Há dias, enquanto trabalhava no escritório do sótão de casa, ouvia na televisão numa outra sala uma publicidade institucional a incitar as mulheres a precaverem-se contra o cancro da mama.
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Os fumadores compram os maços de tabaco com mensagens informando-os acerca dos malefícios do tabaco.
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Na quarta-feira ao final da tarde em Coimbra, na zona do Vale das Flores, reparei nuns cartazes incitando as crianças a comerem comida saudável.
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Julgo que estes exemplos são representativos do que pretendo transmitir: somos inundados e bombardeados por mensagens que nos pedem para:
- · Vigiar a saúde do nosso corpo;
- · Levar uma vida saudável;
- · Comer comida saudável;
- · Não fumar;
- · Segregar resíduos;
- · Usar transportes públicos;
- · Reduzir custos da empresa;
- · Melhorar a qualidade;
- · …
Qual o sucesso destas mensagens?
Como o sucesso é quase nulo, e como a intenção é boa, a consequência é que na próxima, a frequência de mensagens vai ainda aumentar mais… sem resultados!!!
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Chip & Dan Heath no livro “Switch – How to Change Things When Change is Hard” ajudam a explicar o fenómeno:
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“Self-control is an exhaustible resource”
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Quando somos sujeitos a uma catadupa de decisões, de opções, podemos ficar exaustos e ser invadidos por uma “decision paralysis”:
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“Decisions are the Rider's turf, and because they require careful supervision and self-control, they tax the Rider's strength. … The more choices the Rider is offered, the more exhausted the Rider gets. Have you ever noticed that shopping is a lot more tiring than other kinds of light activity? Now you know why - it's all those choices. This is important, because we encounter excess choice all around us.
…
The status quo feels comfortable and steady because much of the choice has been squeezed out. You have your routines, your ways of doing things. For most of your day, the Rider is on autopilot.
But in times of change, autopilot doesn't work anymore, choices suddenly proliferate, and autopilot habits become unfamiliar decisions.
When you're on a diet, the habitual daily trip for Nachos Bell Grande is disqualified, and in its place is left a decision. When you've got a new manager, the way you communicate stops being second nature and starts being a choice.
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Change brings new choices that create uncertainty. Let's be clear: It's not only options that yield decision paralysis-like picking one donut from 100 flavors. Ambiguity does, too. In times of change, you may not know what options are available. And this uncertainty leads to decision paralysis as surely as a table with 24 jams.
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Ambiguity is exhausting to the Rider, because the Rider is tugging on the reins of the Elephant, trying to direct the Elephant down a new path. But when the road is uncertain, the Elephant will insist on taking the default path, the most familiar path, just as the doctors did. Why? Because uncertainty makes the Elephant anxious. (Think of how, in an unfamiliar place, you
gravitate toward a familiar face.) And that's why decision paralysis can be deadly for change-because the most familiar path is always the status quo.
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Many leaders pride themselves on setting high-level direction: I'll set the vision and stay out of the details. It's true that a compelling vision is critical …. But it's not enough. Big-picture, hands-off leadership isn't likely to work in a change situation, because the hardest part of change-the paralyzing part-is precisely in the details.
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Ambiguity is the enemy. Any successful change requires a translation of ambiguous goals into concrete behaviors. In short, to make a switch, you need to script the critical moves.”.
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BTW, cada vez mais estou a começar as acções de formação que animo pelo fim, com exemplos do que é algo a funcionar.
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Por exemplo, posso dar uma acção de formação sobre processos e a abordagem por processos, e listar toda uma série de boas-práticas a seguir, mas se não houver um, dois exemplos... torna-se muito mais difícil passar a mensagem. Assim, as pessoas vêem, criticam, apreciam uma coisa concreta e não uma ideia abstracta.