segunda-feira, agosto 29, 2016

Acerca de um BSC

Mão amiga fez-me chegar esta foto do BSC da Continental em Lousado.
Empresa com uma proposta de valor baseada no preço. Daí que não admira que na perspectiva interna os indicadores tenham a ver com:

  • custos relacionados com setups;
  • produtividade à maneira clássica: quantidade por homem hora;
  • custos de não qualidade.
E que na base do BSC, naquilo a que chamo "recursos e infraestruturas" incluam indicadores sobre:
  • absentismo; e
  • flexibilidade e polivalência dos trabalhadores.
Na perspectiva clientes incluem os indicadores de resultados:
  • nº de reclamações;
  • índice de disponibilidade/flexibilidade e inovação
Normalmente, as empresas com que trabalho são mais do que a Continental em Lousado que é só um centro produtivo. Nas empresas com que trabalho a perspectiva clientes avalia três temas:

  • estamos a ganhar clientes? (Lousado só produz)
  • estamos a satisfazer os clientes?
  • estamos a conseguir manter os clientes? (Lousado só produz)
Este BSC é típico de uma unidade produtiva, sem trabalho comercial que dependa de si, e com uma proposta de valor clara: o preço. O seu BSC seduz por ser muito enxuto. Quando o negócio é preço, a empresa tem de se contratar no seu interior (excelência operacional).

Acerca da importância da implementação

Um artigo interessante "The implementation imperative: Why one should implement even imperfect strategies perfectly" publicado no Strategic Management Journal, August 2016, Volume 37, Issue 8.
Se a implementação for imperfeita (NOK) o resultado vai ser sempre negativo (NOK), seja a estratégia a adequada ou não. E nunca saberemos se foi da implementação ou da estratégia.
Se a implementação for perfeita (OK) saberemos se a estratégia é a adequada (OK) ou não (NOK) e poderemos aprender e iterar.
"Given the reality that the strategies coming from the C-suite are seldom perfect, is it sensible for managers to place such a heavy emphasis on implementing them precisely? In this paper we develop a theory that explains why the answer may be “yes”. In most organizations, the formulators and implementors of strategy are distinct. Imprecise implementation makes it difficult for the formulators to learn the value of their strategies, as neither success nor failure necessarily indicates something about the value of the strategy itself, when implementation is imprecise."

"respond by becoming a shell of their former selves"

Competir pelo preço, tentar seduzir clientes oferecendo o preço mais baixo, é uma opção estratégica legítima e honesta. Contudo, não é para quem quer, é para quem pode.
"Of course, you have competition. But the big companies that are winning the price war aren't winning because they've eliminated customer service and common sense. They're winning because of significant advances in scale and process, advances that aren't available to you.
Organizations panic in the face of the floor falling out from under their price foundation, and they often respond by becoming a shell of their former selves. [Moi ici: Aquilo a que chamo de "hollowing" ou radioclubização, usando exactamente essa terminologia de carcaça oca] Once you decide to become a cheap commodity, all of the choices you made to be a non-commodity fall victim to your pursuit of cheap.
Cheap is the last refuge for the marketer who can't figure out how to be better.
The alternative is to choose to be worth it, remarkable, reliable, a good neighbor, a worthy citizen, leading edge, comfortable, trusted, funny, easy, cutting edge or just about anything except, "the cheapest at any cost.""
Há duas alternativas, aumentar o denominador ou reduzir o denominador. Não se pode é ser PME e querer estar nos dois campeonatos em simultâneo:
Trecho retirado de "In pursuit of cheap"

domingo, agosto 28, 2016

Curiosidade do dia

O meu amigo Aranha chamou-me a atenção para este texto "O turismo low cost está a estragar Lisboa?" e, sobretudo, para este trecho:
“Podiam aumentar-se os preços, mas teríamos de aumentar salários”
Pára tudo!!!
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Podiam aumentar-se os preços, mas teríamos de aumentar salários!!! Que é isto?!?!?!
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Gente que não conhece o Evangelho do Valor e não percebe que 1% de aumento no preço tem um impacte muitíssimo superior nas contas pela positiva do que o impacte negativo do aumento de 1% nos custos fixos.
O resto do texto é uma espécie de montanha russa de sentimentos. Gente que quer sol na eira e chuva no nabal.

Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar!

"Os volumes de vinho do Porto colocados nos mercados de França, da Holanda, da Bélgica, do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Escandinávia traduzem-se quase numa linha reta, sempre a subir até ao ano 2000. Foi muito bom para mim, claro, mas não sou o responsável - o setor é que conseguiu esse período de grande expansão. Desde 2000 para cá, os volumes têm caído no vinho do Porto mais corrente, digamos assim, mas não nas chamadas categorias especiais, nos nossos topos de gama... Perdemos no rubi, nos Tawny"s, mas ganhamos nos premium, que representam cerca de 28% das vendas e, naturalmente, mais ainda em valor. Estando agora em 2016, claro que já abraçámos novos desafios..."
Uma entrevista cheia de optimismo:
"Começámos na década de 1990 a estudar as potencialidades daquilo que se designa por vinhos do Douro DOC (Denominação de Origem Controlada). Revelou-se uma aposta certa: passados pouco mais de 15 anos, é fantástico aquilo que se conseguiu.
...
Agora, o Douro DOC está a crescer 8% ao ano em valor desde há cinco anos... É espetacular.
...
Nós abrimos um turismo no Bonfim - começámos com cinco guias, já vamos em nove, tivemos de instituir as visitas só com reserva, tanta era a gente que ia aparecendo...
...
Em resumo, o turismo não só nos ajuda a transmitir a imagem dos nossos vinhos para o estrangeiro como traz dinheiro para a região." 
Outra vertente de "Viemos de longe e o que nós andámos para aqui chegar!"
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Recomendo começar pela leitura do postal de 2011, comparar o sentimento de então com o de agora:
BTW, reparem nos comentários e recomendações que fazíamos em 2011.

Acerca do impacte do aumento do salário mínimo

Há dias este direitolas escreveu no Twitter:

Entretanto, um perigoso esquerdalho escreveu no seu blogue:
"É evidente que não estamos condenados a uma economia de baixos salários, mas é por demais sabido que o caminho para sair dela consiste antes de mais no aumento do valor do trabalho - pela qualificação profissional e pelo aumento da sua produtividade (que aliás depende pouco dos trabalhadores) - e menos no aumento "administrativo" dos salários, sem acréscimo de produtividade, o que pode ser contraproducente, por gerar mais desemprego, justamente nos trabalhadores de menores salários, por serem os menos qualificados, e nas empresas menos eficientes, por serem as menos produtivas."
Agora, até a Harvard Business Review vem meter-se nesta estória do salário mínimo nacional:
"Fifteen states have increased their minimum wage this year, with more on the way. In Seattle, for example, large employers will have to pay a $15 minimum wage by January 2017. These increases will seriously affect low-wage employers such as retailers and restaurants,
...
The minimum-wage hike will deeply affect low-wage employers. The companies that muster the most competence and motivation (that means leadership) in moving towards excellence will win. The others will either have to make less money or else increase their prices and lose out to their competitors." 
Recomendo a leitura do artigo, "How Low-Paying Retailers Can Adapt to Higher Minimum Wages" por causa da lista de abordagens possíveis para aumentar a produtividade quando o salário mínimo aumenta:
  • Automatização;
  • Simplificação de processos; e
  • Melhorar o desenho do trabalho
O artigo remete para o tradicional pragmatismo americano: aumenta o salário mínimo e não aumenta a produtividade, a empresa terá de fechar:
"Right now, most companies are used to operating in the realm of mediocrity — from recruiting to training to job design to performance management. I have visited many retail chain stores since I started my research in the late 1990s. It is not unusual to find stockouts, messy (or worse) backrooms, new employees who still haven’t been trained, not-so-new employees who can’t answer basic questions, and managers who know about problems that are losing the company money but feel no urgency to solve them. Lack of care and respect for employees means that employees lose concern for their work."
Em Portugal, como refere Vital Moreira aqui, somos uns tótós que não temos coragem de ir até ao fim com as implicações das medidas que tomamos: o governo aumenta o salário mínimo nacional, depois, vai ajudar as empresas que não o conseguem pagar. Inconsistência estratégica!!! A violação do primeiro princípio de Deming!!!

sábado, agosto 27, 2016

Curiosidade do dia


Coisas que não se conseguem inventar! Nicolau "panama" Santos a reconhecer que a economia está agora pior do que no ano passado:
"Por isso, não há nada mais urgente que o Governo possa fazer do que tomar todas as medidas para que a economia volte a crescer [Moi ici: Este sublinhado mete medo! Lembro-me logo da orgia que fizeram em 2009] mesmo que tenha de corrigir a sua estratégia, Se assim não for, estaremos de novo com sérios problemas a mais ou menos curto prazo"
Talvez Nicolau "panama" Santos ainda acabe a por reconhecer que existe uma tal de austeridade expansionista.
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Trecho retirado de "Ou a tendência inverte ou isto acaba mal"
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BTW, Nicolau "panama" Santos, como fragilista já arranjou uma justificação exterior para o fracasso: a queda das exportações para Angola, Brasil e China; o dinheiro do Portugal 2020 que nunca mais chega...

Recordar:
"Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar."

Para reflexão

Ontem cheguei a este artigo, "No More Pills? Tiny Nerve-Zapping Implants to Fight Disease",
"Eletroceuticals may sound futuristic, but using electricity to treat disease is nothing new — think pacemakers for correcting wonky heartbeats, or deep brain stimulation for rewiring broken neural circuits in depression and Parkinson’s disease.
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It’s easy to see why electroceuticals are sparking interest. Unlike run-of-the-mill chemical drugs that act on a protein or other molecule, electrical pulses directly hack into the main language of our nervous system to change its operating instructions.
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That’s a big deal. “The nervous system is crisscrossing our viscera to control many aspects of our organ function,” explains Famm in an earlier interview with Nature. Rather than using drugs, which are rarely specific for a single biological process, we could zap a major nerve and, with surgical precision, change the instructions that an organ receives and thereby alter its function."
e logo recordei este outro, "Scientists Just Created 'Neural Dust.' It Could Be the Biggest Breakthrough in Keeping You Healthy", que tinha lido dias antes. Quando o li, ao chegar a:
"Researchers are still refining the new sensors, but they hope that, in time, once implanted, the neural dust could be used for purposes such as:
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Control of robotic limbs or computers/prosthesis interaction
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Bladder control
Appetite suppression
Oxygen monitoring
Hormone monitoring
Pressure monitoring
Muscle treatments
General biofeedback for fitness (like that offered by fitness trackers/monitors)"
Parei, invadido pelo pensamento sobre a resistência à mudança que os incumbentes levantarão... médicos, farmacêuticos, empresas produtoras de medicamentos, políticos que dependem destes três universos. Então, veio-me à mente a conversa deste mês de Agosto com estudante da FCUP do curso de Ciências de Computação. Segundo ele, o curso foi objecto de reformulação há dois anos. No entanto, continua a não dar toda uma série de linguagens de programação que as empresas precisam mas que os professores não dominam, nem têm motivação para aprender (esse estudante passou parte do mês de Agosto a estudar programação para Android nos cursos da Udacity).
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Se a FCUP optasse por contratar professores para darem aulas sobre essas linguagens os professores incumbentes sofreriam.
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Para que existe mesmo uma organização pública?
Por isso, há dias desafiei este colega com este tweet:
Há uma frase feita qualquer acerca das organizações que se aplica como uma luva neste caso:
Quando a velocidade da mudança no exterior, no contexto, no entorno de uma organização, é muito maior que a velocidade a que essa organização consegue mudar... temos outra Torre de Babel:

Balanced Scorecard (parte VI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IV e parte V.
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Partindo da parte IV determinamos quem são os clientes-alvo. Partindo da parte V determinamos qual é o ecossistema da procura e como se relacionam entre si os diferentes actores.
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Partindo de "Nas fronteiras", por exemplo:
Os quadrantes "OK" são o que presidente do conselho de administração de empresa em que trabalhei chamava o que nos dá o pão com manteiga.
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O quadrante "?" representa os clientes com os quais uma empresa perde dinheiro. A empresa consome recursos e não consegue remunerar essa aplicação. Esses clientes podem ser transferidos para um dos outros quadrantes? Fará sentido terminar a relação com aqueles que não podem ser transferidos?
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O quadrante :-) representa a possibilidade de ter pão com fiambre, a possibilidade de fazer subir as margens. Começa-se por tentar perceber por que é que estes clientes estão dispostos a optar pela empresa, para a satisfação das suas necessidades e expectativas. Em que contexto recorrem à empresa, o que é valor para eles? Quem são os concorrentes ou alternativas? O que é que a empresa tem de vantajoso para que seja a opção escolhida?
"Find your ideal client by starting with the outcomes you can provide..One of the most important things Mark Hunter teaches is that in order to find the ideal prospect you have to first know who your ideal client is. But you won’t be able to identify them unless you start with the outcomes that you uniquely provide. On this episode, Mark Hunter chats with Anthony about how that process works and gives you some steps to follow to build that ideal client profile and get your prospecting in high gear as a result."
Trecho retirado daqui.

sexta-feira, agosto 26, 2016

Curiosidade do dia


Um exemplo sobre a dupla precaução que se deve ter ao ler a imprensa portuguesa. Hoje li "Portugal foi o 4º país da UE onde mais desempregados encontraram trabalho no início do ano":
"Entre os portugueses que estavam desempregados no último trimestre de 2015, 20,2% encontrou trabalho nos primeiros três meses deste ano, revela o Eurostat esta sexta-feira, 26 de Agosto.
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Esta é a quarta percentagem mais elevada entre os países da União Europeia, a seguir à Dinamarca (30,3%), Suécia (22,5%) e Áustria (22,3%)."
Repararam que o título diz uma coisa e o lead diz outra?
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Sim, entretanto, o desemprego pode ter aumentado no primeiro trimestre de 2016 com desempregados que estavam empregados no final de 2015. É isso? Confesso que me custa conciliar o título com duas realidades do primeiro trimestre de 2016.
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Primeiro, segundo o INE (10 de Agosto de 2016), a evolução do desemprego no 1º trimestre de 2016 foi esta:
Segundo o INE o desemprego cresceu no 1º trimestre de 2016.
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E, de acordo com o IEFP:

O desemprego também cresceu no 1º trimestre de 2016.
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BTW, os jornais portugueses não tiveram a cesso a partes da Síntese da Execução Orçamental de julho de 2016 a que eu consegui ter acesso:
Pergunta sincera: como conciliar o aumento das contribuições e quotizações (+364,1 milhões de euros) para a Segurança Social, com uma quebra de 6% do IRS no mesmo período?
BTWII, acho engraçado o aumento superior a 50% na rubrica "Ações de Formação Profissional"




Acerca das organizações e do trabalho em Mongo

"We are moving into a post-job economy, something that business school professors seem to be ignoring. Work will become much more complex and multifaceted than a simplistic model of Homo Economicus can address. Those of us who do not have jobs are already working in self-organized teams. Look to the edge cases to see the future. Hierarchies will become temporary arrangements to get things done. The future will be hierarchies in perpetual Beta."
Trecho retirado de "hierarchies in perpetual beta"

Para reflexão

"You believe that your prospective client is going to make their decision based on price. You believe price is the factor that will override all other factors. You believe that there is no way to win without beating your competitors on price.
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Your competitor believes that that same prospect is going to work with someone they know, like, and trust. They believe the overall value and the relationship will be the decision criteria the prospect will use to decide.
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You are entitled to your beliefs. Your competitors are entitled to their beliefs. You have noting to worry about unless their beliefs are more empowering and more closely reflect the truth."
Trecho retirado de "What If Your Competitor Believes Something Different"

Confundir o Estanhistão com Comoditização... suspeito (parte VI)

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A ilustração de uma sugestão que faço amiúde aos produtores agrícolas (fruta, carne, ovos, leite não industrial, ...) e pescadores: removam os intermediários, e cheguem o mais próximo possível do consumidor com a vossa identidade, história, localização, autenticidade e ...
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Aproveitem a internet e as plataformas, aproveitem as redes sociais para serem conhecidos, não com slogans de plástico mas com casos, exemplos, histórias e fotografias.
"So that year, Mr. Holden decided to open an authentic Maine lobster shack in Manhattan. To replicate that fresh taste that he remembered, he would need to oversee, track and, where possible, own every step in the process.
...
He holds an ownership stake in a co-op of Maine fishermen, which allows him to track where and how the lobsters are caught, and control the quality, freshness and pricing. He also owns the processing plant, Cape Seafood, that packages and prepares the lobsters for his restaurants.
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“We’re able to trace every pound of seafood we serve back to the harbor where it was sustainably caught and to support fishermen we know and trust,”"

BTW, há dias numa longa conversa telefónica com a minha irmã mais nova, que vive na cidade de York em Inglaterra, descobri que o leite que se consome em casa dela é ... leite não industrial, leite não pasteurizado, leite integral. É mais caro, é menos eficiente, ela e o lavrador couldn´t care less! Recordar a sugestão estúpida da Newsweek.

A última preparação do trabalho

Uma mensagem para a newsletter de empresa cliente:

quinta-feira, agosto 25, 2016

Curiosidade do dia

"“WE’VE been wondering what planet we’re first going to look for life on. Now we know.” Rory Barnes, of the University of Washington, puts it nicely. Proxima Centauri, the star closest to the sun, has a planet. That planet weighs more or less the same as Earth and is therefore presumably rocky. And it orbits within its parent star’s habitable zone—meaning that its surface temperature is likely to be between 0°C and 100°C, the freezing and boiling points of water at sea level on Earth."
Trecho retirado de "Scientists have discovered an Earth-like planet orbiting a nearby star"

Há 46 anos... que capacidade de previsão

A minha cópia de "Choque do Futuro" de Alvin Toffler de 1970 está aqui na minha mão. Ao reler o capítulo X, "Os Fabricantes de Experiência" não posso deixar de me impressionar com a capacidade de antecipação:
"Conditioned to think in straight lines, economists have great difficulty imagining alternatives to communism and capitalism. They see in the growth of large-scale organization nothing more than a linear expansion of old-fashioned bureaucracy. They see technological advance as a simple, non-revolutionary extension of the known. Born of scarcity, trained to think in terms of limited resources, they can hardly conceive of a society in which man's basic material wants have been satisfied.
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One reason for their lack of imagination is that when they think about technological advance, they concentrate solely on the means of economic activity. Yet the super-industrial revolution challenges the ends as well. It threatens to alter not merely the "how" of production but the "why." It will, in short, transform the very purposes of economic activity.
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Before such an upheaval, even the most sophisticated tools of today's economists are helpless. Input-output tables, econometric models—the whole paraphernalia of analysis that economists employ simply do not come to grips with the external forces—political, social and ethical—that will transform economic life in the decades before us. What does "productivity" or "efficiency" mean in a society that places a high value on psychic fulfillment? [Moi ici: Impressionante! Recordar o que escrevemos por aqui acerca do eficientismo e da eficácia em Mongo] What happens to an economy when, as is likely, the entire concept of property is reduced to meaninglessness? [Moi ici: Share economy, experience economy! Fresquinho este "Why You Should Spend Your Money On Experiences, Not Things" por exemplo.]
...
Under conditions of scarcity, men struggle to meet their immediate material needs. Today under more affluent conditions, we are reorganizing the economy to deal with a new level of human needs. From a system designed to provide material satisfaction, we are rapidly creating an economy geared to the provision of psychic gratification. This process of "psychologization," one of the central themes of the super-industrial revolution, has been all but overlooked by the economists. Yet it will result in a novel, surprise-filled economy unlike any man has ever experienced. The issues raised by it will reduce the great conflict of the twentieth century, the conflict between capitalism and communism, to comparative insignificance.
...
As more and more of the basic material needs of the consumer are met, it is strongly predictable that even more economic energy will be directed at meeting the consumer's subtle, varied and quite personal needs for beauty, prestige, individuation, and sensory delight. The manufacturing sector will channel ever greater resources into the conscious design of psychological distinctions and gratifications. The psychic component of goods production will assume increasing importance.
...
As rising affluence and transience ruthlessly undercut the old urge to possess, consumers begin to collect experiences as consciously and passionately as they once collected things. ... The experience is, so to speak, the frosting on the cake. As we advance into the future, however, more and more experiences will be sold strictly on their own merits, exactly as if they were things.
...
Finally, we shall watch the irresistible growth of companies already in the experiential field, and the formation of entirely new enterprises, both profit and non-profit, to design, package and distribute planned or programmed experiences."
Até arrepia, esta capacidade de previsão.

Bacteriologicamente puro


Como se aquilo que se lê, por exemplo no Público, fosse bacteriologicamente puro.

Por que sobrevivem as empresas?

Recordo este número:

80% das empresas criadas nos Estados Unidos já não existem passados 5 anos.
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Em 2013 escrevi "Acima do padrão americano" motivado por:
"Os portugueses são dos que têm menos medo de falhar, empurrados, nomeadamente, pelo desemprego. Mas a taxa de mortalidade das empresas recém-criadas é das mais elevadas na União Europeia, atingindo os 70% a cinco anos."
Agora encontro:
"“Os primeiros anos são fundamentais para a sobrevivência das startups”, refere a consultora num estudo onde analisou a evolução do empreendedorismo entre 2007 e 2015. Neste período, dois terços das novas empresas conseguiram ultrapassar o primeiro ano de vida; mais de metade (52%) atingiram o terceiro ano e só 41% chegaram ao quinto ano, a marca da passagem à vida adulta. No sétimo ano, apenas um terço das empresas mantinha atividade aberta."
Este 41% que chegam ao 5º ano de vida são uma melhoria face aos 30% de 2013.
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Dúvida que nunca me ocorreu... o que é que esta diferença na taxa de sobrevivência entre Portugal e os Estados Unidos quer dizer?
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São os empreendedores portugueses que são melhores ou é a economia americana que é muito mais competitiva?

Trechos retirados de "Só um terço das startups ainda sobrevive sete anos depois"

Voodoo economics


"what's happened since 2009 involves not just one, but at least five new types of voodoo:
1. The claim that artificial attempts to force wages higher will boost employment, by boosting AD.
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2. The claim that extended unemployment benefits---paying people not to work---will lead to more employment, by boosting AD.
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3. The claim that more government spending can actually reduce the budget deficit, by boosting AD and growth. Note that in the simple Keynesian model, even with no crowding out, monetary offset, etc., this is impossible.
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4. More aggregate demand will lead to higher productivity. In the old Keynesian model, more AD boosted growth by increasing employment, not productivity.
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5. Fiscal stimulus can boost AD when not at the zero bound, because . . . ?
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In all five cases there is almost no theoretical or empirical support for the new voodoo claims, and lots of evidence against."
Trechos retirados de "The new "voodoo""

quarta-feira, agosto 24, 2016

Curiosidade do dia


Antes da geringonça:
"A célula do PCP na Petrogal/Rosarinho aponta o caso da própria empresa, onde hoje laboram cerca de 50 trabalhadores, como exemplo da destruição que se está a perpetrar no aparelho produtivo do concelho da Moita e do distrito.
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Diz a célula do PCP que o Conselho de Administração, a pretexto da «reestruturação» da empresa, procura encerrar a linha de produção na Rosarinho, através de um processo de «despedimentos encapotados», ou seja, de reformas antecipadas ou de rescisões por acordo mútuo, que, em Julho, reduzirá para 29 o número de trabalhadores, contando, para tanto, com o «consentimento e incentivo» do Governo PS."
Depois da geringonça:
"Este plano de negócios [Moi ici: Na CGD] vai depender do plano de capitalização e reestruturação em curso, nomeadamente do número de trabalhadores que vai continuar no quadro (o Governo já admitiu a possibilidade de sair 2.500 trabalhadores)."