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domingo, março 11, 2012

Pensar estratégia não é fechar os olhos, fazer figas e esperar que a energia positiva afaste o monstro.

Outro sintoma das transformações que estamos a viver:
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"300 postos de abastecimento em risco põem em causa mais de 2.000 empregos"
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No texto pode ler-se:
"Nos últimos dois anos, cerca de 250 postos fecharam e temos a indicação de mais 300 em risco, que empregam mais de 2.000 pessoas"
Porquê? O que é que está a acontecer? Segundo o reeleito presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC), Virgílio Constantino:
""Tendo em conta os problemas de sobrevivência com que a rede se confronta, decorrentes da redução das vendas [de combustível], vamos dialogar com os nossos parceiros de negócios - as petrolíferas -, e até mesmo com a tutela - ministério da Economia e das Finanças, da Administração Interna e com a Autoridade da Concorrência" - para tentar chegar a uma plataforma de entendimento, declarou.
O presidente da ANAREC criticou "as margens de revenda muito magras", que são estabelecidas no início de cada ano, sendo os revendedores penalizados pelas sucessivas quedas nas vendas."
E será que a verdadeira razão está na queda do consumo de combustível?
"De acordo com os dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), o consumo de combustíveis rodoviários caiu 6,6% em Dezembro, em relação ao período homólogo, sendo os últimos dados divulgados."
Se o que leva ao encerramento dos postos de abastecimento é a quebra no consumo de combustível, então, trata-se de uma situação conjuntural. Nesse caso, faz sentido procurar negociar medidas de alívio, conjunturais também elas.
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No entanto, há um dado no final do artigo que levanta uma questão prática e uma outra estratégica:
"De acordo com o responsável, a situação é mais grave nos postos a cerca de 70 quilómetros da fronteira e, na malha urbana, os que estão próximos de hipermercados."
Qual foi a evolução do consumo nos postos de abastecimento associados a hipermercados?
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Desconfio que a quebra das vendas dos associados da ANAREC foi muito superior aos 6,6% das estatísticas porque terá ocorrido uma migração de clientes para os postos dos hipermercados e para os postos em Espanha.
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E a grande questão estratégica, para lá da espuma do imediato, é:
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Será que esta mudança é estrutural? Será que os clientes voltarão aos postos de abastecimento tradicionais após este período recessivo?
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Se a mudança for estrutural, então, aquelas medidas de alívio apenas adiarão o fim...
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Por exemplo, reflectir neste número "Áreas de serviço das ex-SCUT com quebras nas vendas até 60%"
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Se eu pudesse dar um conselho à ANAREC apostava nisto:
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Lutem por medidas conjunturais para ganharem algum tempo mas não se iludam. Comecem a preparar os associados para uma mudança estrutural. Podem competir pelo preço mais baixo? Não!
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Então, pensem estrategicamente! Re-pensem o serviço. O que podem oferecer a quem procura mais do que combustível barato? Não digam mal do combustível barato, as pessoas estão a usá-lo e a maioria não identifica diferenças no desempenho.
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Se pensarem na vida do condutor urbano o que lhe podem oferecer além do combustível?
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Pensar estratégia é isto, é procurar uma alternativa que valha a pena tentar explorar quando as contas nos aconselham a porta de saída.
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Pensar estratégia não é fechar os olhos, fazer figas e esperar que a energia positiva afaste o monstro.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Algumas contas

Podemos pensar no efeito conjuntural: "Portugueses vão comprar menos 8 mil carros este ano"
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E que efeitos estruturais podemos identificar?
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Se pensarmos num português-tipo (e num europeu-tipo): quantos carros compra um português (europeu) até aos 50 anos?
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E quantos carros compra um português-tipo (europeu-tipo) após os 50 anos?
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Qual tem sido a evolução média da idade do português-tipo (europeu-tipo)?