acções de requalificação profissional e subsídios directos têm a ver com falta de mão de obra, ou são soro para manter empresas em coma?

Depois não se venham queixar das empresas zombies. Deixem as empresas morrer!

Trecho retirado de "PME querem incentivos fiscais para ajudar a combater a falta de mão-de-obra"

quarta-feira, novembro 15, 2023

"However, if surprises happen"

"When the environment is stable, AI can surpass humans. If the future is like the past, large amounts of data are useful. However, if surprises happen, big data - which are always data from the past - may mislead us about the future. Big data algorithms missed the financial crisis of 2008 and in 2016 predicted Hillary Clinton's victory by a large margin.

In fact, many problems we face are not well-defined games but situations in which uncertainty abounds: finding true love, predicting who will commit a crime and reacting in unforeseen emergency situations are examples. Here, more computing power and bigger data are of limited help. Humans are the key source of uncertainty. Imagine how much more difficult chess would be if the king could violate the rules at a whim and the queen could stomp off the board in protest after setting the rooks on fire. With people involved, trust in complex algorithms can lead to illusions of certainty that become a recipe for disaster."

Trecho retirado de "How to Stay Smart in a Smart World: Why Human Intelligence Still Beats Algorithms" de Gerd Gigerenzer 

terça-feira, novembro 14, 2023

A possibilidade do optimismo

Ontem, no postal "Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos" (Parte III) mostrei esta tabela:
Fiquei satisfeito com a evolução dos produtos farmacêuticos. Recordo da semana passada, Menos dor na transição, este trecho:
"É uma boa notícia e um exemplo concreto da teoria dos Flying Geese."
Sobre a instalação de uma empresa farmacêutica no reino do calçado.

O calçado, o têxtil e vestuário estão em queda? Sim, mas isso terá de ser a tendência para criar o nível de produtividade desejado no futuro. 

O que é que o JdN de ontem escolheu para abordar?

Na capa:

Pena que não tenha salientado o lado positivo. Em 10 anos as exportações de produtos farmacêuticos cresceram quase 270%, as de calçado cresceram 10%.


BTW, na mesma capa, ao lado, outro título:








segunda-feira, novembro 13, 2023

"Espero que não vos tremam as pernas quando as empresas começarem a cair como tordos" (Parte III)

Parte II.

Impressionante a radiografia das exportações usando o template tradicional aqui do blogue.

Recordar de Agosto passado: Tudo vai depender do tal jogo de forças (parte VI)


Uma pergunta

Este postal não é uma promoção da guerra, mas o relato breve de uma reflexão superficial que há anos tenho guardada na prateleira.

Há quantos anos Portugal não entra numa guerra a sério? Não falo de guerras lá longe, falo de guerras que podem pôr em causa a existência do estado como o conhecemos?

O que acontece quando uma guerra que pode pôr o estado em causa sucede?

Tudo é posto em causa em nome da sobrevivência do estado.

Durante a guerra as instituições são obrigadas a reformar-se em nome da eficácia. Direitos adquiridos são suspensos e tudo se foca no objectivo de ganhar a guerra. A guerra funciona como uma purga sobre as ineficiências e desvarios que foram introduzidos ao longo do tempo de paz.

Uma vez terminada a guerra o que acontece? Há de certa forma um reset, e um recomeço. Novas personagens, novas instituições, novas leis. 

E quando não há guerras destas? As purgas não acontecem. Os desvarios e ineficiências multiplicam-se e ampliam-se numa espécie de reacção auto-catalítica.

Dois exemplos, um nacional:


Outro internacional, retirado da revista MIT Technology Review de Setembro/Outubro passado, "What happened to Kiva?":
"The Kiva users noticed that the changes happened as compensation to Kiva's top employees increased dramatically. In 2020, the CEO took home over $800,000. Combined, Kiva's top 10 executives made nearly $3.5 million in 2020. In 2021, nearly half of Kiva's revenue went to staff salaries."
Pergunta: como se criam instituições que não degeneram e se focam nos seus membros, em vez de manterem o foco na razão para o qual foram criadas, alguém no exterior?

domingo, novembro 12, 2023

Uma tristeza...

No JN da passada sexta-feira:

  • página 19 - Queda de vigas mata operário em fábrica na Maia
  • página 22 - Quedas de árvores matam dois trabalhadores - Estavam a proceder ao corte quando foram atingidos em Viseu e em Penafiel
Nos últimos 30 dias quantas mortes durante o trabalho foram registadas?

Por que continuam a acontecer estes casos? Não têm notado um crescimento destes casos mortais?

O que é que isto nos diz sobre quem devia prevenir estes resultados? Isto faz-me recuar a 2007 e aos monumentos à treta.

 

sábado, novembro 11, 2023

Curiosidade do dia

Este postal foi inspirado neste tweet:

O processo Influencer leva-nos a ver o que se passa atrás do pano, nos bastidores.


Em Abril de 2011 escrevi aqui no blogue:
"Os investimentos estrangeiros que se têm feito nos últimos anos têm sido à custa de um tratamento preferencial negociado nos corredores, carpetes e biombos do poder, com a atribuição de benesses e redução nos impostos para os compadres (os PINs do Pinho)."
Recordo:
Claro que se um governo cria muitas regras, muitas dificuldades aos negócios, cria um mercado para cunhas e by-passes para os amigos por trás de biombos e no reino das carpetes:

Menos dor na transição

Esta semana apanhei nas notícias:

  • Fábrica que fazia casacos de luxo fecha da noite para o dia (Têxtil de Penafiel despede 120 funcionárias por email na véspera do regresso ao trabalho. Encerramento justificado com falta de serviço) - JN de quinta-feira passada.
  • Sapatos aclamados por Paulo Portas nas mãos da banca - JdN de quinta-feira passada.

"A Coloplast, cuja atividade inclui cuidados em ostomia, em continência e urologia, vai investir 100 milhões de euros em Portugal naquela que será a sua maior unidade industrial.
Na nova fábrica, que irá erguer em Felgueiras, conta vir a empregar mais de mil pessoas."

Já por várias vezes referi a Coloplast aqui no blogue, um praticante de Mongo na indústria farmacêutica. É uma boa notícia e um exemplo concreto da teoria dos Flying Geese. 

Alguns vão dizer:

- Não há pessoas para trabalhar, ainda para mais em Felgueiras, um concelho com pleno-emprego. 

A rentabilidade de uma empresa como a Coloplast permite-lhe pagar salários que os incumbentes em Felgueiras nunca conseguirão. 

Conseguem imaginar o aumento da produtividade de um trabalhador que sai da costura ou montagem de sapatos, para uma linha de montagem da Coloplast? Sem formação (lerolero ou caridadezinha) que não a dada pela empresa. Recordo daqui

"Há uma forma rápida de aumentar a produtividade de uma costureira! Basta despedi-la de uma fábrica subcontratada por uma marca para costurar T-shirts e, adimiti-la numa outra fábrica, na mesma rua, que tem marca própria e fabrica T-shirts para vender com essa marca"

Sabem o que isto faz? Contribui para diminuir a dor na transição referida em Falta a parte dolorosa da transição (Parte VI)

sexta-feira, novembro 10, 2023

Acerca da análise SWOT

Ontem li "It's Time to Toss SWOT Analysis into the Ashbin of Strategy History" e fiquei com uma sensação estranha. 

Concordo e não concordo com o autor. Julgo que é outra vez a estória da culpa ser da caneta e não de quem a usa também referida aqui.

Concordo quando ele refere:

"I am tired of reading SWOT analyses. [Moi ici: Eu também, o meu detector da treta está sempre a apitar]

...

Who can tell me a blinding insight that came out of any such SWOT analysis? [Moi ici: O que levanta a questão sobre para que fim é a SWOT usada?]

...

Consider the strengths analysis. To be able to analyze one’s strengths, one has to have a definition of what is contained in the category ‘strengths’ and a way of measuring whatever is included. But a strength is only a strength in the context of a particular Where-to-Play/How-to-Win (WTP/HTW) choice. [Moi ici: O mesmo se pode dizer das fraquezas, o que me leva a este postal "Assim, partem já derrotados" de 2015. Usar uma SWOT para desenvolver uma estratégia, é pôr o carro à frente dos bois. Primeiro é preciso ter uma estratégia que contextualize o que são forças, fraquezas, oportunidades e ameaças]

...

The superior approach is to perform an analysis only when you are clear on the specific purpose so that you can go a mile deep and an inch wide. That means you don’t do it up front as with the SWOT and you don’t attempt to make it excessively broad like the four-pronged SWOT. [Moi ici: Confesso que só cheguei a isto depois de desesperar com tantas análises de contexto, de acordo com a ISO 9001 e a ISO 14001, que não passam de pura perda de tempo. Por que é que se há-de competir por criar a maior lista possível de factores interos e externos? Recordo Running away from a plain and hard brainstorming (part Il)]

...

Start by defining the strategy problem you are seeking to solve. That is, what is the gap between your aspirations and the outcomes you are seeking. Then specify the form of the solution by way of a ‘how might we’ question. That is, how might we eliminate the identified gap that we currently face. Then imagine possibilities of WTP/HTW choices that have the potential of answering the how might we question to eliminate the gap between aspirations and outcomes."

Quando eu era criança usava a SWOT como criança. Agora que sou mais velho uso-a mas de forma muito diferente.

  1. Formular uma estratégia.
  2. Traduzir a estratégia num conjunto de objectivos.
  3. Determinar que factores do contexto interno e externo são relevantes para o cumprimento dos objectivos (daí o título Running away from a plain and hard brainstorming (part Il) não se trata de um brainstorming livre, mas condicionado ao que pode afectar cada um dos objectivos.
  4. Classificar os factores internos e externos em vectores positivos ou negativos e traduzi-los para Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.
  5. Usar a SWOT para criar uma TOWS
  6. Usar a TOWS para identificar riscos e oportunidades no caminho para cumprir os objectivos.


quinta-feira, novembro 09, 2023

"the four top villains of decision-making"

"If you think about a normal decision process, it usually proceeds in four steps:

  • You encounter a choice.
  • You analyze your options.
  • You make a choice.
  • Then you live with it.

And what we've seen is that there is a villain that afflicts each of these stages:

  • You encounter a choice. But narrow framing makes you miss options.
  • You analyze your options. But the confirmation bias leads you to gather self-serving information.
  • You make a choice. But short-term emotion will often tempt you to make the wrong one.
  • Then you live with it. But you'll often be overconfident about how the future will unfold.

So, at this point, we know what we're up against. We know the four top villains of decision-making. We also know that the classic pros-and-cons approach is not well suited to fighting these villains; in fact, it doesn't meaningfully counteract any of them."

Trecho retirado de "DECISIVE - How to Make Better Choices in Life and Work" de Chip Heath and Dan Heath.

quarta-feira, novembro 08, 2023

Hidrogénio e outras apostas

A propósito de:

Recordei logo Wardley-Martin. Sem qualquer relação com o tema destes dias, esta é a principal razão para ver com receio a aposta em grande do governo em tecnologias na fase do Mistério ou dos Pioneiros, como se estivéssemos na fase dos Algoritmos ou dos Town Settlers. Quem sabe o tempo que demora a passar-se de uma para a outra? Cada vez menos tempo. Esta manhã, sem fazer a relação com este tweet, pensei na quantidade de AI apps para sumarizar textos, todas numa luta implacável para ver qual a solução que vai triunfar e mandar no terreno como um eucalipto solitário. Acredito que vai ser muito rápido.

Como não recordar Baltimore e as conserveiras na bacia do rio Arade:

"só na cidade de Baltimore, antes de 1920 existiam 19 marcas fabricantes de automóveis" ou "Na bacia do Arade, deste lado do Parchal e Ferragudo e em Portimão, chegou a haver 23 fábricas de conservas."

Noutros tempos, de pioneers a settlers demorava mais de uma década. Agora, ...