segunda-feira, dezembro 08, 2008

O que chega aos jornais

Juntem-se estas reflexões sobre o poder e o jornalismo:
E analisem-se alguns exemplos do que chega aos jornais: O meu baú de tesourinhos deprimentes (parte II) de onde retiro este pormenor (o artigo do jornal é de ir às lágrimas num primeiro momento e de preocupação num segundo... pois começamos lgo a imaginar quem terá dado a ordem de pagamento e quem terá encomendado tais pérolas de ignorância).
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"A acumulação de capital por parte dos sectores produtores de bens ou serviços não transaccionáveis, como a construção, as telecomunicações ou a energia, criou as condições que podem permitir a alavancagem de um novo modelo de desenvolvimento económico"
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"É também nestes sectores que existe maior acumulação de capital em termos absolutos. Destacam-se, em particular, cinco áreas - construção e imobiliário, banca e seguros, comércio, telecomunicações e ainda electricidade e gás - que representaram mais de 50 por cento dos lucros de toda a economia no período em análise e que se caracterizam pelo facto de as grandes empresas ocuparem lugares de destaque ou de crescente preponderância."
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Para rematar, o artigo de António Barreto no Público de ontem que roubei ao autor aqui e do qual saliento este pormaior:
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"Banca, energia, obras públicas e telecomunicações: parecem ser estes os territórios preferidos dos grandes partidos do regime. É possível que a maior parte dos homens de que se fala hoje não tenha cometido um só crime. É possível que não tenham tido, jamais, um comportamento ilícito. Mas tal se deve ao facto de as leis permitirem que se faça o que se faz. Até porque foram eles que as fizeram."
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Não há acasos... todas as coincidências são significativas.

Divagações religiosas

Associo estas notícias "Words associated with Christianity and British history taken out of children's dictionary" e "Traditional subjects go in schools shake-up" e esta opinião "Cardinal Cormac Murphy O'Connor: Britain is 'unfriendly' for religious people" à seguinte teoria da conspiração:
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Nos tempos de vacas não tão magras (por cá) e gordas (noutras paragens) o que querem os governos? Mais consumo, mais crescimento, mesmo que não haja poupança précia. Mais consumo significa mais impostos, mais empregos, mais crescimento, mais votos (saber se isso é sustentável não conta).
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Quando se dá o estouro da bolha consumista e chega o tempo das vacas anoréxicas o que querem os governos?
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Que o deboche de endividamento pessoal continue para reanimar a economia a todo o custo.
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O que é que todas as religiões propõem?
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Gn 41, 1-36. A interpretação do sonho do Faraó pelo hebreu José. Depois de anos de abundância sempre virão anos de escassez, convém poupar nos anos bons para precaver e suavizar os anos maus. Esta mensagem é subversiva para os governos actuais sejam eles de Brown, Sarkozy ou Sócrates.
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Mc 1, 3. Associo sempre a imagem do actor Charlton Heston com uma pele de camelo e uma vara na mão a gritar no deserto "Repent!" ("Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!" - chega-se ao deserto porque se agiu por caminhos tortos, se se quer sair do deserto... há que mudar de vida)
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Se eu tivesse 7 vidas e algum dinheiro, talvez dedicasse algum tempo a realizar um filme estilo "A Vida de Brian" em que num plano colocaria uma espécie de leilão de pregadores, de um lado um sósia de Charlton Heston, João Baptista, gritando "Repent!!!", do outro Brown/Sarkozy/Zapatero/Sócrates/... gritando "Spend!!!"
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Daí que seja sempre um bom investimento para os governos eliminar ou reduzir o poder do megafone destes emissores de ruído que turvam a cristalinidade da mensagem que interessa.

Nicolas G. Hayek

Slywotzky (é obra! num nome conseguir colocar um y, um w, um z, k e outro y e manter o nome pronunciável ) no seu "The Profit Zone" (este livro é um must, pode ter 11/12 anos mas continua actual... se quem enterrou literalmente milhões aqui tivesse lido o capítulo 5 e tivesse percebido a mensagem, veria como uma congénere americana deixou de ser product-centric para passar a ser customer-centric e deixou de ter concorrência) dedica o capítulo 6 a Nicolas G. Hayek, o nome por detrás do renascimento da indústria de relógios suiça nos anos 90 do século passado, apesar das marcas japonesas (Seiko, Timex, Casio, Citizen, ...). Este capítulo é um "case-study" que deveria ser obrigatório estudar nas universidades e sobretudo nas associações empresariais.
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"In a business where the brand is the basis for strategic control, protecting the brand can be the difference between success and failure. The brand impacts both the differentiation and value capture (through price premium) dimensions of a business design. Brand can be an extremely powerful way to make a product stand out against its competitors, but a powerful brand must be carefully cultivated and maintained."

Macro-economia versus micro-economia: once again

O que dizem os macro-economistas?
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"Krugman: US Auto Industry Will Probably Disappear"
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Aqui Krugman tem um poderoso aliado... o mercado bolsista. O mercado bolsista quer resultados e resultados rápidos, é impaciente quanto ao crescimento das vendas e da quota de mercado.
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Por cá, quando outros vaticinaram o mesmo para o calçado, por exemplo, os micro-economistas porque não estavam sujeitos à pressão dos accionistas para resultados rápidos, tiveram tempo para fazer das tripas coração, para queimar as pestanas e, como a filha da história, desenhar uma janela, construir uma alternativa.
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domingo, dezembro 07, 2008

Não podemos ser pessimistas (parte II)

You naugthy girl!!!
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Continuado daqui.
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A rapariga esticou-se, colocou a mão na bolsa e retirou um seixo. No entanto, antes de olhá-lo deixou-o cair no chão, onde logo se misturou no meio dos outros seixos da estrada.
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- Oh que desastrada que eu sou! Bom, mas não há problema, se espreitarmos para dentro da bolsa poderemos saber que cor tirei por exclusão de partes.
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Claro que o seixo que se encontrava dentro da bolsa era de cor preta. Assim, facilmente se concluía que ela tinha retirado e deixado cair “sem querer” o seixo de cor branca.
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O velho agiota para não revelar a sua falta de honestidade, aceitou. Assim, pai comerciante e filha livraram-se do agiota.
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Teresa veja o segundo comentário do aranha: "Migração de valor = uma face do espelho;
Novas necessidades e benefícios, logo novas oportunidades, logo novas estratégias = a outra face."
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Conhece esta frase atribuída a Friedrich von Hayek?
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" Never will a man penetrate deeper into error than when he is continuing on a road that has led him to great success."
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Quando o mundo muda é preciso perceber que ele mudou, porque aquilo que resultava no mundo anterior deixa de resultar no mundo novo, e quem não percebe isso, quem não sabe que a mudança aconteceu, quem tenta esconder que a mudança aconteceu, ou quais são as consequências da mudança, vai gerar sarilhos, vai fazer grades estragos.
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“Despite increasingly fierce landscapes, most managers assume that cost-cutting and other forms of improving efficiency will help them to counter direct competitiveness challenges. Thus, their first reaction to discontinuous competition is to “work harder”, when what they need to do is “work differently”.
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Work harder e efficiency pressupõem que o que resultava no passado vai continuar a resultar no futuro. (esta citação foi retirada de “Escaping the Red Queen Effect in Competitive Strategy – How managers Can Change Industry Rules by Sense-Testing their Business Models”, da autoria de Sven Voelpel, Marius Leibold, Eden Tekie e George von Krogh. Neste postal pode ver-se um pequeno filme japonês que retrata o Red Queen Effect).
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Voltemos então ao princípio:
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"Penso, no entanto, que nao podemos ser péssimistas e temos de encarar estes factos, mas olhando sempre para a frente."
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200% de acordo. Não podemos ser pessimistas. Não podemos desistir, não podemos voltar a viver em cavernas e segundo a lei do mais forte (poder podemos, como nos lembrava Popper: Hoje vivemos melhor que há 100 anos, mas não há nenhuma lei inexorável que assegure que os humanos daqui a 100 anos viverão melhor que os de hoje. Já agora, os netos da geração mimada do pós-guerra que fez o Maio de 68 vivem e vão viver muito pior porque têm de suportar as benesses dos avós, benesses que eles nunca terão).
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Não ser pessimista é uma questão de postura mental!
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"temos de encarar estes factos". Esta é a chave da questão, não sermos enganados nem nos enganar-mos a nós próprios. Há que recolher e analisar os factos, ainda que eles nos doam, ainda que eles sejam feios (daí estas notas que arquivei nestes comentários, por exemplo).
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Não podemos é esconder os factos ou pintá-los com tons cor-de-rosa como fez este senhor (atenção o senhor Roubini não é nenhum ignorante, só o escrevi para reforçar a ironia sobre as palavras do ex-futuro chanceler, já que não o quis para aí).
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"temos de encarar estes factos, mas olhando sempre para a frente."
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Objectivamente de pouco serve saber e encarar os factos se for para aguardarmos passivamente o que se vai tornar inevitável.
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Não, queremos saber a verdade (ai Popper, Popper... saber a verdade), queremos conhecer os factos para agir, para actuar. Não para fazer mais do mesmo, não para repetir o que resultou no passado.
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Mas para, como fez a filha da estória, queimarmos as pestanas a pensar em alternativas. Sempre que se fecha uma porta, algures há a possibilidade de se abrir uma janela. Só que essa janela está dissimulada, ou está em fase de projecto, ou está esquecida... há que a procurar, há que a desenhar, há que a construir. Isso só se faz estando ciente dos factos.
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Quando se escondem os factos, quando se iludem os factos, quando se torcem os factos argumentam que é para não gerar o pânico, que é para dar esperança às pessoas, que é para ...
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TRETA!!!
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Prefiro encarar o touro bem de frente, olhos nos olhos, custe o que custar, com as minhas ilusões deliberadamente criadas por mim e com o meu conhecimento - a esperança que resulta de conhecer a realidade e de ter desenhado um plano para fazer coisas diferentes.
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Ando a ler um livro que já aqui mencionei várias vezes. No último capítulo que li o autor conta a história do aparecimento da Swatch e do ressurgimento da indústria de relógios suiços. Não foi a continuar a fazer o que faziam no passado pois a Timex (lembra-se? O meu primeiro relógio aos 10 anos era desta marca), a Casio, a Citizen e a Seiko não deixavam... a Omega esteve para ser vendida aos japoneses por 400 milhões de francos suiços.
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Os relógios suiços acabaram? As marcas caras de relógios suiços acabaram? Não há relógios suiços baratos à venda no mercado?
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Não podemos ser pessimistas, nem podemos ser quadrados que esperam que aquilo que resultou no passado continue a resultar no futuro... para isso precisamos de ser honestos. Com os outros e sobretudo connosco próprios.

sábado, dezembro 06, 2008

Não podemos ser pessimistas (parte I)

A minha amiga Teresa, em comentário a este postal escreveu:
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"Penso, no entanto, que nao podemos ser péssimistas e temos de encarar estes factos, mas olhando sempre para a frente."
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Este trecho fez-me recordar uma estória que ainda ontem (ou hoje?) usei durante uma acção de formação.
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Quando eu frequentava o 10º ano de escolaridade (no tempo em que ainda havia dinossauros na Terra), apesar de ser um aluno dedicado e mergulhado na área científica, escolhi a disciplina de Psicologia, em detrimento de Zoologia e Geologia, como disciplina opcional.
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E foi no livro de Psicologia dessa disciplina que encontrei esta fabulosa estória sobre o pessimismo e sobre as opções fechadas, sobre a ausência de saídas, sobre o bloqueio, sobre a capitulação e a desistência.
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Era uma vez um comerciante que viu o seu negócio passar por graves problemas pelo que ficou a dever uma enorme soma de dinheiro a um velho mesquinho e desprezível agiota. O agiota ao ver o tempo passar e os juros a crescerem sem que o comerciante tivesse a possibilidade de lhe pagar a dívida propôs, com indisfarçável água na boca, o seguinte acordo:
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A dívida fica saldada se me deres a tua jovem e bela filha em casamento.
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Tanto o comerciante quanto sua filha ficaram horrorizados.
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Então o agiota, para amenizar a situação e vencer a resistência de pai e filha, propôs que a sorte resolvesse o problema.
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Assim, o agiota propôs que se colocassem dentro de uma bolsa vazia dois seixos da estrada, um branco e um preto. Se a filha retirasse o seixo branco a dívida seria saldada e continuaria a viver com o pai. No entanto, se retirasse o seixo preto… a dívida seria cancelada e a moça teria de casar com o agiota.
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Se a filha se recusasse a retirar um dos seixos do saco o agiota chamaria a polícia e o pai iria para a cadeia.
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O pai e a filha tiveram de concordar com a proposta do agiota.
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Então, o agiota inclinou-se para a estrada cheia de seixos, e sorrateiramente apanhou do chão dois seixos pretos e meteu-os no saco.

Isto foi casualmente observado pela filha do comerciante.
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O agiota, então, pediu à moça que retirasse um seixo do saco. Um seixo que ditaria não só sua sorte como a do seu pai.

A mente da moça era um turbilhão de ideias… o que fazer? O que fazer? O que fazer?
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Recusar-se a retirar um seixo e ver o seu querido pai ser preso?
Expor o agiota como um impostor, um intrujão sem escrúpulos? E ver o pai ser preso…
Sacrificar-se para salvar o pai da cadeia.
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O que fazer? O que fazer? Qual a saída? Não há saída!!!!

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Continua.

O nosso Momento Zen

Esta fim-de-semana ainda não tive oportunidade de comprar o semanário Expresso e por isso não sei como será esta semana.
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Pero todavia, na revista Única, que acompanha o jornal, do passado dia 29 de Novembro de 2008, nas páginas 4 e 5 encontramos um anúncio do...








Banco Privado Português!!!!!!!!!!!!!!!!
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Na coluna da esquerda podemos encontrar umas interessantes notas, por exemplo:
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Nota 3: "O Banco Privado Português não recebeu nenhuma herança mas mesmo assim é um dos Bancos mais capitalizados do mundo no seu segmento, com capitais próprios de cerca de 200 milhões de euros."
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Nota 4: "Já o Banco Privado Português não é dado a fantasias. Prova disso é a Estratégia de Retorno Absoluto que garante aos seus clientes não só valorizações reais e potenciais competitivas, como a conservação do capital investido."
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Comentários para quê?!?!

Cuidado com a segunda rodada...

Segredou-me a minha amiga Teresa lá da longínqua e gélida Dusseldorfia:
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“Vou ser sincera, meu caro ccz., ainda nao notei nada desta crise de que tanto se fala, nos jornais, na TV etc...”
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Olhemos então para a figura que se segue: Teresa vá, por favor, para o ponto 1.
Trabalha para o Estado alemão? Sim ou não.
Se sim, pergunte: "De onde vem o dinheiro com que o Estado alemão paga os salários dos funcionários públicos e as pensões e subsídios?"
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Mesmo que trabalhe para o Estado, peça a conhecidos ou familiares que trabalham na economia privada que lhe contem o que se está a passar em todo o mundo.
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Perante a incerteza quanto ao futuro, as pessoas, que têm receio de perder o seu emprego, reduzem o seu consumo familiar, a começar pela compra de bens duradouros (carros, casas,...). Esse receio não é infundado, basta pensar nisto:
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"No mês de Novembro, registou-se a maior destruição de emprego desde 1974. A maior economia do mundo perdeu 533.000 postos de trabalho no sector secundário e terciário."
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"Key Plastics Portugal despede 220 trabalhadores"
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"Têxtil fecha e deixa 44 no desemprego"
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"Fábrica da PSA Citroën em Mangualde suspende produção em Dezembro "
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Só coloquei notícias de ontem, só de ontem.
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Se não há consumo, as empresas perdem facturação e podem fechar ou ter de despedir pessoal.
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Se fecham ou despedem pessoal, aumentam os desempregados e os gastos sociais.
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Se fecham ou baixam a facturação, baixa a cobrança de impostos.
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Com as receitas a diminuir e as despesas a aumentar... lá se vai o orçamento do Estado alemão.
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Quem é pago directamente pelo Estado alemão numa primeira fase não nota nada, e se não houver uma catástrofe talvez não chegue a sentir nada.
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Mas imagine se isto se prolonga:
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"Em Novembro, a Ford vendeu 123.222 veículos, o que representa menos 30,6% do que em igual período do ano passado. A GM, a maior fabricante do país, perdeu 41% em vendas. A Chrysler foi a mais penalizada das três marcas com uma redução de 47% no mesmo período em análise. As gigantes asiáticas Toyota e Honda também venderam menos 34 e 32%, respectivamente."
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Agora imagine que há um colapso da economia, que as pessoas deixam de comprar com medo e com falta de dinheiro, porque enquanto falamos milhares de pessoas em todo o mundo estão a ficar desempregadas...
Nesse cenário... de onde virá o dinheiro para manter operacional o Estado alemão?
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OK, o Estado alemão pode pedir dinheiro emprestado!
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Até quanto, a quem?

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Estratégia

Já aqui escrevemos sobre o que é estratégia e o que é ser coerente estrategicamente, por isso é que se fala em alinhamento, em sintonia estratégica e em cinismo organizacional quando tal não se verifica.
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Apoios às empresas? Salvar o emprego?
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Talk, just talk ... where is your agenda, what is really important?
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"Governo antecipa 3º pagamento por conta de IRC de 2008
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As empresas vão ter que efectuar até ao próximo dia 15 de Dezembro o 3º pagamento por conta de IRC. Tal resulta da alteração que foi hoje introduzida pela Lei nº 64/2008 (Medidas fiscais anticíclicas) ao artigo 96º do Código do IRC, sendo que, de acordo com o artigo 5º desta lei, esta alteração retroage os seus efeitos a 1 de Janeiro de 2008.
Esta alteração é uma má notícia para as empresas, porquanto vai fazer coincidir a realização deste 3º pagamento por conta com o pagamento do subsídio de Natal, sendo que esta antecipação não estava prevista na proposta de lei que o Governo havia apresentado à Assembleia da República."
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No Boletim do (saxão impostado) Contribuinte.

Teresa, não precisam aí de um novo chanceler?

No Público de hoje "O Produto Interno Bruto (PIB) alemão poderá contrair-se quatro por cento no próximo ano, alerta Norbert Walter, economista-chefe do maior banco do país, o Deutsche Bank, numa entrevista hoje ao jornal "Bild", citada pela agência France Presse."
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Previsão da evolução do PIB português, feita pelo governo de Portugal, na proposta de orçamento para 2009: + 0.6%
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Assim, cara Teresa tenha inveja, roa-se de inveja.
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Ou pensando melhor, não precisam aí de um novo chanceler?
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Para o Reino Unido circulam estes números "we currently forecast UK GDP to contract by 1.6% in 2009".
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"O principal objectivo em 2009 vai ser salvar empregos"

O título deste postal ouvi-o da boca do primeiro-ministro no noticiário radiofónico da TSF às 7h30.
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Porque se desencadeou uma crise como a que vivemos?
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Acredito que em grande parte por causa de ausência de poupança, algo que gerou um excesso de consumo suportado em crédito.
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Agora, e se as pessoas finalmente derem ouvidos ás proclamações dos ecologistas? E reduzirem o seu nível de consumo no futuro?
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E se as pessoas finalmente derem ouvidos a quem defendia que estávamos todos sobre-endividados? E reduzirem o seu nível de consumo no futuro?
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E se as pessoas e os governos após tratamento psiquiátrico aderirem aos grupos de Sobre-endividados Anónimos e optarem pela via da frugalidade, a via espartana?
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Assistiremos a uma redução drástica do consumo.
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Assim, quem nos garante que quando a economia começar a recuperar não se descobre que muitas empresas estão sobredimensionadas? Que têm excesso de capacidade instalada?
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Se assim for, há que adequar a capacidade ao mercado ou procurar novos clientes, talvez em sectores distintos, para ocupar a capacidade em excesso.
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Se as empresas estiverem ligadas a uma máquina de soro, se tiverem a mão-do-governo por baixo, o que é que as acicatará a procurarem e a lutarem pela sua re-estruturação?
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Se as empresas não tiverem a mão-do-governo por baixo o que é que lhes acontece?
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Ou se re-estruturam ou... fecham
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Com a economia mundial em recuperação, deixa-se de dar o soro... como as empresas estão sobredimensionadas, têm de despedir... lá se vai outra vez a confiança e o resto...
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No artigo do DN ""Vamos lutar para manter postos de trabalho"", assinado por Leonor Matias e Tiago Melo pode ler-se:
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"Em sua opinião, como pode resolver-se o problema?
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Só existe uma forma: olharmos para a estrutura que temos, reduzir o seu impacto, compactá-las, tirar todas as gorduras que houver e criar valor naquilo que estamos a fazer.
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O Grupo Luís Simões tem gorduras para tirar?
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Todas as organizações têm.
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Onde podem tirar-se essas gorduras de que falou?
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Em tudo o que estivermos a contratar. Temos contratado muitos camiões na Península Ibérica, podemos contratar ainda menos. Depois há que optimizar todos os processos, um por um. Nós somos gestores, estamos aqui para gerir uma empresa que tem responsabilidade social, temos mais de 1600 pessoas a trabalhar connosco, cumpre-nos encontrar soluções. Uma coisa é a redução da actividade, outra é reduzirmos a actividade. Podemos procurar novos clientes, novos mercados e estamos a trabalhar nesse sentido. O novo centro logístico, inaugurado há semanas, é a prova disso. É nossa obrigação fazer com que não tenhamos de reduzir. Vamos tentar não regredir e lutar para ter margens positivas, nem que sejam imateriais. Vamos lutar para manter postos de trabalho.
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Está em causa a manutenção de postos de trabalho?
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A única coisa que posso dizer é que existe uma determinação em manter postos de trabalho e, mesmo que em algum segmento possa haver alguma redução, há claramente a intenção de aumentar postos de trabalho, mas também vai haver sítios onde vamos a proceder a ajustamentos. Mas não quer dizer que reduzamos emprego."
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Sem o risco de queda quem é que vai queimar pestanas enquanto a mão do governo estiver por baixo?

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Quem tem a mão por baixo como é que vai ter acicate para procurar e criar o futuro?

SPC (parte IV) - Tamanho das amostras e erro tipo I e tipo II

Continuação de: parte zero; parte I; parte II e parte III
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Consideremos uma amostra de tamanho 5 retirada de um processo produtivo.
A partir dessa amostra calcula-se a média e o desvio padrão.Se recolhermos amostras de tamanho 5 ao longo do tempo como é que se vai comportar a média e o desvio padrão?
Será que se mantêm constantes? Ou será que vão andar à deriva?Ao usarmos uma carta de controlo estamos na realidade a aplicar constantemente um teste de hipóteses:
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H0: O processo está a operar num estado de controlo estatístico (manutenção da média e do desvio padrão)
H1: O processo não está a operar num estado de controlo estatístico
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Se um ponto registado na carta de controlo não denotar nenhuma das situações que indicam a presença de causas especiais ou assinaláveis no processo, então, poderemos dizer que o processo está a operar num estado de controlo estatístico.
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No mundo real o estado do processo é desconhecido, não se sabe se H0 é verdadeira ou falsa. Se se tiver de tomar a decisão de aceitar ou não H0, na presença de incerteza, temos de aceitar correr riscos, tanto maior quanto maior a largura entre os limites de controlo.
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Consideremos um processo de produção que produz vários milhões de peças, com um tempo de vida médio miú= 1200 h e um desvio padrão sigma = 300 h.
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Para aplicar o teste de hipóteses na avaliação de um novo processo, para saber se é melhor ou pior que o existente, actuaremos da seguinte forma:
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1. A hipótese nula é formalizada (H0: miú= 1200). Ao mesmo tempo, indicamos o tamanho da amostra (por exemplo n=100), e o erro alfa admitido (5%, ou seja em cada 100 vezes que o teste seja efectuado aceitamos correr o risco de em 5 vezes rejeitar a hipótese nula quando na realidade ela é verdadeira).
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2. Assumimos, temporariamente, que a hipótese nula é verdadeira. E colocamos a questão: o que poderemos esperar de uma média amostral retirada deste universo?A área sombreada da curva normal representa a gama de valores para a média em que a hipótese nula é rejeitada.
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3. Recolhendo a amostra, calcula-se a média. Se a média observada Xmed cai dentro da área de rejeição, considera-se que existe um conflito suficientemente grande entre a realidade e a hipótese nula, de forma que se rejeita a hipótese nula. Caso a média não caia dentro da área de rejeição a hipótese nula não pode ser rejeitada.
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O valor crítico Xmed crítico = 1249 para este teste foi calculado a partir da área alfa sombreado de uma curva normal para o valor a=5%
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Uma outra forma de “ajuizar” a ocorrência de uma média superior a 1249 é:
H0 é verdadeira, mas tivemos um tal azar que recolhemos uma amostra muito pouco provável. Ou:
H0 não é verdadeira, daí não ser surpresa o valor alto obtido para a média.
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No processo de decisão, perante as duas opções (aceitar ou não H0) corremos o risco de cometer dois tipos diferentes de erros.
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O primeiro apresenta-se na figura:Esta figura mostra-nos o mundo na condição de H0 ser verdadeira. Nesta hipótese, existe um risco de 5% de observarmos Xmed na região sombreada, nesse caso erradamente rejeitaremos a hipótese verdadeira H0. Rejeitar H0 quando é verdadeira corresponde ao chamado erro tipo I, com a sua probabilidade de ocorrência igual a alfa.
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Mas suponhamos que a hipótese nula H0 é falsa – isto é, que a hipótese alternativa H1 é verdadeira – e, para concretizar, suponhamos que miú= 1240. Nesse caso estaremos a viver num mundo diferente. Agora Xmed distribui-se em torno de miú= 1240 como se mostra na figura:A decisão correcta, neste caso, seria rejeitar a falsa hipótese nula H0.
Cometeríamos um erro se Xmed caísse na zona de aceitação da hipótese nula H0. A aceitação de H0 quando na realidade H0 é falsa é chamada de erro tipo II. A sua probabilidade de ocorrência é beta e corresponde À área a sombreado da figura anterior.
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No mundo real o estado do mundo é desconhecido, não se sabe se H0 é verdadeira ou falsa. Se se tiver de tomar a decisão de aceitar ou não H0, na presença da incerteza, temos de aceitar correr riscos de um tipo ou de outro.
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Na figura:Ilustra-se mais uma vez as probabilidades de cada um dos tipos de erro, alfa se H0 é verdadeira, e beta se H0 é falsa.
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Na figura: Ilustra-se como a redução de alfa (movendo o ponto crítico para a direita, por exemplo para 1270) aumentará ao mesmo tempo beta. Ou seja, a mexida em alfa afectará beta automaticamente em sentido contrário.Teremos sempre de optar por um compromisso entre alfa e beta.
A única forma de reduzir um erro sem aumentar o outro passa por aumentar o tamanho da amostra.
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Por exemplo:A figura mostra como, aumentando o tamanho da amostra, a diminuição do desvio padrão (dividido por raiz de n), torna a distribuição mais precisa, possibilitando que beta se reduza sem aumentar alfa.
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Por isso, devemos procurar trabalhar sempre com tamanhos de amostra superiores.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Quem com ferros ferros, com ferros ferros!

"Associação do Têxtil e Vestuário pede medidas semelhantes às do sector automóvel"
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É a caixa de Pandora que se abre...
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Portugal pode vir a tornar-se um paraíso na Terra, à semelhança da União Soviética, toda a estrutura produtiva suportada pelo estado. Todo o empresário, todo o trabalhador com uma remuneração garantida pelo orçamento de estado.
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Convém é lembrar que depois da queda do futuro novo paraíso na Terra, não teremos nem petróleo nem gás natural para nos ajudar a pagar as dívidas.

Exemplo de balanced scorecard (parte X)

Continuado daqui: parte zero; parte I; parte II; parte III; parte IV; parte V; parte VI; parte VII; parte VIII e parte IX.
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Escrevemos até agora uma série de postais sobre o uso do balanced scorecard (BSC) em empresas que coincidem com uma unidade de negócio.
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E que tal usar o BSC para apoiar a gestão de um departamento? Por exemplo, a gestão de pessoas, a gestão dos aprovisionamentos ou a gestão financeira.
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Consideremos o caso de um BSC aplicado à gestão dos aprovisionamentos de uma empresa.
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Os gestores de aprovisionamentos têm de perceber a estratégia da organização; ou seja, o seu plano para desenvolver e manter uma vantagem competitiva no mercado. Depois, têm de descobrir as implicações dessa estratégia para os aprovisionamentos.
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Se o foco da estratégia da organização é o de criar uma vantagem competitiva sustentável, o foco da estratégia da Gestão dos Aprovisionamentos é igualmente claro e directo. Maximizar a contribuição dos Aprovisionamentos para esse mesmo propósito, criando assim valor para os accionistas.
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Da estratégia da organização retira-se a proposta de valor.
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À luz da proposta de valor qual é a missão dos Aprovisionamentos?
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Os Aprovisionamentos não vendem, não facturam, não existem para ganhar dinheiro. Os Aprovisionamentos existem para servir, para suportar, para apoiar, para contribuir para a execução estratégica, para a disciplina interna que produz a proposta de valor.
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Assim, no topo de um BSC do Departamento de Aprovisionamentos devemos colocar a missão do departamento.
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Se a missão for cumprida, quais são as principais partes interessadas?
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Se a missão for cumprida, essas partes interessadas hão-de ficar satisfeitas. Porquê?
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As partes interessadas não ficam satisfeitas por acaso, hão-de ficar satisfeitas porque verão cumpridos uma série de atributos. Quais?
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Que desafios, que objectivos, devem ser perseguidos pelo departamento de Aprovisionamentos, para que sejam produzidos de forma natural os atributos que fazem com que as partes interessadas fiquem satisfeitas?
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Que investimentos em competências, equipamentos e/ou sistemas de informação devem ser feitos para que os objectivos estratégicos internos do departamento sejam atingidos?
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Que cultura desenvolver no departamento para que as pessoas estejam alinhadas e sintonizadas com a produção da proposta de valor?
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Que orçamento tem o departamento de Aprovisionamentos à sua disposição? Como avaliar a boa gestão desse dinheiro na criação, desenvolvimento e manutenção de um departamento capaz de cumprir a sua missão.
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Falta agora colocar estes objectivos ao longo de uma relação de causa-efeito que ligue desempenho financeiro, investimentos em recursos e infra-estruturas, objectivos internos, partes interessdas e missão.
Consideremos um exemplo simplificado para um Departamento de Manutenção de uma empresa industrial que tem uma proposta de valor assente no preço.
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Primeiro a missão e as partes interessadas (clientes internos e accionistas) e o que querem acima de tudo:
A satisfação das partes interessadas, tradução de um desempenho claro face a metas claras (é muito mais linear do que trabalhar para o mercado) é conseguida à custa de objectivos internos perseguidos pelo departamento.
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Estes objectivos não são actividades, são resultados concretos, são mesmo desafios.
Onde é que o departamento vai investir para poder 'sonhar' com os níveis de desempenho futuro desejados?
A partir dos níveis de desempenho futuro desejados e a partir dos investimentos estratégicos que se pretendem fazer chega-se ao orçamento. Aqui o objectivo é ser eficiente, cumprir o orçamento sem derrapagens. O orçamento não é o ponto de partida, é o ponto de chegada coerente com o desempenho anterior e com as alterações e tácticas que nos propomos desenvolver para chegar ao desempenho futuro desejado.Daqui saem os indicadores e daqui saem as iniciativas estratégicas, não adianta fechar os olhos, fazer figas e esperar que a energia positiva resolva tudo.
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Só pelos investimentos, dá para perceber que o departamento quer melhorar a manutenção preventiva, quer agilizar a manutenção curativa, quer melhorar o planeamento e a gestão das paragens programadas, quer introduzir a manutenção condicionada e aumentar as competências dos colaboradores. Só conversa... para que não seja treta: planos de acção. Quem faz o quê e até quando com acompanhamento periódico

ADENDA
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Ver também:

Só boas notícias... ou o reino da ironia

No seguimento das palavras de ontem mais uma onda de boas notícias, segundo a perspectiva do primeiro-ministro, para as famílias portuguesas.
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A China resolveu artificialmente baixar o valor da sua moeda e:
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"Hans Redeker, currency head at BNP Paribas, said China's policy switch could set off a dangerous chain of events. "If they play this beggar-thy-neighbour game, it will cause a deflationary shock for the whole world," he said. "
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(Perigosa cadeia de eventos? O primeiro-ministro deve saber algo que este senhor Redeker desconhece. Então um choque deflacionário não é bom para as famílias portuguesas? Deflação é o contrário de inflação não é? Se a inflação come poder de compra... deflação significa aumento do poder de compra, logo deflação é bom. Não tentem negar à partida uma ciência que desconhecem... já o dizia Alcina Ramelas)
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"It makes sense for countries with current account deficits such as the UK, US or Turkey to let their currencies fall, but China has the world's biggest trade surplus. "
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A propósito, conjugar a leitura deste artigo de Evans Pritchard "1930s beggar-thy-neighbour fears as China devalues" com o artigo de Martin Wolf "Global imbalances threaten the survival of liberal trade".
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Nouriel Roubini, esse ignorante, no Financial Times no artigo "How to avoid the horrors of ‘stag-deflation’" escreve:
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"A severe global recession will lead to deflationary pressures. Falling demand will lead to lower inflation as companies cut prices to reduce excess inventory. Slack in labour markets from rising unemployment will control labour costs and wage growth. Further slack in commodity markets as prices fall will lead to sharply lower inflation. Thus inflation in advanced economies will fall towards the 1 per cent level that leads to concerns about deflation."
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"Deflation is dangerous as it leads to a liquidity trap, a deflation trap and a debt deflation trap: nominal policy rates cannot fall below zero and thus monetary policy becomes ineffective."
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"Also, in deflation the fall in prices means the real cost of capital is high – despite policy rates close to zero – leading to further falls in consumption and investment. This fall in demand and prices leads to a vicious circle: incomes and jobs are cut, leading to further falls in demand and prices (a deflation trap); and the real value of nominal debts rises (a debt deflation trap) making debtors’ problems more severe and leading to a rising risk of corporate and household defaults that will exacerbate credit losses of financial institutions."
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"The worst is not behind us: 2009 will be a painful year of a global recession, deflation and bankruptcies."
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Este último parágrafo é perigoso e devia ter sido censurado... assim os consumidores ficam com receio e retraem-se... há que saber gerir as expectativas... tstststs
Não se deixem levar por tarólogas e quiromantes, basta consultar o marcador deflação abaixo.

Algumas contas

Podemos pensar no efeito conjuntural: "Portugueses vão comprar menos 8 mil carros este ano"
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E que efeitos estruturais podemos identificar?
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Se pensarmos num português-tipo (e num europeu-tipo): quantos carros compra um português (europeu) até aos 50 anos?
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E quantos carros compra um português-tipo (europeu-tipo) após os 50 anos?
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Qual tem sido a evolução média da idade do português-tipo (europeu-tipo)?

Portugal tem de aumentar as suas exportações

O gráfico da direita (roubado ao Financial Times) ilustra bem a dimensão da nossa situação na sequência das palavras de Daniel Bessa "Portugal tem de aumentar as suas exportações" num artigo de João Fonseca e Carlos Jorge Monteiro no DN de hoje.
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O único reparo que faço é nesta afirmação:
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"Portugal precisa de investir mas é "em coisas que façam aumentar as exportações" e que, portanto, reduzam o défice da balança de transacções correntes, que atinge qualquer coisa como dois milhões de euros por hora, equivalentes a cerca de 17 mil milhões/ano. E sem isso, o nosso país não resolverá "o ponto mais crítico" da sua economia, adverte Daniel Bessa."
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Portugal não investe, os países não exportam. São as empresas isoladas, grandes e sobretudo as pequenas (à atenção do ministro Pinho) que decidem e actuam.
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Já agora... o betão e as auto-estradas também não se exportam.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Para grandes males... grandes remédios

É sempre uma possibilidade... talvez para casos extremos.

Outra vez a gestão das expectativas

Se uma tempestade estivesse a aproximar-se de uma comunidade, será que aprovaríamos a actuação de uma Protecção Civil que decidisse assobiar para o lado e não informasse os cidadãos sobre o fenómeno about to happen e sobre como se deveriam preparar e como poderiam minimizar os danos e perdas de bens?
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"O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou hoje que as famílias portuguesas vão ter melhor rendimento disponível em 2009, devido às baixas conjugadas da taxa de juro, do preço dos combustíveis e da inflação."
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Para quem é este discurso? Para as famílias portuguesas que vivem de salários ou pensões pagas pelo estado?
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Será que faz sentido este discurso para as outras famílias?
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Por que é que as taxas de juro estão a baixar?
Por que é que o preço dos combustíveis está a baixar?
Por que é que a inflação está a baixar?
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E de onde vem o dinheiro que o estado usa para pagar os salários e pensões? Será que faz sentido este discurso para todas as famílias?
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Este é o tempo em que os governos rezam para que a inflação suba.
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Trecho retirado do artigo ""Famílias portuguesas podem esperar ter melhor rendimento disponível em 2009"" publicado o sítio do Jornal de Negócios.
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Este discurso na TSF não devia ser mais comedido? Menos triunfal? Isto vai acontecer pelas piores razões, e enquanto não se der a inversão não há recuperação económica.
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Por que não usar um discurso formativo e explicativo?
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Isto que Sócrates disse vai acontecer, mas vai estar associado a mais desemprego, a mais dificuldades, a mais recessão, e poucos se vão alegrar... de que vale a descida da taxa de juro se se perde o emprego?
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Será que é assim que se gera confiança?