sábado, fevereiro 22, 2014

Polarização do mercado ou como David e Golias podem co-existir

Há muito que o fenómeno da polarização dos mercados me fascina. Por polarização entenda-se:
  • tem sucesso quem vende o mais barato;
  • tem sucesso quem vende caro;
  • quem não se define e quer ir a todas as fatias de mercado e, por isso, oferece um produto médio... desaparece.
Daí os marcadores usados com alguma frequência aqui no blogue:
  • polarização;
  • middle market; e sobretudo
  • stuck-in-the-middle (que é onde acaba quem trabalha para a média)
Dai postais como:
Assim, foi com um sorriso de confirmação que vi as evidências do mesmo fenómeno a acontecer na agricultura americana, segundo o artigo "New Data Shows Fewer Farms, Richer Farmers":
"While the average size of farms increased slightly, to 434 acres from 418, the census shows a continuing hollowing out of midsized farms in America. The number of very small farms and very large ones remained constant." (Moi ici: Excelente figura a que se segue)

BTW, recordar de "Profiting from Proliferation" (página 10) este gráfico eloquente:



sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Curiosidade do dia

A evolução das vendas de música... a vida das empresas é assim. O que se vende hoje e está na mó de cima, entra em declínio amanhã, sem direitos adquiridos.
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Sexo é preparar a próxima geração da oferta.

Imagem retirada de "How iTunes crushed music sales"

"para singrar tinha de apostar na diferenciação"

No já citado suplemento "Sectores tradicionais", publicado pelo Diário Económico, não resisto a salientar uma das entrevistas, pela linguagem pragmática e desempoeirada de um director-geral.
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Rui Teixeira, director-geral da Gulbena, uma têxtil de Fafe afirma:
"Herdou do pai uma empresa de prestação de serviços na área da tinturaria, mas Rui Teixeira, engenheiro têxtil de formação, rapidamente percebeu que para singrar tinha de apostar na diferenciação. Oferecer um produto de elevado valor acrescentado, que permitisse pensar em voos mais altos, como a internacionalização.
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Foi o que fez com a Gulbena, uma empresa de Fafe que hoje se dedica à produção de tecidos de malha pronta a ser confeccionada, para mercados como o de 'sportswear' e 'fashionwear' ou de vestuário funcional e técnico. "Empresas de malha existem muitas. Mas ou se diferenciam, ou entram em concorrência por via do preço. Nós não queríamos ir por aí", explica Rui Teixeira, director-geral da Gulbena. Ao longo dos anos, Rui Teixeira foi orientando a Gulbena para a diferenciação, suportada pela inovação técnica e tecnológica, e pelo desenvolvimento de produtos claramente inovadores e de elevado valor acrescentado."
Mais um para a minha liga dos pares...


Porquê?

"Your instinct may be to change that why to a what, but why is actually the right question for leaders to ask themselves about their business models.
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First, once you get the why right, the what will follow. Second, the what will change, but the why should transcend numerous strategic and tactical shifts. And, finally, the what is often easier to measure, but the why is more important to assess.
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It’s this distinction between why and what that makes all the difference.
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The essential questions leaders must ask themselves and challenge their teams with are all why questions: Why would a customer want to do business with us? Why would top talent want to come to work with us, and contribute their best to our efforts? Why would suppliers want to become our long-term strategic partners? Why would communities welcome our facilities? Why would institutional investors want to trust their money to us?"


Trechos retirados de "Why Is Wrong with Your Business Model?"

Os "patinhos feios"

Eu não acrescento nada:
"Os sectores tradicionais são os "patinhos feios" da economia portuguesa. Geram riqueza e emprego, impõem-se nos mercados internacionais e são contribuintes líquidos para o saldo da balança de transacções. Todavia, seja porque não cresceram na confortável sombra do Estado, ou porque estão longe de Lisboa, ou porque são pouco permeáveis aos interesses da classe política, dos escritórios de advogados ou da própria banca, são pouco mediáticos e, frequentemente, tratados como sectores de colarinho azul. Inversamente, vende-se a ideia de que Portugal pode ser uma meca dos clusters' emergentes, como as tecnologias de informação, a saúde ou as ditas indústrias criativas. O País pode e deve ter projectos nessas áreas, mas a assinatura de competências que tem potencial de clusterização e escalabilidade, e provas dadas na exportação, assenta inequivocamente nos sectores tradicionais. Mas importa desfazer o mito de que são de baixa tecnologia e pouco propícios à inovação. A marca nacional deverá ser "inovação na tradição", materializada por uma visão de excelência e sofisticação no produto tradicional: na fileira da moda (têxtil, vestuário e calçado), na fileira da floresta (cortiça, papel), na fileira do habitat (construção, materiais, mobiliário), na fileira agro-industrial e dos vinhos, na fileira do turismo e da hospitalidade, para referir alguns dos mais importantes."
Trecho retirado do suplemento "Sectores tradicionais" publicado pelo Diário Económico. O suplemento traz vários exemplos de empresas dos sectores do calçado, do têxtil e do mobiliário e as palavras constantes: diferenciação e design.

Gráficos e sua análise (parte II)

Parte I
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Como desconfiávamos, fazendo testes estatísticos básicos, verifica-se que:
  • o tempo de espera para cirurgia não tem variações estatisticamente significativas, logo não desceu;

  • a mortalidade infantil não tem variações estatisticamente significativas, logo não subiu;



Há um país anónimo a crescer

A revista Visão traz um artigo, "Aqui fez-se luz", que relata o regresso à vida de uma fábrica têxtil falida em Castelo Branco, adquirida por outra empresa têxtil portuguesa.
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Sente-se a emoção do regresso ao trabalho, do regresso ao antigo posto de trabalho de muitas das antigas trabalhadoras que estavam no desemprego.
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Por que é que esta fábrica têxtil foi comprada e a as trabalhadoras contratadas?
"Em 2012, crescemos 25% e, no ano passado, outros 20 por cento. Estávamos a sub contratar em Portugal e, quando soubemos do leilão destas instalações, achámos que era urna boa oportunidade. Agora, já estamos a produzir aqui 250 casacos por dia."
Esta semana estive numa empresa (daquelas que os políticos tanto gostam, porque nas estatísticas aparecem como de elevada componente tecnológica) que em 2009 duplicou a sua área produtiva, uma expansão que iria durar muitos anos... pois, acaba de alugar um novo pavilhão para ampliar a sua capacidade produtiva.
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Enquanto os media, verdadeiros indutores da produção de cortisol, nos inundam com o discurso da crise, e acham que são os combustíveis que fazem a diferença, há um país anónimo a crescer, com um mindset voltado para as oportunidades.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Curiosidade do dia

"Indicador económico atinge o nível mais alto desde Outubro de 2010"

O blogue do BE com isto "Exportações. O “porta-aviões” de Portas pode ser mais um submarino sem rumo definido" não percebe que está a dar mais força ainda à necessidade de aplicar a receita do FMI?
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Por exemplo:
"Por exemplo, o aumento das exportações de serviços para França (2,5%) pode reflectir a opção dos turistas franceses de vir a Portugal e não ao Magrebe, e isso poderá mudar.”"
Mas em que mundo vivem? No mundo dos negócios o que é que é garantido? Por isso, é que existe o sexo!!!
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"BBVA: Economia portuguesa "avança a um ritmo mais rápido do que o previsto""
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"INE Atividade económica aumenta "de forma expressiva""
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"Economia portuguesa atingiu excedente externo de 2,6% do PIB"
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"Próximo resgate? Imposto Cadilhe"
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"No fim da mentira"
"Um país que tem na sua história um longo período de convívio com juízes da Inquisição sabe, no seu inconsciente colectivo, que a verdade não será o que é dito que é. A verdade é o que há-de aparecer quando se verificar que é mentira o que era dito que era a verdade.
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Uma crise de endividamento é uma crise gerada pela mentira. As receitas não cobrem as despesas, mas as decisões políticas continuam a aumentar a despesa quando não querem, e se quisessem não podiam, aumentar a receita. A mentira política dura pouco quando não se tem moeda própria e não se pode esconder essa mentira com as mentiras maiores que são a inflação e a desvalorização cambial. Ainda dura menos quando não se tem capital."

Mais um exemplo de subida na escala do preço

Fico sempre contente quando encontro um dirigente associativo com um discurso inteligente e diferente do habitual choradinho de quem tem o locus de controlo no exterior.
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Ontem, conheci mais um através das páginas do Jornal de Negócios. Tiro o meu chapéu a Luís Villas-Boas, Presidente da Associação Portuguesa de Fundição.
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Primeiro a intervenção do director-geral da Autoeuropa:
""A nossa indústria de fundição desapareceu", disse ao Negócios, em entrevista, o director-geral da Autoeuropa, Melo Pires."
Depois, a resposta:
"O presidente da Associação Portuguesa de Fundição (APF), Luís Villas-Boas, recusa esta realidade: "Tenho de desmentir. O sector existe, investe e nunca deixou de estar bem presente na indústria transformadora. As vendas das fundições valeram o ano passado 550 milhões de euros, que exportaram 80% da produção, e empregaram 3.700 pessoas.
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Villas-Boas acrescenta ainda que as unidades portuguesas tiveram a necessidade de se adaptar à modernidade da indústria, e apostaram em peças de menor dimensão.
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O director-geral não se podia referir à indústria de fundição como um todo, mas apenas à indústria de fundição que faz blocos para ferramentas como ele diz
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Melo Pires havia dito ao Negócios que, para a unidade de cunhos e cortantes da Autoeuropa, tinha de importar toda a matéria-prima na Galiza, porque em Portugal não havia capacidade de resposta. E constatava que esta indústria desaparecera, por falta de adaptação tecnológica e de recursos humanos, mas também por políticas energéticas erradas". O presidente da APF, associação que este ano comemora meio século, reconhece que Melo Pires está certo quando diz que não há empresas nacionais para suportar esta necessidade, mas que isso é resultado exclusivamente da reconversão do sector. "Para a dimensão das peças que a Autoeuropa precisa, poderá haver em alguns casos, não direi em todos, falta de resposta. Essas peças não têm valor acrescentado nenhum, é quase vender ferro a quilo. Hoje, a indústria de fundição dedica-se a peças com valor acrescentado maior", argumenta. (Moi ici: Recordar Terry Hill e "As encomendas mais importantes são as que rejeitamos")
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2013:0 melhor ano da fundição em mais de uma década
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desde 2001, o ano passado foi o de maior facturação [do sector da fundição] com um total de 550 milhões de euros (mais 6% do que em 2012). No mesmo período de tempo, mas analisando a produção, apenas dois anos foram melhores do que 2013, mas o facto de as vendas serem superiores ajuda Vilas-Boas a sustentar que "o sector subiu na escala de preço"."




Para terminar, e para contento do Bruno este último reparo:
"Começaram a aparecer também clientes ligados à aeronáutica"




E vão viver de quê?

O Bruno chamou-me a atenção para o exemplo da Mendes Gonçalves com "Marca portuguesa de molhos estreou-se em 500 lojas em Marrocos".
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O que é que me reteve?
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Este ponto, a customização:
"Com uma fábrica na Golegã, capaz de produzir rapidamente e à medida do gosto dos consumidores, a Mendes Gonçalves já tem as embalagens de vinagres, molhos picantes ou maioneses em francês e árabe, nas prateleiras de mais de 500 lojas marroquinas. “Desenvolvemos molhos só para Marrocos e a nossa capacidade de investigação e desenvolvimento é a grande força”, sublinha João Pilão."
E a aposta no marketing, o controlo do seu posicionamento:
"Até agora, a Mendes Gonçalves exportava, sem controlar preços ao consumidor final, ou a posição e apresentação do produto nas prateleiras.
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A marca é a nossa melhor garantia de termos resultados seguros”, sustenta."
BTW, para os que andam entretidos com os grandes números e só vêem combustíveis e lubrificantes e, esqueceram-se do ouro e dos automóveis, a minha mensagem é sempre esta. 1000 euros exportados por uma PME mexem mais com a economia que 2000 euros exportados por uma empresa grande (muitas vezes, pouco ou nenhum emprego cria e os dividendos até podem ser exportados, ou ficam concentrados). Por isso, este número:
"A empresa facturou mais de 20 milhões de euros em 2013, uma subida de 21% face a 2012 e emprega no total perto de 200 trabalhadores."
É uma maravilha. Parabéns!
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Faz recordar a outra... e vão viver de quê?

O título devia ser outro

Lê-se o título "Exportações de vinho aumentaram 2,4% em 2013" e não se apanha o ponto-chave, em minha opinião:
"A exportação de vinho atingiu 725 milhões de euros no último ano, mantendo o crescimento já verificado em 2012."
OK, a percentagem diz respeito à facturação, aos euros, não a quantidades.
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Este parágrafo é o mais interessante:
"Apesar de o volume total exportado ter sido inferior a 2012, o aumento do preço médio “assinala uma maior predisposição dos mercados a pagar melhor pelos vinhos portugueses”, pode ler-se no comunicado de imprensa do IVV. O preço médio por litro situou-se nos 2,37 euros o que representou um aumento de 13,3% em relação ao verificado em 2012." 
Não sei se é uma predisposição para pagar melhor ou, sobretudo, uma quebra nas vendas dos vinhos mais baratos, e a manutenção ou aumento das vendas dos vinhos mais caros.
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Recordar o exemplo do desporto, aplicado ao calçado para explicar estes aumentos médios.
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Independentemente do que realmente se está a passar ao nível do preço, os membros da tríade não conseguem explicar estas coisas... produto mais barato não se vende e produto mais caro aumenta a procura...
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O título devia ser "Preço médio das exportações de vinho cresce 13,3%", dessa forma seria valorizado aquilo que interessa, aquilo que permite melhor nível de vida para quem produz.

Gráficos e sua análise

Ontem, o Jornal de Negócios, numa página intitulada "Há menos dinheiro e menos profissionais, mas são mais os utentes" apresentou uma série de gráficos.
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Quatro desses gráficos são:
Olhemos primeiro para os gráficos de barras:
Um conselho: desconfiar sempre de gráficos de barras em que o eixo das ordenadas não começa em zero!
Comparar o 1º gráfico nas duas versões:
Um gráfico de barras não é para análise de tendências, para isso usa-se o gráfico de linha, o gráfico de barras serve para comparar barras entre si. O gráfico da direita esbate as diferenças.
A figura que se segue acentua ainda mais o efeito:
Olhemos agora para o 2º conjunto de gráficos:
Aquele título "Tempo de espera para cirurgia caiu em 2012" e o outro "Mortalidade infantil está a subir".
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Será que caiu? Será que subiu?
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Será que subiu de 2010 para 2011?
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É a isto que chamo de esquizofrenia na análise, recordar "Não cairás na tentação da esquizofrenia analítica" e, sobretudo a esta apresentação:




Mais Mongo não há!

Se já se fazem túmulos personalizados, "These Custom French Tomstones Make Dying Fun", muito mais mercado terá o fabrico dos sapatos desenhados pelo cliente, "Your Perfect Shoes". Subtítulo mais Mongo não há:
"your design ⋅ your size ⋅ your search ends here"

Obrigado Carlos, pela dica.

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Curiosidade do dia

"Portugal Sou Eu quer vender 800 milhões de euros até ao final do ano"
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É só a mim que faz espécie este tipo de campanha organizada?
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Não duplica os custos de embalagem?
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PME para o mercado nacional usa embalagem com o símbolo da campanha, para o mercado de exportação não pode usar o símbolo... por exemplo, em Espanha, argumento de venda: "Compre o nosso azeite, é português"... se em Portugal o argumento nacionalista funciona, será que funciona em Espanha?
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Faz-me lembrar a Rádio Popular. Em Portugal o slogan era "Compre porque é nosso", enquanto se expandia em Espanha... azar!
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Recordar "Que marketing, que mensagens?"

Acerca do futuro do trabalho

"Is your job safe in the second machine age?"


"“The Computer Revolution of the twentieth century caused a hollowing-out of middle-income jobs”, the authors continue. There were more rewards to cognitive dexterity at the top but also to lower wage service jobs. There were more “lovely” but also more “lousy” jobs, as one seminal paper puts it.
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In the Frey and Osborne story, technology has tended to replace routine work – manual in the 19th century, then cognitive in the 20th century.
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Specifically, the authors identify three aspects of a task that make it less likely for a robot (or a big data processor) to replicate. First, “perception and manipulation”: it is one thing having a robot zipping around a giant Amazon warehouse, another finding a mechanical arm to do unpredictable surgery. Second, “creative intelligence”: programmes such as AARON can draw, but it is much more difficult to encode creative values. Third, “social intelligence”, or the real-time recognition of human emotion."

Fonte.

A propósito de "Estudo: Taxista é profissão ameaçada, mas ser padre tem futuro" e da aula:
"Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, numa ‘aula’ que deu sobre “o desafio da absorção do desemprego estrutural em Portugal”"
Aposto em que ele só aborda a absorção do desemprego pela definição de trabalho, ou de ganha-pão, ou de emprego. E será que é a única viável em Mongo?

Dez lições de um maker (parte I)

Via "O Ofício" cheguei a esta entrevista que, como eles dizem, merece ser lida "Ten Lessons From a Maker by David Hieatt, Hiut Denim Co.".
"Ten Lessons from a Maker
I) No one knows you exist....
II) You are not an artist.
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You make things. You make things in order to sell them. The difference between you and an artist is you can’t wait years to be discovered.
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You have to make what people want to buy. This is commerce. This is not art.
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Selling is good. Employing people is good. Having apprentices is good.
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Makers are here to make. Makers are here to sell - Van Gogh had to wait till he died before he sold his first painting. You can’t.
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Sales after you die don’t count.
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III) Make something that people want to buy.
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One good way to make sure people want what you have to make is to do it better than anybody else. Another good way is to design it more beautifully than your rival. But the best way, is to do something that no else is doing. And do it so well, they don’t even try to copy you. (Moi ici: A importância da diferenciação)
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IV)  No one goes to bed at night and dreams of quality. (Moi ici: Esta lição é poderosa)
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We make one of the best pair of jeans on the planet. And we are very proud of that. But that doesn’t mean that is the best way of selling it.
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Quality is what we make. It’s what we stand for. It’s what we believe in. But it is not how we will sell our jeans. People have desires and dreams and you have to learn how to make your product fit into them.
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People buy a lifestyle, an image, a purpose, a superiority, part of a small elite club, rejection of the norm. Part of your job will be to understand their desires, and make sure what you make appeals to them.
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Your customers go to bed each night and dream their dreams. They dream about changing the world, they dream about starting an amazing company, they dream about all sorts of crazy stuff. But they rarely dream about quality.
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Don’t ever compromise on quality. But sell the dream." (Moi ici: Isto, de alguma forma está relacionado com "As empresas devem concentrar-se na experiência e não tanto nos atributos". Os atributos são as especificações, são a qualidade que devemos controlar, mas o que realmente interessa é o sonho, a experiência que ajudamos a viver ao oferecer um recurso que o cliente vai integrar na sua vida)


Continua.

O papel da marca em Mongo

"Most recently Stanford professor Itamar Simonsen and author Emanual Rosen have argued in their new book Absolute Value: What Really Influences Customers in the Age of (Nearly) Perfect Information and in their recent blog post here that marketers need to reevaluate the idea that brands are critically important in consumer’s purchasing decisions. They claim: “…brands are less needed when consumers can assess product quality using better sources of information such as reviews from other users, expert opinion, or information from people they know on social media.”"
Os autores justificam esta posição argumentando que se os consumidores têm acesso imediato a informação que os ajuda a decidir o que escolher, então, o valor da marca como elemento diferenciador diminuirá.
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Engraçado, acredito que em Mongo, pelo contrário, o valor das marcas será cada vez mais importante. Não por causa da informação, mas por causa da afirmação, da identidade, da pertença a uma tribo.
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Mais nesta linha:
"The role of a brand is—and never was—just about solving an information problem. It’s about providing meaning and satisfying emotional needs. These fundamental human needs have not changed. To the contrary as consumers experience information overload, there might be a tendency to gravitate toward what’s known and comforting."
Cada nicho, qual tribo, vai precisar de sinais que representem uma identidade, uma comunidade, que ajudem a diferenciar.

Trechos retirados de "Brands Aren’t Dead, But Traditional Branding Tools Are Dying"

ADENDA
Ver também "Brand is an Asset, and it is Far From Done"
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E aqui "TWILIGHT OF THE BRANDS":
"Today, consumers can read reams of research about whatever they want to buy. This started back with Consumer Reports, which did objective studies of products, and with J. D. Power’s quality rankings, which revealed what ordinary customers thought of the cars they’d bought. But what’s really weakened the power of brands is the Internet, which has given ordinary consumers easy access to expert reviews, user reviews, and detailed product data, in an array of categories."
Como se a marca só tivesse a ver com o lado racional da relação, come on!
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Em Mongo a tribo é fundamental, o lado emocional é fundamental.

A escolha dos pivôs (parte II)

Robert Simons, na revista HBR do próximo mês de Março, escreve um artigo intitulado "Choosing the right Customer - The First Step in a Winning Strategy".
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O artigo começa assim:
"All companies claim that their strategies are customer driven. But the term “customer” is among the most elastic in management theory. A working definition might be that your customers are the people or entities that buy your products and services and supply your revenue.
That includes any number of actors in a company’s value chain: consumers, whole salers, retailers, purchasing departments, and so forth."
Simons está a falar do ecossistema da procura e da identificação dos pivôs, aquilo a que ele chama "primary customer".
"Unsurprisingly, perhaps, many executives are reluctant to define their customers as narrowly as Merck has. (Moi ici: Para a Merck o pivô é o médico que prescreve o medicamento, tudo o resto são actores que têm de estar presentes mas quem faz girar o ecossistema é o médico, logo, ele é o pivô. Ele é o cliente e, no entanto, não compra. Recordar o "Não é armadilhar, é educar") By not singling out any group as the primary customer, executives can sidestep difficult choices that might turn out badly - a temptation that’s particularly strong in new, rapidly evolving markets. What’s more, many business leaders believe that treating all value chain partners as customers improves internal coordination and responsiveness.
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But by not identifying one primary customer, companies that consider themselves “customer focused” soon become anything but."
Uma grande verdade:
"The bottom line is this: The strategic choice of primary customer—with special emphasis on “primary”—defines the business."
Como identificar o pivô?
"your most important customers are not those that generate the most revenue but those that can unlock the most value in your business. For some businesses, the primary customer will be the end user or consumer of the product or service. For others, an intermediary (such as a reseller or a broker) will be the critical customer to which organizational resources should be devoted.
...
Clearly, the choice of primary customer must reflect a company’s perspective; otherwise the company will be unable to leverage the energy and creativity of its people in service to the customer."
Quando na fase inicial da reflexão estratégica encaramos esta situação:

 Pergunto, qual o actor, e que tipo de actor, no ecossistema da procura, está alinhado com uma proposta de valor que resulta da intersecção onde podemos fazer a diferença?

Continua.

Um bom exemplo de desenvolvimento de uma vantagem competitiva

Ano após ano a Volta ao Algarve vai ganhando um estatuto fora do comum para um país periférico.
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Um bom exemplo de como aproveitar o que é intrínseco, o que faz parte do nosso ADN, para construir, de certa forma, um poder, uma vantagem competitiva.
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"Volta ao Algarve. Cinco dias com estrelas sobre rodas", é o dinheiro dos prémios, é a publicidade que atrai as estrelas?
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Não será antes a conjugação entre:

  • a época do ano para as equipas - fase de preparação, necessidade de competição qb;
  • oferta hoteleira de categoria;
  • clima, não é impunemente que se tem

"É uma corrida que gosto de fazer, porque nesta altura do ano é difícil encontrar na Europa outro lugar com melhor clima."
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O bom tempo atrai bons ciclistas."

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Curiosidade do dia

"the capitalist era is passing - not quickly, but inevitably. The emerging Internet of Things is giving rise to a new economic system - the Collaborative Commons - that will transform our way of life.
...
Rifkin describes how hundreds of millions of people are already transferring parts of their economic lives from capitalist markets to what he calls the global “Collaborative Commons.” “Prosumers” are making and sharing their own information, entertainment, green energy, and 3-D printed products at near zero marginal cost. They are also sharing cars, homes, clothes and other items via social media sites, rentals, redistribution clubs, and cooperatives at low or near zero marginal cost. Students are even enrolling in free massive open online courses (MOOCs) that operate at near zero marginal cost. And young social entrepreneurs are establishing ecologically sensitive businesses using crowdfunding as well as creating alternative currencies in the new sharing economy. In this new world, social capital is as important as finance capital, access trumps ownership, cooperation supersedes competition, and “exchange value” in the capitalist marketplace is increasingly replaced by “sharable value” on the Collaborative Commons.
Rifkin concludes that while capitalism will be with us for the foreseeable future, albeit in an increasingly diminished role, it will not be the dominant economic paradigm by the second half of the 21st Century. We are, Rifkin says, entering a world beyond markets where we are learning how to live together in an increasingly interdependent global Collaborative Commons."
Em sintonia com o que se escreve neste blogue há anos... e é isto que vai minar a Torre de Babel burocrática-fiscal em que vivemos.

Trecho retirado de "Zero Marginal Cost Society"