terça-feira, maio 21, 2013

Bottom-up e aprendizagem dual

Neste powerpoint o governo, cheio de boas intenções, carregado do tão comum espírito de comando top-down, avança que, para re-industrializar o país, há que apostar no eixo da "Qualificação: educação e formação" (1 de entre 8 eixos).
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E a primeira medida-chave passa por "Reforçar o sistema de aprendizagem dual"
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Julgo que nos últimos quinze dias ouvi os parceiros sociais, à saída de uma reunião com o governo sobre a aprendizagem dual, dizerem cobras e lagartos sobre o tema.
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Ontem, tive uma conversa com alguém que me falou do tema, sem usar a terminologia "aprendizagem dual" em Janeiro (?) de 2011. Um interessante exemplo bottom-up onde os agentes, a pensar no futuro do seu negócio, construíram um sistema à sua medida. Agora, dois anos depois, chegaram a isto 
"A EDP Distribuição promoveu a criação da Academia Técnica do Setor Energético, que tem por finalidade promover o “saber fazer”, em função dos diversos perfis de trabalhos de natureza técnica e atribuir títulos de habilitação.
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Com este projeto, a EDP Distribuição e os seus parceiros de negócio - Bragalux; Canas, CME, Eurico Ferreira, Painhas, Rede, TBT e Visabeira - garantem a contratação de pessoal preparado para a realização dos trabalhos nas redes elétricas de distribuição com os elevados padrões de qualidade exigidos e promovem a criação de emprego qualificado.
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Com estas parcerias, o IEFP, I.P. pretende, ainda, criar as condições para que a formação seja desenvolvida nas próprias empresas, em espaços com as infraestruturas adequadas às exigências do setor energético, designadamente, em termos de segurança e saúde, contribuindo, desta forma, para promover a qualidade e o reconhecimento da formação desenvolvida e dos futuros profissionais."
Bottom-up, bottom-up, bottom-up

Outra vez a mini-saia

"Exportações do sector crescem perto de 6% no primeiro trimestre"

"As exportações portuguesas de calçado ultrapassaram 451,4 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 5,8% face aos 426,4 milhões do período homólogo de 2012, segundo os dados disponibilizados pelo INE.
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Já no ano passado as vendas de calçado ao exterior atingiram valores históricos. Pela primeira vez, as exportações ultrapassaram os 1,6 mil milhões de euros, registando um aumento de 4,5% face a 2011. As 1350 empresas que compõem o sector conseguiram colocar no exterior 71 milhões de pares sapatos, sendo que o preço médio atingiu os 22,7 euros, mais 15% que em 2011. Actualmente, o sapato ‘made in Portugal' tem o segundo preço médio mais alto do mundo, só ultrapassado pela concorrente Itália.
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E apesar de a Europa - o principal destino do calçado e também dos outros bens e serviços transacionáveis portugueses - estar em recessão, as empresas do sector viram as vendas aumentar 2,7% neste mercado.
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Segundo os dados da APICCAPS (associação do sector), os mercados extra-comunitários foram no ano passado o principal motor de crescimento do calçado. As exportações para fora da União Europeia cresceram 33%, com destaque para países como a Rússia, Estados Unidos da América e Japão." (Moi ici: Leiam outra vez, 33%... e esta gente trabalha com o escudo ou com o euro? TRETA!!!)
Um dia o mainstream há-de reconhecer o papel pioneiro do calçado, não por causa do calçado mas por causa do que fez para se transformar e vender calçado, apesar da Ásia.

Estava escrito nas estrelas...

Ainda antes de ouvir falar do "showrooming", muito tempo antes disso, desenvolvi aqui o conceito da batota (o primeiro postal foi em Maio de 2008 escrito na sequência de uma conversa com o Aranha na noite de Aveiro).
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Estava escrito nas estrelas... a falta de aposta na batota, a falta de aposta na experiência de compra, iria abrir uma avenida para o online entrar como faca em manteiga no Verão.
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Assim, faz rodo o sentido esta reacção:
"As more people shop online, retailers are seeking the help of stylists to remake bricks-and-mortar shops as a customer experience rather than merely a place to buy clothes and products. When Jessops, the UK camera store chain, went into administration at the beginning of the year, one redundant employee stuck a notice in the store’s window, thanking customers for shopping at Amazon. “The likes of Net-a-Porter and Asos are giving everybody a run for their money. Actual shops have to provide something else,” explains Mr Card.
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A 2011 report by Deloitte, the professional services firm, says: “Consumers expect the store to enable an experience which online cannot deliver, that is, providing the in-store theatre and the ‘touch and feel’ experience . . . The role of the store needs to evolve . . . providing inspiration and emotional engagement.

“The shop is their showroom, providing an experience,” he continues. “There’s a bar, it’s by appointment only, you’re only allowed two people in there at a time, so you’re free to wander. It’s about providing a feeling of what [the brand] is about.”
Trechos retirados de "Design therapy for retailers"

H/T ao caro "notes"

segunda-feira, maio 20, 2013

"Consider the possibility that the roulette winner would be used as a role model by his family, friends, and neighbors"

"Imagine an eccentric (and bored) tycoon offering you $10 Million to play Russian roulette, i.e. to put a revolver with a barrel containing one single bullet out of six to your head and pull the trigger. Each realization would count as one history, for a total of six possible histories of equal probabilities. Five out of these six histories would lead to enrichment; one would lead to a statistic, that is, an obituary with an embarrassing (but certainly original) cause of death. The problem is that only one of the histories is observable; and the winner of $10 Million would elicit the admiration and praise of some fatuous journalist (the very same ones who unconditionally admire the Forbes 500 billionaires and trash those who refrain from taking some market risks).
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Consider the possibility that the roulette winner would be used as a role model by his family, friends, and neighbors. While the remaining five histories are not observable, the wise and thoughtful person could easily make a guess as to their attributes. It requires some thoughtfulness and personal courage. In addition, in time, if the roulette-betting fool keeps playing the game, the bad histories will tend to catch up with him.
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Reality is far more vicious than a Russian Roulette. First, it delivers the fatal bullet rather infrequently, like a roulette that would have hundreds, even thousand of holes instead of six. After a few dozen tries, one forgets about the existence of a bullet, under a numbing false sense of security.
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Second, unlike a well defined precise game like Russian roulette, where the risks are visible to anyone capable of multiplying and dividing by six, one does not observe the barrel of reality. Very rarely is the generator visible to the naked eye. One is thus capable of unwittingly playing Russian roulette --and call it by some alternative "low risk" name. We see the wealth being generated, never the processor, a matter that makes people lose sight of their risks."

Trechos retirados de "Fooled by randomness" de Nassim Taleb

Until the fat lady sings...


“Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. .
Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.”

“We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction.”
Tanta gente cheia de receitas para a economia como um todo... esquecem-se que na economia, a senhora gorda nunca canta, ou antes, só canta amanhã, e nós estamos sempre no hoje e agora.

Trecho recordado daqui.

A realidade e os powerpoints da treta

Powerpoints da treta
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A realidade é a vampiragem "Empresas de calçado enfrentam forte fiscalização das Finanças"
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Ainda na passada sexta-feira de manhã, a caminhar na avenida principal de Felgueiras, pensei no que seria o Norte se o Estado não fosse o sifonador que é.

Acerca da re-industrialização da Europa

Relativamente ao tema da re-industrialização e ao que penso dela (não acredito num regresso ao modelo do século XX) encontrei esta reflexão de Geoffrey Moore, "Middle Class Job Creation in the Digital Era":
"First, let me note that the U.S. may not in fact be a postmanufacturing economy. Pendulums swing in both directions, and one can imagine the manufacturing pendulum swinging back onshore.
But there is no guarantee this will happen, and even if it does, it may not happen in a time frame soon enough to solve for the core of our middle class concerns. So for the purposes of this paper, let us assume that we cannot rely on manufacturing for the foreseeable future and work out what course of action to take in that case.
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The core of a postmanufacturing economy evolves from migrating to a digital or information economy.
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To survey the landscape of work from a 50,000 foot perspective, consider the following diagram:
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Given this rationale, there are 36 zones of employment in business enterprises that, due to theimpact of migrating from a manufacturing to a digital economy, have been or could be impacted. To get the conversation started, I have represented my hypothesis about each zone by one of four states:
   ● More jobs in the new economy (15 of 36)
   ● Fewer jobs in the new economy (4 of 36)
   ● Unchanged in the new economy (7 of 36)
   ● Disrupted by the new economy (10 of 36)
Let me emphasize, this is a hypothesis."
E considerando esta hipótese, o futuro não está no produto à la século XX, o futuro passa pelo intangível, pelo serviço misturado com o produto.

"Stressors are information" e os "stimulus junckies"

Começo com uma proposta que não me soa nada bem "Seguro quer Estado a entrar no capital de empresas "sem gastar um cêntimo"".
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Num mundo cada vez mais complexo, volátil, caótico, em que em vez da dimensão e das regras escritas na pedra, triunfam a rapidez, a flexibilidade, a idiossincrasia, os defensores dos Senhores dos Perdões não percebem o papel dos "stressors":
"Just as spending a month in bed leads to muscle atrophy, complex systems are weakened or even killed when deprived of stressors.
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The economic class doesn't realize an economy lives by stressors rather than by top-down control."
 Rita Gunther McGrath em "Competitive Advantage Is Dead. Here's What To Do About It" avança com a sua hipótese sobre o que se está a passar com o espaço competitivo:
"The longstanding premise of corporate strategy has been to help companies identify their “sustainable competitive advantage” in the marketplace, and then exploit it over time.
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business is now evolving too rapidly for anything to be sustainable. The real secret to success may be knowing when it’s time to quit or adapt. (Moi ici: Com o capital do Estado a amortecer a dor e a eliminar os stressors... ia ser bonito)
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If you accept the idea that advantages are temporary, a lot of corporate structures don’t make sense,” (Moi ici: Mongo, empresas mais pequenas, mais ágeis, mais flexíveis)
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The next wave of strategy should instead encourage companies to “build up an advantage, exploit it – and then get out of it. (Moi ici: A entrada do Estado, numa tentativa de estancar a hemorragia e defender o passado... e voltamos a Setembro de 2007 - "... faltou sempre o dinheiro que o "Portugal profundo" preferiu gastar na "ajuda" a "empresas em situação económica difícil"...) But it’s tempting to stick with it longer than you should.”
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Indeed, executive success is often measured by how many people you manage or how much budget you control – a powerful disincentive to call it quits when a market shift is underway. (Moi ici: "Claro que esta escolha é dolorosa e evitada. Muitos gerentes, talvez a maioria, confunde volume com grandeza, confunde volume com lucro, e isso não é bom." (aqui, aqui e aqui))
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It’s no longer enough to cultivate deep expertise in your business, she says. Instead, “the capacity you want to create is networks and the ability to move quickly and learn to be dynamic.” (Moi ici: E a melhor forma de conseguir isso é meter capital do Estado na gestão das empresas? Come on!) She admits it won’t be easy; many executives are good “idea people,” and some are terrific at executing those ideas. “But very few of us are going to be good at saying, ‘it’s over,’” she says.
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The mentality you need to cultivate is the ability to “get into and out of spaces” while understanding that every innovation or advantage is likely to be overtaken within a short time period – maybe a year or two."
 Enfim, “stimulus junkies”...

domingo, maio 19, 2013

Curiosidade do dia

"To sum up: people are increasingly lost in a jungle of pricing, plans, offers, deals, for the services they need. It could be cell phones, energy bills, consumer loans… Hence a pattern for acquisitions: a bulk purchase web site for electricity (the Swedish market is largely deregulated with about 100 utilities companies); a helper to find the best cellular carrier plan based on individual usage; a personal finance site that lets consumers shop around for the best loan without degrading their credit rating; a personal factoring service where anyone can auction off invoices, etc."

Trecho retirado de "Schibsted's high-octane digital diversification"

Quais são as prateleiras que interessam?

Acerca da importância de equacionar e caracterizar quem são os clientes-alvo, mesmo quando se está no negócio do B2B2C:
"cuando una empresa comercializa sus productos no sólo en sus tiendas propias, sino también a través de otros canales de distribución
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Significa que tendremos que diferenciarnos de la competencia o ser los mejores
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prácticamente nos será imposible ser una marca de bajo coste
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una estrategia low cost no genera el suficiente margen comercial como para sacar adelante dos cuentas de resultados en números negros, la del cliente y la de la marca. Ni alquilándoles el espacio saldrían las cuentas para la enseña, ya que todos necesitarán rentas superiores al 25%,  y esto es demasiado cuando hablamos de márgenes tan reducidos.
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Por lo tanto, si eres una empresa multicanal de moda, estas obligado a construir una marca y no te puedes permitir crear un modelo de negocio donde te dediques a vender simplemente producto a precios bajos. Es decir, tienes que diferenciarte y que tu producto no sea atractivo simplemente por el precio, sino por los valores que aportan al consumidor, por la experiencia de compra. Algunos de ellos pueden ser moda, calidad, rapidez, tecnología, concepto de tienda, servicio o implantación, es decir, valor añadido.
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Y es que el cliente hoy es más exigente que nunca y busca value for money. No necesariamente el precio mas bajo es el que realmente le aporta mayor valor, ya que cuando la experiencia total es la adecuada, entonces está dispuesto a pagar un poco más porque realmente le proporciona una mayor satisfacción
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Grandes enseñas han fracasado por su afán de vender y no elegir adecuadamente sus puntos de venta.
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Una marca puede invertir en comunicación y en publicidad, pero si distribuye donde no tiene que hacerlo, se devalúa y pierde valor percibido a largo plazo. No nos podemos poner nerviosos en momentos como este y dedicarnos a vender de cualquier manera, ya que esto solo contribuiría a la destrucción de la marca a medio plazo. Es momento de invertir en nuestras enseñas y cuidar la distribución como herramienta más importante en el negocio de la moda."
O pivô são os consumidores, eles têm de gostar da oferta e da experiência de uso; contudo, isso de nada valerá, se a oferta não estiver disponível nas prateleiras que interessam. E, as prateleiras que interessam são as que são visitadas pelos clientes-alvo.
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Continua com "não-linearidade e macacos que não sabem voar"
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Trechos retirados de "The Retail Experience"

Ainda a mini-saia

Encontramos o que procuramos, ou os nossos olhos acabam por ver o que queremos encontrar.
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Durante anos li, com alguma tristeza, a caracterização que os responsáveis da principal associação do sector do têxtil e vestuário faziam da situação e da evolução do seu sector, assente numa lógica de locus de controlo no exterior.
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Cada vez encontro mais sinais de que aprenderam a valorizar o que corre bem, em vez de inflacionarem o custo da mudança que era necessária:
"Segundo a associação, em 2012 a Indústria Têxtil e Vestuário (ITV) portuguesa exportou 4.130 milhões de euros, para 170 destinos diferentes, «tendo o seu esforço de expansão para mercados extracomunitários sido compensado com um crescimento das exportações para estes mercados superior a 7%, face a 2011»,
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Entre as várias categorias que compõem as exportações, ressalva-se o maior valor acrescentado de artigos como t-shirts de algodão, o principal produto exportado pela ITV nacional, cujo valor aumentou cerca de 40% nos últimos quatro anos, resultado, aponta João Costa, do «investimento das empresas deste sector no aumento do valor acrescentado dos produtos, nomeadamente através da diferenciação assente nos fatores qualidade, inovação, design e moda».
Os têxteis funcionais e técnicos estão igualmente em evidência. A indústria de cordoaria e redes exportou mais 15% do que em 2011, num total de 181 milhões de euros, enquanto as exportações de tecidos especiais e de artigos têxteis para usos técnicos registaram um aumento de cerca de 80% nos últimos sete anos,
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«O sector têxtil e vestuário português realizou uma notável restruturação ao longo da década, evoluindo para uma atividade industrial de private label mais sofisticado, com mais elevado domínio da engenharia do produto e do processo, desenvolvendo um subsector de têxteis de grande tecnicidade, em contínuo crescimento, e gerando um crescente número de marcas made in Portugal, de sofisticado conceito e imagem de nível global», 

Trehos retirados de "ITV portuguesa vale mais"

Apesar da mini-saia...

"Exportações de mobiliário atingem 276 milhões no 1º trimestre"
"As exportações do setor de mobiliário e colchoaria aumentaram 5% no 1.º trimestre, face ao mesmo período de 2012, ultrapassando os 276 milhões de euros de vendas para 112 mercados, divulgou hoje a associação setorial."

sábado, maio 18, 2013

Curiosidade do dia

"The only part of the so-called national wealth that actually enters into the collective possessions of modern people is– their national debt. Hence,…the modern doctrine that a nation becomes richer the more deeply it is in debt. Public debt becomes the credo of capital. And with the rise of national debt-making, want of faith in the national debt takes the place of blasphemy against the Holy Ghost….
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As with the stroke of the enchanter’s wand…, [ the public debt] endows barren money with the power of breeding and thus turns it into capital.”… [But] modern fiscal policy…contains within itself the germ of automatic progression. Overtaxation is not an accident, but rather a principle."
Trecho retirado de "Chapter Thirty-One: Genesis of the Industrial Capitalist" de "Capital"

O velho, o rapaz e o burro


Fez-me recordar Justin Biever em "Justin Bieber e o preço da diferença" e de "Aprender a ser mau"
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Tudo isto a propósito de "YOU DO NOT HAVE TO BE LOVED BY EVERYBODY – A GREAT VALUE PROPOSITION".

Desde Outubro de 2006

Recordamos Outubro de 2006:

Depois, damos um salto até Novembro de 2012:
Quando se compete pelo preço e se elege a redução de custos como o vector fundamental para o negócio, procura-se quantidade, volume, market share para maximizar o retorno do agregado de um SKU. Quando se sobe na escala de valor e se trabalha do cliente para trás, para a oferta, para o produto, aposta-se no aumento do valor percepcionado pelo cliente, por cada cliente. Assim, aposta-se na maximização do valor criado com cada unidade de SKU e não pelo seu agregado. O negócio não é quantidade, não é market share!
Agora em "What Value Creation Will Look Like in the Future" encontramos:
"If your organization draws value from optimizing repetitive work, you'll find that it will be increasingly difficult to extract that value.
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The value of products and services today is based more and more on creativity - the innovative ways that they take advantage of new materials, technologies, and processes. Value creation in the past was a function of economies of industrial scale: mass production and the high efficiency of repeatable tasks. Value creation in the future will be based on economies of creativity: mass customization and the high value of bringing a new product or service improvement to market; the ability to find a solution to a vexing customer problem; or, the way a new product or service is sold and delivered.
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Creativity means we created more value: we sold X units of something that didn't exist before; we increased the sales of Y not because we made it cheaper, but because we made it better or we increased our value to customers by servicing needs we hadn't serviced before.

Taking cost out will always be important, but the equation is changing: individuals, management, strategy, and operations will have to learn how to put value in.
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The value chain (Moi ici: Aquilo a que chamo cadeia da procura, ecossistema da procura) will supplant the supply chain. Supply chain management is about taking out cost and making process efficient, but, as we've said, this won't be enough; value chain management is about how to create value; how to coordinate the continuous innovations of creative contributors and how to make that process efficient for the consumer and the contributor.
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Get obsessed with value. How do you define it? Measure it? How do the changes you are thinking about create value? What new capability, product, or service will your organization bring your customers that they will value? How will this make their life better? How will it amaze them? Start getting your people together regularly to think about how to add value to your customers and to your organization. Make this time sacrosanct."
Estava tudo lá, naquele primeiro postal de 2006... a transição mental do século XX (Magnitogorsk-style) para o século XXI (Mongo-Estranhistão): "Produtividade: não esquecer a segunda parcela da equação!" (O primeiro postal deste blogue com o marcador "produtividade")
"O entrevistado, e se calhar a maioria dos empresários, só está a ver metade do filme. A produtividade mede a relação entre dinheiro que sai (para pagar salários, para pagar utilidades, para pagar serviços, para pagar materiais, para...) e dinheiro que entra (aquilo que o mercado está disposto a pagar pelos produtos, ou serviços). O que é que o relatório dirá sobre esta parcela da equação? Porque é que o entrevistado não fala nesta segunda parcela da equação?
Na média, parece que esgotamos um paradigma de negócio e ainda não assumimos que precisamos de um corte epistemológico que nos abra a janela, para um outro paradigma baseado na diferenciação, e não no custo."

Acerca do desemprego em Portugal (parte II)

Parte I.
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Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Abril de 2013:

Evolução homóloga do desemprego e evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Abril de 2013:

A figura que se segue tira um retrato da evolução homóloga do desemprego em Abril de 2013 e mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):

Olhem para o perfil de criação/destruição de emprego... como é que Caldeira Cabral pode esperar ver uma resposta linear?
"Passando para a atividade económica de origem do desemprego, de entre os 634 501 desempregados que, no final do mês em análise, se encontravam inscritos como candidatos a novo emprego, nos Centros de Emprego do Continente, 62,0% tinham trabalhado em atividades do sector dos “serviços”, com maior relevância para as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” e o “comércio por grosso e a retalho”; 33,8% eram provenientes do sector da “indústria”, em particular da “construção”; e 3,2% vieram do sector “agrícola”."

sexta-feira, maio 17, 2013

Curiosidade do dia

"The whole purpose of education is to produce university professors who live in their heads, their bodies are only there to transport their heads to meetings. The current education system educates creativity out of us. We need to educate children holistically. Children have extraordinary capacities for innovation and creativity. And, just as Picasso argued that we are all born artists, social philosopher Richard Sennett says we are all born craftsmen and craftswomen.
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The true struggle is to hang on to that creativity as we grow up. The world is engulfed in a revolution, which requires us to think deeply how we prepare our children for the future."

Trecho retirado de "End of the line for mass produced education?"

"In many instances, addition can subtract"

"take a more recent study. This one asked participants to imagine they wanted to learn German. Then the researchers divided people into two groups. One group had to choose between a $575 online German-language course and a $449 German-language software package. The other group had to choose between that same $575 online course and the $449 software package plus a German dictionary. Forty-nine percent of people in the first group picked the software package over the online course. But only 36 percent of the second group made that selection—despite its being a better deal. “Adding an inexpensive item to a product offering can lead to a decline in consumers’ willingness to pay,” the researchers concluded. In many instances, addition can subtract. This is why curation is so important, especially in a world saturated with options and alternatives. Framing people’s options in a way that restricts their choices can help them see those choices more clearly instead of overwhelming them. What Mies van der Rohe said of designing buildings is equally true of moving those who inhabit them: Less is more."
"To Sell Is Human: The Surprising Truth About Moving Others" de Daniel Pink

A culpa é da mini-saia

Depois de Aveiro no primeiro trimestre ter crescido cerca de 20%, "Porto de Leixões bate recorde de movimento":
"O Porto de Leixões alcançou em abril um novo máximo histórico mensal no movimento de mercadorias, com mais de 1,7 milhões de toneladas movimentadas, mais 30% do que no mesmo mês de 2012.
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Até abril, as exportações por Leixões registaram um aumento de quase 13% face a igual período de 2012, com uma movimentação de cerca de 1,9 milhões de toneladas de mercadorias.
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Este crescimento resulta sobretudo das exportações para a Argélia (mais 150%), Marrocos (mais 61%), EUA (mais 45%), Reino Unido (mais 44%) (Moi ici: Lembram-se da treta?) e França (mais 39%), enquanto entre as mercadorias exportadas se destacam os produtos refinados diversos (mais 38%), o ferro e aço (mais 15%), os produtos aromáticos (mais 12%), as bebidas (mais 21%), o papel e cartão (mais 8,5%), as máquinas e aparelhos (mais 12%) e os produtos químicos (mais 163%)."

Semper fragilista

"A mensagem que vem de Bruxelas é muito clara (Moi ici; O que será que qualifica "Bruxelas" para qualificar a sua mensagem? Conhece o terreno? Sente os stressors e recolhe a informação?)
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Portugal tem que apostar nesta rota (Moi ici; Como se Portugal fosse um agente... felizmente são centenas de milhares de agentes)
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o objectivo das novas redes de inovação e competitividade implica uma mobilização das competências nacionais para uma nova agenda. (Moi ici; O Grande Planeador inventou uma tradução actual para o já ridicularizado "Plano Quinquenal")
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A política pública tem de ser clara (Moi ici; Cada vez me convenço mais da vantagem da opção contrária - by-pass ao Estado)
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Definição clara dos "Pólos de Competitividade" em que actuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); (Moi ici; O Grande Planeador tem sempre informação mais do que suficiente para saber, melhor do que quem anda no terreno, do que quem tem as suas "manias", paixões e idiossincrasias, do que quem desenvolve relações com clientes e fornecedores, o que é melhor, o que vai ter futuro, o que... fragislista, semper fragilista) selecção, segundo critérios de racionalidade estratégica, (Moi ici; Eheheh, um Grande Planeador iludido com a racionalidade estratégica... qualquer dia até decidem quem é que procria com quem - a bem do futuro da espécie) das zonas territoriais onde se vai actuar e efectiva mobilização de "redes activas" de comercialização das competências existentes para captação de "IDE de Inovação"

Trechos retirados de "As novas redes"

Isto fez-me recordar esta entrevista ""Houve durante muito tempo excesso de dinheiro fácil" para as empresas":
"o país teria melhores empreendedores sem distribuição de fundos comunitários "por toda e qualquer start-up que lhes bata à porta".
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o país está a tornar-se mais difícil para start-ups e pequenos empresários.
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Portugal teria melhores empreendedores se tivéssemos a possibilidade de ter um sistema de capital de risco mais exigente, sem os fundos comunitários a distribuir dinheiro às migalhas por toda e qualquer start-up que lhes bata à porta.
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Em Portugal, há sempre um programa que dá 50 mil euros a cada um. Depois aparece outro programa que dá mais 100 mil euros. Portugal tem sido o país da migalha. E a migalha tem permitido a proliferação de empresas sem qualquer espécie de viabilidade. Algumas até tinham alguma viabilidade no início, mas, como o dinheiro apareceu de forma fácil, não sentiram aquela pressão de uma capital de risco internacional em cima deles todo o tempo.
Contacto com muitos responsáveis por políticas públicas que sempre me disseram que o capital de risco é para perder dinheiro. Já tive responsáveis pelo QREN a dizerem-me que o capital de risco era para perder dinheiro. Isto choca-me! Se o capital de risco não ganhar dinheiro, a economia não progride. Se não é para ganhar dinheiro, é para deitar fundos comunitários à rua."