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quarta-feira, outubro 14, 2015

"O que a Unicer estará a fazer"

A propósito deste trecho:
"“Uma vez que a Unicer assume que não está a sair do mercado dos sumos e dos refrigerantes não faz sentido nenhum entregar essa operação a um concorrente. O que os trabalhadores disseram também foi que, dada a reestruturação que tem vindo a ser feita desde 2006, não faz sentido nenhum a dispensa de 70 trabalhadores em Leça do Balio e por isso se opõem totalmente a esta decisão”"
Para uma empresa mergulhada no modelo do custo mais baixo, na competição pelo preço, para aumentar a produtividade, no limite chega-se a este ponto o outsourcing da produção. A empresa confia na capacidade de dominar o acesso às prateleiras e desvaloriza a capacidade produtiva. Presumo que estejam a fazer o outsourcing das marcas que vendem menos e que provocam distúrbios na produção. Recordar o esquema de Terry Hill:

O que a Unicer estará a fazer é a livrar-se das interrupções para produzir pequenas séries e que disrupcionam o modelo das bolas azuis da figura.
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Não sei se é a melhor opção estratégica, contudo; é perfeitamente defensável. Claro que isto abre o flanco a futuras marcas "artesanais" de sumos e refrigerantes.


Trecho retirado de "Trabalhadores da Unicer procuram soluções contra despedimentos"

terça-feira, maio 20, 2014

Isto é tão interessante

""Operating margins at the world’s 10 largest automotive suppliers are on average 4 percentage points higher than those of the 10 largest carmakers, according to Strategy&.
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Continental, the world’s second-largest car part supplier by revenue, recorded an earnings before interest and tax margin of 9.8 per cent last year. Carmakers General Motors and Fiat, two of Continental’s biggest customers, reported margins of 5.5 per cent and 3.4 per cent respectively."
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Suppliers can demand a bigger slice because they are much harder to replace. GM may want to tell Continental to take a hike, but without the in-house capability to develop new components plus make them around the world, GM has little choice but to give when Continental asks for more."
Há um caso em Portugal, não no sector automóvel, onde isto um dia vai acontecer. Um dia o "dono do mercado" vai descobrir que, como externalizou tudo o que dizia respeito ao trabalho e planeamento no terreno, os seus quadros de gabinete já não poderão fazer a coisa voltar atrás.

Trecho retirado de "Shifting power in auto supply chains"

terça-feira, fevereiro 07, 2012

A re-industrialização do Ocidente

Tenho idade suficiente para me lembrar da hemorragia no final da década de 90 do século passado... Seagate, Texas Instruments, foram nomes, dois entre muitos, que abandonaram Portugal e foram para a Ásia.
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Depois, já na primeira década do século XXI a hemorragia continuou, com a saída de inúmeras empresas, por causa do encarecimento da mão-de-obra portuguesa e a descoberta do modelo "China como fábrica do mundo".
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Qual é a melhor receita para acabar com os preços altos do petróleo? São os preços altos do petróleo!
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Qual é o maior perigo para o sucesso do modelo "China como fábrica do mundo"? O seu próprio sucesso, com as consequentes reacções em cadeia que gera. É tudo um jogo de vasos comunicantes e de carambolas de bilhar.
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Por outro lado, a adopção de modelos de negócio que exigem cadeias de abastecimento mais curtas, mais rápidas, mais flexíveis, menos exigentes em termos de capital empatado foram um sinal que comecei a detectar em 2006 (aqui e aqui) e que se tem acelerado desde então "Mantenham as vossas fábricas".
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Para a semana, Medina Carreira na TVI24 vai falar sobre a desindustrialização da Ocidente, ele que só conhece a concorrência perfeita, a que assenta no preço, aposto que vai passar ao lado deste tipo de sintomas:
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"China's Export Pain May Be Mexico's Gain"
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"Buying stuff from China isn't such a bargain anymore. One consequence of that: Companies that move freight from Mexico are getting busier.
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China has long been the destination for companies looking to cut costs. A huge population of untapped workers, along with a leadership keen to build out the country's manufacturing infrastructure, made it the world's best place to make things cheaply. But nothing lasts forever.
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The pool of Chinese workers is getting shallower. China's one-child policy and cultural preference for boys have led to a shrinking population of young people, particularly the women who work the floors of the apparel and electronics firms. The United Nations projects the number of women aged 15 to 24 in China will fall from 106 million in 2010 to 92 million in 2015. Add rising affluence, and labor costs are going up faster than productivity increases at Chinese firms can offset them.
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Moreover, commercial land prices have shot up, while government-controlled prices for energy are moving closer to market rates. The yuan has risen 30% in trade-weighted terms over the past five years and will continue to creep up. It is no wonder that the price of imports from China, flat for many years, has been rising since late 2010.
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Supply-chain problems have also led companies to rethink outsourcing. When demand fell sharply following the 2008 financial crisis, many were stuck with inventory on slow boats from China. Volatile energy prices have made transportation costs (Moi ici: A vantagem da proximidade, mais importante que a flexibilidade laboral) more uncertain. Last year's tsunami in Japan and Thai floods (Moi ici: Ainda na semana passada me contaram a história de uma multinacional que teve fábricas em Portugal e que concentrou toda a sua produção mundial numa fábrica na Tailândia. Com as cheias, parece que perderam grande parte das máquinas e estão, a trabalhar novamente em Portugal com trabalhadores que tinham despedido e indemnizado) underscored the fragility of long supply chains (Moi ici: Este fim-de-semana, num centro comercial, vi na montra que a Sacoor estava a praticar saldos de 60% e a Sisley de 70%... será que continua a fazer sentido este modelo de negócio assente em contentores cheios, fabricados no outro lado do mundo seis a nove meses antes de serem expostos nas prateleiras?)
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The biggest beneficiary is Mexico. The country and its companies were hurt badly over the past decade by a loss of exports to China. The trade shift could be a salve to the economic and social woes that have made some investors skittish of putting money there." (Moi ici: Isto no caso do fornecimento do mercado americano, e no caso da Europa? BTW, na Europa há uma vantagem para os países periféricos, os consumidores são mais exigentes e requintados que os norte-americanos)
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De outra fonte:
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"it seems more and more evident that the balance of growth is shifting. We don’t have any details yet, but given that the trade surplus ended 2011 at only just over 2 pct of GDP, it seems clear that net trade negatively contributed more and more as the year progresses. Consumption, therefore, must have started to rise as a share of GDP."
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Basta recordar o que se passa com o vinho e como os portugueses estão a aproveitar.  

quinta-feira, agosto 19, 2010

Hipotéticos futuros...

Lembro-me de Ventoro...(gráfico da página 16 deste relatório).
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Lembro-me deste postal "O regresso dos clientes".
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"Reliance on Chinese plants is suddenly proving double-edged. "We conclude that labour and transportation cost pressures are a major concern for executives that may be under-appreciated by investors," it said.
The US industrial giant General Electric raised eyebrows in May with plans to shift production of its hybrid water heater from China back to Kentucky next year after securing lower wages from US workers. The company cited the narrowing pay gap, lower transport costs, and shorter delivery times."
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Trecho retirado de "Western profits wilt on China's surging wages" onde o autor refere "Rising wage and production costs in China are eating into the profits of Western companies and may soon set off an exodus of multinational companies to cheaper locations". As multinacionais podem ter os recursos para fazer a mudança, mas as outras... sem conhecer os locais, sem ligações e conhecimentos nas cheaper locations vão hesitar bastante.
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Poderemos assistir a mais casos como o referido no texto sobre o retorno das fábricas?
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Ontem, as notícias referiam que a Foxconn pretende contratar mais 400000 trabalhadores no próximo ano, sabendo que "Given that the "cohort" of young people aged 20 to 30 currently joining the workforce is now contracting as China's demographic crunch starts to bite," quais as implicações?
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ADENDA:

segunda-feira, junho 21, 2010

quarta-feira, julho 15, 2009

O cavalo de Troia chinês

Estão à espera de quê?
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"Peter Chou wants to turn HTC, which used to make mobile phones for other firms, into a brand in its own right" (em "Upwardly mobile").
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Alimentam os lobos e depois queixam-se de que lhes vêm roubar as presas!!!
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"Many Chinese original equipment manufacturers (OEMs) will become increasingly sensitive to questions of brand equity as they begin to realize how dramatically over-capacitized their respective markets are. The realization that broad product parity exists, and that any number of their competitors produce reasonably priced and good-quality products, is typically the beginning of a profound realignment of their business toward other intangible activities - such as product innovation and brand-equity exercises - that were previously not essential for their business to be successful." (em "The brand new China")
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Ou, "When Your Contract Manufacturer Becomes Your Competitor" (na altura enquadrei o artigo desta forma)
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Ou o Cavalo de Troia que alimentamos "China has become the OEM manufacturer of choice due to low labor costs and high quality standards. But are Western companies simply creating a nemesis that will come to challenge them back home?" (em China's OEM Trojan Horse)
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Por exemplo: "The question is: how long before these OEM manufacturers start doing their own research and development work, designing their own packaging and taking their products to market under their own names?The answer is: it's already happening."
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"I see reps from shoes and furniture name brands in Europe, and they clearly see China just as a low-cost production outsource. I want to say to them: don't you realize these Chinese companies are going to be your big competitors, and it was you that made it possible for them to get there? You have put your key competences in their hands!""

segunda-feira, março 31, 2008

Dedicado a todos aqueles...

... que partilham do preconceito chinês: operário chinês = escravo
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Recomenda-se a leitura deste artigo "New Challenges for Foreign Producers: ‘China’s Manufacturing Competitiveness Is at Risk’".
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Alguns trechos:
"The recent sharp rise in China’s inflation rate sent a fresh wave of concern through the country’s manufacturing community, because even before that, the costs of running a factory in China had been steadily increasing. The consumer price index jumped 8.7% in February, year on year, the biggest increase in almost 12 years."
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"“At New Year’s time, the workers went home, compared notes and discussed new opportunities,” says the American owner of a factory in Pudong who asked not to be identified. His factory has 35 employees, most of them from Anhui province. “They came back and dissatisfaction with our wages erupted. Two [men] came in and said, ‘You have to give us more money or we’re going to leave.’ They influenced all the other workers in the factory, who came to us and [issued] an ultimatum [to give] them more money, which we had to do.” Overall, he says, wages have risen 30% to 40% for skilled workers, and almost 50% for unskilled workers, since he opened the factory in mid-2004. Because there is such great China-wide demand for low-level factory workers, unskilled laborers have received bigger increases in pay.""
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"The companies surveyed said wages are rising 9% to 10% per year, with the cost of raw materials up more than 7% per year. “China’s manufacturing competitiveness is at risk,”"
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Não está na altura de rever esse conceito?
Chinês = português.
Chinês está para o português, asssim como, o português esteve para o operário têxtil alemão ponto.

segunda-feira, agosto 27, 2007

O copy-paste não é um bom conselheiro.

O offshoring é uma actividade perfeitamente respeitável. Contudo, o offshoring não é para quem quer, mas para quem pode, ou melhor, para quem faz realmente sentido.

A revista World Business no seu número de 6 de Junho, publicou um artigo assinado por Simon Caulkin “On Management: Outsourcing slowdown”, de onde sublinho este trecho:

“According to Compass Management Consulting: "A combination of high-profile outsourcing deals being taken back in-house and dissatisfaction with the business impact of sourcing decisions - such as uncompetitive costs and the negative customer services impact of offshoring - is creating a new mood of mistrust in many outsourcing relationships."
Up to 65% of large contracts are unravelling before their full term, claims Compass. In particular, it found that the much-touted cost savings of outsourcing were largely illusory. Contractors would have to be at least 20% more efficient than the in-house operation just to cover the bid costs and to break even, it estimates - without allowing for a profit margin, overhead costs and a margin for risk. As a result, in many cases, the company would have been better off keeping the operation in-house.”




No sítio da Compass Management Consulting podemos encontrar a referência ao estudo e às conclusões aqui “UK Call Centre Jobs Going Offshore for no Business Benefit” e sobretudo esta brochura “The Seven Deadly Sins of Offshoring”




Estas conclusões não são novas, há cerca de 2 anos conheci este documento: “Offshore 2005 Research Preliminary Findings and Conclusions“, o gráfico da página 16 é eloquente.

Por fim, o interessante livro “How we compete” de Suzanne Berger, na página 260, sob o subtítulo “Cheap Labor Is Not a Winning Strategy”, podemos encontrar: “When companies consider the true landed costs of goods that are coming from offshore production, and not just the manufacturing costs abroad, they find that the advantage over at-home production is greatly reduced.”

E ainda “These savings are so small that gains from satisfying customers with faster lead times of production can often outweigh them.” Como se chama a atenção neste postal.

Assim, antes de optar pelo offshoring há que pensar bem se é uma medida adequada, face ao posicionamento estratégico da organização.