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quinta-feira, junho 13, 2019

Cassandras-doentias e opções repentinas e unilaterais

Por vezes, as organizações e o contexto que as rodeia estão em sintonia e as organizações prosperam. No entanto, o mais provável é que essa sintonia não dure para sempre, ou porque a organização muda, ou porque o contexto muda, ou porque ambos mudam.

Muitas organizações, arrisco escrever, a maioria, adiam as mudanças para fazer face à alteração do status quo, esperando que se aguardarem o suficiente os astros vão novamente alinhar-se e tudo voltará à normalidade. Só que quanto mais tempo adiam a mudança, mais a dimensão da mudança cresce.

Também há organizações que apelidam de Cassandras-doentias os que com tempo, com antecedência, avisam o que com grande probabilidade aí virá. Assim, as organizações em vez de se prepararem para  uma mais que provável disrupção, antes apostam todas as fichas na manutenção do status quo, apesar de todos os avisos.

Este artigo, "Colégio da Imaculada Conceição, em Coimbra, fecha portas. Não resistiu à “grave situação financeira”" ilustra um caso em que os sinais da mudança foram ignorados e quando se quis fazer algo já era tarde de mais.
"em 2016, o contrato chegou ao fim. “Tratou-se de uma opção repentina e unilateral tomada, na altura, pelo Ministério da Educação, à qual o CAIC foi alheio e à qual se opôs desde a primeira hora, mas sem sucesso”, refere a instituição.
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Os jesuítas garantem que foram desenvolvidos “todos os esforços para reconfigurar o Colégio à nova condição de colégio privado”. Por exemplo, “o essencial dos encargos passou a ser assumido pelas famílias” e foram “tomadas medidas no sentido de reduzir os encargos, de envolver doadores e de captar novos alunos”. Além disso, ao longo de um ano letivo (2016/2017), o colégio assegurou o seu funcionamento em regime gratuito para os alunos, mesmo já sem o financiamento do estado “num número muito significativo de turmas”.
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Mas os esforços não foram suficientes. De acordo com a Companhia de Jesus, a “insustentabilidade financeira” tornou-se numa “evidência incontornável, agravando-se os défice de exploração”."
Recordo:

domingo, dezembro 02, 2018

Se calhar

A propósito de:



Ultrapassêmos academicamente a questão do peso do custo dos livros ser relevante ou não para o orçamento familiar do cliente-alvo da escola privada. Concentremos-nos no texto do tweet.



Pensamento estratégico como o de David em frente a Golias é isto. Todos preocupados, focados, fechados dentro de uma caixa com um espartilho que é o livro em papel. E a jogada é tornar a cena dos livros em papel irrelevantes, e avançar para o próximo passo. 

Se calhar para esse próximo passo será preciso que nasçam as editoras que não tenham activos afundados na impressão em papel.

Se calhar para esse próximo passo será preciso obter uma autorização qualquer do estado.

segunda-feira, novembro 12, 2018

"Uber", Mongo e a educação (parte II)

Parte I.

Mais uma peça para a construção de uma reflexão sobre o futuro da educação em Mongo em "Young Americans need to be taught skills, not handed credentials":
"One recent survey found that 43 per cent of college grads are underemployed.
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This certainly mirrors what I hear from chief executives, many of whom tell me they cannot find the skills they need either at the top or the bottom of the socio-economic ladder. Ivy League colleges are great for those who can afford them but most education has become completely disconnected from the needs of both students and the labour market.
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There are plenty of MBAs who can read a balance sheet but have neither operational nor soft skills. Four-year business administration graduates are settling for low wage gigs, while $20-an-hour manufacturing jobs go unfilled because employers can’t find anyone with vocational training.
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Desperate companies are trying to plug the gap — telecoms group AT&T has set up an internal online course to train the 95 per cent of those in its own technology and services unit that have inadequate ability in Stem subjects — Science, Technology, Engineering and Maths. Walmart Academy has trained thousands of workers, including in basic skills they should have learnt in high schools.
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Perhaps the most successful and scalable bridging of the skills and credentials gap thus far has been the P-Tech high school, initially started by IBM as a way to create a middle-market talent pool and now said to run with 500 other industry partners in 110 schools in eight states."
Voltaremos ao século XIX? A escola pública existe para servir os funcionários,


"Então, veio-me à mente a conversa deste mês de Agosto com estudante da FCUP do curso de Ciências de Computação. Segundo ele, o curso foi objecto de reformulação há dois anos. No entanto, continua a não dar toda uma série de linguagens de programação que as empresas precisam mas que os professores não dominam, nem têm motivação para aprender (esse estudante passou parte do mês de Agosto a estudar programação para Android nos cursos da Udacity).
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Se a FCUP optasse por contratar professores para darem aulas sobre essas linguagens os professores incumbentes sofreriam."
Daqui, de onde também recordo:
"Há uma frase feita qualquer acerca das organizações que se aplica como uma luva neste caso:
Quando a velocidade da mudança no exterior, no contexto, no entorno de uma organização, é muito maior que a velocidade a que essa organização consegue mudar... temos outra Torre de Babel:"





quarta-feira, agosto 19, 2015

Curiosidade do dia

"The current system educational system is not broken, he says. It’s doing exactly what it was designed to do: prepare workers for a hierarchical, industrialized production economy. The problem is that the system cannot be high-performing because it’s not doing what we need it to for the upcoming decades, which requires leveraging the skills and capabilities of everyone."
Trecho retirado de "A Chat with Jaime Casap, Google’s Chief Education Evangelist"

quarta-feira, abril 29, 2015

Acerca do futuro da escola

Convido à leitura de "When the Computer Takes Over for the Teacher".
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Um texto longo onde podemos perceber a vasta panóplia de recursos, de ferramentas que estão a mudar o papel do professor na sala de aula em alguns países.
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O texto começa com uma descrição de um futuro demasiado centrado na eficiência, na uniformidade, para poder vingar em Mongo, a menos que imposto por governos, ou sindicatos, ou como agora está na moda, por tribunais.
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No texto, um professor insurge-se(?), interroga-se(?) acerca de um futuro em construção em que o professor não é mais o expert, o orientador, mas mais um facilitador, um vigia dos equipamentos e dos alunos.
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Não sei se o modelo vai funcionar, ainda há dias um vídeo de Barry Schwartz alertava para os riscos da procedimentação de tudo, que retira a autenticidade do momento, a magia de aprender e o ritmo de cada um.
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No entanto, o que mais impressionou em todo o texto foi o que não está lá... por que é que existem professores, qual a razão da sua existência, qual a sua missão?
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Nem uma palavra sobre o sucesso dos alunos, nem uma palavra sobre os clientes (alunos, famílias, sociedade). E essa é, para mim, a chave de qualquer futuro. A preocupação não deve ser sobre qual é o tipo de professor do futuro, por causa dos professores, a preocupação deve ser o que melhor se ajusta ao sucesso para os clientes.

segunda-feira, março 23, 2015

Curiosidade do dia

Era interessante saber a opinião de muita gente acerca disto:
"Aquilo em que Sampaio da Nóvoa, que tem sido apontado como possível candidato às presidenciais, acredita é numa escola que permita a cada aluno construir o seu próprio percurso educativo, modelos que já estão a ser postos em prática em alguns estabelecimentos, mas, lamentou, com menos expressão na escola pública.
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Criticou “esta escola que se construiu de uma forma uniforme” e “que serviu para um tempo que já não é o nosso”. Para Sampaio da Nóvoa, “o ponto central desta revolução que está em curso é conseguir que cada criança tenha o seu próprio percurso” educativo: “Só assim poderemos atacar o insucesso e o abandono escolar”, afirmou, frisando que este tipo de alternativas já está a ser posta prática em “muitos lugares, mas de forma limitada nas escolas públicas”."
Trechos retirados de "“Esta escola já acabou” e é preciso “um pensamento diferente”, defende Sampaio da Nóvoa"

Recordar:

"O que salva a escola que temos é o poder de usar a força que o Estado detém. Um estado que até legisla sobre a dimensão dos cacifos a usar na escola. Se não fosse esse poder, o modelo de escola tinha já rebentado e explodido em milhares de modelos mais adequados ao mundo em que já estamos a viver."
Desconfio que Sampaio da Nóvoa com esta temática, tal como Marinho e Pinho acerca dos homossexuais, arrisca-se a perder o voto de muito e muito funcionário do monstro centralista que é a Educação em Portugal.

segunda-feira, agosto 25, 2014

Escola Normal

Esta manhã, durante a caminhada matinal, que hoje começou às 6h30, ouvi uma conversa de Seth Godin. A certa altura ele fala de algo que me trouxe recordações do meu Porto e que me mergulharam em Mongo, ou antes, no mundo industrial de Magnitogorsk. Ele recordou o nome que era dado às escolas que formavam professores:
Escola Normal!
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Recordações do tempo em que as designações eram mais honestas e enganavam menos pessoas.
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Escola para normalizar alunos, para preparar futuros operários, para preparar futuros acatadores de ordens, para preparar futuros respeitadores da ordem estabelecida.

sábado, março 01, 2014

Uma oportunidade para escolas que se queiram diferenciar

Num corpo anquilosado, dominado pelas corporações, há muito que se perdeu a razão de ser da sua existência.
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Num mundo em mudança, o corpo devia ajustar-se, nunca perdendo de vista a sua razão de ser: preparar as gerações futuras. Contudo, isso, seria pôr em causa os direitos adquiridos de muita gente e, assim, nunca veremos isto "What's the Maker Movement and Why Should I Care?"
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Uma oportunidade para escolas que se queiram diferenciar, para clientes-alvo que não vêem a escola como um depósito.

domingo, setembro 08, 2013

Regresso às aulas (parte II)

""Vivemos na era industrial porque temos uma visão neoliberal da educação.  (Moi ici: O que será uma visão neoliberal da educação? O que é que este chavão quer dizer? Então não são os perigosos "neoliberais" que querem acabar com a escola centralizada, com programa nacional, com cacifos com dimensões definidas pelo ministério...) Achamos que a educação é melhor se for uniformizada, o que é uma contradição com o mundo em que vivemos, em que só aqueles que se diferenciam é que arranjam emprego." (Moi ici: Fartinho de escrever aqui no blogue sobre esta contradição "A missão da escola tem sido homogeneizar, o futuro pede outra coisa...")
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Num artigo escrito em 2009, intitulado Inovar em Educação, Educar para a Inovação, António Dias de Figueiredo defendeu que as escolas têm de preparar os cidadãos para "um mundo globalizado, complexo, de mudança, centrado no conhecimento, onde todos competem com todos, sem fronteiras, e onde a capacidade de cada um para criar valor, com empenho e inovação, passou a ser factor crítico, não apenas de sucesso, mas de sobrevivência".
Passados 28 anos sobre o primeiro projecto nacional para as TIC no ensino não-superior, António Dias de Figueiredo considera que evoluímos muito pouco na transformação das escolas em espaços de inovação e criatividade. Os alunos, afirma, "estão a ser produzidos industrialmente e a transformar-se em funcionários. Não têm autonomia"." (Moi ici: Por isso, transformam-se em novos-velhos)
O trecho que se segue é...
"Na Finlândia, a profissão docente é altamente prestigiada. Uma das razões para que isto aconteça deve-se à elevada exigência da formação dos professores. Só os melhores alunos conseguem entrar numa das oito universidades que preparam docentes. Estudam durante cinco anos, tempo que inclui o mestrado, e treinam observando os seus professores a ensinar." 
 Em Portugal, qual é o critério para impedir um mentecapto de ser professor? Durante décadas qualquer um podia ser professor, não há emprego, vai-se para professor. Depois, acabo com os meus filhos a terem aulas de Matemática dadas via powerpoint.

Trechos retirados de "Quando a escola deixar de ser uma fábrica de alunos"

Parte I.

sexta-feira, setembro 06, 2013

Regresso às aulas

Via @presentationzen no Twitter fui levado a reler este postal de Seth Godin com 2 anos e cada vez mais actual, "Back to (the wrong) school":
"Large-scale education was never about teaching kids or creating scholars. It was invented to churn out adults who worked well within the system.
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Of course, it worked. Several generations of productive, fully employed workers followed. But now?
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If you do a job where someone tells you exactly what to do, they will find someone cheaper than you to do it. And yet our schools are churning out kids who are stuck looking for jobs where the boss tells them exactly what to do.
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Do you see the disconnect here? Every year, we churn out millions of of workers who are trained to do 1925 labor. (Moi ici: Fui confirmar, Metropolis é um filme de 1927, Magnitograd foi logo a seguir. Os mundos opostos ao Estranhistão de Mongo)
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The bargain (take kids out of work so we can teach them to become better factory workers) has set us on a race to the bottom. Some argue we ought to become the cheaper, easier country for sourcing cheap, compliant workers who do what they're told. We will lose that race whether we win it or not. The bottom is not a good place to be, even if you're capable of getting there."

quarta-feira, julho 10, 2013

Falta colocar Mongo na escola

Em Fevereiro de 2007 em ""as human beings, we are responsible for our own lives"" escrevi:
"Todos os cursos são necessários, no entanto, quando a oferta de licenciados é superior à procura, é superior aquilo que o mercado é capaz de absorver... o licenciado perde valor. Depois, como as escolas modernas são máquinas de uniformização, parece que o ideal é todos os alunos saírem a saber o mesmo do mesmo, o recém-licenciado aterra num mercado em que é visto como uma "commodity" e tratado como tal, já que é tudo igual."
Hoje, em "GPA, SAT, ACT…RIP" encontro:
"The biggest problem with standardized testing is that it seeks standardized answers. We’re not just overinvesting in standardized testing, we’re actually testing standardization. That is to say, most standardized tests are designed to have students come up with the same answers. We’re teaching them how to be similar, not different. And although we need to test certain competencies and intelligence, it is becoming quite clear that there are many kinds of competencies and many forms of intelligence that we are not picking up on with our current testing approaches.
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As a parent, I want my kids to be uncommon, not common. I want them to be unique, not the same. I want them to discover different solutions to the problem, as opposed to the same answer. As an education expert, I want my country to espouse the same. America’s economy is fundamentally about entrepreneurship -- boldly and bravely striking out in new directions. But we have lost sight of that in our schools and colleges. We have a system that encourages the opposite -- working within narrowly defined rules, teaching to the test, and we are ultimately aiming at standardized answers and outcomes."
Falta colocar Mongo na escola... mas isso é um estilhaçar do modelo mental básico que criou a escola moderna, essa máquina de criar operários para o mundo do século XX.
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Ontem, ouvi na rádio alguém defender que devem ser as escolas a escolher o percurso dos alunos... engraçado que nunca ouvi um estudioso do ensino propor a expulsão do ensino de gente que manifestamente não nasceu para ser professor.

sábado, abril 06, 2013

Perigosa propaganda liberal que quer promover a precariedade (parte IV)

"As one executive told me, ‘We can teach new hires the content, and we will have to because it continues to change, but we can’t teach them how to think - to ask the right questions - and to take initiative.’ ” (Moi ici: Recordo o desabafo de um empresário-gestor, esta semana, desanimado por reconhecer que as entrevistas de recrutamento que fazia não cumprem a finalidade. Contrata altos CVs com, descobre depois, deficiente espírito de iniciativa)
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 My generation had it easy. We got to “find” a job. But, more than ever, our kids will have to “invent” a job. (Fortunately, in today’s world, that’s easier and cheaper than ever before.) Sure, the lucky ones will find their first job, but, given the pace of change today, even they will have to reinvent, re-engineer and reimagine that job much more often than their parents if they want to advance in it. If that’s true, I asked Wagner, what do young people need to know today?
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Every young person will continue to need basic knowledge, of course,” he said. “But they will need skills and motivation even more. Of these three education goals, motivation is the most critical. Young people who are intrinsically motivated - curious, persistent, and willing to take risks - will learn new knowledge and skills continuously. They will be able to find new opportunities or create their own - a disposition that will be increasingly important as many traditional careers disappear.”
E, relaciono isto com:
" Technical knowledge is like the recipes in a cookbook. It is formulas telling you roughly what is to be done. It is reducible to rules and directions. It’s the sort of knowledge that can be captured in lectures and bullet points and memorized by rote.
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Right now, online and hybrid offerings seem to be as good as standard lectures at transmitting this kind of knowledge, and, in the years ahead, they are bound to get better — more imaginatively curated, more interactive and with better assessments.
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The problem is that as online education becomes more pervasive, universities can no longer primarily be in the business of transmitting technical knowledge.
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Practical knowledge is not about what you do, but how you do it. It is the wisdom a great chef possesses that cannot be found in recipe books. Practical knowledge is not the sort of knowledge that can be taught and memorized; it can only be imparted and absorbed. It is not reducible to rules; it only exists in practice. (Moi ici: Este parágrafo devia ser lido por tantos e tantos empresários que só sabem competir pelo preço, ou que são incapazes de competir no mercado onde o preço reina. O low-cost lida com o matematizável, lida com o que aparece numa receita, lida com o objectivo... uma forma de fugir do low-cost é apostar no que é subjectivo, no que não se reduz a um algoritmo, é apostar no mistério, na arte, na experiência)
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So far, most of the talk about online education has been on technology and lectures, but the important challenge is technology and seminars. So far, the discussion is mostly about technical knowledge, but the future of the universities is in practical knowledge." (Moi ici: Se ler isto, quem se vai passar com isto de contente é a Sandra Alves, alguém que pensa nestes moldes há muito tempo e que já me ensinou a visualizar uma nova realidade para a escola e para a formação do futuro. Como ela disse, conjugar a Kahn Academy com a escola: O TPC é estudar a matéria, as aulas são para praticar e tirar dúvidas)
Trecho inicial retirado de "Need a Job? Invent It" e trechos seguintes retirados de "The Practical University".
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BTW, por que é que eterno candidato à presidência da república é muito mais popular que os catedráticos nos cursos de pós graduação de algumas universidades? Os alunos gostam das aulas dele porque o homem transpira casos práticos, os catedráticos não têm esse conhecimento... do que eu me fui lembrar. Eheheh e falam da escola que temos para massificar a educação de adultos.

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Como serão os resultados escolares?

Acabei hoje a leitura de um livro que ainda não comentei aqui. E ainda não é desta que o vou fazer. Em "The soul of design" li e fixei:
"Each special thing is special in its own way, one of a kind. That means there are no formulas for making special things. Each time out you must solve the puzzle of fitting the parts together into a coherent whole."
E dei comigo a pensar na ideia de uma PPP com a Igreja Católica para tomar conta do ensino (ideia que li num blogue que me recomendaram no twitter) . Imaginem que alguém defenda essa opção só com base nos resultados escolares dos alunos.
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Quem é que manda os alunos para uma escola gerida pela Igreja Católica? Qual o valor que essas pessoas colocam na Escola? Como acompanham os estudos dos alunos?
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Há um ecossistema em que o cliente tem exigências de qualidade. Há um ecossistema que tende a tratar a maioria dos alunos como gente única, pessoas concretas diferentes de todas as outras. Não porque os professores sejam diferentes mas porque os clientes desencadeiam uma reacção em cadeia.
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Imaginem que a Igreja Católica tomava conta de escolas para onde os alunos vão por causa da localização geográfica. Imaginem que a Igreja Católica tomava conta de escolas onde a maioria dos pais vê a ESCOLA como uma obrigação imposta e não como algo que prepara para o futuro.
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Como serão os resultados escolares dos alunos?

quinta-feira, outubro 25, 2012

A hora do pensamento estratégico

O que apareceu primeiro, o ovo ou a galinha?
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Quando os recursos escasseiam, quando o dinheiro não chega para tudo:
"Ruptura no ensino superior ameaça aulas e investigação"
Então, finalmente, começa a fazer sentido o pensamento estratégico, começa a impor-se a tomada decisões baseadas em escolhas difíceis.
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Quando o dinheiro não falta, ou quando se pensa como se ele não faltasse, as lógicas organizacionais assemelham-se a expansões imperiais muitas vezes realizadas por vaidades pessoais em vez de razoabilidade económica ou competitiva.
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E quando os recursos escasseiam, quando a incerteza aumenta, antes de pensar numa estratégia há que pensar numa identidade:
Quem somos? Para que existimos?
Para que existe uma universidade? Qual a razão de ser de uma universidade? Qual a razão de ser de todos os serviço, funcionários e instalações de uma universidade?
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Quando faço a cartografia dos processos de uma empresa começo sempre por identificar (o nome ficou sempre) o "Jardel" do negócio. Qual o núcleo de processos que cumprem a razão de ser da empresa? Depois, vêm os processos de suporte e liderança. Tudo o resto existe para servir os processos nucleares do negócio.
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Se as universidades acham que o Jardel do seu negócio não passa pelo ensino e investigação...
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Entretanto, em marcha, as forças que vão mudar o ensino como o conhecemos:
"Future of learning: obsolescence of knowledge, return to real teaching"
"Eight Things in Education That Will Change in the Digital Age" (fantástico!!!) (O pormaior ao 8:20)


quarta-feira, agosto 22, 2012

Novos tempos requerem novas estratégias, não adianta repetir o que ficou gasto

Já por várias vezes escrevemos aqui no blogue sobre a situação da Best Buy, sobre o "showrooming effect", sobre as vendas online e o massacre do retalho físico. Por isso, percebo a crítica neste artigo "Hope Isn’t A Strategy". Faz sentido repensar a estratégia em vez de tentar, mais uma vez, fazer bem aquilo que ficou obsoleto com a evolução da realidade.
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A recordação da história da renovação da indústria de relógios suíça por Nicolas Hayek "The Time Is Right for Swatch" devia fazer pensar... em vez de entrar numa espiral de cortes, pensar em fazer diferente.
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Os tempos que vivemos são um sintoma de uma mudança de época para muitos negócios. A minha opinião é: novos tempos requerem novas estratégias, não adianta repetir o que ficou gasto.
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Estes tempos de mudança brusca são terríveis para os incumbentes que não se renovam. E, Portugal, é um país de incumbentes, tão habituados à protecção (ler "O Paraíso das Damas") que nem se apercebem quando é que a protecção deixa de ser ineficaz e se transforma num veneno perigoso e mortal.
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Por exemplo, isto "Escolas privadas registam este ano quebra de 3,6% nos alunos e um aumento das propinas em atraso" vai gerar uma espiral de cortes em muitas escolas privadas. E será que as escolas privadas podem competir com os "chineses" das escolas públicas? (Atenção, não pretendo ser ofensivo, pretendo apenas usar uma terminologia com que as pessoas estão familiarizadas e que é usada para classificar um produto muito mais barato). Não faria mais sentido uma reflexão estratégica sobre o futuro, sobre os clientes-alvo, sobre os nichos, sobre a missão? Considerar "Em tempo de crise valerá a pena apostar no ensino privado?" e "To Survive, a Catholic School Retools for a Wealthier Market".
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Em quase todos os sectores exige-se mais do que nunca um repensar do que se faz

quinta-feira, maio 05, 2011

Quanto mais anos de escolaridade mais "planning mindset" mais certezas e pré-conceitos

O gráfico deste postal "Criatividade e Mongo" e esta barreira a vencer são facilmente interpretados com este feliz artigo "Why Kindergartners Make Better Entrepreneurs than MBAs: And How to Fix It":
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"Under conditions of ambiguity, most people fall back on a planning mindset to solve entrepreneurial problems.
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A planning mindset can increase your chances of failure because you waste time executing on guesses that are ultimately wrong.
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Instead entrepreneurs have to apply an experimentation mindset and tactics to solve entrepreneurial problems (unknown problems or unknown solutions)"
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Quanto mais anos de escolaridade mais "planning mindset" mais certezas e pré-conceitos e menos experimentação pura e dura.

sábado, janeiro 29, 2011

Atenção ao cadastro, aos entalhes na coronha, às experiências

Em linha com este postal "A missão da escola tem sido homogeneizar, o futuro pede outra coisa..." este postal de Setn Godin:
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"If you believe that pleasant interviewing skills, a good handshake or the right outfit are a better predictor of future performance than what the person has actually shipped in the past, I think it's worth pointing out that you're nuts.
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And if you're the one who's hoping to be interviewed one day, it seems as though the best way to market yourself isn't with a slick resume or the right suit. No, the most reliable form of self marketing is to have a long history of stunningly great work, shipped."
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Trecho retirado de "Bill James and you"

domingo, janeiro 16, 2011

A missão da escola tem sido homogeneizar, o futuro pede outra coisa...

O modelo de escola que temos segue a missão de homogeneizar os alunos. A escola, desenhada durante a revolução industrial, pensada no tempo em que a oferta era inferior à procura, pretende criar clones que seguiram um mesmo percurso escolar, que tiveram o mesmo programa, que leram os mesmos livros, que... homogeneização, homogeneização, homogeneização!!!!
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E mais, é um modelo que pressupõe que ao finalizar a escola acaba a aprendizagem em sala.
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O que acontece a um aluno saído dessa escola e que aterra no mercado de trabalho dos nossos dias, um mercado em que a oferta é superior à procura? Um mercado em que um Mongo heterogéneo está a crescer?
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Se são todos iguais... para o empregador qualquer um serve.
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Na quinta-feira jantei uma francesinha com alguém que me disse que, na fábrica onde trabalha, estão vários licenciados em Gestão a trabalhar por 600 euros por mês, depois de ficarem fartos de estar no desemprego.
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O que salva a escola que temos é o poder de usar a força que o Estado detém. Um estado que até legisla sobre a dimensão dos cacifos a usar na escola. Se não fosse esse poder, o modelo de escola tinha já rebentado e explodido em milhares de modelos mais adequados ao mundo em que já estamos a viver.
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Precisamos que os alunos saiam da escola preparados para a vida real e preparados para uma vida em que nunca mais se deixa de aprender. Precisamos de programas que possam ser configurados e adaptados ás regiões, aos gostos e interesses das pessoas... precisamos que os alunos sejam todos diferentes à saída da escola, que não sejam clones, que não baste olhar para o CV escolar para fazer a escolha.
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Dou graças a Deus por poder viver num mundo, o meu mundo, em que estas discussões "50 mil licenciados pedem "fim das injustiças criadas por Bolonha"" são caricatas. Noutros mundos acredito que a classificação possa ser importante, no meu não.
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Um conselho para quem está e continua a sair deste modelo de escola que temos: dêem a volta ao sistema, subvertam as regras, apaixonem-se por um, dois, três temas e especializem-se neles. E divulguem o que sabem e o que aprendem, o futuro não é de quem detém o conhecimento, o futuro é de quem participa no fluxo do conhecimento (e por isso é que as escolas e universidades se vão tramar, não vão aproveitar o boom da economia do conhecimento).
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BTW, alguém sabe se a Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis no Porto tem cursos nocturnos de curta duração para amantes de aguarela?