sexta-feira, setembro 11, 2009

Porto 1979

O meu irmão mandou-me uma apresentação com fotografias do Porto de 1979.
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Olhando para estas fotografias com 30 anos é possível fazer o paralelismo com o que é o Porto exterior de hoje.
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O Porto mudou muito.
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Na oitava foto, vê-se um Fiat 850... o meu pai tinha um nessa altura.

Uma casta?

O desemprego aumenta no sector privado.
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A inflação está negativa.
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Os governos viram as suas receitas baixarem drasticamente (cerca de 20% em Portugal, por exemplo).
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As falências crescem.
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E o que fazem os governos português e espanhol?
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"El Gobierno acepta mantener el poder adquisitivo de los funcionarios en tres años"
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Quem paga? De onde vem o dinheiro? Onde está a criação de riqueza para alimentar os normandos?
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Há qualquer coisa de pôdre nesta lógica dos direitos adquiridos à custa dos mais fracos.
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Gostava de ler Daniel Amaral sobre este tema.

Clientes-alvo e outra possibilidade de competir

Encontrei no livro “Value Creation: Strategies for the Chemical Industry” uma defesa das minhas ideias de promoção de propostas de valor que fujam do preço mais baixo.


O livro, de 2006, apresenta os mesmos números do artigo “Managing Price, Gaining Profit” de Michael V. Marn & Robert L. Rosiello, em Setembro-Outubro de 1992.

A figura é eloquente. Um aumento de 1% no preço aumenta a rentabilidade em quase 12%, enquanto que a redução de 1% nos custos fixos aumenta a rentabilidade em cerca de 2,5%.

Uma outra figura que devia ser interiorizada por muito boa gente é a que se segue:

20% dos clientes representam 90% do lucro! (Please rewind and read!!! Please rewind and read!!!)

Os autores escrevem sobre a indústria química, contudo, o mesmo raciocínio pode ser alargado a outros sectores.

“Once a differentiated understanding of the marketplace has been obtained, it is important to decide which segments and specific customers the organization aspires to serve and, equally importantly, which ones it will not target. In most chemical companies today, this is a significant mindset shift. In general, most chemical companies are volume-focused, and have never met an unattractive customer. (Moi ici: quantas empresas sabem quem são os seus clientes-alvo? Quantas empresas sabem que alguns clientes são autênticos presentes envenenados?)


The dilemma for most chemical companies today is that a 20/90 rule applies to customer performance – 20 percent of customers typically account for 90 percent of profit margin. The challenge is what do with the long tail of customers that add little incremental margin to the overall bottom line. In most instances, companies have decided that the best thing to do is to enhance the profitability of the tail through aggressive pricing actions. In other situations, they have decided to redefine the value proposition and overall offering to enhance the profitability of this customer group or move these customers to distributors. (Moi ici: quantas empresas fizeram e fazem esta reflexão?)

Será que reduzir salários é de esquerda?!

Em Janeiro de 2008 Miguel Frasquilho fez um desenho, apresentou um gráfico sobre o tema. Hoje, Daniel Amaral no Diário Económico volta ao tema no artigo "A gestão dos salários".
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Estranho é que Daniel Amaral coincida com Ferraz da Costa e Vítor Bento na solução de reduzir os salários!!!
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"Uma análise aos últimos cinco anos revela que os salários sempre cresceram mais do que a inflação e, nalguns casos, até mais do que a conjugação dos preços com a produtividade. (Moi ici: isto não é novidade, só os jogadores de bilhar amadores é que podem surpreender-se com isto ao fim de 5 anos!!! Os jogadores de bilhar profissionais teriam previsto, teriam visualizado o que iria acontecer ainda mesmo da tomada de decisão) E 2008 reivindicou a cereja no bolo: com a economia estagnada e a produtividade a cair, os salários aumentaram 3,4%! Há quem desvalorize estes números e lhe chame acção social; eu chamo-lhe acelerador de falências. (Moi ici: E voltamos ao tema da competitividade. Como é que Manuel Maria Carrilho lhe chamou? Voluntarismo! "Por isso, as lideranças do futuro terão de resistir à armadilha do voluntarismo, seja na forma que conduz a contraproducentes provas de força com a sociedade seja quando ele se refugia num qualquer tipo de determinação mais ou menos iluminada." Isto por causa de quem defende que as empresas que falirem, por não serem capazes de resistir aos aumentos salariais, não fazem falta? Impor-mo-nos aos outros é tão fácil... arvorar-mo-nos em vanguarda que sabe tudo para todos... enfim!)

Claro que isto se repercute na vida das empresas, sejam exportadoras ou não. No primeiro caso, não conseguem competir na ordem externa - as exportações baixam. No segundo, não conseguem competir na ordem interna - as importações sobem. O resultado final é um múltiplo atentado ao país: caem o investimento e a produção, disparam o desemprego e o endividamento. Como é que ainda ninguém reparou? (Moi ici: Onde estava Daniel Amaral quando se discutiu o último aumento do salário mínimo?)

Como se vê, temos aqui um paradoxo: os salários de miséria... são altos de mais. O choque, que se adivinha terrível, vai ocorrer lá para o final do ano, gerido por um Governo previsivelmente minoritário no Parlamento. Adivinho o pior: o Executivo apelará ao realismo dos sindicatos; as oposições cantarão loas ao "social" e serão todas contra. A questão central fica de pé: como é que se explica a uma pessoa com menos de 400 euros que a solução para a crise está na redução dos salários?" (Moi ici: Custa-me que os macro-economistas só consigam equacionar manobras de Lanchester ... julgo que têm de primeiro descobrir e estudar Skinner, enquanto os macro-economistas lutam pelo aumento da eficiência... Skinner chama a atenção para a meta-eficiência, para a eficácia. Skinner doutorou-se muito tarde, trabalhou vários anos na vida real das empresas, sabia o que era a realidade para lá das teorias. Zapatero, durante a campanha eleitoral que o levou pela primeira vez à Moncloa, disse que aumentar impostos era de direita e reduzir impostos era de esquerda. Esta semana aumentou impostos... será de esquerda? Agora, desconfio que ainda vou ouvir que reduzir salários é de esquerda!!!)

Lucro e quota de mercado

Recorte retirado do livro “Value Creation Strategies for the Chemical Industry”:
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“There are two problems around growth in the commodity chemicals segment.
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First, too many companies have sought to achieve scale without paying enough attention to the return on their invested capital. The clearest finding of our research reinforces this basic point: return on invested capital matters far more than revenue growth. Even those companies with above-average returns on invested capital had the same market-to-book ratios, no matter whether they were growing quickly or slowly.”
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Isto faz recordar aquela máxima "Profit is sanity. Volume is vanity."
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Faz recordar também, Hermann Simon e o seu livro "Manage for Profit not for Market Share: A Guide to Greater Profits in Highly Contested Markets"
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Faz recordar ainda, estratégias puras e híbridas.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXVII)

Perante este artigo "Crise faz aumentar fraude fiscal em Portugal, diz Saldanha Sanches"
lembrei-me das virtudes da estatística, referidas por Avilez Figueiredo.
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Esta manhã, ao fazer o meu jogging, ouvi na revista da imprensa do Rádio Clube Português a referência a esta notícia "Um milhão de penhoras fiscais espera 58 mil compradores".
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De entre esse milhão de penhoras fiscais qual será a % de casos de fraude fiscal? Não tenho números, mas custa-me a crer que sejam a maioria.
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Se a maioria não for de casos de fraude fiscal o que é que o número de 1 milhão de penhoras fiscais quer dizer? Que mensagem transmite esse número?A mensagem que chega à minha mente é traduzida e encaixa num modelo mental que conclui que o Estado português é demasiado grande e caro, para a capacidade de gerar riqueza da sociedade portuguesa. Assim, comporta-se como um enorme cuco alimentado pelos saxões impostados.
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Brevemente, quando acabarem as eleições alemãs e voltar a pressão para cumprir o défice, um primeiro cheirinho da coisa aqui "BCE defende “regresso célere” à consolidação orçamental sem aumento de impostos", como será a resposta de uma casta governativa que só sabe curar défices aumentando o saque impostado aos saxões contribuintes?

Engenharia eleitoral (parte II)

Lembram-se das encomendas da defesa alemã que empolaram o PIB germânico, so convenient in this election period...
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O Japão também teve eleições hà dias.
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Reparem nesta pérola de engenharia eleitoral:
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" Sept. 10 (Bloomberg) -- Japanese machinery orders fell to a record low in July, signaling companies burdened with idle factories are wary that a rebound in global demand will last.

Orders, an indicator of capital spending in the next three to six months, plunged 9.3 percent from June to 665 billion yen ($7.2 billion), the lowest level since the survey began in 1987, the Cabinet Office said today in Tokyo. The decline was more the twice the 3.5 percent drop forecast by economists."
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And now something completely different:
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"The decline in the machinery data was largely a reaction to a 9.7 percent jump in June that was driven by a single order for equipment used to generate nuclear power, the Cabinet Office said."
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Recortes retirados de "Japan Machine Orders Fall to Record Low as Factories Sit Idle"
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Lá se vai a retoma...

Paralelismos (parte V)

Continuado daqui.
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Volto ao artigo "The Productivity Paradox" escrito por Wickham Skinner e publicado pela Harvard Business Review em Julho-Agosto de 1986.
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Apreciem estes recortes que se seguem e vejam como este blogue não está sozinho no esforço missionário de tentar converter os actores económicos portugueses a uma outra estratégia, a um outro posicionamento que não o instintivo e indefensável preço mais baixo.
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"Chipping away at productivity...
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is mostly concerned with direct labor efficiency, although direct labor costs exceed 10% of sales in only a few industries. Thus even an immense jump in productivity - say 20% - would not reverse the fortunes of import-damaged industries" (Moi ici: é a isto que eu chamo mitos, é por isto que grito que muita gente fala, fala, fala mas não fez contas nenhumas.)
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"focuses excessively on the efficiency of factory workers. By trying to squeeze out hetter efficiency from improved attitudes and tighter discipline on a person-by-person and department-by-department basis, the approach detracts attention from the structure of the production system itself."
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"ignores other ways to compete that use manufacturing as a strategic resource. Quality, reliable delivery, short lead times, customer service, rapid product introduction, flexible capacity, and efficient capital deployment-these, not cost reduction, are the primary operational sources of advantage in today's competitive environment." (Moi ici: e as alternativas ao preço cresceram mais desde 1986)
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"Most of the productivity-focused programs I have seen blithely assume that competitive position lost on grounds of higher cost is best recovered by installing cost-reduction programs. This logic is tempting but wrong. These programs cannot succeed.
They have the wrong targets and misconstrue the nature of the competitive challenge they are supposed to address. Worse, they incur huge opportunity costs. By tying managers at all levels to short-term considerations, they short-circuit the development of an aggressive manufacturing strategy. But they also do harm."
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É impressionante como esta discussão de há mais de 20 anos continua a não entrar nas cabeças de muito boa gente.
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Senge, o homem dos arquétipos, tem um arquétipo para esta situação "Shift the Burden". Perante um problema de fundo (perda de competitividade) aplicamos medidas que atacam os sintomas e evitamos, atrasamos o inadiável, a implementação de uma solução fundamental, uma solução que ataca a causa dos sintomas.
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Estamos sempre a ver isto... por exemplo, os subsídios no sector do leite.

Para reflexão

"Financial analysts who study demography like popular author Harry Dent argue that one of the main drivers of a country's economic growth is the number of people in the country who are in their peak spending years.
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For example, Dent says that in the U.S., 46-50 year olds are the biggest spenders, because that is when - on average - they are paying for their kids' college, paying mortgage on the biggest house they will own during their life, etc.
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Dent argues that the American economy will tend to grow when the number of 46-50 year olds grows, and to shrink when it shrinks. Dent says this principle applies to all countries, although the peak spending years might vary slightly from country to country. For example, the peak Japanese spending range has been estimated to be comprised of 39-43 year olds."
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Como é a demografia na Europa?
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"The Age of the Population Affects Economic Growth"

Mais uma vez: a apologia da batota

A propósito deste artigo do jornal i de hoje "A solução para a crise? Lojas amigas do cliente" recordo a série "A apologia da batota" (primeira e segunda partes).

quarta-feira, setembro 09, 2009

Já fazia algum tempo...

... que eu não lia pensamento, reflexão política a sério. Posso não estar de acordo com tudo, mas estou de acordo com muita coisa. E vejo reflectido no texto com clareza e racionalidade, preocupações que sinto mas que não consigo verbalizar desta maneira.
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Por exemplo quando defendo que tenho saudades do comunismo soviético, corrijo, tenho saudades do medo do comunismo soviético, estou na verdade a traduzir de forma incompleta um sentimento que pode ser verbalizado da seguinte forma:
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"Em primeiro lugar, generalizou-se a ideia de que a queda do Muro de Berlim foi a vitória de uma forma de democracia que encontrava a sua forma final na pura e simples identificação com o mercado. Seguidamente, não se compreendeu que a globalização minava na sua raiz o compromisso social-democrata entre o trabalho e o capital, deixando o trabalho preso às suas raízes nacionais enquanto o capital se tornava cada vez mais livre num tabuleiro cada vez mais mundial. E a terceira razão encontra-se na identificação dos valores da modernidade com os da metamorfose do capitalismo na sua versão financeira - e aqui a "Terceira Via" inspirada por Tony Blair tem especiais responsabilidades. E tudo isto, note-se, sem nenhum pressentimento do brutal impacto que as economias emergentes (China, Índia, Brasil, etc.) viriam a ter no começo do séc. XXI."
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Ou a brilhante descrição:
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"Fala-se da crise actual, por exemplo, como se tudo não passasse de um filme, entre a "chegada" e o "fim" da crise. Durante meses, o assunto foi saber se ela já tinha chegado e, depois, passou a ser saber se ela já tinha partido! Tudo ao som de comentários e previsões de "especialistas" que antes não foram capazes de prever nada, mas mesmo nada do que aconteceu."
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Ou este pormenor sobre a construção europeia: "É preciso sublinhar ainda uma outra razão, que está na forma como, nas décadas de 80 e 90, o tema europeu funcionou como compensação das dificuldades que o socialismo enfrentou. Com Mitterrand, Soares ou Köhl, num primeiro momento, e depois com Jospin, Guterres ou Schroeder, procurou-se fazer da construção europeia o ersatz das ilusões perdidas do socialismo democrático."
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A não perder Manuel Maria Carillho no DN "O poder, afinal, para quê?"

Relatório de Competividade Global de 2009

Acerca do Relatório de Competividade Global de 2009 (e aqui) deixo uma pergunta:
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- Qual a semelhança entre o Relatório de Competividade Global de 2009 e os modelos ISO 9001 ou Europeu da Excelência para a Qualidade?
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Afinal deixo mais outra:
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- Onde é que os três nos enganam?
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Continua.

Para reflexão

Edward Hugh chama a atenção para estes números:
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"China's auto industry continued to post strong growth, with sales of passenger vehicles rising 90% in August. Some industry watchers see growth slowing dramatically next year, however.

Passenger-vehicle sales in China rose to 858,300 units in August, up 90% from a year earlier, the China Association of Automobile Manufacturers said in a statement Tuesday. China's overall auto sales rose 82% in August to 1.14 million units, CAAM said. It didn't provide the year-earlier figures."
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"China Auto Sales Surge" no WSJ.

Diz-me quem apoias com os teus subsídios?!!!

No livro "O Medo do Insucesso Nacional" de Álvaro Santos Pereira chama a atenção para dois gráficos interessantes. Sobretudo se pensarmos nesta descoberta e posterior proposta do Parlamento.
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O gráfico 27 na página 230 que ilustra que Portugal tem uma percentagem de empresas inovadoras superior à média europeia.
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O gráfico 28 na página 231 que ilustra que as empresas inovadoras não recebem muita ajuda estatal.
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"É incompreensível e totalmente injustificável que tal aconteça. Como Portugal é um dos países da União Europeia onde as ajudas do Estado às empresas são mais elevadas, tudo indica que, mais uma vez, não estamos a utilizar os nossos recursos eficientemente ou, no mínimo, estamos a conceder ajudas às empresas e aos sectores menos dinâmicos e inovadores. Dito de outro modo, protegemos as indústrias e sectores mais estabelecidos e mais conservadores e não recompensamos as empresas que se esforçam por inovar."

Paralelismos (parte IV)

Continuado daqui.
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Entre os artigos escritos por Wickham Skinner que julgo serem muito úteis para a nossa realidade actual não posso deixar de salientar um publicado pela Harvard Business Review em Julho-Agosto de 1986 com o sugestivo título "The productivity paradox".
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Por vezes neste blogue escrevo sobre os mitos. Mitos são conversa da treta, mitos são palavras e enredos que as pessoas usam e arremessam a outros sem conhecimento da realidade, sem terem a percepção profunda do que estão a propor, basta-lhes ficar pela superfície.
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Mitos são por exemplo o que se ouve sobre a formação, ou sobre a produtividade. Atentemos no caso da produtividade.
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A produtividade é muito importante e ponto. O nível de vida de uma sociedade só pode aumentar de forma sustentada se estiver assente em aumentos da produtividade. O que é isso de produtividade? De que falamos quando falamos de produtividade? O que significa o rótulo produtividade?
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Skinner escreve "(Productivity is defined by the Bureau of Labor Statistics as the value of goods manufactured divided by the amount of labor input. In this article "productivity" is used in the same sense, that is, as a measure of manufacturing employees' performance.)"
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BTW, não existe uma forma única de medir a produtividade, há muitas produtividades como bem demonstra Dinis Carvalho neste artigo "Produtividade Portuguesa".
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Voltando ao recorte do artigo de Skinner encontro algo que julgo inquina grande parte das discussões sobre a produtividade, olhar para a produtividade como uma medida da eficiência dos trabalhadores. É verdade mas é muito redutor e cada vez mais enganador e gerador de discussões sem sentido.
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Num mundo muito mais estático, em que o tipo de produtos que se produzem hoje é o mesmo que o tipo de produtos que se produzirão dentro de 2, 5 ou 10 anos, faz sentido pôr a responsabilidade, pôr o radar, pôr a ênfase na eficiência dos trabalhadores. Contudo, no mundo dinâmico em que vivemos pôr a eficiência dos trabalhadores como a grande preocupação é um erro!!!
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Vai gerar uma preocupação exagerada, reparem bem eu repito exagerada, na redução dos custos, como se a poupança de dinheiro fosse equivalente ao ganho de dinheiro. É muito mais importante ganhar do que poupar.
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A aposta na melhoria da produtividade através do aumento da eficiência dos trabalhadores vai produzir, é sempre assim, vai gerar resultados medíocres, melhorias incrementais insignificantes. Como escreve Skinner "Few companies have failed to measure and analyze productivity or to set about to raise output/input ratios. But the results overall have been dismal."
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"Unfortunately, XYZ's frustration with a full-out effort that achieves only insignificant competitive results is typical of what has been going on in much of American industry. Why so little competitive return -even a negative retum- on so much effort? Is it the high value of the dollar, which cheapens imports? Is the cost gap just too great for us to overcome? Or are we going at the problems in the wrong way? What is going wrong? Why this apparent paradox?"
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"But the harder these companies work to improve productivity, the less they sharpen the competitive edge that should be improved by hetter productivity.
Elusive gains and vanishing market share point not to a lack of effort but to a central flaw in how that effort is conceived. The very way managers define
productivity improvement and the tools they use to achieve it push their goal further out of reach.
Resolutely chipping away at waste and inefficiency-the heart of most productivity programs - is not enough to restore competitive health. Indeed, a focus on cost reductions (that is, on raising labor output while holding the amount of labor constant or, better,reducing it) is proving harmful.
Let me repeat: not only is the productivity approach to manufacturing management not
enough (companies cannot cut costs deeply enough to restore competitive vitality); it actually hurts as much as it helps. It is an instinctive response that absorbs
managers' minds and diverts them from more effective manufacturing approaches."
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Nestes tempos em que se propõem reduções de salários para aumentar a produtividade e a competitividade, era importante que se estudassem os textos de Skinner.
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Continua

Virtudes da estatística

Avilez Figueiredo no jornal i "Eis a virtude da estatística: enquadra os debates. Quando todos falam de PME, descobre-se que em Portugal 80% das empresas não têm mais de quatro trabalhadores. É esta a nossa economia".
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Há anos, ao estudar um daqueles cadernos do Público sobre as 1000 maiores empresas portugueses fiquei surpreendido com uma das conclusões que tirava dos números.
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Um dos resultados que não esperava foi este: as 1000 maiores empresas deste país só representavam cerca de 8% do emprego em Portugal.

terça-feira, setembro 08, 2009

Gold jumps to $1,000

"Gold jumps to $1,00" casa bem com "China's political elite alarmed by US money printing"
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"Gold is definitely an alternative, but when we buy, the price goes up. We have to do it carefully so as not to stimulate the markets," he added.
The comments suggest that China has become the driving force in the gold market and can be counted on to buy whenever there is a price dip, putting a floor under any correction."

Más de lo mismo

Outros recortes do conto de Verão "Cuento sistémico de Verano" retirado do blogue Pensamiento Sistémico:
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Cuento sistémico de verano

"Hasta ahora no he hecho más que dejarme llevar por los acontecimientos o también, haciendo honor a mí apellido Másdelomismo, he repetido con más esfuerzo si cabe las soluciones que sabía. Pero no he conseguido nada, sigo igual o peor que al principio. Este es mí sino, en ocasiones me siento triste y no veo ninguna salida. ¿Será mi destino, Proalimentadorix?.

Es probable que lo que observas o analizas como “tú problema” (que en realidad es una “dificultad”, siendo “el verdadero problema” la manera de afrontar “la dificultad”, pero de eso hablaremos después) no esté en el “qué (es)” sino en el “cómo (lo resuelves)”. Es entonces cuando puede emerger como “problema” lo que antes era una “dificultad”. ¿Me sigues?.

la causalidad lineal sigue operando sutilmente en los hábitos mentales. Muchas veces pensamos que a tal “dificultad” le sigue (linealmente) tal “solución”, como cuando concluimos que a tal “causa” le sigue (linealmente) tal “efecto”, omitiendo la secuencia circular causa-efecto-causa que bien conoces. Es decir, olvidamos que el binomio dificultad-solución es un “sistema” donde también se puede dar una circularidad que aprisiona y esclaviza, creando entonces un círculo vicioso, una amalgama que entonces sí, podemos llamar “problema”, un “problema” que emerge de la realimentación de una “solución” aplicada sobre una “dificultad” dada. ¿Me sigues?.

- Totalmente de acuerdo –dijo Circuloso que abría los ojos como platos.

- Bien, pues continuo. Como has afirmado anteriormente, hasta ahora has intentado dos tipos de cambio: dejarte llevar por los acontecimientos y repetir con más esfuerzo las mismas soluciones una y otra vez. En efecto, estos son dos tipos de cambio muy conocidos. El primero es el no-cambio o cuando la falta de iniciativa es el problema o cuando “sucumbimos” al cambio impuesto desde otras instancias. Es decir, cuando los cambios “ocurren”, no se provocan conscientemente. Y el segundo es el cambio dentro de un sistema dado. Cuando hay iniciativa, voluntariedad, incluso voluntarismo, pero miope o cortoplacista. Cuando “la solución es parte del problema”. Este es precisamente, y disculpa que te lo diga así, el cambio “más de lo mismo” que hace honor a tu apellido.”


Tudo isto joga bem com esta notícia do jornal i “Embalagens de leite poderão passar a indicar origem do produto” sobretudo neste ponto:

“outra proposta promovida pela França e Alemanha e sancionada por representantes de outros 14 Estados-membros - incluindo Portugal -, é a de duplicar para 15.000 euros a regra do "minimis", a ajuda estatal que não necessita do aval de Bruxelas.

Portugal defende ainda o aumento do preço de intervenção, ou seja da compra pelo Estado de manteiga e leite em pó, de modo a manter os preços do mercado."

(No Público de hoje "Crise do leite provoca braço-de-ferro entre países-membros da União Europeia" o mesmo tema)

Em que é que estas propostas mudam o sistema existente? Não serão antes um paliativo “más de lo mismo”

Reflectir sobre estes exemplos

Proposta de valor da inovação, da liderança tecnológica.
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Campeões escondidos.
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Mercados seleccionados, clientes-alvo.
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"Niche producers find hot prospects"