sexta-feira, maio 06, 2011

Criar valor, através da criação de escassez, por via da arte no trabalho

Há problemas que são como puzzles, têm uma solução única que tem de ser procurada.
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Há problemas que pertencem à categoria de "wicked problems". Sobre eles Hilary Austen em "Artistry Unleashed" escreve:
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"These problems are characterized bu such features as ambiguity, uncertainty, instability, and complexity.
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Different people will do and try to achieve different things; it will also be hard to tell who might have the simple best grasp of the situation, or who might have the single best solution.
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In the context of artistry, I call them enigmatic problems. The enigmatic problems associated with artistic work have an additional feature I want to highlight by using this term. Not only are the ends and means unclear, they are also interdependent. As your effort to solve an enigmatic problem proceeds, the ends evolve as means are generated. Likewise, as means unfold, new ends become possible; these may in turn demand new means. (Moi: Isto está sempre a acontecer nas empresas com futuro que visito. Ainda ontem, durante uma auditoria, um problema recorrente foi resolvido com a aquisição de um novo meio. O uso do novo meio, e a intimidade gerada por esse uso, criou novas capacidades capazes de atingirem novos fins. Como em tempos disse ao José Silva "Gente que faz umas coisitas malucas, fica a ser conhecida como os malucos que fazem umas coisas malucas. Assim, quando alguém sonha com uma coisa maluca... pensa logo nos malucos habituados a lidar com coisas malucas. É uma espiral virtuosa sem limites")
This interdependent relationship  between ends and means is a hallmark of artistic work."
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E Mongo, com os seus rós cada vez mais negativos é um mundo de "enigmatic problems", problemas cheios de incerteza, ambiguidade, complexidade, mudança, surpresa, escolhas de Minkowski, indeterminismo, e singularidades.
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Como é que os artistas encaram Mongo? Como é que os artistas lidam com o artistic work que é viver e prosperar em Mongo?
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"True artists see the features identified above - that cluster I call enigmatic problems - not as obstacles but as exciting opportunities (Moi ici: "exciting opportunities" classificação super-apropriada!!! Por que terei dado este título "Go Mongo: "We will find a place (To settle) Where there's so much space""? Por que já usei por mais do que uma vez este trecho do filme de Kubrik ("What is goid to happen Dave? Something wonderful!")  Por isso me vejo como um optimista ingénuo).
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Parte do meu trabalho, com as empresas que estão dispostas a isso e têm a matéria-prima para isso, é o de co-aprendermos a fazer batota e de abraçarmos a mudança. Eu chamo-lhe batota, Hilary Austen chama-lhe outra coisa:
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"They consciously work to become skillful with these problems. And here's the kicker: in the face of enigmatic problems true artists display a greater intelligence in their medium than many of us do in our own professional medium.
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Artists seek rather than fear ambiguity in their medium. They embrace rather than avoid or ignore surprises; instead, they court the solutions that surprises stimulate and the growth that surprises make possible."
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Oxalá eu consiga instilar alguma esperança no futuro, não uma esperança cor-de-rosa à la Marcelo Rebelo de Sousa ou à la Sócrates, baseada na auto-estima, ou em bolhas, ou em outras tretas, mas assente na capacidade de criar valor.

Até nos States - modelos mentais a estilhaçarem-se

Até nos EUA, tão dominados pelo "short-termism", se está a assistir a um certo renascimento do chão de fábrica face à China:
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"Why US manufacturing can take on China"
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"US manufacturing takes on China"
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"Made in the USA, Again: Manufacturing Is Expected to Return to America as China’s Rising Labor Costs Erase Most Savings from Offshoring":
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"“All over China, wages are climbing at 15 to 20 percent a year because of the supply-and-demand imbalance for skilled labor,” said Harold L. Sirkin, a BCG senior partner. “We expect net labor costs for manufacturing in China and the U.S. to converge by around 2015. (Moi ici: Como os salários portugueses são inferiores aos americanos... tanta gente que devia andar a estudar como aproveitar esta oportunidade e que anda entretida a fazer política) As a result of the changing economics, you’re going to see a lot more products ‘Made in the USA’ in the next five years.”"
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"After adjustments are made to account for American workers’ relatively higher productivity, wage rates in Chinese cities such as Shanghai and Tianjin are expected to be about only 30 percent cheaper than rates in low-cost U.S. states. And since wage rates account for 20 to 30 percent of a product’s total cost, manufacturing in China will be only 10 to 15 percent cheaper than in the U.S.—even before inventory and shipping costs are considered. After those costs are factored in, the total cost advantage will drop to single digits or be erased entirely, Sirkin said.

Products that require less labor and are churned out in modest volumes, such as household appliances and construction equipment, are most likely to shift to U.S. production. Goods that are labor-intensive and produced in high volumes, such as textiles, apparel, and TVs, will likely continue to be made overseas." (Moi ici: O nosso conselho de sempre)
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Claro, os macro-economistas são os últimos a saber. Aqui ver os 3 primeiros postais.

Competitividade uma ova!

Será que quem é funcionário público, ou quem é funcionário de uma loja, ou trabalha para uma empresa que vive do mercado nacional percebe que além da conversa do défice e da crise há um outro Portugal que os suporta?
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"As vendas na indústria com destino ao mercado externo aumentaram, em Março de 2011, 13,1% em
termos homólogos.
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Os agrupamentos de Bens Intermédios e de Bens de Investimento registaram variações de 23,0% e de
23,6%, respectivamente, tendo contribuído com 9,0 p.p. e 4,9 p.p. para a variação do índice agregado deste mercado.
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Em Março de 2011, a secção das Indústrias Transformadoras registou um aumento de 12,2% em termos homólogos.
O volume de negócios da indústria com destino ao mercado externo apresentou, em Março de 2011, uma variação mensal de 13,9%.
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A variação média dos últimos 12 meses fixou-se em 16,5%."
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Sim pois, depois, os teóricos vêm dizer que não somos competitivos... somos competitivos sim senhor, temos é muitos cucos a viver sobre as costas de uma minoria.
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Trecho retirado de "Índice de Volume de Negócios da Indústria desacelera.Emprego diminui. - Março de 2011"

Uma anedota

O programa desta iniciativa "Congresso do Empreendedor Lusófono" diz tudo... o que é que estes intervenientes sabem, que experiência de vida têm para os habilitar a falar de empreendedorismo?
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LOL mil vezes LOL.
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quinta-feira, maio 05, 2011

Equidade uma ova!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Hoje estive o dia todo exilado sem acesso a nada, pois realizava uma auditoria.
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No entanto, ao almoço, consegui ler algumas notícias no rodapé da SIC.
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Uma era "Em 2013 a taxa de desemprego rondará os 13%"
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Depois, apareceu Basílio Horta a fazer um discurso qualquer e, em rodapé, aparecia uma frase dele "Tem de haver equidade na distribuição de sacrifícios"
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E eu pensei:
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Boa, tenho de mandar uma carta a Basílio Horta a perguntar quantos funcionários públicos vão para o desemprego até 2013... equidade uma ova!!!

O futuro do marketing

Não sou uma pessoa do marketing mas não posso deixar de comentar o primeiro capítulo do livro "Marketing 3.0 - From Products to Customers to the Human Spirit" de Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan.
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"Long ago, during the industrial age - when the core technology was industrial machinery - marketing was about selling the factory’s output of products to all who would buy them. The products were fairly basic and were designed to serve a mass market. The goal was to standardize and scale up to bring about the lowest possible costs of production so that these goods could be priced lower and made more affordable to more buyers. Henry Ford’s Model T automobile epitomized this strategy; said Ford: “Any customer can have a car painted any color that he wants so long as it is black.” This was Marketing 1.0 or the product-centric era. (Moi ici: Concordo com esta caracterização)
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Marketing 2.0 came out in today’s information age - where the core is information technology. The job of marketing is no longer that simple. Today’s consumers are well informed and can easily compare several similar product offerings. The product value is defined by the consumer. Consumers differ greatly in their preferences. The marketer must segment the market and develop a superior product for a specific target market. (Moi ici: Identificação dos clientes-alvo e focalização, concentração, alinhamento.)
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The golden rule of “customer is king” works well for most companies. Consumers are better off because their
needs and wants are well addressed. They can choose from a wide range of functional characteristics and alternatives. Today’s marketers try to touch the consumer’s mind and heart. Unfortunately, the consumer-centric approach implicitly assumes the view that consumers are passive targets of marketing campaigns. (Moi ici: Identificação dos clientes-alvo e focalização, concentração, alinhamento.) This is the view in Marketing 2.0 or the customer-oriented era.
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Now, we are witnessing the rise of Marketing 3.0 or the values-driven era. Instead of treating people simply as consumers, marketers approach them as whole human beings with minds, hearts, and spirits. Increasingly, consumers are looking for solutions to their anxieties about making the globalized world a better place. In a world full of confusion, they search for companies that address their deepest needs for social, economic, and environmental justice in their mission, vision, and values. They look for not only functional and emotional
fulfillment but also human spirit fulfillment in the products and services they choose. (Moi ici: Para mim é treta pura e dura. As pessoas continuam a procurar as empresas para encontrar respostas comezinhas aos seus problemas. Estou mais de acordo com a abordagem de Porter e Kramer em "Strategy and Society: The Link Between Competitive Advantage and Corporate Social Responsibility" de Michael Porter e Mark Kramer, publicado pela revista Harvard Business Review no passado mês de Dezembro de 2006 (pp. 78-92). Sobretudo "By providing jobs, investing capital, purchasing goods, and doing business every day, corporations have a profound and positive influence on society. The most important thing a corporation can do for society, and for any community, is contribute to a prosperous economy."

Like consumer-oriented Marketing 2.0, Marketing 3.0 also aims to satisfy the consumer. However, companies practicing Marketing 3.0 have bigger missions, visions, and values to contribute to the world; they aim to provide solutions to address problems in the society."
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IMHO, o marketing devia desenvolver respostas sobre como desenvolver a relação com os clientes-alvo, sobre como como acompanhar a evolução da relação, sobre como promover a colaboração e co-criação. Não julgo que o folclore das grandes causas seja relevante.

Quanto mais anos de escolaridade mais "planning mindset" mais certezas e pré-conceitos

O gráfico deste postal "Criatividade e Mongo" e esta barreira a vencer são facilmente interpretados com este feliz artigo "Why Kindergartners Make Better Entrepreneurs than MBAs: And How to Fix It":
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"Under conditions of ambiguity, most people fall back on a planning mindset to solve entrepreneurial problems.
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A planning mindset can increase your chances of failure because you waste time executing on guesses that are ultimately wrong.
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Instead entrepreneurs have to apply an experimentation mindset and tactics to solve entrepreneurial problems (unknown problems or unknown solutions)"
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Quanto mais anos de escolaridade mais "planning mindset" mais certezas e pré-conceitos e menos experimentação pura e dura.

Do convento para o bordel?

Na TSF falam sobre o convento que é a câmara do Porto em termos de dívidas.
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Brevemente, a equipa de Menezes do outro lado do rio vai tomar conta do convento para transformar as contas do Porto numa orgia como na câmara de Gaia.

quarta-feira, maio 04, 2011

O burro sou eu!

Mas sou mesmo!!!
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Um país endividado até ao tutano e que não cresceu a mais de 0,8% ao ano na última década, vai receber um empréstimo de 78 mil milhões de euros. Ou seja, mais dinheiro a acrescentar à já colossal dívida.
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Esse país não tem superavits há mais tempo do que quero recordar-me.
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Esse país este ano vai ter um défice superior a 5%, no próximo andará pelos 4 e tal e em 2013 andará pelos 3%.
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Quando é que esse país vai efectivamente começar a reduzir a dívida acumulada?
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Ò Poul podias fazer-me um desenho porque eu sou muito burro e não estou a ver.
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Obrigado.

Acerca do Brasil

"Brasil revê exportação para 2011 em alta"
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O título e o conteúdo da notícia é positivo, muito positivo.
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Mas tem um lado negro!
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"Brazil’s misleading trade surplus"
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Ainda assim, deviam ser organizados charters para levar empresários portugueses a visitarem feiras no Brasil. Não para vender, não para comprar, simplesmente para serem contaminados pela onda de optimismo que varre a economia brasileira. Quem de lá vem, vem com o astral bem acima e olha o futuro de outra maneira... vem cheio de ilusion à espanhola.

Criatividade e Mongo

Acredito que vamos a caminho de uma paisagem competitiva a que chamo de planeta Mongo:
Mongo é o nome do planeta onde decorrem as aventuras de Flash Gordon contra o malvado Ming. O que sempre me fascinou acerca do planeta Mongo foi a sua heterogeneidade. Um planeta onde coexistiam sem misturas, diversos povos e espécies inteligentes, em diversos estágios de evolução tecnológica.
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Acredito que vamos a caminho de uma paisagem competitiva semelhante a Mongo. Em vez da vitória de um modelo único de negócio, para servir um único tipo de cliente-alvo, vamos ter n modelos de negócio, vamos ter n tipos distintos de clientes-alvo, e cada tipo em busca de experiências únicas. E, cada vez mais, as escolhas que possibilitam fornecer uma dada proposta de valor a alguns clientes-alvo, são precisamente o motivo que impede de fornecer outra proposta de valor a outros clientes-alvo em simultâneo.
Acredito que em vez de uma paisagem com um único pico, estamos a construir uma paisagem com uma infinidade de picos,  e que esse número continua  a crescer.
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Cada pico representa um conjunto de clientes-alvo que só podem ser servidos por uma determinada conjugação de factores organizativos internos de uma empresa.
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Acredito que o truque que está na base do crescimento do número de picos, é a introdução progressiva da arte na vida das empresas e do que elas oferecem aos seus clientes-alvo.
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Por arte entenda-se algo que parece magia, algo que assenta em qualidades e não em quantidades, algo que assenta em sentimentos e não em cálculos.
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Ou seja, cada vez mais as empresas precisam de criatividade para criar valor.
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Como é que evolui a criatividade das pessoas em função do seu percurso escolar?
Quantos mais anos passamos na escola menos criatividade artística sentimos. Não será isso também uma barreira ao empreendedorismo? Como contaminar mais gente com a propensão para a criação de valor?
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Hilary Austen em "Artistry Unleashed" revela algumas dificuldades:

  • "Those who achieve artistry aren't great at telling amateurs what's involved."
"Having reached an artistic level of performance, practicioners often find it hard to describe to novices exactly what they're doing in the moment. Their actions - and, even more, the how and why behind these actions - have become automatic and natural. So much so, that they defy description.
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  • Artistry cannot be learned vicariously; it must be lived
"Artistry cannot be learned while sitting on a couch. Nor can it be learned in classrooms, from reading books, od from watching others act. Instead, artistry develops as action unfolds. Students of artistry cannot escape undergoing the risks, the emotional demands, the hours of practice, the investment of resources, or the impacts of outcomes they generate.There's no sugar-coating it: this is stressful. ... Learning artistry is a transformative process."
  • Artistry is emergent
"In our goal-oriented society, artistry defies conventional wisdom. The harder you try to make it happen, the more elusive it becomes. Artistry emerges when you pursue a connection, or a feel for a discipline, rather than when you pursue particular goals. It comes to people who make judgments in response to change, rather than those  who depend on the skills learned in yesterday's lesson. At the same time, of course, these skills and goals cannot be abandoned, and this apparent contradiction can create confusion.
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  • Artistry is fluid and progressive
"Artistry is not a final destination. . What works in one moment probably won't work in the next. Today's success can be tomorrow's failure, and today's failure can magically transform into tomorrow's success.
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    what we experience as artistry will shift and advance. ..., there's no end to what's possible."
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    Talvez estas reflexões de Hilary Austen ajudem a perceber o quão difícil é para quem está de fora perceber que existe vida para além da guerra do preço.
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    Reparar que naquela paisagem competitiva lá em cima, a cheia de picos, há muitas empresas a viver lado a lado sem nunca competirem entre si.

    Não somos muito diferentes

    Como é que um país assim pode ser sustentável?
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    "España, al límite: menos de un tercio de la población crea riqueza"

    David vs Golias

    Adoro a história bíblica de David e Golias, tudo o que há a aprender sobre estratégia contra um incumbente está lá. Adoro sobretudo I Sm 17, 38-39:
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    "Saul vestiu David com a sua própria armadura, colocou-lhe na cabeça um capacete de bronze, revestiu-o com a sua couraça, e pôs-lhe a espada na cintura, sobre a armadura. Em vão David tentou andar, pois nunca tinha usado nada daquilo. Então disse a Saul: "Nem sequer consigo andar com estas coisas. Não estou acostumado". Tirou tudo,"
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    David começou a criar a sua vitória contra o incumbente quando "tirou tudo", quando desistiu de competir com as mesmas armas que Golias e resolveu competir à sua maneira.
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    "How these Davids took on Goliaths. PepsiCo's Quaker is the biggest name in oatmeal. How did scrappy Better Oats — by family-owned cereal-maker Malt-O-Meal — grab a market share? By using natural ingredients, packaging them in smaller boxes to please retailers and in pouches useful for measuring water to please consumers. Now, you can find Better Oats in 21,000 retail stores, Fortune reports. It also chronicles the rise of a competitor to Ticketaster, as well as a start-up accounting firm that managed to crack into the Big Four."
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    Um David bate Golias quando decide combater no terreno que mais lhe convém.
    Trecho retirado daqui.

    A comunicação ao país

    A comunicação ao país a que ontem assistimos é um exemplo paradigmático da mentalidade política que nos trouxe até aqui.
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    A narrativa do regime saído após o 25 de Abril de 1974 não prevê dificuldades, o futuro são amanhãs que cantam, as palavras do Livro do Génesis em que Deus condena Adão a ganhar o pão com o suor do seu rosto são vistas como perigosa propaganda fascista.
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    A comunicação ao país a que ontem assisti não me deu nenhuma informação sobre os sacrifícios que aí vêm.
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    Mais, a comunicação ao país a que ontem assisti não foi para os portugueses como eu, gente independente que não vive do Estado, foi para os funcionários públicos e reformados.
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    Os portugueses que não fazem parte do grupo dos funcionários públicos e reformados são os enteados deste regime... os que têm de alimentar o cuco.

    Procurar um sweet spot, ir para a terra dos relojoeiros

    Em 2007, por várias vezes, citei o livro "Dealing with Darwin" de Geoffrey Moore com o qual aprendi umas coisas interessantes, por exemplo.
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    Hoje, na revista Inc saiu este interessante artigo.
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    Geoffrey Moore recorda esta figura do seu livro:
    Esta conversa aqui, é sobre o desafio da figura:
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    "There is an overlap in the middle.  That’s the place where most small businesses stay (Moi ici: Chamo a atenção para os valores do eixo das ordenadas nessa zona de "overlap"... baixa rentabilidade para tanto esforço) because they are below the radar of the really large complex system companies.  But many small companies are dealing with a level of complexity that a volume operations company doesn’t want to deal withSo these small companies have all the difficulties of a complex system but all the roles of a volume operation.  These companies are defining more complexity while trying to lower their prices. (Moi ici: Uma loucura completa!!!)  That’s a difficult situation to be in because it’s like farming on rocky ground.  (Moi ici: Extraordinária metáforaIt’s hard to get a great crop because it’s not one of the two economic sweet spots. "
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    "For small businesses, they can’t play the operational excellence card very well, unless they’ve got some really cool engine that runs on the web automatically. But small businesses can excel in customer intimacy with product leadership. But it must be these two things in combination: pure product leadership is where the big guys can dominate because they have a bigger research and development budget. Small businesses succeed when they combine customer intimacy with the granularity of growth model followed by the ‘whole product plus one’ idea."

    terça-feira, maio 03, 2011

    Transferir-se para a internet

    Muitas empresas têm receio de dar este passo.
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    Cá vai mais um exemplo "Williams-Sonoma Chooses Clicks Over Bricks in Web Rollout"
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    "Williams-Sonoma Inc. (WSM), the 55-year-old housewares chain known for its meticulously arranged stores and baking demonstrations, is cooking up a new strategy: remaking itself as an Internet company.

    Web orders are already the fastest-growing source of revenue for the San Francisco-based company, and now it’s preparing to make its e-commerce sites global by the end of June"
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    “What they and other retailers are starting to figure out, is that their stores are more showrooms, and a lot of their transactions are happening online,”
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    "“Over the past several years we’ve taken it up a notch, really from being a catalog company with websites, to embracing the Web and becoming an Internet company,” he said."
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    E by-pass ao Estado cá dentro?

    Quando uma sociedade está habituada a fazer by-pass ao papá-Estado, tudo, ou quase tudo, é motivo para oferecer um serviço escrutinado por quem paga ou por quem suporta. Serve, serve! Não serve, fecha!
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    Lembram-se da treta das visitas de estudo organizadas de forma amadora, acompanhadas por professores que viam na visita uma forma de terem um feriado? E que tal subcontratar a organização e condução a uma micro-empresa especialista?
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    Isto também é Mongo:
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    "How Dave Eggers Is Making Learning Fun"
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    "The organization also provides in-school writing programs, field trips, and other services. All told, it has worked with 24,000 students, many of them from low-income communities, and built a network of 5,000 very passionate volunteers."

    A barreira a vencer

    "In each instance, the practicioner allows himself to experience surprise, puzzlement, or confusion in a situation he finds uncertain and unique... He is not dependent on categories of established technique, but constructs a new theory of the unique case... He does not keep means and ends separate but defines them interactively as he frames a problematic situation." (trecho de Donald Schon retirado de "The Reflective Practitioner")
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    Cada caso é um caso. Cada caso é único. O que funcionou ontem já não funciona hoje...
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    Impressionante como o conselho que se segue, de um cowboy para alguém que quer aprender a montar um cavalo, se aplica ao desafio que um empresário tem de enfrentar nos tempos actuais em que Mongo se instala e a globalização imperial da quantidade recua. O que aconteceu na TV, desde o "I love Lucy" até à actualidade, é uma metáfora do que está a acontecer na economia (BTW, lembro-me de em miúdo ver na TV portuguesa esse programa "I  Love Lucy")
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    "Eric: You're trying to do too much. Stop thinking, and pay attention to your horse. It's about trying to feel what is happening underneath you right now. You can't ride yesterday's horse. You can't ride what might happen. Everybody who rides has the same problem: we're hoping what we learned yesterday will always apply.  You often ride the problem you had a minute ago, or for the goal you want to achieve. But this not a recipe. It changes every second, and you've got to change with it."
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    E o que fazem os macro-economistas? Pois... e o que valem as suas previsões baseadas na extrapolação do passado?
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    "You've got to start with observing real people in depth. Burn the market research. Go out there with your own eyes. Stand there. Do it yourself as the businessperson. Be there with your own eyes."
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    "This way of working - call it artistry.
    Artistry is rooted in qualities. ... To become a proficient rider in her own right, she needs to perceive these qualities and interpret them herself; until she does that, she's merely applying a collection of disconnected generic techniques - and haphazardly, at that. If she can become focused enough and then use this awareness to respond effectively to these qualities, she'll be able to improve her own efforts and those of her horse. She faces the same learning challenge that students of every demanding discipline face if they wish to leave routines and recipes behind and become creative and masterful practicioners in their own right."
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    Por isto é que é tão redutor isto "“A qualificação devia ser o motor da competitividade da economia”" Imagino n situações em que gente mais qualificada, podia ajudar a fazer milagres na capacidade de originar valor ... desde que tenha a humildade de abandonar as receitas assépticas e aceite apaixonar-se.
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    Focalização, sempre a focalização...
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    "Eric: Just because he has a little more energy than you're used to doesn't mean you have to freak out about it. Ride it, for Christ's sake! One of the reasons we ride horses is because they're dynamic. So, when things are a little different, you should appreciate that and not be scared of it. Scared is a distraction. Utilize him!"
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    Por cá, muitas vezes, a reacção instintiva quando as coisas mudam e ficam um pouco diferentes é... pedir protecção e ajuda ao papá-Estado. E isso, impede o crescimento interno, evita a subida para o nível seguinte do jogo, ficamos parados e atolados no nível actual.
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    "I recognize this vulnerable state, when fear, anxiety, or embarrassment creates a self-absorbed distraction. Yet in the heat of the moment it's nearly impossible to ignore these reactions."
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    Aqui, o papel de um outsider que não imponha receitas mas que facilite uma abordagem diferente ao desafio, pode ser útil.
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    "Eric: It takes more focus, but that's what this game is about. When we talk about asking a horse for a hundred percent, we're asking a person for a hundred percent. It means we have got them right to the point where they are either going to perform or explode! If they perform to their maximum ability, they will do the best they possibly can if you can get it just right, and you're sitting on a hundred percent of a horse, all you can do is pull your hat down and hope you don't screw up."
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    "He's trying to take her across an invisible barrier that divides amateur riders from genuine horsemen."
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    É uma barreira deste tipo que impede aos teóricos da macro-economia verem como se fazem milagres ao nível da macro-economia.

    Uma capa que foge ao alinhamento geral, parabéns.

    Ontem saí no apeadeiro de General Torres, como é costume quando há tempo e bom tempo, e desci a avenida para entrar a pé no Porto através da Ponte D. Luís.
    Logo no primeiro escaparate encontro um jornal que eu não conhecia e com uma capa estranha neste país... uma capa optimista em tempos de FMI.
     ""Depois de um ano 2009 penoso para a indústria nortenha, com as exportações a caírem quase 15 por cento no quarto trimestre, as contas das empresas começaram a recuperar. No final do ano passado, a variação homóloga na Região foi já positiva em 14,5%, evidenciando que as empresas estão a reagir às adversidades e novamente na rota dos bons resultados."
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    Várias páginas dedicadas às exportações na zona Norte conjugando números e uma narrativa confiante... pensava que isso só existia neste blogue ;-)
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    Interessante esta tabela:

    segunda-feira, maio 02, 2011

    Podar indicadores

    Na passada sexta-feira estive a trabalhar numa empresa a animar uma tarefa ingrata: podar! Podar indicadores!
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    A empresa identificou a cadeia da procura, identificou a proposta de valor a oferecer a clientes-alvo e prescritores, e desenhou o mapa da estratégia.
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    Depois, como trabalho de casa, a empresa identificou um conjunto de indicadores associados ao mapa da estratégia, cerca de ... 87 indicadores!!!
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    87 indicadores é muito indicador.
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    Reunindo com as pessoas servi-me de duas metáforas para justificar e fomentar a poda que se impunha:
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    1. A metáfora dos chapéus
    Quando colocamos o chapéu de director de um departamento queremos ter indicadores que nos permitam ter uma percepção sobre o que se passa no departamento. Agora quando colocamos o chapéu de equipa de gestão de topo o que queremos é uma ideia do conjunto, é uma validação, ou não, das hipóteses estratégicas. Para isso precisamos de um número muito mais restrito de indicadores para não perdermos o sentido do todo, para não nos atolarmos em pormenores.
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    2. A metáfora das músicas
    Uma coisa é ouvir uma música que gostamos, pode ser no youtube. Outra coisa, é ouvir 10 músicas em simultâneo do nosso compositor preferido. Qual o resultado? Ruído!!! Se quisermos liderar o desempenho de uma empresa olhando para 87 indicadores em simultâneo, vamos de certeza ter problemas... o ruído vai sobrepor-se ao sinal.
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    Resultado, já conseguimos reduzir a quantidade de indicadores para 48.
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    Ainda não chega, nesta fase gostaria de chegar aos cerca de 25 indicadores.
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    A poda vai continuar.