sábado, fevereiro 27, 2016

Moral hazard (parte II)

Às vezes, estou em S. João da Madeira, tenho 2 horas livres entre reuniões, resolvo ir para o meu "escritório" em S. João, a área da alimentação do centro comercial Oitava Avenida. Mesa, ambiente calmo, wi-fi e tomada eléctrica... what else?
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Há dias, a caminho dessa zona, passo por uma banca do Barclaycard e uma senhora pergunta-me se estou interessado, faço um sinal de rejeição com a mão direita. É então que oiço a última tentativa de me convencer a parar:
-Ande lá, ajude-me a atingir os meus objectivos!
Continuei a minha caminhada mergulhando no que aquela frase queria dizer ...
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O mercado não é feito a pensar em satisfazer os fornecedores. O mercado é feito para chegar a um entendimento entre cliente e fornecedor. No entanto, se o mercado está a lidar com uma commodity e excesso de oferta, então, o mercado é todo como agradar e seduzir os clientes, ponto.
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Por que escrevo esta introdução? Por causa da conversa deste texto "Secretário de Estado reconhece que sector do leite atravessa "tempestade perfeita"":
"Luís Silva garantiu que tem sensibilizado as grandes cadeias de distribuição para terem "bom senso" na fixação dos preços na venda de leite. "É necessário que as nossas grandes cadeias de distribuição tenham em consideração que não é por apresentarem preços muito baixos que se ganha eficiência", começou por dizer."
E quem pensa nos consumidores?
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A propósito disto:
"Luís Vieira apontou "o fim das quotas leiteiras, o embargo russo, o abrandamento do desenvolvimento da China e de mercados emergentes como Angola e Venezuela, além da redução do consumo interno do leite, em contraponto com um aumento de produção", como principais factores para as dificuldades dos produtores do sector.
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"Vamos avançar com uma medida na rotulagem, onde temos um projecto para colocar um logótipo com origem do produto portuguesa, de modo a que os consumidores saibam que estão a comprar um produto de qualidade e possam ser solidários com os agricultores nacionais", partilhou o Secretário de Estado."
Pessoalmente, no que à compra do leite diz respeito, não me enquadro no perfil da maioria dos europeus. Se eu fosse espanhol fazia parte da enorme minoria de 5%:
"Milk is the ultimate low-involvement category, and it shows. Only 10% of the international sample (in Denmark, Germany and Spain the number is less than 5%) would expect the private label version to be of a lesser quality."
Há anos que só compra leite açoriano mas porque sou egoísta, porque só penso no que é melhor para mim como consumidor. Agora pedir que o critério de escolha seja a esmola...
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Aquele "Milk is the ultimate low-involvement category" significa que para a maioria esmagadora dos portugueses o critério da compra de leite é o preço, ponto.
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O que o Secretário de Estado, se é inteligente, já deve ter percebido, num dia ao fim da tarde na solidão silenciosa do seu gabinete, é a verdade que não pode ser revelada aos produtores... muitos terão de fechar.
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BTW no meio da "tempestade perfeita" aquele "aumento de produção" é, para mim, sintoma da grande doença que a deturpação do mercado pelo regime das quotas leiteiras provocou. Recordar "Moral hazard?"


Aprenda a duvidar dos media (parte XIV)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XIparte XII e parte XIII.
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Durante anos Daniel Amaral comentava no Diário Económico. A certa altura impus a mim mesmo a disciplina de não o ler porque não suportava que escrevesse tanta coisa errada sem contraditório.

E esta barbaridade que se segue:
Desvalorizar a moeda nuns venezuelanos 50%, coisa pouca... estes economistas de esquerda são os mesmos que lutam contra as reduções nominais de salários e, depois, fazem estas propostas malucas.
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O que dirá Daniel Amaral deste desempenho?

Para não dizerem que falo de barriga cheia à posteriori, ficam aqui os meus comentários de 2010 e 2012.




sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Curiosidade do dia

A propósito de quem duvida do estado da nossa balança comercial, a propósito de "Aprenda a duvidar dos media (parte XIII)".


Reflexão com base em artigo de jornal

A deformação profissional é tão forte... ao ler "Michelle Obama oferece porcelana de Oiã" primeiro fui atraído pela figura, uma espécie de diagrama de forças de Porter:

Como é que isto ainda é usado?
Em plena viagem para Mongo e ainda se fazem estas análises tão típicas do Normalistão?
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No entanto, a figura leva-me a suspeitar da existência de alguma indefinição estratégica... a partir dela escrevi:

E quando mergulho no texto reforço esta sensação:
  • primeiro a referência aos artigos técnicos;
  • depois, a referência à Casa Branca;
  • depois, a referência aos museus;
  • depois, a referência aos retalhistas e armazenistas
  • depois, a referência ao poder de compra e hábitos de consumo 
E para rematar:

Qual o significado de "quanto mais mercados tivermos melhor"?
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Se for quanto mais geografias, concordo. Se for quanto mais prateleiras para chegar ao mesmo tipo de clientes-alvo, concordo. 
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Se for mais variedade de tipos de clientes ... há-de chegar a altura em que gerará ineficiências comerciais e fabris.
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Para já, o meu conselho é: fujam de "a referência ao poder de compra e hábitos de consumo" mudem de campeonato e, separem as águas, se é que ainda não estão separadas, entre B2B e B2B2C.



Outro exemplo de Mongo

Um tweet levou-me a este texto "Newcastle's Tyneside Cinema where audiences just keep growing and growing" sobre o Tyneside Cinema, um cinema independente a operar na cidade de Newcastle em Inglaterra.
"“Some 80% of our revenue is now through trading so our dependence on public funding is way down.
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“This is our next big project. More than 880 people made donations to this project (the Cafe Bar) and we anticipate a similar response next time.”
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At the Tyneside they can be quirky in the way multiplexes can’t. “Take the example of It’s a Wonderful Life,” says Mark. “It has become a phenomenon here. We put it on sale in September and I think we sold 80% of everything before the first of 26 screenings. Six thousand people came to see it and a lot of them were young.[Moi ici: Excelente exemplo de como se pode criar um ritual. Todos os anos o mesmo filme abre a época do Natal. Os comentários falam da atmosfera criada. Ir ao cinema ver uma novidade versus ir ao cinema pelo contexto, pela atmosfera, pela experiência]
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“We’ve set ourselves a target of 200,000 tickets sold a year but we used to battle our way to 90,000.
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In 2008 we took a decision to make 80% of our programming specialised and 20% of it mainstream.[Moi ici: Trabalhar para uma ou mais tribos]
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The mainstream films bring in new audiences. [Moi ici: Lembrei-me logo da mineração dos ginásios low-cost] Some of them earn us a lot of money but not all. But we know when people come inside this building they see what a really good place it is to come and see films.”"

Inovação versus incumbação

"A colleague recently minted a new word by accident — incumbation”. It won’t catch on but its fleeting appearance made me wonder what such a term, if it existed, might define: the opposite of innovation.
As grimy layers of admin accrete on the original bright ideals of their founders, incumbent companies become prone to inertia and what Gary Hamel, the management thinker, has called “bureausclerosis”. Such complacency is bad. But some of the methods that established companies use to protect themselves are worse.
...
Recumbent incumbents are almost always doomed. The good news is that technology and transparency have already cut away at the distribution and information monopolies that used to shelter large, lazy companies. The bad news is that survivors will continue to use foul means as well as fair to protect themselves. Their misguided attempts at self-preservation can hobble the advance of more original, more innovative competitors."
Como não recordar "Abraçar a mudança" ou "Engaging emergence".
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Como não recordar o tempo perdido, a largura de banda da atenção ocupada com tantos recursos desviados para defender o passado nos têxteis:



Trechos retirados de "Incumbents, dark arts and the opposite of innovation"

Aprenda a duvidar dos media (parte XIII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte Xparte XI e parte XII.
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Que terá agora Medina Carreira a dizer sobre isto?

 "Portugal fecha 2015 com excedente externo superior a 3.000 milhões de euros"

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

Curiosidade do dia

"A produtividade é o aspecto sempre omisso na luta entre activistas sociais e reformadores financeiros. Portugal, para atingir o bem-estar social, além de contas sãs também precisa de poupança, esforço, criatividade, empreendedorismo, inovação, eficiência, dinamismo, dedicação. Afinal, aquilo que tem faltado ao país é precisamente o único ponto em que os dois lados concordam: crescimento económico. E tem faltado porque a esquerda anda empenhada em distribuir benesses que ainda não estão produzidas e a direita arruína projectos produtivos com impostos necessários ao equilíbrio orçamental. Tem faltado porque a esquerda afunda as finanças do país, públicas e privadas, na sua busca de justiça social, e a direita desmotiva os agentes económicos com a ânsia de as equilibrar."

Trechos retirados de "A Tragédia"

Inversão e sensebreaking

Em "Reversal of Strategic Change" (de Saku Mantere, Henry Schildt e John Sillince, publicado por Academy of Management Journal 2012, Vol. 55, No. 1, 172–196), um tema interessante - de certa forma relacionado com a situação política em Portugal - quando se decide enveredar por uma estratégia e, depois, por vicissitudes da vida real, é-se obrigado a rejeitar essa estratégia e voltar à versão inicial, entretanto vilipendiada para legitimar a estratégia que ia ser implementada.
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Os autores apresentam esta figura:
Para propor uma mudança de estratégia é preciso quebrar a sua legitimidade (organizational sensebreaking), o vazio criado é preenchido por uma nova narrativa de posibilidades (sensegiving):
"The use of organizational sensebreaking creates “toxic strategy” as it undermines strategies by attaching negative meaning to them. This undermines the possibility of reversing a change later. Sensebreaking residuals limit the possibility of reconciling past and present interpretations, as new strategies have to avoid being associated with previous ones that still carry negative meanings. Previous strategies become “no-go zones” where their future sensegiving is concerned. In contrast, sensegiving residuals cause ambiguity, as organization members have to reconcile multiple desirable strategies, past and present.
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Sensebreaking does not only inhibit a reversal through its residual effect. Sensebreaking is also a risk when used in the reversal itself. Recollections of positive sensegiving may be remarkably fresh in reversal cases. The use of sensebreaking to induce change reversal can contradict sensegiving residuals."
Como não pensar no Syriza no poder antes e depois do OXI.
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Como não pensar nas cortinas de fumo lançadas (nacionalização do NB, por exemplo), para esconder o que está por trás destas coisas "Moody’s elogia aprovação do OE: “Elimina risco de eleições antecipadas”".
"Organizational sensebreaking resonates with the story of Hernán Cortés, a Spanish conquistador who burned his troop’s boats after landing in Mexico to prevent his men from staging a mutiny and escaping. Although his contemporary countrymen celebrated Cortés as a hero, his actions could also be characterized as a reckless gambit. Ethical considerations aside, the practitioner literature uses such stories to suggest that “sometimes we only move forward when there are no other options”"

Táxis e advogados, a mesma luta?

Se um consultor pode prestar apoio pro bono, em função da sua consciência e do contexto, por que é que um advogado não pode fazer o mesmo, por que tem de se regulamentar estas coisas "Advogados indignados por receberem 25 euros por hora"?
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Estão atentos a isto "Após protesto “espontâneo”, taxistas ameaçam com novas lutas contra Uber"?
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Então, preparem-se para isto "Joshua Browder's Bot for parking tickets"!
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Os Bruce Jenner da advocacia vão ter cada vez mais problemas perante os salami slicers, humanos ou não.
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Táxis e advogados, a mesma luta?
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Espero que o Direito não afunile o seu futuro ao encarniçar-se na defesa do passado.

Estratégia é ... (parte II)

Parte I.
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Outro exemplo de: estratégia é escolher e estratégia é renunciar.
"Trinity Mirror is going against the grain and launching a new print newspaperone that doesn’t have a website to go with it.
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Instead of a website, the paper, which will sell for 50p (56 cents), will have a social media presence. It won’t be publishing articles directly to social platforms with tools like Facebook’s Instant Articles,
...
Instead, the Facebook and Twitter channels will be used to cultivate communities, in which readers will be encouraged to post feedback and views on the themes and stories printed in the paper and, in doing so, help shape future content ideas for the print editions."
Estratégia é tomar este tipo de decisões.
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Trechos retirados daqui.

Aprenda a duvidar dos media (parte XII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IXparte X e parte XI.
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E um Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra falar sem olhar para os números?



Ainda na mesma entrevista ao semanário Sol de 14 de Janeiro de 2011 podia ler-se:
"José Reis defende igualmente um incentivo à aposta nos bens transaccionáveis, através “de incentivos diretos às empresas, da subsidiação ou da discriminação fiscal, algo que deveria ser admitido na União Económica e Monetária."
O que dirá este cientista acerca da sua receita versus os resultados?
Podem dizer:
-Ah! Na altura não disse nada!

Peço desculpa, na altura disse que o senhor estava errado.
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E se o senhor professor estudasse os números e não falasse de cor, teria visto que entre 2005 e 2010 as exportações portuguesas eram as terceiras que mais tinham crescido, atrás da Alemanha e Holanda e à frente da Irlanda, por exemplo.

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Curiosidade do dia

"Ocupar o lugar do poder não é o mesmo que exercer o poder. Para governar, é preciso conhecer o campo de possibilidades e a dotação de recursos, ter um projecto e identificar o alvo, a finalidade, que se quer atingir.
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Quem escolhe um campo de possibilidades imaginário, só para não ter de reconhecer que o campo de possibilidades real não lhe permite realizar as propostas que anuncia, não governa."
Trecho retirado de "O caminho do fim"

Plataformas, Mongo, emprego e confiança nas marcas

Para ir complementando a evolução da economia baseada nas plataformas, referida recentemente em "Escrito nas estrelas" e em "Acerca do pós-Uber ou não, uma aposta" mais alguns artigos:

  • The Platform Economy Has Arrived [Moi ici: Não acredito na versão do autor, antes creio que no longo prazo as plataformas cooperativas vão sair vencedoras];
  • Platform Capitalism or Platform Cooperativism [Moi ici: Longe de ser "esquerdalho", ou okupa, ou syrizico, acredito e desejo que no longo prazo a economia das plataformas terá uma maioria de plataformas cooperativas];
  • Smooth operators [Moi ici: Reparar na forma como termina o texto
"Earnings from Uber and the like are strongly correlated with negative shocks to incomes from other sources (capital platforms are used much more consistently). That suggests people use apps to smooth bumps in their earnings, which are frequent: more than half of JPM’s customers have seen their incomes swing by at least 30% in a month. Volatility in pay is largely responsible. Perhaps conventional jobs are not so great after all."
Ou seja, está em curso este jogo de vasos comunicantes:
A redução de empregos clássicos criados com o advento do Normalistão e que criaram a necessidade da escola do século XX, a ser complementada pelo crescimento dos empregos associados ao Estranhistão e às plataformas.
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BTW, em "Acerca do pós-Uber ou não, uma aposta" escrevi:
"A alternativa à Uber é fugir do preço, apostar na conveniência, na interacção e na confiança, muita confiança. E reforçar a ideia, a mensagem de que ao recorrer a uma plataforma cooperativa está a lidar com pessoas e o dinheiro é distribuído naquela comunidade e não centralizado num gigante"
Há dias, o Paulo Peres chamou-me a atenção para esta apresentação:
O Paulo referia-se à minha crítica à ideia de Itamar Simonson sobre o declínio das marcas.
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Itamar no livro defende que isto que se segue está ultrapassado:
Eu não concordo, e expliquei em "Leu aqui há vários anos":
"Itamar Simondson e Emanuel Rosen não me convencem, não creio que o problema seja das marcas por serem marcas, o problema está no que o marcador "hollowing" conta, marcas que para chegarem ao maior número possível de pessoas se tornaram tão ocas, tão vazias, tão medianas que já só vivem da fama de outros tempos."
A apresentação que o Paulo identificou, para suportar a tese de Simonson, mostra estes slides:


O engraçado é que eu usaria os mesmos slides para suportar a minha tese. O que é que impede os restaurantes independentes, ou as plataformas cooperativas, de crescer?
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O desconhecimento e a falta de confiança.
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Com sistemas de avaliação pelos clientes, a barreira da falta de referência, logo, falta de confiança desaparece. E marcas independentes, próximas das tribos, dirigidas a tribos, têm vantagens sobre as marcas de mass-market que herdámos do Normalistão.

Estratégia é ...

Estratégia é renunciar!
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Nunca esquecer:
"the most important orders are the ones to which a company says 'no'."
Assim, eu que tenho tanta dupla precaução face a Sergio Marchionne (aqui e aqui) fiquei agradevelmente surpreendido quando em "Mais "jipes burgueses" no Salão de Genebra. Da Ferrari, "só se matarem" o CEO" li:
"A Ferrari – saída em Janeiro do grupo Fiat Chrysler, onde está a Maserati – que nunca adoptou um diesel (ao contrário da Maserati), também exclui iniciar-se nos SUV. Pelo menos assim o disse o CEO do construtor, há dias, quando questionado pelos jornalistas sobre um potencial SUV: "Só se me matarem primeiro", afirmou Sergio Marchionne."
Nunca esquecer, quando não renunciamos, diluímos a marca.

Ainda acerca do desemprego

Ontem, chamei a atenção para o facto de há seis meses consecutivos o desemprego medido pelo IEFP estar a crescer:
"Há seis meses consecutivos que o desemprego medido pelo IEFP está a subir. A última vez que tivemos 6 meses consecutivos com o desemprego a subir foi em 2013."
 Haverá alguma relação com isto (1):
"Em janeiro, o número de empresas insolventes em Portugal cresceu 15,8% face ao mesmo mês de 2015, confirmando a tendência de crescimento sentida desde junho do ano passado.
...
No indicador de insolvências, a nota foi de crescimento em janeiro de 2016, mês em que se registaram 689 empresas insolventes em Portugal, numa subida de 15,8% face ao mesmo mês de 2015."
E com isto (2):
"A constituição de novas empresas caiu 10,1% em Janeiro, enquanto o número de empresas insolventes aumentou 15,8%, face ao mesmo mês de 2015, mantendo a tendência iniciada em Junho do ano passado, segundo a IGNIOS." 
(1) - Trechos retirados de "Insolvências de Empresas em Portugal | janeiro de 2016"
(2) - Trecho retirado de "Janeiro trouxe menos novas empresas e mais insolvências"

BTW, nesta altura em que a restauração vai ser privilegiada com a redução do seu IVA (3):
"Também a constituição de empresas mostrou uma performance menos animadora no início do ano, com 4077 empresas criadas em janeiro, ou seja, menos 10,1% do que no mesmo mês de 2015. Em termos setoriais, o único aumento relevante em termos homólogos foi na área do alojamento e restauração."
(3) - Trecho retirado de "2016 começa com menos criação de empresas e mais falências"

BTW II, mais gente a querer contribuir para o tão desejado regresso do FMI a Portugal:

Estas coincidências cheiram-me sempre a orquestrações de um puppet-maker com uma playlist interesseira. No mesmo dia, em três jornais diferentes, o mesmo choradinho: o Estado tem de nos arranjar trabalho!

Aprenda a duvidar dos media (parte XI)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIparte VIIIparte IX e parte X.
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Como é que se distingue um economista de direita de um economista de esquerda?
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Como ambos foram formatados na crença no Homo economicus só conhecem a competição pelo preço. Assim:

  • um economista de direita acredita que a competitividade externa é recuperada baixando os salários nominais e revoltando os trabalhadores;
  • um economista de esquerda acredita que a competitividade externa é recuperada manipulando a taxa de câmbio e enganando os trabalhadores com a ilusão monetária.
Mais um exemplo de economista de direita ... Pedro Arroja:

Pois, comparemos com a realidade:
E, no entanto:

É claro que agora, 9 anos depois, é fácil vir dizer que mais este economista estava errado. No entanto, aqui, este anónimo da província, ao vivo e a cores punha o pescoço no cepo e defendia que eles, de esquerda ou de direita, estavam errados. Por exemplo aqui.

terça-feira, fevereiro 23, 2016

Curiosidade do dia

Poderoso:



Desafio aceite

Na passada sexta-feira, enquanto subia o Marão, liguei o ipad para ver se tinha correio. Fui agradavelmente surpreendido por este desafio:
"Gostaria de lhe transmitir uma ideia de uma formanda que frequentou o seu curso sobre a introdução à Norma 9001:2015 (e que gostou muito da formação) [Moi ici: Foi deste workshop]
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- a proposta da [...] era fazer um curso mais "avançado" em que se explicasse mais em pormenor e detalhe a referida norma."
Que outra resposta poderia dar a este desafio que não um SIM?
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Assim, brevemente, teremos aqui mais uma promoção a um novo workshop, dois dias em semanas diferentes, a ter lugar em Março, desta feita sobre o uso da ISO 9001:2015. A ideia que estou a gizar passará por traduzir o e-book recente "ISO 9001: 2015 sem consultores: Uma abordagem diferente" numa viagem em que se parte da realidade de uma empresa, primeiro, e só depois se recorre à ISO 9001.

Pricing man (parte IX)

"Success Factors for Luxury Goods Price Strategies.
As we have done with the other price-positioning concepts, here are my recommendations for pricing luxury goods:
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1. Luxury goods must always deliver the highest level of performance: This applies across all dimensions, including materials, product quality , service, communication, and distribution .
2. The prestige effect is a big driver: In addition to the dimensions above, luxury products need to convey and confer a very high level of prestige.
3. Price contributes to the prestige effect and serves as a quality indicator: A
higher price does not usually come at the expense of volume . In fact, sometimes
the opposite is the case.
4. Volume and market share must remain within strict limits: Observing volume and market share limits - especially if limited editions have been promised - is a must in the luxury goods market. Companies have to resist the temptation to go for a “bigger” volume or market share, no matter how attractive this may seem in the short term.[Moi ici: Recordar Gucci e LVMH]
5. Strictly avoid discounts, special offers, and similar actions: They will tarnish a product, brand , or company’s image (if not destroy it) and will diminish the products’ residual value.
6. Top talent is essential: Every employee must meet the highest standards and perform on a high level. This applies to the entire value chain , from design and production down to the appearance of salespeople.
7. Having control of the value chain is advantageous: Luxury goods companies should strive to control the value chain, including distribution , to the greatest degree possible.
8. The primary factor in price setting is the customers’ willingness to pay :
Willingness to pay is decisive, while variable costs play a relatively smaller role"
Trechos retirados de "Confessions of the Pricing Man: How Price Affects Everything" de Hermann Simon.

Acerca do desemprego. Como os vários "Camõeses" nos media controlam as percepções

Como temos um governo da cor dos jornalistas, temos a divulgação dos números do desemprego controlada. 

Lembram-se desta argumentação "Se subir o desemprego, ainda desce"?
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Interessava aos jornais tornar a situação negra, afinal era o governo de Passos
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Agora que o governo é de Costa, interessa aos jornais maquilhar a situação e torná-la mais rosa. Assim o título do jornal i "Desemprego. Número de inscritos baixa em janeiro". Número de inscritos? E o desemprego?
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O anónimo da província continua agora, tal como em 2013 a olhar com cuidado para a evolução mensal do desemprego. Não mudo de indicador consoante que é oposição e quem é situação. Espero não ter de escrever um futuro postal intitulado "Se baixar o desemprego, ainda sobe".

Olhando para a figura acima, não parece estranho o título do jornal i? O gráfico é sobre a evolução do número de desempregados inscritos no IEFP-
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A curva com o número de desempregados inscritos está a subir e o melhor que o jornal i arranja para salientar é... o número de inscritos está a descer.
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Há seis meses consecutivos que o desemprego medido pelo IEFP está a subir. A última vez que tivemos 6 meses consecutivos com o desemprego a subir foi em 2013.
A azul a evolução homóloga, a castanho a evolução das diferenças mensais.
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O que é que se estará a passar na economia, isso é que é o mais importante, que se traduz neste sintoma?

Aprenda a duvidar dos media (parte X)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIIIparte IX e parte X.
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Ás vezes escrevo aqui no blogue sobre a corte lesboeta, sobre a plêiade de comentadores que falam de tudo com uma certeza que arrepia, sem saírem do condomínio lesboeta. Querem mandar no mundo, querem impor regras mas pouco ou nada conhecem da vida real.
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Mais um exemplo lídimo dessa corte na pessoa do comentador Carvalho da Silva: 
O que é que ele terá a dizer do crescimento das exportações portuguesas quando comparadas com as alemãs?

O que é que ele terá a dizer dos recordes de exportações: do têxtil e vestuário; do calçado; do mobiliário; da metalomecânica e metalurgia; do agro-alimentar; da cerâmica; ...

Todas as personagens desta série estavam erradas e, neste logue, este anónimo da província na altura disse que estavam erradas. Não por causa do primeiro ministro ser Passos Coelho, reparem em 2010 o primeiro ministro era José Sócrates.
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O próximo convidado será ... 

segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Curiosidade do dia


Para quem procura diariamente cumprir uma meta, entre caminhada e jogging, de um mínimo de 14 km é reconfortante ler "Exercise Makes You Grow New Brain Cells—But Only The Right Kind Of Exercise".
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No entanto, gostaria de salientar outro aspecto:
""[High intensity training] is in nature more stressful which could have dampened its effects on adult hippocampal neurogenesis," says Nokia. "Stress is in general considered to decrease adult neurogenesis.""
Quando os media se especializaram em provocar stress nos nossos cérebros e encharcar-nos em cortisol ...

Ponham o cinto de segurança e agarrem-se aos bancos

Um resumo que transmite uma pálida ideia da velocidade a que o mundo muda nos tempos que correm:
"entre 2010 y 2015.
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En ese periodo, la oferta mundial de petróleo aumentó un 11% y su precio cayó un 60%. El precio del hierro bajó todavía más, 77%, y el de la comida, 30%. ¿Qué precios aumentaron? Entre otros, los del cacao (+11%) y el litio (+27%).
...
Los usuarios de estos teléfonos [smartphones] pasaron de un 19% de la población mundial a un enorme 75%, y su precio cayó un 58%.
...
En 2010, Facebook tenía 600 millones de usuarios activos al mes. Hoy, 1.600 millones de personas lo utilizan mensualmente. YouTube recibía 24 horas de vídeos cada minuto, mientras que el año pasado recibió 400 horas al minuto. En eBay se vendían seis trajes por minuto en 2010 y ahora se venden 90, en tanto que el número de viajeros que se alojaron en habitaciones y casas ofrecidas a través de Airbnb saltó de 47.000 a 17 millones. Los artículos disponibles en Wikipedia aumentaron en 20 millones (de 17 a 37).
...
El precio de una bombilla LED cayó un 78%, el de una batería de Li-Ion un 60% y el costo de la energía solar un 37%. La eficiencia en el uso de combustible de un camión Ford (F150) aumentó en 29%. En 2010, la compañía más valiosa del mundo era Petrochina. En 2015 fue Apple.
...
Los salarios siguieron estancados en los países más avanzados, mientras que en China aumentaron en un 54%. [Moi ici: Relacionar com isto "This Chinese Company Moved Production to South Carolina to Save Money" ]
...
En 2010, especificar la secuencia de un genoma costaba 47.000 dólares. Cinco años más tarde, se hace por 1.300 dólares. Y el precio sigue bajando."
E a sua empresa ... como está a transformar-se? E a que velocidade? 
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Trechos retirados de "El mundo en números

´Receita para evitar ter uma estratégia

Um pouco de ironia sobre como evitar ser estratégico:
"Be Reactive! Zig when everyone else zags. Proactivity is so 2007. Just instinctively react to every inquiry that you get, to everyone from India or Poland that emails you and wants to be your partner, to every event ... that asks you to speak, to everyone’s cousins’ brother-in-law that sat next to a guy on a plane that knows a guy who works at (or was it near) Google, and you’ll achieve your objectives. Planning is boring and being focused on your target markets takes all of the excitement out of being successful.
...
Be Everything to Everyone! Being strategic preaches focus and precision, then why would you mess with them when every man, woman, and child on the planet can so obviously benefit from your brilliance? Who cares if they can afford it or how they prefer their content; your stuff is so life-altering that they’ll all figure out how to pay for it and find it and master it. Target marketing is ridiculously limiting."
Trechos retirados de "Are You Strategy Avoidant?"

Uma hipótese para o BIg Data em Mongo

Outra referência a Mongo:
"The successful user experience is about meeting a consumer’s need on an individual level – a “segment of one” not “one-size-fits” all, many experts say."
Material para reflexão:

  • "Expand your definition of context beyond location and time. Situation and Emotion matter.
  • Deliver immediate benefits to users before asking for more of their data. There is a fine line between useful and creepy.
  • Segment your users based on digital behaviors, preferences, motivations and context to drive the most relevant interactions.
  • Set up a big data and analytics environment capable of capturing and acting on behavioral analytics data in real time.
  • Use analytics and machine learning to adapt the target interactions for each user-segment over time, based on user responses.
  • Recruit a new breed of user experience designers—those with analytics skills to support the design of adaptive user experiences.
  • Start with desired outcomes, then pilot and adjust quickly.
It’s no longer good enough to know your customers. It’s what you do with that knowledge that really matters. Your customers are willing to engage and share their data if they perceive a real benefit for them. Are you ready to live up to your end of the bargain?"

Trechos retirados de "The User Experience: Why Data – Not Just Design – Hits the Sweet Spot"

Aprenda a duvidar dos media (parte IX)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VIparte VIII e parte IX.
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Luís "atirem dinheiro para cima dos problemas" Delgado, comentador que comecei a conhecer como comentador económico:

O que dirá agora? Sobre isto:

E sobre ist "Portugal fecha 2015 com excedente externo superior a 3.000 milhões de euros"?



domingo, fevereiro 21, 2016

Curiosidade do dia

"Se a pessoa se fixa naquilo que descobriu ou que aprendeu, às tantas está fossilizada.
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É fácil ficar fossilizado nesta actividade?Em todas as actividades é fácil. Na nossa talvez mais porque é mais complexa, e as pessoas aprendem sempre muita coisa e depois repetem aquilo que já sabiam. As pessoas dizem-me isso: “Não percebo, você agora vem com umas ideias completamente diferentes”. Não sou nenhum maluco, fui vendo umas coisas, algumas ideias que tinha e que não estavam muito certas e entretanto fui trilhando outros percursos.
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vivemos do futuro, não do passado. Infelizmente nem sempre é assim, mas é assim que deve ser.
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As coisas evoluem investigando, não é acumulando conhecimentos."
Trechos retirados de "Somos um país de medrosos"

Cereja no topo do bolo

Cereja no topo do bolo é quando, no final de um workshop, as pessoas em vez de se levantarem e irem embora, colocam mais questões, dão as suas opiniões e exemplos.
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Um bom dia passado em Bragança numa acção, organizada pelos profissionais da Cascata de Números Consultores, sobre "Indicadores de Monitorização dos Processos"

Ousar experimentar

Na passada sexta-feira, em conversa com um empreendedor, um investigador universitário a fazer a sua metamorfose para empresário, ouvi um relato em sintonia perfeita com este texto que tinha lido no dia anterior "The Other Disruption":
"In many cases, disrupted incumbents find themselves unable to transfer the new technologies into their mainstream operations because doing so requires them to fundamentally change the way they manufacture and distribute their products. In essence, the basic architecture of the product—how it is put together—changes along with customer expectations and preferences, creating “supply side” disruption.
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Though less commonly understood, supply-side disruption is arguably more dangerous than the kind Christensen describes; indeed, disruption of a product’s architecture threatens a company’s very survival in a way that changes in customer demands do not."
Um empreendedor aborda uma empresa estabelecida com uma nova tecnologia de fabrico que a empresa não conhece, não domina. É muito difícil convencer alguém a experimentar, a arriscar... afinal o status-quo está a resultar. Porquê mudar?
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Talvez a "testa de ponte" passe por seleccionar um nicho, por seleccionar uma fronteira de desempenho onde o status-quo não tenha vantagens, e/ou encontrar mentes mais adeptas do risco que ousam experimentar...

Acerca do pós-Uber ou não, uma aposta

"There’s reason to believe, though, that the so-called “sharing economy” is a fleeting moment in economic history. Digital giants and upstarts alike are realizing that networks can be fickle, while ownership of and control over the services they facilitate hold the key to a sustainable advantage and long-term profits.
[Moi ici: Interessante! Tenho uma opinião completamente diferente!!! O futuro não é "posse e controlo" o futuro será colaboração e co-criação. O futuro não é maximizar o lucro por um elemento numa relação diádica mas fazer com que todos os intervenientes no ecossistema ganhem a sua parte. Nenhum gigante terá vantagem contra uma multidão de Davids... a menos que, como de costume, tenha o poder dos Estados do seu lado] ...
the service is more expensive than it should be, “because you’re not just paying for the car — you’re paying for the other dude in the car. When there’s no other dude in the car, the cost of taking an Uber anywhere becomes cheaper than owning a vehicle.”[Moi ici: E o modelo de negócio terá de ser diferente, o actual ñ comtempla custo de compra, custo de manutenção, custo de disposição. Além disso, nem todos procuram preço.]
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What happens to car demand in a world where it’s cheaper to take an Uber than own a car?
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The “sharing economy” may eventually morph into the “platform owns everything” economy."[Moi ici: Não acredito e não concordo, veremos a longo prazo quem ganha a aposta]
Por que é que as lojas Grab & Go não têm um sucesso fenomenal?
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De certeza que existe um nicho para o uso destes carros sem condutor mas o negócio da Uber passa por não ter uma porrada de custos. A alternativa à Uber é fugir do preço, apostar na conveniência, na interacção e na confiança, muita confiança. E reforçar a ideia, a mensagem de que ao recorrer a uma plataforma cooperativa está a lidar com pessoas e o dinheiro é distribuído naquela comunidade e não centralizado num gigante

Trechos retirados de "What happens when the sharing economy stops sharing and starts owning?"

BTW

Aprenda a duvidar dos media (parte VIII)

Parte I, parte IIparte IIIparte IVparte Vparte VI e parte VIII.
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Ao longo dos anos Pedro Ferraz da Costa tem sido muito citado e criticado aqui no blogue. Não por ser empresário, qualquer pessoa que resolve empreender neste país de economia socialista é merecedora de elogios, mas por ser presidente do Forum para a Competitividade. Aqui encontram referência aos estatutos e missão do Forum para a Competitividade:
"O Forum para a Competitividade, assume-se como uma Instituição activa na promoção do aumento da competitividade de Portugal"
E o que é que ao longo dos anos o presidente do Forum para a Competitividade diz e escreve?
Depois, para quem segue este blogue, para quem acredita que estaremos realmente a caminho de uma realidade económica a que aqui apelidamos de Mongo, em que as pessoas não querem ser tratadas como plankton, o que dizer de coisas como esta proferidas como Ferraz da Costa:
"Ferraz da Costa adverte que o excesso de pequenas empresas no tecido industrial "trava o crescimento" e os resultados dos incentivos "seriam potenciados se aplicados em médias empresas, com outra escala e organização"."
Imaginem o gozo que me deu em 2012 quando escrevi "Não causa surpresa que fiquem surpresos"
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Esta série já tem números mais do que suficientes, apresentados em episódios anteriores, a demonstrar o falhanço completo das previsões e do modelo mental do presidente do Forum para a Competitividade. BTW, para que serve o Forum? Quem o paga? 

PS: Não resisti a mais esta maldade. Um país que nos últimos 10 anos aumentou mais as suas exportações que a Alemanha e o presidente do Forum para a Competitividade em 2013 dizia "Ferraz da Costa: Degradação da competitividade externa é o principal problema da economia portuguesa"

O próximo guru a ser desmentido será ... Luís "atirem dinheiro para cima dos problemas" Delgado.

sábado, fevereiro 20, 2016

Curiosidade do dia

Não anda longe do que aqui escrevemos há anos:
"“O grande drama em Portugal é esta captura por uma grande parte das corporações”, concluiu o economista, dando como exemplo os sindicatos, os médicos e as construtoras. “[Temos] uma economia bastante razoável atrelada a um peso morto ou sugada por corporações, instaladas nos circuitos de poder”."
Trecho retirado de "João Salgueiro e César das Neves admitem novo resgate a Portugal"

Para reflexão

"When I started business school in 1980 finance Professor Bill Fruhan introduced me to a concept that had never before occurred to me. Value Destruction. Through case analysis the good professor taught us that leadership could make decisions which increased company valuation. Or, they could make decisions which destroyed shareholder value.
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1. Micro-management in lieu of strategy. Mr. Lampert has been merciless in his tenacity to manage every detail at Sears. Daily morning phone calls with staff, and ridiculously tight controls that eliminate decision making by anyone other than the top officers. Additionally, every decision by the officers was questioned again and again by the Chairman. Explanations took precedent over action as micro-management ate up management’s time, rather than trying to run a successful company.
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2. Manage-by-the-numbers rather than trends. Mr. Lampert was a finance expert and former analyst turned hedge fund manager and investor. He truly believed that if he had enough numbers, and he studied them long enough, company success would ensue. Unfortunately, trends often are not reflected in “the numbers” until it is far, far too late to react. The trend to stores that were cleaner, and more hip with classier goods goes back before Lampert’s era, but he completely missed the trend that drove up sales at Target, H&M and even Kohl’s because he could not see that trend reflected in category sales or cost ratios. Merchandising – from procurement to store layout and shelf positioning – are skills that go beyond numerical analysis but are critical to retail success."
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Continua

Trechos retirados de "The 5 Ways Ed Lampert Destroyed Sears"

Volume e vaidade

Recordar:
Volume (quota de mercado) é vaidade
Lucro é sanidade
Mais um excelente texto de Rags:
"Apple never chased market share and was more than willing to let others fight for the low end of the market.
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Apple with just around 15% market share has 90% of profit share of the market.
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Market share is simply the wrong business metric to chase as I have written several times before. Businesses exist to create value for all stakeholders – customers, investors, partners and employees. Businesses must take actions that maximize this value pie so everyone’s share, however small the ratio is, is better than it would have been otherwise. The question of chasing market share does not come into play at all in this quest unless it is a side effect of increasing value pie.[Moi ici: Consequência ou obliquidade]
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Price is not a goal, it is not something you optimize for. it is not something your product deserves. It is not an invariant that must be adhered to. Price is a lever you have under control to maximize your share of value created.  You do not fix a price point to maintain perception rather you ensure the price point is aligned with the segment you choose to target and its needs.
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Religiously fixing a price point is an assured way to destroy value for customers and investors.
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Customers come first. We win customers by creating net new value to customers that is far more than other alternatives. We maximize the value to customers we become the preferred product and hence maximize our share of this value pie. Price is a way for us to get our fair share of that value created. Price is not the end, it is the means."
Trechos retirados de "Apple’s Focus- Market Share? Profit? or Price?"

Estratégia e processos

Uma das razões que me levou a escrever o livro "Balanced Scorecard - Concentrar uma Organização no que é Essencial"



foi o perceber que ainda não tinha visto ninguém a conjugar a utilização do balanced scorecard com a abordagem por processos. Recordar "Visualizar as interrelações".
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Em 2008 no postal "Comentários" escrevi:
"uma das incomodidades que os bons livros de Michael Hammer me deixam. Livros sobre reengenharia (excelente técnica), livros sobre a abordagem por processos (excelente ferramenta), mas Hammer não relaciona estratégia e processos. Assim, podemos estar a aplicar a reengenharia a processos sem relevância estratégia."
O balanced scorecard é uma ferramenta de tradução e execução da estratégia. Uma estratégia é materializada, operacionalizada através de acções e comportamentos ao nível dos processos. Recordar "Será isto original?" e "Como relacionar estratégia e processos".
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Assim, foi com alguma emoção que descobri a mensagem de "A Process-based View and its Influence on Strategic Management" de Sascha L. Schmidt e Christoph Treichler, publicado por Knowledge and Process Management Volume 5 Number 1 pp 58–63 (1998):
"Business reengineering in this sense must be tied to the corporate strategy, i.e. business reengineering projects must be defined with regard to the long-term product-market strategy. ‘If you don’t carry business reengineering off against a backdrop of a long-term strategy, you really don’t have to start with it at all.’
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most . . . reengineering programs take a strong operational view of improvement. They target processes that have grown with little rationale or planning; measure progress by reductions in cycle times, defect rates, and costs; and define success as better or faster execution’. He also noted that reengineering experts have largely ignored the interrelation between strategy and process: ‘Their primary goal has been to eliminate inefficiency and gain operational improvements, not to match redesigned processes with business strategies’.
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Confirming the results of our study, the reengineering literature contains limited considerations of strategic requirements. The redesign of processes is grounded in the firms’ most recent concept of strategy and processes are identified from a steady-state strategic perspective: ‘They should be those processes that the business strategy has identified as critical to excel at in order to match or beat the competition’.
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Reengineering has to be in line with the current strategy, which, in changing environments, often means generating improved processes for the realization ofobsolete strategies."
Clarinho! Em sintonia com o que escrevemos aqui e trabalhamos no terreno há mais de 15 anos. Algo que nunca tinha visto escrito ou mencionado.
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Continua