quinta-feira, junho 08, 2017

O regresso

Guardei este artigo de Março último, "Preços de fábrica na China sobem pelo sexto mês consecutivo".

A verdade é que estes últimos quinze dias têm sido impressionantes em contactos em primeira mão em que todos me relatam o frenesim que vai pelo mercado de trabalho.

O modelo económico dos últimos 30 anos está a transformar-se rapidamente. O regresso da produção asiática à Europa está a acelerar.

Recordar Maio de 2006 e os nenúfares do lago.

Perspetivas 2030 – Cenários e estratégias

Próxima segunda-feira em São João da Madeira:
Estão convidados.


Para reflexão

Primeiro este título "Indicador del Comercio de Moda: las ventas vuelven a caer y retroceden un 0,7% en mayo"

Pelo segundo mês consecutivo as vendas de moda em Espanha baixam.

Desemprego? Em baixa!
Emprego? Em alta!
PIB? Estima-se que pode crescer 2,8%!

Por que baixam as vendas?

Pode ser o online?

Depois este título "Experience Economy Is Here! Brits Swap 'Stuff' For Dates And Movies":
"Welcome to the experience economy. That seems to be the headline from research conducted by the British Retail Consortium and KPMG, as well as Barclays. Us Brits apparently have enough "stuff" and we're focussing on experiences ahead of buying more "stuff."
.
That might sound too simplistic, but ultimately, it could be what the figures are telling us. Retail spending is down nearly half a percent on last month, whereas this time last year it was going up half a percent, according to the BRC and KPMG figures. Food sales have slowed to growth of just over 4% in May -- again, compared to much bigger growth in the corresponding month the year before. So we're still spending on food but retail discretionary spend is down.
.
Now, contrast this with eating out and going to the cinema. According to separate figures from Barclaycard, British consumers are enjoying nights out like never before. While retail spend over the last 10 months is up just under 3%, entertainment has rocketed 12%, with eating out and restaurant expenditure rocketing up to just under 12% growth in the past 10 months alone. At the same time, spending on household goods and fashion is down nearly 3%."

I rest my case: competitividade e CUT (parte VII)

 Parte Iparte IIparte IIIparte IV, parte V e parte VI.
"De acordo com a OCDE, o crescimento português continua a ser suportado pelo aumento das exportações, com a venda de bens para os parceiros extracomunitários a recuperar de forma particularmente evidente — a organização destaca Angola, Brasil e a China. A previsão é de um aumento de 5,5% das exportações totais de bens e serviços este ano, uma aceleração face aos 4,4% registados em 2016. Para 2018, está projetado um abrandamento do crescimento, que deverá atingir ainda assim os 4,5%. “O volume das exportações vai registar um forte aumento devido às melhorias continuadas na competitividade dos custos”, adianta o documento."
Uma justificação que me parece completamente errada mas eu só sou um mero anónimo da província.

Trecho retirado de "OCDE revê em alta crescimento de 2017 para 2,1%"

quarta-feira, junho 07, 2017

Curiosidade do dia

Interessante olhar para os gráficos de "The U.K. Election Winner Will Be Saddled With a Lousy Economic Outlook" e começar a imaginar qual o impacte que teria na economia portuguesa uma saída da zona euro.

Um exemplo que ilustra o aumento da incerteza.

Acerca do reshoring

Uma tendência que adivinhámos aqui há muitos anos: reshoring.

Fonte "US and Italy take lead in repatriating manufacturing":
"Above all, firms are reshoring production centres that had been outsourced to China. European companies are also returning from the Far East,
...
Reasons for returning
The cost of labour – frequently the only criterion taken into account when offshoring production – is also on the rise in countries far away from the parent company, increasing by up to 15% a year in China, for example. Savings on labour are no longer offsetting higher logistics and customs costs.
.
At the same time, consumers are more demanding. Closer proximity to production facilities allows greater quality control, better links between R&D and production divisions, faster delivery times, prompt customer support and an increasingly important factor – flaunting the “Made in...” label." [Moi ici: O poder da interacção, a vantagem competitiva dos humanos]
Fonte "Reshoring Exceeded Offshoring in 2016":
"a variety of issues affecting reshoring. Here are some highlights:
.
• Proximity to customers was the leading factor in 2016, followed by government incentives, skilled workforce availability and ecosystem synergies."

14. Abordagem por processos e riscos

Voltando ao fluxograma que descreve o fluxo do processo.

Esta tarde estarei numa empresa sem sistema da qualidade, sem controlo sistemático do processo ou da qualidade. No âmbito do trabalho inicial para implementar um sistema da qualidade ISO 9001, para cada processo, os participantes preencheram uma tabela com as seguintes colunas:
  • Etapa do processo
  • O que pode correr mal (riscos)
  • Medidas preventivas existentes
  • Medidas preventivas que poderão ser implementadas
  • Oportunidades de melhoria
  • O que controlar?
  • Quem controla?
  • Frequência de controlo?
  • Ferramentas de controlo?
  • Onde registar?
A base para implementar um sistema de controlo do processo e da qualidade a partir do fluxograma

Mudar o modelo de negócio para salvar uma empresa (parte II)

Parte I.

Interessante este esquema que ilustra como as empresas do sector têxtil podem subir na escala de valor:

Imagens retiradas de "The Apparel Global Value Chain: Economic Upgrading and Workforce Development"

"humanity is a competitive advantage"

"The tyranny of the urgent wages a daily battle with the existential importance of the strategic
.
Here’s the challenge with the long term. It’s fuzzy. Even with my contact lenses on, I can’t make it out well. If a few years ago I told you about the political events of today, I doubt you would have believed me. Heck, I wouldn’t have believed me.
.
In stark contrast, the short term is bright. And clear. And screaming. And smacking you in the face.
.
And that’s why companies make decisions like hitting customers with an upsell every single time they check out instead of adding value to the customer’s life.
.
However, if your brand overlooks the long term, it creates an existential threat.
...
Endless brands lack humanity. And in the age of increasing capabilities of artificial intelligence, chatbots, marketing automation and ecommerce, brands can harken back to the earliest days of human-to-human commerce to find a competitive advantage.
.
In the age of Amazon, humanity is a competitive advantage.
Every retailer’s biggest competitor is Amazon."
.
Trechos retirados de "The Radical Idea: Customer-first marketing prioritizes customer experience over upsells"

terça-feira, junho 06, 2017

Curiosidade do dia

Lembro-me deste tipo de decisão gerar muita polémica "Oito milhões de euros afastam Portugal da Expo Universal de Milão". Tanta gente que rasgava as vestes e queria festa à custa dos saxões.

Agora tudo corre sem problemas "As Expos ainda interessam a Portugal? Este ano, a contenção de despesa voltou a falar mais alto".

Isto é sinal de progresso!!! Custou mas muita gente, sobretudo a que tem acesso aos media para lançar as campanhas de indignação aprendeu o valor do dinheiro. #BEM!!!

Coisas versus experiências

"The bad news (or good, depending on your viewpoint) is that none of this is going to change. Work is going to become even more bitty and insecure. The concept of a “job for life” has seemed outmoded for a while now. In the future, it seems doubtful whether “jobs” as we know them will exist at all. Many, of course, will be done away with by the much- prophesied automated takeover of everything from truck driving to brain surgery. But that is only half the story. Something more basic is under threat: the entire edifice of office- based, nine-to-five employment that has defined our working lives for at least a century.
...
Such a future strikes fear into many.
...
Unemployment will rise. Wages may drop. A new model of welfare will have to emerge, to ensure that those pushed out of the workplace can survive.
...
On the other hand, lamenting the fact of change seems futile. There was nothing necessary, or inherently “right”, about the old model. It was simply what — before the advent of globalisation, the internet and widespread automation — made most sense.
...
Richard Ocejo’s Masters of Craft addresses one facet of this changing landscape: the revival of certain craft or artisanal jobs that were once cornerstones of the industrialised city. A growing number of educated young people, Ocejo notes, are forgoing well-paid careers  in the knowledge sector in favour of these “new-old” jobs.
...
Traditionally, professions such as bartending and butchery were low-status and poorly paid. Those who did them had few options. Today, while these jobs are still relatively poorly paid, they have become “cool”. And in their remade form, they provide services that are considerably higher-end — and more expensive — than ever before."
Mongo e a explosão de tribos na encruzilhada com a economia das experiências e o renascimento dos artesãos.

Como é que as empresas habituadas ao século XX vão integrar-se neste contexto? E os Estados?

Trechos retirados de "A job for life: the ‘new economy’ and the rise of the artisan career"

Caldeira Cabral e a retroactividade

O ministro Caldeira Cabral acha que Portugal é um oásis de crescimento e que tudo aconteceu nos últimos meses.

Quanto ao oásis, ontem acrescentei mais três sintomas, como este "Eurozone recovery becomes surprise economic story of 2017" aos comentários de "Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal".

Quanto à responsabilidade e calendário em Portugal acrescento "Eco Parque de Estarreja já conta com 27 empresas e mil postos de trabalho":
"“O Eco Parque Empresarial de Estarreja continua numa trajetória de evolução que teve nos últimos 4 anos um crescimento de 80% no que diz respeito ao número de empresas. A subida de 15, em 2013, para 27 empresas,
...
Desde 2014, o número de postos de trabalho registou uma subida de 62%, rondando hoje os mil empregos naquele parque empresarial."












13. Processos, funções, competências


A partir do momento em que desenhamos um fluxograma, em que listamos um conjunto de actividades e as relacionamos com uma função. Por exemplo, o Resp. do Departamento Comercial tem autoridade para :

3. Recolher materiais

  • Analisar solas e outros materiais novos (encaixam-se na colecção? Fazem sentido na colecção?)
  • Elaborar Plano de materiais e Ficha de Material
  • Modelação recolhe retalho de cada pele nova e envia para fornecedor de pele ou de acabamento a pedir soluções de acabamento e os produtos a usar 
  • Receber informação, acrescentar características a controlar e preparar Ficha de Material para entregar ao Armazém

A partir daqui é possível colocar as questões:
  • que conhecimentos ou experiência deve ter um Resp. do Departamento Comercial para ser competente na etapa de recolha de materiais?
  • que comportamentos deve um Resp. do Departamento Comercial exibir para ser competente na etapa de recolha de materiais?
E quando se avalia o desempenho de um processo e se conclui que é preciso melhorá-lo?

Em que medida é que é preciso melhorar os conhecimentos, ou a experiência, ou os comportamentos de cada uma das funções intervenientes?

E quando iniciativas estratégicas requerem melhorias no desempenho de funções que operam em um ou mais processos?

Em que medida é que é preciso melhorar os conhecimentos, ou a experiência, ou os comportamentos de cada uma das funções intervenientes?

"If your private life conflicts with your intellectual opinion..."

"It is immoral to be in opposition of the market system and not live (like the Unabomber) in a hut isolated from it
.
But there is worse:
.
It is even more, much more immoral to claim virtue without fully living with its direct consequences
...
As we saw with the interventionistas, a certain class of theoretical people can despise the details of reality, and completely so. If you believe that you are right in theory, you can completely ignore the real world –and vice versa. And you don’t really care how your ideas affect others because your ideas make you belong to some virtuous status that is impervious to how it affects others.
...
If your private life conflicts with your intellectual opinion, it cancels your intellectual ideas, not your private life
.
and
.
If your private actions do not generalize then you cannot have general ideas"
Que dizer dos grandes defensores da escola pública que sempre tiveram os seus filhos num colégio privado com nome estrangeiro na zona de Cascais e até foram ministros de governos de esquerda?

Trechos retirados de "The Merchandising of Virtue"

segunda-feira, junho 05, 2017

Curiosidade do dia

"Balsemão: Media só são independentes se ganharem dinheiro"

Como os media perdem dinheiro podemos concluir com autoridade aquilo que já suspeitávamos, não são independentes.

Abrir uma caixa de Pandora?


A propósito deste texto de opinião "Os condomínios de Coase" nem de propósito, esta leitura de há dias "Why Uncertainty Makes Us Less Likely to Take Risks":
"Our willpower diminishes when the outcome is ambiguous. “People really want to avoid uncertainty,”
...
“Whether or not we prefer the future or the present, whether or not we delay our choices, depends in large part upon the uncertainty of what we face,”
...
“People really don’t like the complexity and cognitive load of making decisions under uncertain circumstances,”"
E mais esta de ontem, "Not Quite Rational Man":
"One increasingly acknowledged flaw of neoclassical theory is its oversimplified model of human nature, known by academics as “homo-economicus.”"

12. Caracterizar um processo

Caracterizar um processo.

Atribuímos-lhe uma designação.

Estabelecemos uma finalidade, uma razão de ser.

Determinamos um conjunto de indicadores para avaliar quer a eficácia, o grau de cumprimento da finalidade, quer a eficiência, o grau de cumprimento de recursos.

Traçamos as fronteiras do processo. Onde é que ele começa, como é que ele começa, o que o desencadeia e quem o desencadeia. Onde é que ele acaba, o que produz e a quem o entrega.

Desenhamos um fluxograma que descreve o fluxo, o caudal das actividades e tarefas de forma cronológica:
Uma vez feito o fluxograma podemos fazer a ligação às funções e às pessoas. Que funções participam em cada etapa do processo? Com que grau de autoridade ou de responsabilidade?

E esta é a base para relacionar processos, funções, pessoas e competências.

Mudar o modelo de negócio para salvar uma empresa

Se recuar no tempo há um livro que se destaca por me ter dado bases para generalizar sobre o que então começava a coleccionar com o meu trabalho: "How We Compete: What Companies Around the World Are Doing to Make it in Today's Global Economy".

Nunca esqueço uma citação desse livro:
“… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”
Citação tão bem ilustrada pelas empresas de calçado incapazes de competir a produzir sapatos que se vendiam na prateleira por 20€ e passaram a dar cartas a produzir sapatos que se vendem na prateleira a 300€.

Muitas vezes é preciso mudar o modelo de negócio para salvar uma empresa. Um excelente exemplo sobre o tema em "Renascer das cinzas. Um fato à distância de um clique":
"Francisco Batista pegou numa empresa moribunda, a CBI – Indústria de Vestuário e converteu-a numa unidade rentável focada no negócio da confeção de vestuário feminino e masculino de alta qualidade. Orientada para o segmento médio-alto, a empresa exporta 90% da sua produção
...
A lógica é sempre a mesma: aproveitar a mão-de-obra especializada, “o capital mais importante para recuperar a empresa”, e depois rever o modelo de negócio para ganhar competitividade e apostar nos mercados externos.
...
 “renovar a atividade para nichos de mercados onde é possível competir através de uma maior qualidade”. “Em grandes quantidades não conseguimos competir”, frisa."

Muito para aprender (parte III)

Parte I e parte II.

E recuo a reflexões de 2012 e de 2015:

E gente de Mirandela que não produz azeite "Pai e filha fazem dos melhores azeites do mundo" nem corre atrás do sucesso efémero:
"A nova colheita de azeite virgem extra da Magna Olea foi distinguida com a medalha de ouro (Golden Award) no concurso internacional NYIOOC – New York International Olive Oil Competition. E arrecadou ainda a medalha Premier – Best of the Show no concurso Olive Japan, tendo sido a única marca portuguesa a conseguir esse feito, ao lado de mais 11 marcas internacionais.
.
O NYIOOC distinguiu ainda outros dez produtores portugueses: Innoliva, Sociedade Agrícola do Conde, Fitagro, Trás-os-Montes Prime, Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Sovena, Casa de Valpereiro, Casa de Santo Amaro, Cooperativa de Olivicultores de Valpaços e a Masaedo."
Já existe uma vanguarda que descobriu o que é relevante para subir na escala de valor. No entanto, parece que ainda há uma multidão que precisa de percorrer a sua Estrada de Damasco e encontrar o seu Ananias:
Números daqui.

BTW, mais gente com matéria-prima para o caminho certo