Há algum negócio em economia que possa ser classificada de sustentável? A menos que seja um negócio protegido pelo estado, e mesmo essa protecção não é eterna. Não há negócios sustentáveis no médio ou longo prazo. Mais, aquilo que cria o sucesso num nível do jogo, está na base das dificuldades que vão surgir no nível seguinte.
Este pormenor é interessante:
"Depois da crise de 2009, o sector de componentes tem vindo a crescer as suas vendas a um ritmo anual que tem variado entre os 5% e os 10%"9 anos de boas taxas de crescimento. Teoricamente deveria ser sinal de empresas preparadas para enfrentar uma fase de turbulência. Na prática é muito mais difícil. Sucesso é, muitas vezes, sinal de acomodação. É sinal de sensação de invencibilidade. É resultado de focalização operacional e mental.
"A associação revela, por outro lado, que “estes fatores que levaram ao crescimento do nosso mercado terão nos próximos anos uma evolução previsivelmente menos positiva”. E elenca os sinais de preocupação: a produção de automóveis em Portugal e em Espanha estará a atingir um pico e a partir de 2019 dificilmente continuará a crescer, a não ser através da eventual instalação de um novo construtor automóvel, o que é apenas uma possibilidade longínqua: o mercado europeu está a retrair-se, em 2018 produzir-se-ão na Europa menos carros do que em 2017; o Brexit poderá travar as nossas exportações para o Reino Unido, o quarto maior mercado das nossas exportações, e com forte probabilidade provocará alguma retração do mercado: o protecionismo comercial crescente por parte dos EUA irá reduzir as exportações europeias para esse destino e poderá ser copiado por outros países, levando a barreiras tarifárias que reduzirão o comércio internacional.Isto acontece em todos os sectores económicos. A seguir ao tempo das vacas gordas segue-se o tempo das vacas magras. O que é preciso fazer?
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Mas há ainda outros sintomas a considerar: as regulamentações de combate às emissões de: CO2, Dióxido de Nitrogénio e partículas, estão a colocar exigências e desafios difíceis de superar: a pressão para electrificação traz desafios acrescidos para as motorizações tradicionais; as novas tendências da mobilidade irão trazer uma redução do número de carros em circulação."
Uma mente aberta a novas possibilidades, a eventual necessidade de encolher antes de descobrir a "next big thing", a concentração não no que se produz, mas no que pode ser útil fazer para alguém, com as competências que se dominam?
Em 2009, com a forte quebra da produção automóvel, recordo as empresas produtoras de composto para esse sector, que com preços muito baixos tentaram fornecer os fabricantes de solas. Claro que a coisa não correu bem porque a indústria de calçado queria variedade e pequenas quantidades, não a monocor e as grandes quantidades. E a coisa deu para o torto.