terça-feira, julho 21, 2009
O dinheiro é parte do problema não da solução
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"A ausência de apoios foi importante para os primeiros sucessos da Lotus. ... A escassez de dinheiro obrigou também a empresa a especializar-se no ‘design' de chassis e suspensões, recorrendo aos motores desenvolvidos por outros construtores. A Lotus foi empurrada para um nicho onde é, ainda hoje, líder mundial.
Casos como o da Lotus e o da Virgin, mostram que as políticas de financiamento fazem mais parte do problema do que parte da solução. É mais importante apresentar desafios e oportunidades aos futuros empreendedores do que atirar-lhes com dinheiro."
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O desenvolvimento, a evolução de uma organização, apesar da escassez de dinheiro, das restrições e constrangimentos levam à tal actuação biológica "nature evolves away from constraints, not toward goals"
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Who is your WHO?
segunda-feira, julho 20, 2009
Para reflexão
Se o mercado muda... não mudar é morrer!
Preconceito posto em causa
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Contudo, no último mês tenho descoberto com espanto vários sectores de actividade industrial onde os clientes (B2B) são mal-tratados.
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Fornecedores que não conseguem entregar as encomendas, fornecedores que não conseguem fazer previsões sobre quando poderão entregar as encomendas, fornecedores que se recusam a evoluir para acompanhar clientes.
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Isto só pode indiciar mais mudanças, mais encerramentos de empresas que não se adaptam aos tempos que vivemos, mais oportunidades para quem está à espreita de uma nesga.
Dois ADN's que se excluem.
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Ou se está no negócio do preço-baixo, ou se está no negócio da inovação. Querer estar nos dois ao mesmo tempo condena ao pântano do stuck-in-the-middle. São dois ADN's diferentes, duas especializações que se excluem.
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Muitas marcas, algumas muito conhecidas e conceituadas, parece que optaram por viver à sombra da bananeira e dos louros conquistados noutros tempos. Esquecem-se que o que satisfaz as necessidades dos clientes são os produtos e não as marcas.
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Há dias entrei numa loja duma marca portuguesa conceituada. Na secção de senhora peguei num vulgar sapato aberto... preço inicial €62, preço marcado na altura €42. Espreitei para dentro do sapato e vi "Made in China", olhei bem para o sapato e calculei... não deve ter custado mais de €7.
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Trecho inicial retirado de "Nothing for Nothing"
domingo, julho 19, 2009
O dia de Alberto
Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXXI)
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A pergunta é: o que nos separa da Irlanda? Se estamos com um colapso de 20% na recolha de impostos quando comparado com o ano anterior o que está a impedir o governo português de uma actuação à irlandesa?
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Exemplo de actuação irlandesa:
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"A further 17,000 state jobs must go (equal to 1.25m in the US), though unemployment is already 12pc and heading for 16pc next year.
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Education must be cut 8pc. Scores of rural schools must close, and 6,900 teachers must go. "The attacks outlined in this report would represent an education disaster and light a short fuse on a social timebomb", said the Teachers Union of Ireland.
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Nobody is spared. Social welfare payments must be cut 5pc, child benefit by 20pc. The Garda (police), already smarting from a 7pc pay cut, may have to buy their own uniforms. Hospital visits could cost £107 a day, etc, etc.
"Something has to give," said Professor Colm McCarthy, the report's author. "We're borrowing €400m (£345m) a week at a penalty interest.""
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Mais, por cá o governo até faz alterações à lei para aumentar as pensões apesar da deflação (-1%) implantada.
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A pergunta é: o que nos separa da Irlanda?
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Serão só as eleições de Setembro e Outubro?
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A justificação para esta actuação do governo irlandês reside nos €400m pedidos emprestados todas as semanas.
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Lembram-se das contas de Medina Carreira e Silva Lopes? Portugal tem um défice de 2 milhões de euros por hora. Uma semana tem 7 dias, um dia tem 24 horas... ora é só fazer as contas.
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Portugal pede emprestado por semana 2 x 24 x 7 = €336m por semana...
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Por que é que os irlandeses estão a agir como estão e nós por cá ... não passa nada?
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Trecho extraído de "For a glimpse of what awaits Britain, Europe, and America as budget deficits spiral to war-time levels, look at what is happening to the Irish welfare state."
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A pergunta é: o que nos separa da Irlanda?
"The imperative for the debt-bloated West is to cut spending systematically for year after year, off-setting the deflationary effect with monetary stimulus. This is the only mix that can save us."
Fisipe um exemplo de aposta nas margens
sábado, julho 18, 2009
Não vendam fruta!!!
As empresas oportunistas... (parte II)
Conta-me a tua experiência de vida
A propósito deste artigo no sítio do Público “Intelectuais lançam manifesto com “questões prementes” destinadas aos partidos políticos” por causa deste tipo de linguagem:
“Por outro lado, de há muito que se sente no País uma ausência de um modelo de desenvolvimento minimamente consensual que permita traçar orientações de médio e longo prazo e propiciar um quadro de coerência às políticas públicas e às estratégias empresariais.”
Desconfio que se trata de mais uma reflexão bem-intencionada de gente que vive na e da sociedade de produção de bens não transaccionáveis e, que acredita na capacidade e bondade do Grande Geometra.
“Como pensam reduzir o horário de trabalho regular, o abuso de recurso a horas extraordinárias, o duplo e triplo emprego de alguns, de modo a assegurarem melhor qualidade de vida das pessoas e melhor repartição do tempo entre o trabalho produtivo e a vida pessoal, familiar e cívica?”
Será que imaginam o que é competir no mercado de bens transaccionáveis? Será que percebem que num mês uma empresa pode estar cheia de encomendas e depois, no seguinte pode estar às moscas? Será que alguma vez viveram longe do ramram universitário, na dúvida sobre se haveria dinheiro para pagar o mês seguinte?
“The broken windows theory originated in the context of crime. It states that if a window in a building is broken and is not quickly repaired then within a short period all of the windows will be broken, or that leaving such minor infractions uncorrected indicates that major crimes might also be condoned.
Levine has taken this model and applied it to business. His hypothesis is that it is the small problems left unattended that lead to business failure.
This is an interesting book. It deals with some familiar issues including customer service, marketing and website design, but from a slightly different angle. Levine recommends an obsession with the details and a compulsion to fix problems as soon as they arise. He emphasises the importance of customer perception and the obvious, if too frequently ignored, fact that values and promises are no good to the company if they are not practised by everyone.
Levine is not necessarily advocating that a CEO micromanage the frontline business, but he makes some good points around the value of maintaining high standards in the small, seemingly unimportant things.”
Hummmm!!! Estou mesmo a envelhecer!!!
Aranha, mais estudiosos de golfinhos!!!
sexta-feira, julho 17, 2009
Retoma no Batalha
No sítio do Público encontra-se “Roubini prevê fim da recessão norte-americana este ano” onde se pode ler:
“Roubini, professor de economia da Universidade de Nova Iorque e também presidente da centro de previsões económicas, RGE Global Monitor, reuniu-se ontem com investidores num evento organizado pelo governo chileno, no qual transmitiu uma perspectiva optimista sobre a economia dos Estados Unidos.”
No Naked Capitalism “However, Roubini issued a statement after markets closed repudiating the view that he had changed his view on the U.S. economy at all (see statement here).”
Roubini chama a atenção ““While the recession will be over by the end of the year the recovery will be weak given the debt overhang in the household sector, the financial system and the corporate sector. Now there is also a massive re-leveraging of the public sector with unsustainable fiscal deficits and public debt accumulation.”
O fim da queda dos indicadores não vai ser sinónimo de retoma… só fim da queda mais nada.
Não sacrificar a marca
Um importante conselho de Ram Charan no seu livro “Leadership in the Era of Economic Uncertainty", nestes tempos de crise: não sacrificar a marca, não estragar num ápice o que tanto custou a desenvolver:
“Brand identity is extremely valuable to your company as a long-term differentiator. Although there is clearly a major trend for consumers to move from branded products to private-label products, brand will remain a valuable asset. You need to be sure the customer’s experience with your product lives up to the promise of the brand. Do not give in to the temptation to sacrifice identity by cheapening the product.
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A brand reputation takes a long time to build. It is something you cannot afford to lose.”
Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXX)
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Como macro-economista, propõe uma solução de curto-prazo que pode muito bem, se aplicada, transformar-se em mais uma adição para o nosso tecido empresarial, que todos os anos vai voltar a querer a boleia de um abaixamento de salários.
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Esta semana estive em várias PME's que até ao Natal têm de trabalhar todos os sábados, dado que estão soterradas de trabalho. E continuam a ganhar mais encomendas.
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Como macro-economista que se preza não profere nem uma palavra sobre o peso do cuco.
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"Como imaginam, nenhum partido vai falar disto no decorrer da campanha eleitoral. Mas um deles vai ter de formar governo. E aqui, uma de duas: ou não faz nada, e será um desastre económico, ou reduz mesmo os salários, e será um suicídio político. O mais provável é que não dure 6 meses.
Proponho uma via melhor: uma vez que o futuro governo vai sair do bloco PS/PSD, que tal estes partidos discutirem o problema entre si e definirem para ele uma solução conjunta?"
Elementos de vitória
Fernando Pessoa escreveu em Maio de 1926 o texto "Elementos de vitória", publicado pela Revista de Comércio e Contabilidade:
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"Estão cheias as livrarias de todo o mundo de livros que ensinam a vencer. Muitos deles contêm indicações interessantes, por vezes aproveitáveis. Quase todos se reportam particularmente ao êxito material, o que é explicável, pois é esse o que supremamente interessa a grande maioria dos homens. A ciência de vencer é, contudo, facílima de expor; em aplicá-la, ou não, é que está o segredo do êxito ou a explicação da falta dele. Para vencer - material ou imaterialmente - três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades, e criar relações. O resto pertence ao elemento indefinível, mas real, a que, à falta de melhor nome, se chama sorte. Não é o trabalho, mas o saber trabalhar, que é o segredo do êxito no trabalho. Saber trabalhar quer dizer: não fazer um esforço inútil, persistir no esforço até o fim, e saber reconstruir uma orientação quando se verificou que ela era, ou se tornou, errada. Aproveitar oportunidades quer dizer não só não as perder, mas também achá-las. Criar relações tem dois sentidos - um para a vida material, outro para a vida mental. Na vida material a expressão tem o seu sentido directo. Na vida mental significa criar cultura. A história não regista um grande triunfador material isolado, nem um grande triunfador mental inculto. Da simples "vontade" vivem só os pequenos comerciantes; da simples "inspiração" vivem só os pequenos poetas. A lei é uma para todos."
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Saber trabalhar (ter uma orientação, ter uma estratégia e reflectir sobre ela); aproveitar oportunidades (as oportunidades multiplicam-se, à medida que são aproveitadas); criar relações (criar uma rede de contactos)
Obrigado Aranha pela referência
quinta-feira, julho 16, 2009
Ao que isto chegou!!!
"In a report published yesterday following a staff mission to Britain in May, the IMF said that a "credible plan" was needed to reverse the rapid deterioration of the public finances if confidence in the UK was to be upheld.
"Market conditions suggest the UK has been getting the benefit of the doubt, both in the Government bond market and also the foreign exchange market," said Ajai Chopra, the IMF's mission chief for the UK. "This benefit of the doubt is not going to last forever and it's going to be important that the Government does not test the limit of the market's confidence."
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E para nós, até quando dura a +rotecção do euro?
Começar pelo fim, para fugir aos rituais ocos
Acordar as moscas que estão a dormir (parte XXIX)
“The bourgeoisie worked primarily in order to invest, and it was not so much a standard of consumption as a standard of accumulation that the bourgeoisie struggled for and tried to defend against governments that took the short-run view. With the decline of the driving power supplied by the family motive, the businessman’s time horizon shrinks, roughly, to his life expectation. And he might now be less willing than he was to fulfill that function of earning, saving and investing even if he saw no reason to fear that the results would but swell his tax bills. He drifts into an anti-saving frame of mind and accepts with an increasing readiness anti-saving theories that are indicative of a short-run philosophy.”
Trecho retirado de "Capitalism, Socialism and Democracy" de Joseph Schumpeter
Lembrei-me deste trecho ao ler "De onde virá o dinheiro?" no jornal i:
"Será através de dinheiro emprestado que se vai redinamizar a economia. Isto significa que o dinheiro que desapareceu (ou que existia apenas virtualmente) está a ser substituído por mais dinheiro emprestado - algum dele também virtual. "