sexta-feira, maio 17, 2013

Curiosidade do dia

"The whole purpose of education is to produce university professors who live in their heads, their bodies are only there to transport their heads to meetings. The current education system educates creativity out of us. We need to educate children holistically. Children have extraordinary capacities for innovation and creativity. And, just as Picasso argued that we are all born artists, social philosopher Richard Sennett says we are all born craftsmen and craftswomen.
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The true struggle is to hang on to that creativity as we grow up. The world is engulfed in a revolution, which requires us to think deeply how we prepare our children for the future."

Trecho retirado de "End of the line for mass produced education?"

9 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Em Portugal estamos a caminhar com determinação em sentido contrário, em direção a um ensino massificado, fácil de gerir e barato.

CCz disse...

Concordo a decomposição está a acelerar.

Agora que seja fácil de gerir e barato... tenho sinceras dúvidas.

Estou a acompanhar a odisseia de familiar que está por dentro da formação de um agrupamento escolar.

Aquilo que nas empresas privadas, com uma fusão, gera poupanças a nível de pessoal dos serviços centrais não acontece, logo as poupanças serão mínimas e a confusão maior.

Mas tente ver para lá do ponto anti-Gaspar et al, veja uma sociedade a caminho do Estranhistão (Mongo) e uma escola que foi desenhada para preparar os funcionários do século XX no reino de Magnitogorsk.

Carlos Albuquerque disse...

A dificuldade na educação não é a gestão do pessoal ou da organização. A dificuldade é que tudo funcione para que o produto final, o efeito que a educação tem nos alunos, seja adequado.

Para uma sociedade em que a criatividade e a flexibilidade sejam determinantes precisa de programas e professores com formação e estado de espírito para tal. Os programas estão a deixar de ser programas orientados para o Estranhistão e estão a passar a programas prontos a serem implementados em escolas do século XX em Magnitogorsk. O que se torna fácil é que se se pedir apenas aos alunos que funcionem de forma mecânica em exame toda a gente sabe o que se espera e toda a gente pode treinar sem pensar, professores e alunos. Além disso professores tratados como operários do século XIX dificilmente serão inspiração para a criatividade ou para qualquer outra coisa que não o mecanicismo industrial.

CCz disse...

Se o percebo, é da opinião que o gang do Gaspar et al é que deram cabo do ensino.
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Se o percebo, podíamos dizer que em 2009 tínhamos um ensino preparado para o Estranhistão.
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Lamento, não o posso acompanhar nessa opinião

http://balancedscorecard.blogspot.pt/2007/10/um-carro-cubano.html

Quando em 2007 descobri que o ministério em Lisboa é que definia os cacifos de cada escola comecei realmente a perceber como era o monstro.

CCz disse...

Mas não me interprete mal, não é um problema português, é um problema de concepção do modelo

Carlos Albuquerque disse...

Na minha opinião em 2009 tínhamos um ensino mais preparado para o estranhistão do que vamos ter agora. Caso não saiba o monstro de Lisboa tem ainda mais poder, muito mais poder.

O carro cubano diz apenas que se legisla mal em Portugal. Era bom que fosse apenas na educação. Mas não é.

Se me diz que tornar o ensino mais rígido, mais apoiado em exames escritos, orientado por professores com inúmeras turmas e constantemente enxovalhados pelo governo em público, vai preparar melhor os alunos para o estranhistão, tudo bem.

Os professores poderão defender-se treinando os alunos para o tipo de perguntas que sai em exame, os alunos treinarão esse tipo de perguntas porque são as que importam, e palavras como compreender vão saindo dos objectivos do ensino. Criatividade neste tipo de sistema não interessa de todo. Nem alunos nem professores têm tempo para "devaneios" fora do que os exames perguntam.

Apenas queria alertar para o que se está efectivamente a passar.

Mas não sei bem se alguém ainda pensa em Portugal como um país cujo futuro valha a pena discutir.

CCz disse...

"Se me diz que tornar o ensino mais rígido, mais apoiado em exames escritos, orientado por professores com inúmeras turmas e constantemente enxovalhados pelo governo em público, vai preparar melhor os alunos para o estranhistão,"

Acha mesmo que essa é a minha opinião?
Então, devo ser péssimo a transmitir as minhas ideias!

CCz disse...

Na escola da minha filha são os próprios professores que apostam em tudo o que critica. Suspeito que para ganharem horários completos e até horas extraordinárias, reuniram os encarregados de educação no inicio do ano lectivo e informaram que o ministério obrigava todos os alunos do 9º ano a terem aulas de apoio.
Juro que perguntei se uma falta a essas aulas de apoio contava como falta para reprovar. Como não sabiam responder desconfiei logo de marosca. Pedi para ver a tal circular do ministério... até hoje, continuo à espera.
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Durante a reunião do final do 2º período, o director de turma descoseu-se e começou a lamentar-se que tem o horário completo e até tem horas extra.
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A minha filha só tem a sexta de tarde livre porque uma colega mórmon não pode ter aulas à sexta quando o sol se põe no Inverno.

A moral que tiro disto é que ninguém está isento de culpas.

Carlos Albuquerque disse...

Se os professores da escola da sua filha podem criar aulas extra para justificarem horários e horas extraordinárias então têm mais liberdade do que eu supunha.

Se dão aulas extra para treinar os alunos para exame então fazem bem, porque provavelmente a escola e eles próprios serão avaliados pelos resultados dos exames. Cada vez mais a função deles é obedecer e serem avaliados por isso, não é educar ou preparar para o futuro.

Claro que não penso que a sua opinião era o que descrevi. Era uma figura de estilo. Só que a contradição entre a orientação que está a ser dada ao ensino e a sua visão do futuro fez-me pensar que isso devia ser para si um motivo de preocupação. Para mim é seguramente um motivo de preocupação.