quarta-feira, abril 02, 2014

A evidência demográfica

"As sociedades maduras desenvolvidas (na Europa, no Japão, nos Estados Unidos) estão obrigadas a absorver os desequilíbrios que acumularam nos seus diferentes passados quando não podem esperar voltar a ter as altas taxas de crescimento a que se tinham habituado e que embutiram nos dispositivos de financiamento das suas políticas sociais. A evidência demográfica rompe o último véu da ilusão."
Gosto de uma frase que li no Twitter "Gente que acreditou em histórias de unicórnios"

Trecho retirado de "A sentença do futuro"

7 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Confundir a crise das contas da república com insustentabilidade do estado social é de uma ignorância descomunal.

Em qualquer caso uma população cada vez menor não paga a dívida que temos. Parece que mais gente está de acordo com a inevitabilidade da reestruturação.

João Pinto disse...

Reestruturação essa que pretende obrigar "população cada vez menor" a pagar o que a população "maior" não quer pagar.

A maior parte dos subscritores recebe reformas de luxo e daqui a 30 ou 40 anos já não estará cá para pagar a dívida.

Carlos Albuquerque disse...

Caro João Pinto,

Não importam as reformas dos subscritores. Importa que as contas dizem que não há maneira de pagar e a demografia só mostra que as contas provavelmente ainda são optimistas.

João Pinto disse...

Os mesmos que fizeram as dívidas (muitos deles tiveram muita influência no estado a que chegamos) agora dizem que não é possível pagar? Em que mundo é que estes senhores vivem?

Pregar o calote é a solução? Então é bom dizer-se que a partir de agora é que vai haver austeridade. Se pregamos o calote, os credores deixam de confiar e não emprestam. Por isso teremos já défice 0. É que vai ser uma austeridade.

João Pinto disse...

E já agora, o calote também inclui as dívidas a bancos nacionais e à Segurança Social ou é apenas para os outros?

Carlos Albuquerque disse...

João Pinto, para pagar a dívida é preciso ter uma economia a crescer e bem. Pôr um ar moral sobre calotes mas não explicar de onde vem o crescimento, sobretudo com uma população a diminuir e a envelhecer, pode soar bem mas é o caminho mais rápido para o calote.

De onde virá o dinheiro para que não haja calote?

Carlos Albuquerque disse...

Como parece que ninguém sabe de onde virá o dinheiro para evitar o calote, talvez o melhor seja mesmo começar a pensar em renegociar com os credores...