Quando ontem de manhã publiquei aqui a parte I não fazia ideia de, horas depois, no jornal Público encontrar o artigo "O "samurai" dos custos caminha no fio da navalha - Carlos Tavares":
"Carlos Tavares chegou ao Salão Automóvel de Paris preparado para tudo.
Setembro tinha sido um mês difícil para o gestor português, pressionado por analistas, accionistas, sindicatos e parceiros comerciais.
Em Itália, a falta de interesse no Fiat 500e levou o grupo Stellantis, dono de 14 marcas e presidido por Tavares, a suspender a produção, deixando Turim e a icónica fábrica de Mirafiori à beira de um ataque de nervos.
Nos EUA, os retalhistas das marcas norte-americanas da Stellantis criticaram a "gestão de vistas curtas" do presidente, quando foram cortados postos de trabalho e reduzida a produção nas fábricas norteamericanas, apostando antes na venda de unidades mais antigas que se acumulavam nos armazéns, por causa de uma estratégia que levou o grupo a subir preços na pandemia sem apostar na renovação. Tavares estaria a contribuir para a "rápida degradação" das marcas, acusam. Tal aposta ajudou a engordar os lucros da Stellantis em 2023 e o prémio de desempenho de Carlos Tavares (que embolsou 36,5 milhões de euros), como sugeriram os críticos, mas levou marcas como Jeep (-9%), Dodge, Ram (-19%) e Chrysler a perder vendas (em cinco meses consecutivos) e quota de mercado. Além disso, havia sinais preocupantes de problemas operacionais. Mais de 700 mil unidades da marca Jeep poderiam estar em risco por um problema de motor. O embaraço era evidente."
Monta-se uma vila Potemkine e ... engana-se meio-mundo.