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quinta-feira, novembro 25, 2010

Nas costas dos outros vemos as nossas!

Por que é que João Proença da UGT e Carvalho da Silva queriam o OE2011 aprovado?
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Pela mesma razão que Silva Lopes não quer o FMI cá em Portugal.
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E por que é que esta burguesia não quer o FMI cá em Portugal?
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Basta ver o que acontece à Irlanda "Irlanda despede 25 mil funcionários e corta 3 mil milhões em benefícios sociais"

segunda-feira, novembro 15, 2010

Porque precisamos de uma enxurrada

"Portugal is in worse shape than Ireland. Total debt is 330pc of GDP. The current account deficit is near 12pc of GDP (while Ireland is moving into surplus). Portuguese banks rely on foreign wholesale funding to cover 40pc of assets.
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The country has been trapped in perma-slump with an over-valued currency for almost a decade. Successive waves of austerity have failed to make a lasting dent on the fiscal deficit, yet have been enough to sap the authority of the ruling socialists and revive the far-Left.
Former ministers are already talking openly of the need for an EU-IMF rescue. It is hard to see how Portugal could avoid being sucked into the vortex alongside Ireland. Europe and the IMF would then face a cumulative bail-out bill of €200bn or so. That stretches the EFSF to its credible limits."
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E não me venham dizer que o Ambrose é um anti-euro, isto é factualmente verdade.
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Teixeira dos Santos diz que é um problema de contágio e que a culpa é dos irlandeses... pois, é mesmo isso.
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Finalmente, Nicolau Santos assume na Antena 1, agora mesmo, que as medidas de austeridade do OE2011 não são suficientes... o pânico parece que tomou conta dos ministros portugueses...
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A forma como pensam pode ser lida na forma como o administrador do Centro Hospitalar Lisboa Norte trata o desafio de redução de 15% nos custos. Ou se mantêm os custos, ou se reduz a prestação de serviços... e o aumento da eficiência? E a criatividade? Por isso é que precisamos de uma enxurrada.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Poupar não é Ganhar (parte II)

Um texto de João Duque a merecer reflexão "O orçamento de 2012".
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Na sequência da série "O trapezista" gostava que alguém conseguisse fazer um desenho, um esquema, um mapa de como é que o nosso país pode sair da situação em que se encontra, seguindo o modelo que tem seguido e que nos trouxe até aqui.
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Lembro-me tantas vezes do sr. Costa...

terça-feira, outubro 26, 2010

Andam tantos tão preocupados com a aprovação ou não do OE2011

... e tão poucos preocupados em saber se é um orçamento que põe o país na rota certa.
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Começam a aparecer mais vozes a chamar a atenção para o futuro para lá do orçamento:

"Os parceiros sociais parecem estar de acordo quanto ao risco de Portugal cair de novo numa recessão. E nesse sentido aconselham o Governo a estudar e prever medidas de correcção “caso a evolução macroeconómica se for revelando mais desfavorável do que o previsto”."
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Os cortes e impostos vão gerar recessão. Assim, convém pensar em mais cortes e mais impostos para contrabalançar... é a espiral viciada que nos trouxe até aqui.

sábado, outubro 23, 2010

Acerca do choradinho e das queixinhas ...

Não sei se a carapuça também me serve, julgo que não, quando aqui escrevo sobre quem dá cabo do contexto em que as empresas portuguesas estão estabelecidas para competir internacionalmente. Quanto mais barreiras levantam ao sucesso das empresas, mais energia de activação, mais esforço, mais retorno é necessário... para cada vez mais saque ser levado pelos sequazes do xerife de Nottingham.
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As empresas e associações que passam a vida a queixar-se da Ásia, ver por exemplo "Arrepiante" têm o locus de controlo no exterior, ou seja, para elas, o poder de mudar, o poder de transformar está no exterior, nas mãos do Governo ou da Comissão Europeia, ou da ONU, ou da... Seth Godin escreveu recentemente sobre essa atitude de queixinhas permanente "Two problems with whining".
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Destaco este trecho super interessante:
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"Worse... far worse... is that whining is a reverse placebo. When you get good at whining, you start noticing evidence that makes your whining more true. So you amplify that and immerse yourself in it, thus creating more evidence, more stuff worth complaining about."
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É auto-catalítico, coloca em marcha um arquétipo poderoso que vai retirando energia positiva, paixão, audácia e vai alimentando uma atitude de retranca, de defesa, de medo, de ...
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E mais, são estes que mais facilmente chegam aos media, para propalar a sua situação e as suas queixas, e alimentar o contágio de quem acede aos media sem conhecimento directo, numa cultura de queixa, de desânimo, de medo, de defesa do passado, de retranca...
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Como contacto com muitas PMEs, que não têm tempo para viagens nas comitivas do Governo ou do Presidente, que não precisam de benesses do Orçamento, que não precisam de PPPs, que não têm tempo para os corredores, carpetes e biombos do poder, sei que existe um Portugal que não tem medo, que não precisa do Orçamento, um Portugal que resolve e, que resolveria muito mais se os governos não atrapalhassem e dificultassem tanto. E suspeito, que se o Orçamento não passasse, teriam de ser criadas a curto ou médio-prazo as condições para rebentar com os diques e comportas que estão a impedir a criação de riqueza.
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Continua Seth:
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If you spent the same time prattling on about how optimistic you are, you'd have to work hard to make that true..."
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O que não chega aos media são estas histórias... e sem bright spots para servirem de exemplo...
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"o sector do calçado registou mesmo o maior saldo positivo da balança comercial portuguesa (saldo de 380 milhões de euros), posto a que ascendeu em 2009 e que conseguiu manter na primeira metade de 2010,
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As exportações totais portuguesas (todos os sectores incluídos) cresceram 1,2 % desde 2005. No mesmo período, as exportações de calçado aumentaram 6,1%, isto é mais do triplo do que a generalidade dos sectores.
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A inovação faz já parte do código genético das empresas portuguesas de calçado. Só dessa forma tem sido possível descolar da concorrência e, por essa via, marcar pontos num mercado altamente feroz e globalizado.
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O sector de calçado é um caso de estudo na economia portuguesa. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “a indústria de calçado é um excelente exemplo de modernização da economia portuguesa”, tendo sido capaz de “migrar para segmentos de elevado valor acrescentado”.
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Tratando-se de “um dos sectores mais expostos à globalização e, apesar da saída de muitas empresas multinacionais (em 2008 as empresas de capital estrangeiro contribuíram com 11% do
total das exportações portuguesas, contra 39% em 2000), a indústria portuguesa de calçado
conseguiu aumentar a sua capacidade de exportação”, recordou a OCDE.

O relatório anual da OCDE (Portugal 2010)sublinha que “Portugal conseguiu reforçar a posição da indústria de calçado a nível internacional, evoluindo para os segmentos de mercado de maior valor agregado, através da diferenciação dos seus produtos”."

quinta-feira, outubro 21, 2010

Basta o OE201 não ser aprovado para...

Ainda esta manhã recordei um recorte do livro Switch que chama a atenção sobre como problemas complexos podem ser resolvidos com pequenas soluções.
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A propósito deste problema "O fenómeno da litoralização e o crescente abandono das área rurais em Portugal: causas e consequências" há uma solução simples que a acontecer, desencadeará uma torrente de consequências que promoverá o retorno à terra e à terra dos antepassados, como referi em "O regresso à terra?".
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Basta o OE2011 não ser aprovado para automaticamente, anonimamente, de motu próprio, começar uma migração interna para a terra dos antepassados...

quarta-feira, outubro 20, 2010

Rumo ao PEC IV

Os japoneses aprimoraram o conceito de linha de montagem ao limite da eficiência. Eu sei! Eu estive muitos dias junto a uma linha de montagem de cablagens da Yazaki em Arcozelo, nos tempos áureos do sector em Portugal.
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Quando se estuda o funcionamento de uma linha de montagem japonesa um pormenor que salta à vista é o ritmo, é o encadeamento das tarefas de cada um. 
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Linha de montagem é igual a eficiência! Linha de montagem é não perder tempo! Linha de montagem é planeamento central, é cada um fazer o que tem a ser feito e mais nada.
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No entanto, há algo que foge a esta lógica... o operário, um anónimo operário a operar nesta linha super-eficiente tem o poder... Oh céus!!!
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Tem o poder de parar a linha!!!
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Na linha super-eficiente, na linha que não pára, na linha em que está tudo estudado, o operário tem o poder de parar a linha!
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Quando?
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Quando há um problema que o apoquenta e que tem de ser resolvido, não remendado, mas resolvido!.
Por estes dias, quase toda a gente fala da necessidade, da importância, do relevo do...
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DO REMENDO! DO ESTANCAR!
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Poucos falam por ir à raiz do problema!
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Na típica PME que vive de crise em crise, em que cada semana há um novo problema a mobilizar toda a gente, a interromper a produção, a provocar custos em demasia... não se pensa na raiz do problema, atacam-se os sintomas com remendos. Por isso, faz-se qualquer coisa que apague o fogo no imediato.
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Acham que o "patrão", que o dono dessa PME é bronco?
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Então o que dizer desta senhora que durante os últimos anos, sempre que questionada num inquérito mensal no Expresso escrevia que "a casa está arrumada!"
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"Faça-se qualquer coisa, mas faça-se"
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Há um ditado americano que diz qualquer coisa como:
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Quando descobrires que estás num poço, a primeira coisa a fazer é...
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parar de cavar!
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Cara senhora lá nos encontraremos em Julho próximo a apreciar o PEC IV.
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BTW, enquanto a senhora dizia que estava tudo OK, por cá escrevia-se "Objectivo: Rumo à Sildávia!!!"

segunda-feira, outubro 18, 2010

Fixes that Fail

Há dias escrevi sobre este arquétipo "Fixes that Fail".
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"Fixes that Fail bears a strong resemblance to Shifting the Burden, in that the managerial response is primarily aimed at the problem symptom rather than spending time on the more difficult and time consuming task of identifying the underlying, systemic problem (or as is more often the case, the system of problems)."
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"The Fixes that Fail archetype displays a steadily worsening scenario, where the initial problem symptoms are worsened by the fix that is applied to them. The reinforcing loop, which contains a delay, contributes to a steadily deteriorating problem symptom, not in spite of the fix (which is the case with Shifting the Burden) but because of it."
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Hoje no Público "Governo está a reagir de supetão para estancar uma hemorragia" Vítor Bento afirma:
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"Público: Denuncia no seu livro o caminho de empobrecimento da economia portuguesa praticamente desde 1990. Com as medidas que surgiram no pacote de austeridade e agora com a proposta de OE, há sinais de mudança de rota?

VB: Não vão corrigir a rota, vão atacar pelo lado dos sintomas, vão tentar baixar a febre do doente, que é o descontrolo financeiro do Estado. São medidas decididas muito em cima da hora e do problema, de uma forma muito intempestiva sem fazer parte de um plano macroeconómico integrado para resolver os problemas da economia portuguesa como um todo - nomeadamente, não atacam o problema do crescimento. "

domingo, outubro 17, 2010

Aprender com o regaste dos mineiros

Via @Jabaldaia descobri este postal "Las 10 Lecciones de Liderazgo que Deja el Rescate de los 33 Mineros"
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Um postal que reflecte sobre valiosas lições que se podem aprender a partir de um caso concreto. Basta comparar as 10 lições com as práticas a que temos assistido nos últimos anos por quem nos ... por quem ocupa o poder no país.
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"1. Ante una crisis, lo mejor es asumir la situación en toda su gravedad, entender que el tiempo es un factor clave y cambiar todas las prioridades que hagan falta." Como foi o último discurso do estado-da-nação em Julho? Como tem sido o discurso nos últimos anos? Basta recordar "Fake recoveries, os 3 amigos e a linguagem de carroceiro"
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BTW, a frase: “Nunca hay que quedarse con los brazos cruzados. Hay que ir actuando, ir probando y aprendiendo de los resultados para seguir mejorando." is so sensemaking!!!
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"2. La comunicación por parte de la jerarquía debe encontrar un equilibrio: Ni agravar el desánimo ni generar expectativas infundadas sobre la facilidad para superar el problema." Todos se lembram de frases, hoje incluídas no anedotário cínico, como:

  • "Temos contas públicas sãs"
  • "A casa está arrumada"
"No es fácil encontrar el equilibrio en una situación así. Las autoridades saben que contar en todo su dramatismo el problema es un imperativo moral, pero al mismo tiempo no pueden dejar que el desánimo se imponga.
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“siempre se debe manejar información absolutamente cierta” y recomienda centrar la comunicación en el plan de trabajo. “Hay que concentrarse en las tareas más que en el éxito posterior, (Moi ici: faz lembrar o tema dos objectivos distais e proximais da procrastinação) porque cuando la gente piensa que ya ganó, afloja”, dice la consultora, que recuerda que, en las situaciones de crisis, lo importante es que no se pierda el estado de alerta.

El otro gran objetivo a cumplir es bajar la ansiedad. En este sentido, Andrea Grobocopatel coincide en que el caso chileno es otra demostración de buena gestión. “La idea ante una situación así es transmitir tranquilidad y explicar qué es lo que se está haciendo”, destaca. Y agrega que también es importante escuchar a los miembros de la organización, en este caso a los mineros y a sus familias.

“Es importante dejar que todos hagan catarsis y expliquen sus temores y expectativas”, indica la ejecutiva. Pero, por sobre todo, es fundamental evitar la tentación de hacer promesas que generen una ansiedad desmedida."
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"3. La presencia de las autoridades en el medio de un problema es una señal de compromiso que vale más que mil enunciados de principios."
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"5. El plan de contingencia debe plantearse metas de corto plazo, concretas y realizables."
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"8. En la crisis, todos deben ocupar un rol tendiente al objetivo en común y nadie debe sentirse ajeno a esa tarea."
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"10. Hasta el peor desastre puede ser una oportunidad para recuperar la esperanza y la mística."

Por uma vez...

Basta falar com meia-dúzia de estudantes que tiveram de defender teses de mestrado ou de doutoramento, para perceber um padrão: pouco se discute o conteúdo, discute-se sobretudo a forma. (BTW, pessoalmente, completamente aparvalhado assisti a uma cena dessas há uns anos).
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Também as discussões da Assembleia da Republica se concentram na forma, no espectáculo, no famoso soundbyte.
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Uma das bases deste orçamento é "Ministro evita cenário de recessão devido a esperança nas exportações":
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"O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, justifica a previsão de um crescimento ténue, de 0,2 por cento, em 2011 com a expectativa de que o sector exportador continuará com o “bom andamento” que tem apresentado durante a recuperação da recessão do ano passado – e sublinha que esta previsão resulta numa desaceleração muito significativa face aos 1,3 por cento agora estimados para 2010."
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Se houvesse uma discussão baseada no conteúdo, procurar-se-ia perceber o que aconteceu às exportações entre 2009 e 2010, não no agregado mas no detalhe, para perceber se aquilo que ocorreu em 2010 pode repetir-se em 2011.
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Se descermos aos casos concretos dos grandes blocos exportadores veremos coisas como:

"A produção automóvel em Portugal caiu 20,2 por cento em Maio (2009), face ao mesmo mês de 2008, com todos os tipos de veículos e fábricas, à excepção da Autoeuropa, a registarem decréscimos no fabrico.
Na Peugeot Citroen, a produção caiu 54,8 por cento em Maio, enquanto na Mitsubishi Fuso Truck Europe a quebra foi de 64,1 por cento, na Toyota Caetano de 68,5 por cento e na V.N. Automóveis (Isuzu) de 100 por cento.

Numa análise por tipo de veículos, verifica-se que em Maio houve um recuo na produção em todas as categorias: menos 10,6 por cento nos ligeiros de passageiros, menos 48,5 por cento nos comerciais ligeiros e menos 51,5 por cento nos veículos pesados. No total, foram produzidos 11.354 automóveis.

Segundo os dados da ACAP, desde o início do ano a produção automóvel em Portugal acumula já um recuo de 34 por cento, ficando-se pelas 52.162 unidades, com os veículos pesados a registarem uma «fortíssima quebra» de 60,9 por cento, seguidos dos comerciais ligeiros (menos 41,3 por cento) e dos ligeiros de passageiros (menos 30,6 por cento)."

"Um incêndio ocorrido esta última noite destruiu totalmente a central termoeléctrica de cogeração da refinaria de Sines, que fornece a energia indispensável à laboração da refinaria, daí resultando a paralisação desta por um período que nunca será inferior a 6 meses. A central havia sido recentemente reconvertida com a substituição das antigas turbinas movidas a fuel por outras mais económicas e amigas do ambiente, movidas a gás natural. O aquecimento excessivo numa das turbinas terá sido a causa próxima do incêncio, que acabou por destruir as 3 turbinas da central.
A refinaria de Sines é responsável por cerca de 70% da produção nacional de produtos refinados, principalmente gasolina e gasóleo. A confirmar-se a paralisação prolongada da refinaria – que, num cenário mais pessimista, poderá atingir um ano – isso implicará um agravamento substancial da nossa factura energética, pois passaremos a importar directamente produtos refinados em vez do crude. Estaremos a falar, numa base anual, em cerca de 300/400 (*) milhões de dólares de importações adicionais.
Curiosa a pouca relevância que esta notícia tem merecido nos media, com notícia sintética e uniforme nos jornais/rádios e sem qualquer menção nos sites das televisões. "
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Por uma vez seria interessante uma discussão sobre o conteúdo efectivo das propostas e não sobre quem marca mais pontos e tem as melhores tiradas...
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Espero enganar-me mas julgo provável que lá para Junho se conclua que as contas estão #/%*"|»%