segunda-feira, outubro 18, 2010
Qual o papel de um Fórum para a Competitividade?
Vítor Bento revela nesta entrevista ao Publico "Governo está a reagir de supetão para estancar uma hemorragia" qual vai ser o cavalo de batalha seguinte das "elites" portugueses:
.
"VB: Mas como o Governo está a reagir de supetão para estancar uma hemorragia, aumenta o IVA sem contrapartidas e portanto vai fechar a porta para que esta operação se possa vir alguma vez a fazer, porque, como o IVA vai ficar no nível mais elevado de toda a zona euro, se torna difícil subi-lo ainda mais. Fechando esta porta, para o futuro, já só vai ficar aberta a porta da redução dos salários.
Público: Este é o momento para discutir esse plano?
O Fórum para a Competitividade tem essa proposta em cima da mesa e vai apresentá-la, no dia 27, de forma mais pormenorizada.
Só digo que se perde essa oportunidade e fica-se mais amarrado ao que temos para lidar com o problema da competitividade, pelo menos no curto prazo. A única forma de enriquecer uma economia é aumentando a produtividade. Sobre isso não temos dúvidas nenhumas. Mas aumentar a produtividade leva tempo e não se sabe quanto. Pelo contrário, baixar custos tem um efeito directo nos preços. (Moi ici: Mas o efeito da redução dos custos na produtividade é tão baixo que até mete dó)
Público: Com os cortes salariais, o país vai voltar a assumir que é um país de salários baixos?
VB: Quando dizemos que os nossos salários são baixos ou elevados é em relação a quê? São baixos em relação aos alemães, mas elevados relativamente à China ou a um país africano. Não há um dado objectivo para medir. Na Alemanha são mais elevados e não têm quaisquer problemas em relação a isso, porque a produtividade é mais elevada. O que define o nível sustentável dos salários é o nível de produtividade da economia. E a verdade é que não temos um nível de produtividade que sustente o nosso nível salarial. É pena que seja assim, mas o que a evidência mostra é que com estes salários, os custos tornam-se não competitivos para a tecnologia que temos face a países que oferecem os mesmos produtos mas baseados em custos mais baixos. Ou progredimos na escala de valor - mas isso não acontece de um dia para o outro - ou temos de competir pela via da redução de custos, algo que é essencial para preservar emprego."
.
O que daria uma análise dos "bright spots"? da indústria portuguesa?
.
Por que é que o calçado exporta 95% da sua produção?
Por que é que apesar das importações da Ásia, 60% da produção de mobiliário é para exportação?
Por que é que há têxtil que exporta?
Por que é que há agricultura que exporta?
Por que é que há máquinas made in Portugal exportadas?
.
Não fazia muito mais sentido que um so-called Fórum para a Competitividade estudasse e divulgasse casos concretos de sucesso?
.
Afinal qual o papel de um Fórum para a Competitividade?
.
"VB: Mas como o Governo está a reagir de supetão para estancar uma hemorragia, aumenta o IVA sem contrapartidas e portanto vai fechar a porta para que esta operação se possa vir alguma vez a fazer, porque, como o IVA vai ficar no nível mais elevado de toda a zona euro, se torna difícil subi-lo ainda mais. Fechando esta porta, para o futuro, já só vai ficar aberta a porta da redução dos salários.
Público: Este é o momento para discutir esse plano?
O Fórum para a Competitividade tem essa proposta em cima da mesa e vai apresentá-la, no dia 27, de forma mais pormenorizada.
Só digo que se perde essa oportunidade e fica-se mais amarrado ao que temos para lidar com o problema da competitividade, pelo menos no curto prazo. A única forma de enriquecer uma economia é aumentando a produtividade. Sobre isso não temos dúvidas nenhumas. Mas aumentar a produtividade leva tempo e não se sabe quanto. Pelo contrário, baixar custos tem um efeito directo nos preços. (Moi ici: Mas o efeito da redução dos custos na produtividade é tão baixo que até mete dó)
Público: Com os cortes salariais, o país vai voltar a assumir que é um país de salários baixos?
VB: Quando dizemos que os nossos salários são baixos ou elevados é em relação a quê? São baixos em relação aos alemães, mas elevados relativamente à China ou a um país africano. Não há um dado objectivo para medir. Na Alemanha são mais elevados e não têm quaisquer problemas em relação a isso, porque a produtividade é mais elevada. O que define o nível sustentável dos salários é o nível de produtividade da economia. E a verdade é que não temos um nível de produtividade que sustente o nosso nível salarial. É pena que seja assim, mas o que a evidência mostra é que com estes salários, os custos tornam-se não competitivos para a tecnologia que temos face a países que oferecem os mesmos produtos mas baseados em custos mais baixos. Ou progredimos na escala de valor - mas isso não acontece de um dia para o outro - ou temos de competir pela via da redução de custos, algo que é essencial para preservar emprego."
.
O que daria uma análise dos "bright spots"? da indústria portuguesa?
.
Por que é que o calçado exporta 95% da sua produção?
Por que é que apesar das importações da Ásia, 60% da produção de mobiliário é para exportação?
Por que é que há têxtil que exporta?
Por que é que há agricultura que exporta?
Por que é que há máquinas made in Portugal exportadas?
.
Não fazia muito mais sentido que um so-called Fórum para a Competitividade estudasse e divulgasse casos concretos de sucesso?
.
Afinal qual o papel de um Fórum para a Competitividade?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Está tudo dito, quando um economista da nossa praça compara os nossos salários com a China ou um país Africano. Então o Vítor Bento coloca-nos no patamar da China e de África no que concerne à competitividade da nossa economia!!! Santa Ignorãncia!!!
Então eu digo-lhe: por muito que consigamos reduzir salários, ficaremos sempre em desvatangem com esses países no factor dos custos. Estamos mesmo muito mal servidos em termos de economistas.O engraçado e paradoxal, é que ainda falam em escala de valor.
São irreformáveis
Enviar um comentário