quarta-feira, abril 02, 2014

A evidência demográfica

"As sociedades maduras desenvolvidas (na Europa, no Japão, nos Estados Unidos) estão obrigadas a absorver os desequilíbrios que acumularam nos seus diferentes passados quando não podem esperar voltar a ter as altas taxas de crescimento a que se tinham habituado e que embutiram nos dispositivos de financiamento das suas políticas sociais. A evidência demográfica rompe o último véu da ilusão."
Gosto de uma frase que li no Twitter "Gente que acreditou em histórias de unicórnios"

Trecho retirado de "A sentença do futuro"

Produtividade e os lineares do supermercado

Via Aranha cheguei a este texto "Sair da crise de valor II" que se alinha muito bem com a mensagem do Evangelho do Valor deste blogue:
"Mas não é por produzir mais em quantidade que se aumenta o PIB. Não é apenas produzindo mais em quantidade que conseguimos dar o salto dos cerca de 40% que hoje pesam as exportações no PIB para os 80% que são comuns no norte da Europa.
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Sendo a produtividade calculada com base no preço de venda, o seu crescimento está sobretudo dependente do valor que lhe incutirmos: valor que atraia procura e valor que sustente uma subida de preço. [Moi ici: Claro que esta linguagem não se adequa à service-dominant logic que aqui seguimos]
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Para se perceber essa dinâmica, os lineares de supermercados apresentam-se como uma excelente amostra, [Moi ici: Sempre o meu ratinho de laboratório] onde a disparidade de preços numa mesma categoria chega a ser de o dobro ou mais, comparando o produto mais caro ao mais barato. Temos num extremo a marca de distribuição que atrai a procura praticando o preço mínimo. E temos no outro extremo marcas de origem que, além da funcionalidade, propõem outros benefícios mais intangíveis. Algo extra que o consumidor considera relevante ao ponto de estar disposto a pagar mais caro por ele. Esse extra não podemos simplesmente caracterizar de qualidade, porque se a funcionalidade de um produto é matar a sede, então qualquer água será capaz de o fazer com qualidade. Esse extra remete-nos antes para outras características mais conceptuais como a origem da água, a pureza, o ph, a frescura, a estética, a responsabilidade social da empresa, em suma o seu potencial de simpatia que na hora seduzem o comprador. É esse diferencial que distingue uma marca. Não se limita a assegurar e promover a sua funcionalidade."

Acerca do aumento dos preços

Sabem como o aumento dos preços pode ter um efeito poderoso nas contas das empresas, muito mais alavancado do que o da redução dos custos ou o do aumento do volume (Rosiello rules, Simon rules). Por isso, esta reflexão de Rafi Mohammed "The Art of Raising Prices: Lessons from Amazon Prime" é muito instrutiva.
"Given its success, managers of all companies can learn from the tactics it employed:
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Float a Scarier Number.
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Blame Costs.
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Appeal to Fairness.
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Hint That There’s More to Come.
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Don’t Cave to Simple Market Research.
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While Amazon did a good job of raising prices, let’s call it a B+, there is more it should have done:
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Remind Customers of the Value It Provides.
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Resist the One Price Fits All Mindset.
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Raising prices is an angst-inducing ritual for all companies. The art of raising prices involves a clear yet sensitive dialogue with customers to justify the lift. As Amazon demonstrated, even a 25% price increase can be palatable if pitched correctly."

Pôr a região no mapa

"Principal produtor de mobiliário a nível nacional, o concelho de Paredes registou em 2013 um crescimento de 11% no sector face a 2012, atingindo um valor de faturação recorde de 1,4 mil milhões de euros,  86% impulsionado pela exportação para 138 países."
Uma iniciativa interessante para colocar uma região no mapa europeu, marketing e imagem são fundamentais para a subida na escala de valor, as empresas têm de fazer a sua parte. Não basta produzir cadeiras, Manzano é um bom exemplo dessa ilusão!
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Sem marca própria, sem design, sem diferenciação... a commoditização rules!!!
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Trecho retirado de "Cadeiras de Paredes vencem prémio europeu"

terça-feira, abril 01, 2014

Curiosidade do dia

Hoje é um bom dia para despertar o Diógenes que há dentro de mim.
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A Autoeuropa ainda nem conseguiu garantir um novo modelo e os jornais, ingénuos inocentes já escrevem "Investimento da Autoeuropa pode trazer mais do que um novo modelo até 2019". Recomenda-se a João Carlos Malta o estudo do significado de plataforma modular.
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A Autoeuropa tem actualmente 300 dos seus trabalhadores a laborar em fábricas na Alemanha, transferidos para salvar o seu posto de trabalho e, no entanto, os jornais engolem sem perguntar "Autoeuropa investe 670 milhões de euros e cria 500 postos de trabalho até 2019". Quer isto dizer que vão ser criados 800 postos de trabalho, ou apenas 200?
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Depois, lembrando-me da capacidade negocial de Paulo Campos com a Mota-Engil, ou de Paulo Portas com os fazedores de submarinos e contrapartidas, imagino o que aí vem...
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Nada me move contra a Autoeuropa, pelo contrário, sou é contra apoios do Estado.

Uma das minhas narrativas preferidas

"A strong version of the canonical big data thesis is that when you have enough information, you can make unbiased predictions that don’t require an underlying understanding of the process or context – the data are sufficient to speak for themselves.  This is the so-called “end of theory.”
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Not so fast, Harford responds.  The failure of Google Flu Trends, in his view, emphasizes the perils of unmoored empiricism.
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A theory-free analysis of mere correlations is inevitably fragile,” Harford writes.  “If you have no idea what is behind a correlation, you have no idea what might cause that correlation to break down.”
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He’s right, of course – but I suspect that outside of a few areas such as physics, our understanding of causation is far more fragile than we appreciate.  We overestimate our understanding of causation, and our ability to generalize..
I’d argue this is especially true in medicine, where despite our aspirations to approach health and disease from first principles, our actual understanding is far more limited, and based far more on rationalized empiricism than is often appreciated – there’s much more scientism than science.
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Fundamentally, my concern is that more often than we appreciate, and especially in healthcare, our faith on theory is misplaced – we turn to various theories as crutches, explanatory models, memory devices, in the case of med students and harried residents.
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The difference is that we recognize (or should recognize) empirical predictions for what they are, limitations and all.  Yet, I suspect we are more likely to let our guard down in instances where predictions are theory-driven, where we instinctively believe we really understand what is going on.  In doing so, we are likely to discount data that don’t fit, and unconsciously constrain our thinking according to theory’s dictates."
Sobretudo porque no mundo das chamadas ciências sociais, o que é verdade hoje pode passar a ser mentira amanhã e vice-versa, só pela actuação do observado e do observador.
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Algo que devia incutir muito mais humildade em quem pretende construir sociedades de homens novos e substituir-se a centenas de gerações de tentativa-e-erro.
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Feyrabend rules!!!
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Trechos retirados de "Why Causation Is (Often) Not Causation - The Retro Humility Of Empiricism"

O impacte da estratégia no lucro

Isto é muito bom!!!
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Dedicado à tríade e ao seu dedo no gatilho do baixar-preço:
"Some managers tend to think that managing for profit consists of tight control of expenditure, and maximizing sales and profit margins. These measures are the weaponry available to improve current, short-term results. They are of little relevance, however, to strategy.
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The impact of competitive strategy on profitability is widely underestimated. There is only limited scope for improving this year’s results for an offering that has a poor competitive position. A poor competitive position inevitably means low operating margins. We can and should tighten our cost controls, redouble our sales effort, and generally strive to produce the best possible short-term results. Yet all this fire-fighting, necessary as it is, can at best bring about marginal improvements. It cannot make an uncompetitive offering competitive. We could and should have attended to its competitive position some years ago, when we made either bad strategic decisions or none.
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Much more can be done for the profitability of our offering at the time of its design, in the framing of the competitive strategy. A competitive strategy positions an offering in a unique triangular relationship with customers and competitors. The measure of its attraction is its financial value. In this sense, the job of a competitive strategy is to target profitable customers. This positioning of the offering will affect profits much more powerfully than any short-term measures that can be taken after the triangular relationship has become a commitment."
Trecho retirado de "Creating Value Successful business strategies" de Shiv S. Mathur e Alfred Kenyon.

"your business model is your destiny"

Já aqui salientei o facto de ser relativamente comum apanhar a mesma notícia, made in Lusa, sem qualquer alteração em três ou quatro jornais em simultâneo. Por isso, sorrio perante:
"Let me be more blunt than I was in the original article: life is not “more difficult” for traditional newspapers; it’s unsustainable. They don’t have the best content, it’s not personalized, and they really don’t know anything about most of their readers.
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“But [Insert Newspaper Name Here] has great journalists! They’ve won Pulitzer Prizes! And our democracy needs newspapers!” Unfortunately, advertisers don’t, and newspapers are paying the price for having long ago divorced the cost of their content from the value readers place upon it. To put it another way, it’s not that “the Internet has unbundled advertising from content creation,” it’s that advertisers (rightly) don’t give a damn about journalistic ideals. It is incredibly tiring to hear newspaper defenders talk as if advertising dollars are their god-given right, and that Google and Facebook are somehow stealing from them, when in reality Google and Facebook are winning in the fairest way possible: providing better value for the advertiser’s dollar."
E acerca da necessidade de repensar o modelo de negócio, como ainda ontem conversava ao almoço com alguém:
"The reason why I find business models so fascinating is because your business model is your destiny; newspapers made their bed with advertisers, and when advertisers left for a better product, the newspaper was doomed. To change destiny, journalists need to fundamentally rethink their business" 
Trechos retirados de "NEWSPAPERS ARE DEAD; LONG LIVE JOURNALISM"

Eficientismo

"This focus on efficiency and predictability, however appropriate it may be in a relatively stable business environment, is no longer a virtue. Rapid technological advances and new competition from unexpected quarters make forecasts less accurate—and less valuable. Thus, the world of the Big Shift demands resilience and learning over routine and the status quo. Scalable learning trumps scalable efficiency, and participating effectively in knowledge flows within and across organizational boundaries becomes a critical skill."
Trecho retirado de "The burdens of the past"

Síndroma do vencedor?

Um texto esquisito "Local florists fight undercutting by online 'DOGs'"...
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Por um lado, parece o síndroma do vencedor que assola a mente de quem ganha um concurso de fornecimento e, só depois, nessa altura, percebe que vai perder dinheiro com esse cliente. Por outro parece... ganância? Estupidez?
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A velha história americana do merceeiro que vendia lápis a um preço abaixo do custo mas que assegurava que ganhava dinheiro porque vendia muita quantidade e isso compensava. Quantas empresas, enganadas ppelo isco da quota de mercado não cometem o mesmo erro?
"They take orders online and from toll-free numbers, add the standard 20 percent commission and other fees (that florists claim are too high), and then relay the order to a florist in the recipient's hometown - Penny's, say - to be filled and delivered.
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By the time Penny's gets it, the commission and fees have been deducted from the $80 order, which is now worth $50. After Pannepacker deducts his $10 delivery fee, he's left with $40 - half the original order - to make the beautiful flower arrangement the customer chose from the order-gatherer's website.
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It's a no-win situation: Pannepacker can either fill the full order and lose money, or substitute a cheaper arrangement and risk consumer outrage.
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"What can you do? We're all kind of stuck," he says."
Claro que alguns já se procuram destacar:
"They're raising their online profile, urging customers to add flowers to their "buy-local" list, and trying to promote the things they can do that order-gatherers can't, such as creating custom orders and focusing on special occasions and niche markets."

segunda-feira, março 31, 2014

Imaginei em alternativa...

Primeiro o título, "GameStop Will Open More Stores That Don't Sell Games", depois o subtítulo, "GameStop makes its living selling video games, but it’s increasingly interested in selling itself as a place with access to gamers."
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E comecei logo a pensar numa plataforma para interagir com, e entre, "gamers"... contudo, afinal, parece que só querem vender a terceiros informação sobre os "gamers".
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Imaginei em alternativa um tipo de Genius Bar para receber "gamers" e, partilhar, ensinar, trocar, co-criar, ...

"perceber quem é que iria procurar o espaço"

Mais um exemplo dos serviços de plataforma que permitem a partilha e o aluguer, "MyAuto: Arranje você mesmo"
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Gostei, particularmente, da caracterização dos clientes-alvo:
"sabiam que um dos primeiros passos antes de avançar com o negócio era perceber quem é que iria procurar o espaço. “Primeiro temos o apaixonado, que gosta de ser ele próprio a fazer, adora mecânica, quer saber sempre mais e investiga”, explica João. “Depois, temos o cliente que quer poupar e, por último, o profissional, mecânicos que perderam o trabalho ou fecharam a oficina e agora têm à sua disposição este espaço para criar ou manter uma carteira de clientes”"
Tantas empresas que estão a laborar e não sabem quem são os seus clientes-alvo...

"Stressors are information"

"Stressors are information"
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"Pain is information"
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Uns, perante a informação, clamam pelo auxílio pedo-mafioso do Estado. Outros, seguem o conselho de há vários anos neste blogue:

Por isso:
"Dados cedidos ao PÚBLICO pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, em 2012, existiam no país 19.532 empresas que faziam exportações. Este número compara com as 16.376 registadas dois anos antes. Em termos absolutos, o aumento foi de 3156, suportado, em grande parte, pelos negócios de pequena dimensão. Neste período, o número de microempresas exportadoras cresceu 23,4%, o que significou um acréscimo de 2147 sociedades (que explica 68% da subida global). Nas pequenas e médias empresas (PME), o incremento foi de 14,3% (mais 984 sociedades), e nas grandes foi de 7,5% (mais 25).
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Esta evolução fez com que o peso das exportadoras no tecido empresarial português aumentasse entre 2010 e 2012, embora tenha chegado ao final deste ano a representar apenas 5,5% do total, quando dois anos antes era de 4,5%. No entanto, conclui-se que estes negócios contrariaram o ciclo negativo a que se assistia nessa altura e que ainda perdura, fruto da conjuntura do país e da consequente retracção da procura interna."

Trecho retirado de "Número de empresas exportadoras aumentou 20% em dois anos"



Repensar o modelo de negócio e apostar em novas áreas

Enquanto os políticos no parlamento brincavam à engenharia económica, recordar daqui a sua capacidade limitada de perceber as consequências das suas decisões no sector têxtil, enquanto os media celebravam o triunfo dos seus investidores do sector não-transaccionável, enquanto Lesboa drenava os recursos do resto do país.
"Fundada em 1995, a LMA- Leandro Manuel Araújo, SA nasceu estritamente vocacionada para a produção de malhas
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Mas o desvio das grandes encomendas têxteis para a Ásia - uma tendência que está a acabar, com a alteração dos padrões de consumo e a necessidade das empresas em não acumular stocks - fez com que, em 2006, e perante a perda de 40% do seu volume de negócios num só ano"
O que fazer perante um choque na procura desta dimensão?
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Os políticos propõem logo: proteccionismo, subsídios, ...
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As associações empresariais clamam pelo queijo desaparecido a que têm direito, ...
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O que se propõe neste blogue?
"repensasse o seu modelo de negócio e apostasse em novas áreas, como o vestuário de proteção, a indústria automóvel e a publicidade outdoor /decoração, entre outras. Sete anos depois, recuperou as vendas perdidas, ao fechar 2013 com sete milhões de euros de faturação."
 Mudar de produto, mudar de clientes, mudar de prateleiras:
"“A área de vestuário de proteção está em grande crescimento. Obriga a um investimento muito grande ao nível da investigação e da inovação, porque há uma série de requisitos técnicos que tem de cumprir, designadamente ao nível da proteção física, mas também das características antibactereanas, anti-odor, etc”, explicou ao DN/Dinheiro Vivo o diretor executivo da LMA, Manuel Barros."

Trechos retirados de "A empresa têxtil do Vale do Ave que ‘veste’ a polícia alemã"

A erosão do poder da escala ou, o susto para alguns

Mais um texto que vem ao encontro da narrativa deste blogue, "Bigger is Not Necessarily Better in Our Information-Rich Digital Economy":
"The mass production of standardized products is a defining hallmark of the 20th century industrial economy, bringing high productivity and low costs to a wide variety of products, - from household appliances to cars.
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“Chains took advantage of that data deficit.
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Not surprisingly, things are now changing in our information-rich digital economy.  “Information technology is eroding the power of large-scale mass production.  We’re instead moving toward a world of massive numbers of small producers offering unique stuff - and of consumers who reject mass-produced stuff.  The Internet, software, 3D printing, social networks, cloud computing and other technologies are making this economically feasible - in fact, desirable.”
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A series of breakthrough technologies and new business models are destroying the old rule that bigger is better,” he wrote.  “By exploiting the vast (but cheap) audience afforded by the Internet, and taking advantage of a host of modular services, small becomes the new big.  The global business environment is decomposing into smaller yet more profitable markets, so businesses can no longer rely on scaling up to compete, but must instead embrace a new economies of unscale.”
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While a few leading edge companies are able to keep up, the vast majority of traditional firms are lagging behind.  They are not able to embrace these disruptive technologies and innovations at anywhere the same speeds.  These companies are working harder than ever, trying to achieve greater efficiencies and predictability.  They keep trying to fit new technologies and practices into outdated business models.  They are holding on to strategies that worked well in the relatively stable business environments of the industrial economy, but fall short in our fast changing digital economy, where new products, business models and competitors keep emerging from all corners of the worlds.
Everyone talks about the need to become more flexible and agile, but many companies have trouble doing so.  The Deloitte study cites a number of strategy and financial barriers uncovered in their research.  But in the end, they suspect that “a more fundamental force may be at work: the historical value accorded to efficiency and controllability by businesses accustomed to a less changeable, less transparent world. . . Simply put, there is a growing mismatch between the old frameworks and practices that many companies use and the structures and capabilities required to be successful in a rapidly changing environment.  Legacy corporate practices are holding businesses back from fully participating in new opportunities.”
These new economies of unscale will be good for job growth, because they open up thousands of new market niches for exploitation,” writes Taneja.  “By buying specialized services, in customized form and at modest cost, companies can create unique products, find buyers from across the world, and secure profits."
Será que a tríade fica assustada com isto?

domingo, março 30, 2014

Mais um exemplo do "é meter código nisso"

Na continuação de, por exemplo:

Mais um exemplo do "é meter código nisso", "This Bike Helmet Maps Your Stress On City Rides"

O Vietname da Europa

Um empresário é um ser humano.
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Por norma, um ser humano é um satisficer, não um maximizer. E, tendo em conta os princípios da Effectuation, não me custa acreditar que, desta vez, Daniel Bessa tem razão, "Sair do euro faz de Portugal o Vietname da Europa".

A história do século XX

Descobri este livro, "The coming prosperity: how entrepreneurs are transforming the global economy" de Philip Auerswald, ontem. A leitura do primeiro capítulo foi um imenso deja vu:
"The story of the twentieth century is invariably told as a political and military narrative: first, the war to end all wars that did not; then, the democracies’ world war to defeat fascism; and finally, the successful struggle to defeat Soviet communism. Far less well appreciated, but arguably more relevant to the present, is the economic subtext of this same history: the rise and partial fall of large-scale, centralized production.
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At the start of the twentieth century, the economic landscape was transformed by the emergence of an entirely new form of business entity, larger and more complex than any that had existed previously. The major impetus behind this growth was what economists call economies of scale and scope: the ability to reduce costs per unit by (1) increasing the quantity of output and/or (2) integrating within a single business entity the different stages of production, from the acquisition of raw materials to the assembly of a finished product."
Até Magnitogorsk aparece:
"The harnessing of the power of scale and scope was a global phenomenon. It found its most dramatic expression not in Standard Oil, Ford Motor Company, or Thyssen Steel, but rather in the Union of Soviet Socialist Republics. Absolute political control allowed the Soviets to undertake an unprecedented experiment: placing the entire productive apparatus of a nation under the control of what was, at least in theory, a single administrative authority. If, as appeared to be the case in the 1930s, economic power was rooted in the ability to harness economies of scale and scope, then the decentralized market economies of the West seemed to have ample reason to worry. No one would be able to match the Soviets."
Recordar:

A variável mais preciosa

É, reconheço, um problema que afecta muitas PMEs.
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O trabalho não é para se fazer, é para se ir fazendo, em muitas falta um sentido de urgência estratégica, tornado cada vez mais importante pela evolução económica para Mongo, para apostar na rapidez, na flexibilidade, na diferenciação, nas pequenas séries:
"The world is littered with the hollowed-out shells of firms that tried to do too much and spent too big trying to grow too fast. [Moi ici: É preciso definir prioridades, é preciso cortar, é preciso aplicar os recursos onde eles trazem mais retorno] Many of those firms were midsize companies; they didn’t have the resources of the big firms to sustain setbacks, nor were they scrappy like most small companies, making do with the resources they had.
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While poor time management hurts large and small firms as well, it’s especially pernicious at midsize companies. The reason is that they must still move quickly to fend off smaller competitors but must tackle big projects to support growth, deliver enterprise-class service to large customers, and compete with large competitors. All this on a midsized company budget.  Every second counts.
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Being neither big nor small forces midsize firms to prioritize ruthlessly. To survive downturns and stay focused during upturns, these firms must plan their high-priority initiatives meticulously. And as they do, they need to understand that time is never on their side.
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Time, not money, is the most important resource for midsized firms. [Moi ici: Recordar "Qual é o recurso mais escasso?"] In order to create a culture which treats time as a valuable commodity in short supply, leadership must believe this. All the project management in the world will go for naught if the CEO disrespects deadlines. Such behavior must become unacceptable at every level. [Moi ici: E aqui é que a porca-torce-o-rabo, queimar um prazo raramente traz consequências na nossa cultura de "gajos porreiros"]"  
Num projecto a terminar na próxima semana, atacado por atrasos sucessivos, por desrespeito dos prazos acordados; e os técnicos são sempre bons a  encontrar desculpas tecnicamente razoáveis, para justificar mais um atraso, uma das formas de voltar a dar à gestão de topo as rédeas da situação foi:
"Expose the status of core projects, warts and all. The status of crucial projects must be made naked to the entire management team – especially when progress slips."
A pressão dos pares é, muitas vezes, mais poderosa que a pressão da gestão de topo.
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Trechos retirados de "Midsize Companies Must Prioritize Ruthlessly"

sábado, março 29, 2014

Para além do politicamente correcto

Sim eu sei, o politicamente correcto é dizer que as exportações cresceram à custa dos combustíveis. Contudo, sector atrás de sector, aparece sempre um número entre 4 e 6%, o do crescimento das suas exportações. Por exemplo, este "Exportações do setor da saúde aumentam 5,2% em 2013" é mais um caso.