domingo, maio 22, 2011
Canário à deriva
O primeiro ministro grego é uma espécie de Luís Duque:
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Hoje de manhã rejeitava categoricamente a hipótese de reestruturação da dívida grega.
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Agora grita, ó tio, ó tio:
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"Papandreou: Grécia vai entrar "em colapso" se não receber trecho da ajuda externa em Junho"
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Só falta, agora com as eleições municipais e autonómicas em Espanha, que os novos alcaides comecem a encontrar esqueletos nos armários deixados pelos incumbentes derrotados para que o dominó fique perfeito.
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Não esquecer "Here Is What Happens After Greece Defaults"
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Hoje de manhã rejeitava categoricamente a hipótese de reestruturação da dívida grega.
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Agora grita, ó tio, ó tio:
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"Papandreou: Grécia vai entrar "em colapso" se não receber trecho da ajuda externa em Junho"
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Só falta, agora com as eleições municipais e autonómicas em Espanha, que os novos alcaides comecem a encontrar esqueletos nos armários deixados pelos incumbentes derrotados para que o dominó fique perfeito.
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Não esquecer "Here Is What Happens After Greece Defaults"
Futebol e modelos de negócio
Ontem, durante o meu jogging do final da tarde, ouvi na rádio que o Feirense subiu à Super-Liga.
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BTW, o Feirense tem um restaurante com umas francesinhas que não são más!
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Alguém disse que era a 4ª vez que o Feirense subia ao escalão máximo do futebol nacional, que a última vez que tinha conseguido esse feito tinha sido há 21 anos. Pelo que percebi, sempre que o Feirense subiu, no ano a seguir desceu ficando sempre em último lugar.
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E isto deixou-me a pensar...
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Para um clube vencer a liga que disputa tem não só de ter uma equipa tecnicamente competente no campo e no banco, como tem de ter um modelo de negócio capaz de suportar essa equipa sem salários em atraso, sem falta do mínimo de condições de apoio à equipa.
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Quando um clube é promovido, ou despromovido, à liga seguinte, o seu modelo de negócio tem forçosamente de mudar.
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Como será um business model canvas para um clube que quer vencer a Liga Orangina e qual a diferença para um business model canvas de um clube na Super-Liga que não quer descer de divisão?
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Parabéns ao Feirense
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BTW, o Feirense tem um restaurante com umas francesinhas que não são más!
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Alguém disse que era a 4ª vez que o Feirense subia ao escalão máximo do futebol nacional, que a última vez que tinha conseguido esse feito tinha sido há 21 anos. Pelo que percebi, sempre que o Feirense subiu, no ano a seguir desceu ficando sempre em último lugar.
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E isto deixou-me a pensar...
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Para um clube vencer a liga que disputa tem não só de ter uma equipa tecnicamente competente no campo e no banco, como tem de ter um modelo de negócio capaz de suportar essa equipa sem salários em atraso, sem falta do mínimo de condições de apoio à equipa.
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Quando um clube é promovido, ou despromovido, à liga seguinte, o seu modelo de negócio tem forçosamente de mudar.
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Como será um business model canvas para um clube que quer vencer a Liga Orangina e qual a diferença para um business model canvas de um clube na Super-Liga que não quer descer de divisão?
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Parabéns ao Feirense
Reflexões sobre a evolução das marcas
Chego ao cruzamento, não tenho prioridade, páro.
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Olho para a esquerda para ver se vem lá alguém.
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Sim, um carro preto. Pela grelha verifico que é um Volvo.
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Espero, aproxima-se, passa por mim...
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Fico a pensar, isto é um Volvo?!?!!
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Ponho o carro em marcha e coloco-me atrás do Volvo, não sou um expert em carros, nunca comprei uma revista sobre automóveis, e descubro que o modelo se chama XC60:
E pensei, olha a Volvo também produz Hummers:
Cerca de 600 metros à frente, viro à direita e entro numa recta, aí a minha mente começa a subir na escala de abstracção e a interrogar-se.
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Será que faz sentido uma marca como a Volvo desenhar modelos como este XC60?
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Não estou contra o XC60, estou a pensar é se aquele modelo faz sentido na imagem, no modelo mental que a Volvo construiu na minha mente ao longo dos anos.
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O modelo até pode ser um sucesso de vendas para a Volvo, mas não contribuirá para desfocar, para descaracterizar a imagem que guardamos mentalmente da marca?
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Aranha, please help me!!!
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Olho para a esquerda para ver se vem lá alguém.
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Sim, um carro preto. Pela grelha verifico que é um Volvo.
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Espero, aproxima-se, passa por mim...
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Fico a pensar, isto é um Volvo?!?!!
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Ponho o carro em marcha e coloco-me atrás do Volvo, não sou um expert em carros, nunca comprei uma revista sobre automóveis, e descubro que o modelo se chama XC60:
E pensei, olha a Volvo também produz Hummers:
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Será que faz sentido uma marca como a Volvo desenhar modelos como este XC60?
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Não estou contra o XC60, estou a pensar é se aquele modelo faz sentido na imagem, no modelo mental que a Volvo construiu na minha mente ao longo dos anos.
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O modelo até pode ser um sucesso de vendas para a Volvo, mas não contribuirá para desfocar, para descaracterizar a imagem que guardamos mentalmente da marca?
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Aranha, please help me!!!
Construir o futuro, sem depender do Estado
"“Sometime around 2015, manufacturers will be indifferent between locating in America or China for production for consumption in America,” says Mr Sirkin. That calculation assumes that wage growth will continue at around 17% a year in China but remain relatively slow in America, and that productivity growth will continue on current trends in both countries. It also assumes a modest appreciation of the yuan against the dollar."
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Qual a opinião da CIP sobre esta previsão?
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Em que medida Portugal poderá aproveitar oportunidades induzidas por este movimento? Há empresas e sectores que possam captar encomendas?
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Como temos escrito ao longo dos anos neste blogue: a proximidade, a rapidez, a flexibilidade, o inventário podem fazer milagres competitivos.
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"... a growing number of multinationals, especially from rich countries, are starting to see the benefits of keeping more of their operations close to home. For many products, labour is a small and diminishing fraction of total costs. And long, complex supply chains turn out to be riskier than many firms realised. When oil prices soar, transport grows dearer. When an epidemic such as SARS hits Asia or when an earthquake hits Japan, supply chains are disrupted. “There has been a definite shortening of supply chains, especially of those that had 30 or 40 processing steps,” says Mr Ghemawat.
Firms are also trying to reduce their inventory costs. Importing from China to the United States may require a company to hold 100 days of inventory. That burden can be handily reduced if the goods are made nearer home (though that could be in Mexico rather than in America).
Companies are thinking in more sophisticated ways about their supply chains. Bosses no longer assume that they should always make things in the country with the lowest wages. Increasingly, it makes sense to make things in a variety of places, including America."
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Qual a opinião da CIP sobre estas correntes e marés, sobre estes ventos, em suma, sobre esta paisagem competitiva em recomposição?
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A CIP tem alguém a trabalhar isto, a andar de "porta-em-porta" a desafiar, ou a simplesmente a informar os associados a aproveitarem as oportunidades que se desenham?
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Ah... um país livre é isso, gente que arregaça as mangas e não precisa do Estado, nem de "amiguinhos" no poder.
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Trechos retirados de "Moving back to America"
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Qual a opinião da CIP sobre esta previsão?
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Em que medida Portugal poderá aproveitar oportunidades induzidas por este movimento? Há empresas e sectores que possam captar encomendas?
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Como temos escrito ao longo dos anos neste blogue: a proximidade, a rapidez, a flexibilidade, o inventário podem fazer milagres competitivos.
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"... a growing number of multinationals, especially from rich countries, are starting to see the benefits of keeping more of their operations close to home. For many products, labour is a small and diminishing fraction of total costs. And long, complex supply chains turn out to be riskier than many firms realised. When oil prices soar, transport grows dearer. When an epidemic such as SARS hits Asia or when an earthquake hits Japan, supply chains are disrupted. “There has been a definite shortening of supply chains, especially of those that had 30 or 40 processing steps,” says Mr Ghemawat.
Firms are also trying to reduce their inventory costs. Importing from China to the United States may require a company to hold 100 days of inventory. That burden can be handily reduced if the goods are made nearer home (though that could be in Mexico rather than in America).
Companies are thinking in more sophisticated ways about their supply chains. Bosses no longer assume that they should always make things in the country with the lowest wages. Increasingly, it makes sense to make things in a variety of places, including America."
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Qual a opinião da CIP sobre estas correntes e marés, sobre estes ventos, em suma, sobre esta paisagem competitiva em recomposição?
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A CIP tem alguém a trabalhar isto, a andar de "porta-em-porta" a desafiar, ou a simplesmente a informar os associados a aproveitarem as oportunidades que se desenham?
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Ah... um país livre é isso, gente que arregaça as mangas e não precisa do Estado, nem de "amiguinhos" no poder.
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Trechos retirados de "Moving back to America"
Sem conserto
O tempo não é uma coisa elástica, o tempo é o nosso recurso mais escasso.
Robert Simons de Harvard fala mesmo do indicador ROA (return-of-attention). Se dedicamos o nosso tempo a uma coisa não o dedicamos a outra.
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Por outro lado, quem ocupa posições de chefia tem de pensar sempre no exemplo das suas acções, as suas acções, a sua agenda, é seguida por muita gente em busca de orientação.
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A CIP parece-me um caso perdido...
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"Confederação da Indústria diz que "tem faltado bom senso" na pré-campanha"
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Onde se pode ler:
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"O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, durante um debate com empresários, que "tem faltado bom senso na campanha eleitoral", embora os portugueses estejam "obrigados" a entenderem-se.
"Tem faltado bom senso nesta campanha" eleitoral, criticou o dirigente da CIP, advertindo que, no entanto, "o próximo governo deverá ter uma ampla base de apoio", ou seja, "deverá ser de coligação".
António Saraiva falava, esta sexta-feira à tarde, numa unidade hoteleira da Mealhada (Aveiro), num debate sobre "as opções político-partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP)."
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Onde está o by-pass ao país?
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Enquanto se perdem com as tricas politico-partidárias, não têm tempo para iniciarem, para aprofundarem, para darem consistência a um "grass-roots movement" junto dos empresários, longe da política, para aproveitarem as oportunidades e minimizarem as ameaças que cada sector tem pela frente.
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Assim, dão a ilusão aos associados que o poder político vai resolver os problemas de um sector económico... uma versão moderna, e para adultos, da história das prendas trazidas pelo Pai Natal... treta da grossa.
Robert Simons de Harvard fala mesmo do indicador ROA (return-of-attention). Se dedicamos o nosso tempo a uma coisa não o dedicamos a outra.
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Por outro lado, quem ocupa posições de chefia tem de pensar sempre no exemplo das suas acções, as suas acções, a sua agenda, é seguida por muita gente em busca de orientação.
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A CIP parece-me um caso perdido...
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"Confederação da Indústria diz que "tem faltado bom senso" na pré-campanha"
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Onde se pode ler:
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"O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, durante um debate com empresários, que "tem faltado bom senso na campanha eleitoral", embora os portugueses estejam "obrigados" a entenderem-se.
"Tem faltado bom senso nesta campanha" eleitoral, criticou o dirigente da CIP, advertindo que, no entanto, "o próximo governo deverá ter uma ampla base de apoio", ou seja, "deverá ser de coligação".
António Saraiva falava, esta sexta-feira à tarde, numa unidade hoteleira da Mealhada (Aveiro), num debate sobre "as opções político-partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP)."
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Onde está o by-pass ao país?
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Enquanto se perdem com as tricas politico-partidárias, não têm tempo para iniciarem, para aprofundarem, para darem consistência a um "grass-roots movement" junto dos empresários, longe da política, para aproveitarem as oportunidades e minimizarem as ameaças que cada sector tem pela frente.
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Assim, dão a ilusão aos associados que o poder político vai resolver os problemas de um sector económico... uma versão moderna, e para adultos, da história das prendas trazidas pelo Pai Natal... treta da grossa.
sábado, maio 21, 2011
Os ignorantes só percebem do preço
Uma pessoa bebe um copo de vinho... e vinho é vinho. Há vinho branco, há vinho tinto, e pouco mais.
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Um escanção, um 'connaisseur', prova, saboreia, degusta um vinho e é capaz de encontrar n cambiantes de textura e paladar.
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Uma pessoa desliga o rádio mal começa a dar música clássica.
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Um musicólogo aprecia a melodia, avalia a interpretação do maestro quanto ao ritmo imposto, situa a música na história da música e na expressão dos sentimentos humanos através dos sons.
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Um urbano come uvas.
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Um lavrador conhece os vários tipos de bagos e dá-lhes nomes: Crista-de-Galo; Engana-Rapaz; ...
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Até esta tarde só conhecia mirtilhos.
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Esta tarde visitei uma exploração produtora de mirtilhos em Avanca, concelho de Estarreja, e aprendi que existem, pelo menos naquele campo, 4 ou 5 variedades diferentes, com sabores e tamanhos diferentes, com época de maturação diferente.
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Como é que um ignorante de vinhos compra vinho?
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Como é que um produtor de vinho pode vender vinhos diferentes, vinhos que se distinguem, a um ignorante que só compra vinho?
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Quanto mais ignorante é o cliente mais ele desvaloriza o que compra, porque, como mete tudo dentro do mesmo saco, acha que tem muita oferta da mesma coisa à sua disposição.
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Até que ponto as empresas investem na educação dos seus clientes actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos influenciadores/prescritores actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos utilizadores actuais e futuros?
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Não está na altura de incorporar este investimento na estratégia das empresas?
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Um escanção, um 'connaisseur', prova, saboreia, degusta um vinho e é capaz de encontrar n cambiantes de textura e paladar.
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Uma pessoa desliga o rádio mal começa a dar música clássica.
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Um musicólogo aprecia a melodia, avalia a interpretação do maestro quanto ao ritmo imposto, situa a música na história da música e na expressão dos sentimentos humanos através dos sons.
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Um urbano come uvas.
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Um lavrador conhece os vários tipos de bagos e dá-lhes nomes: Crista-de-Galo; Engana-Rapaz; ...
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Até esta tarde só conhecia mirtilhos.
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Esta tarde visitei uma exploração produtora de mirtilhos em Avanca, concelho de Estarreja, e aprendi que existem, pelo menos naquele campo, 4 ou 5 variedades diferentes, com sabores e tamanhos diferentes, com época de maturação diferente.
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Como é que um ignorante de vinhos compra vinho?
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Como é que um produtor de vinho pode vender vinhos diferentes, vinhos que se distinguem, a um ignorante que só compra vinho?
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Quanto mais ignorante é o cliente mais ele desvaloriza o que compra, porque, como mete tudo dentro do mesmo saco, acha que tem muita oferta da mesma coisa à sua disposição.
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Até que ponto as empresas investem na educação dos seus clientes actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos influenciadores/prescritores actuais e futuros?
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Até que ponto as empresas investem na educação dos utilizadores actuais e futuros?
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Não está na altura de incorporar este investimento na estratégia das empresas?
Dados vs variáveis
Lembram-se dos exercícios na escola secundária? Na antiga escola secundária, não desta vergonha.
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Havia o enunciado do problema, tínhamos os dados do problema e o desafio era resolver o problema.
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Muitas empresas, perante o desafio de conquistar um lugar no futuro, também tentam equacionar uma estratégia para encontrar a solução.
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Porém, ao equacionar essa estratégia, normalmente cometem o erro de se auto-condicionarem. Por exemplo, consideram os clientes como um dado do problema.
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Por que é que os clientes, por que é que o tipo de clientes, não é tratado como uma variável?
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Os dados condicionam, limitam, afunilam.
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Ás vezes, a simples transição do tipo de clientes do lado dos dados para o lado das variáveis, é o suficiente para caírem uma série de barreiras mentais e se começar a ver o mundo com outros olhos, com outras oportunidades que sempre estiveram lá mas que estavam tapadas pela leitura do problema.
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Havia o enunciado do problema, tínhamos os dados do problema e o desafio era resolver o problema.
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Muitas empresas, perante o desafio de conquistar um lugar no futuro, também tentam equacionar uma estratégia para encontrar a solução.
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Porém, ao equacionar essa estratégia, normalmente cometem o erro de se auto-condicionarem. Por exemplo, consideram os clientes como um dado do problema.
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Por que é que os clientes, por que é que o tipo de clientes, não é tratado como uma variável?
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Os dados condicionam, limitam, afunilam.
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Ás vezes, a simples transição do tipo de clientes do lado dos dados para o lado das variáveis, é o suficiente para caírem uma série de barreiras mentais e se começar a ver o mundo com outros olhos, com outras oportunidades que sempre estiveram lá mas que estavam tapadas pela leitura do problema.
O futuro do Marketing (parte II)
Continuado daqui.
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O meu amigo Aranha esmerou-se e fez um comentário super interessante que acho que os leitores deste blogue deviam ler.
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O comentário na íntegra está aqui.
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Alguns sublinhados da minha responsabilidade:
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"Quero com isto dizer que é normal que o Marketing descure os aspectos essenciais que refere. Esta gente não vê. Têm um orçamento e têm que o gastar em coisas que se vejam: publicidade! Depois não sobra nada pra fazer a correcta definição dos serviços, para pensar o cliente (o cliente, não no cliente), pra adequar os recursos, pra pensar em relação.
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Prestei serviços numa empresa de gestão de crédito. Tinham eleito o mercado bancário como alvo dum dos produtos. Sabe que plano de ataque (de Marketing) lhes foi apresentado por uma reputada empresa de Marketing e Comunicação? Eu digo-lhe, publicarem uns anúncios no Correio da Manhã! (esse bastião da informação procurada pelos bancários!)
Portanto…
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(mas não desacredite o Marketing a partir destas minhas palavras, só não acredite é em tudo o que ele lhe pareça ser)
Em suma, o Marketing como Kotler o desenhou é altamente relevante. O Marketing como tem vindo a ser disseminado é escandalosamente incompetente (mas não será assim, també, nas outras áreas do conhecimento?). E Kotler é, hoje por hoje, um produto de comunicação, assente no estatuto (é uma espécie de Rolling Stones – ninguém conhece uma música recente deles, mas toda a gente vai aos concertos, porque são eles…)."
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Aranha este último sublinhado ... a metáfora está genial
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O meu amigo Aranha esmerou-se e fez um comentário super interessante que acho que os leitores deste blogue deviam ler.
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O comentário na íntegra está aqui.
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Alguns sublinhados da minha responsabilidade:
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"Quero com isto dizer que é normal que o Marketing descure os aspectos essenciais que refere. Esta gente não vê. Têm um orçamento e têm que o gastar em coisas que se vejam: publicidade! Depois não sobra nada pra fazer a correcta definição dos serviços, para pensar o cliente (o cliente, não no cliente), pra adequar os recursos, pra pensar em relação.
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Prestei serviços numa empresa de gestão de crédito. Tinham eleito o mercado bancário como alvo dum dos produtos. Sabe que plano de ataque (de Marketing) lhes foi apresentado por uma reputada empresa de Marketing e Comunicação? Eu digo-lhe, publicarem uns anúncios no Correio da Manhã! (esse bastião da informação procurada pelos bancários!)
Portanto…
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(mas não desacredite o Marketing a partir destas minhas palavras, só não acredite é em tudo o que ele lhe pareça ser)
Em suma, o Marketing como Kotler o desenhou é altamente relevante. O Marketing como tem vindo a ser disseminado é escandalosamente incompetente (mas não será assim, també, nas outras áreas do conhecimento?). E Kotler é, hoje por hoje, um produto de comunicação, assente no estatuto (é uma espécie de Rolling Stones – ninguém conhece uma música recente deles, mas toda a gente vai aos concertos, porque são eles…)."
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Aranha este último sublinhado ... a metáfora está genial
sexta-feira, maio 20, 2011
As voltas que o mundo dá
Lembram-se como é o que PSOE chegou ao poder em Espanha?
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Atentado a 11 de Março e dias depois, durante o Sábado de reflexão, manifestações, espontâneas ou não, não é isso que está em causa aqui.
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Hoje no noticiário das 14h na TSF ouvi o Ministro do Interior, do PSOE, afirmar com toda a lata do mundo, o Sábado de reflexão é sagrado e tem de ser respeitado.
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As voltas que o mundo dá...
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Atentado a 11 de Março e dias depois, durante o Sábado de reflexão, manifestações, espontâneas ou não, não é isso que está em causa aqui.
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Hoje no noticiário das 14h na TSF ouvi o Ministro do Interior, do PSOE, afirmar com toda a lata do mundo, o Sábado de reflexão é sagrado e tem de ser respeitado.
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As voltas que o mundo dá...
Eu preferia outras montras
No semanário Vida Económica encontro:
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"Vicaima aproxima-se de segmentos premium"
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"Com o objectivo de mostrar, junto dos targets mais exigentes, a sua mais recente e luxuosa colecção de portas de interiores, a Vicaima decidiu marcar presença, através de publicidade estática, no Clube de Golfe dos Economistas. A empresa familiar portuguesa, que se dedica à transformação e distribuição de madeiras e derivados, reforça, assim, o seu envolvimento na valorização de uma modalidade desportiva ligada aos segmentos Premium."
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Olhando para o ecossistema da procura:
Privilegiaria o contacto com os prescritores, gabinetes de arquitectura que podem influenciar quer os aplicadores, quer os consumidores.
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Privilegiaria o contacto com futuros arquitectos, futuros profissionais de design e de decoração, focando a transmissão de informação técnica sobre o desempenho dos produtos nas respectivas escolas, não falo de publicidade, falo de transmissão de conhecimento, de know-how... para cimentar a referência da marca como especialista, como inovadora, como premium.
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Quanto aos consumidores... são os homens que escolhem as coisas da casa à medida ou são as mulheres? Quantas mulheres praticam golfe? Que locais é que essas mulheres frequentam? Onde se aconselham? Onde buscam informação?
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"Vicaima aproxima-se de segmentos premium"
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"Com o objectivo de mostrar, junto dos targets mais exigentes, a sua mais recente e luxuosa colecção de portas de interiores, a Vicaima decidiu marcar presença, através de publicidade estática, no Clube de Golfe dos Economistas. A empresa familiar portuguesa, que se dedica à transformação e distribuição de madeiras e derivados, reforça, assim, o seu envolvimento na valorização de uma modalidade desportiva ligada aos segmentos Premium."
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Olhando para o ecossistema da procura:
Privilegiaria o contacto com os prescritores, gabinetes de arquitectura que podem influenciar quer os aplicadores, quer os consumidores.
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Privilegiaria o contacto com futuros arquitectos, futuros profissionais de design e de decoração, focando a transmissão de informação técnica sobre o desempenho dos produtos nas respectivas escolas, não falo de publicidade, falo de transmissão de conhecimento, de know-how... para cimentar a referência da marca como especialista, como inovadora, como premium.
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Quanto aos consumidores... são os homens que escolhem as coisas da casa à medida ou são as mulheres? Quantas mulheres praticam golfe? Que locais é que essas mulheres frequentam? Onde se aconselham? Onde buscam informação?
Como é que os economistas do mainstream explicam isto?
Esta tabela aparece com frequência neste blogue.
Acredito que os números não são tudo, mas há coisas em que é fundamental ter os números em conta, sob pena das discussões serem da treta entre ignorantes, tipo Forum TSF.
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Olhem bem para os números, são de 2007, em 17 anos o custo da mão-de-obra na indústria do têxtil e vestuário cresceu cerca de 260%. Comparem os valores de Portugal com os dos outros países!
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Agora considerem, só a título de exemplo, esta tabela:
A última linha é a que me interessa aqui, qual o peso dos salários nos custos totais.
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Quanto mais competitivas as empresas, menor o peso dos salários nos custos totais... será porque as pessoas ganham menos? Ou será porque além do custo dos tangíveis também se somam mais custos dos intangíveis?
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Agora reparem nisto "No primeiro trimestre - Exportações têxteis ultrapassam fasquia dos mil milhões de euros":
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"As exportações de produtos têxteis cresceram cerca de 26%, nos três primeiros meses, face a igual período do ano passado, enquanto as de artigos acabados (vestuário e têxteis para o lar) aumentaram 6%, sendo que foram exportados mais 99,8 milhões de euros. Também as importações de produtos têxteis cresceram 6%, mas as importações de produtos acabados tiveram uma quebra de 5,7%, no período em análise.
As exportações totais ascenderam a 1,018 mil milhões de euros. O mês de Fevereiro foi aquele que apresentou o crescimento mais significativo (17,5%), sendo que o capítulo do vestuário e acessórios de malha continua a liderar as vendas para um exterior, com mais 9,4%, num valor de 405 milhões de euros. De salientar ainda que a ITV teve um crescimento de 0,4% em termos de produção, de 6,3% no volume de negócios e de 2,3% nos preços à saída da fábrica."
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Como é que os economistas do mainestream explicam isto?
Acredito que os números não são tudo, mas há coisas em que é fundamental ter os números em conta, sob pena das discussões serem da treta entre ignorantes, tipo Forum TSF.
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Olhem bem para os números, são de 2007, em 17 anos o custo da mão-de-obra na indústria do têxtil e vestuário cresceu cerca de 260%. Comparem os valores de Portugal com os dos outros países!
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Agora considerem, só a título de exemplo, esta tabela:
A última linha é a que me interessa aqui, qual o peso dos salários nos custos totais.
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Quanto mais competitivas as empresas, menor o peso dos salários nos custos totais... será porque as pessoas ganham menos? Ou será porque além do custo dos tangíveis também se somam mais custos dos intangíveis?
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Agora reparem nisto "No primeiro trimestre - Exportações têxteis ultrapassam fasquia dos mil milhões de euros":
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"As exportações de produtos têxteis cresceram cerca de 26%, nos três primeiros meses, face a igual período do ano passado, enquanto as de artigos acabados (vestuário e têxteis para o lar) aumentaram 6%, sendo que foram exportados mais 99,8 milhões de euros. Também as importações de produtos têxteis cresceram 6%, mas as importações de produtos acabados tiveram uma quebra de 5,7%, no período em análise.
As exportações totais ascenderam a 1,018 mil milhões de euros. O mês de Fevereiro foi aquele que apresentou o crescimento mais significativo (17,5%), sendo que o capítulo do vestuário e acessórios de malha continua a liderar as vendas para um exterior, com mais 9,4%, num valor de 405 milhões de euros. De salientar ainda que a ITV teve um crescimento de 0,4% em termos de produção, de 6,3% no volume de negócios e de 2,3% nos preços à saída da fábrica."
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Como é que os economistas do mainestream explicam isto?
Para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!
Vasconcellos e Sá, em entrevista ao semanário Vida Económica "Portugal tem falta de liberdade económica", põe o dedo na ferida, replicando vários dos temas que missionamos neste blogue:
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O primeiro é delicioso e está relacionado com os nossos marcadores "macroeconomia" e "macro-economistas":
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"Vida Económica - Que opinião tem relativamente à geração actual dos economistas? É muito diferente da anterior?
Jorge A. Vasconcellos e Sá - Há dois aspectos. A maioria (nem todos) dos economistas estão hoje reduzidos à condição de simples comentadores e totalmente incapazes de desenvolver quaisquer políticas. É como se analisassem um jogo de ténis pelo marcador, em vez de pelas tácticas dos jogadores.
Porquê? Porque perderam os instrumentos para actuarem (e não se actualizaram para aprender outros): a política cambial, a política monetária, e (também em grande parte) a política orçamental e de preços e rendimentos. O que resta pois de verdadeiramente importante? A gestão. Que para muitos economistas sempre foi uma caixa negra. (Moi ici: Só sabem mexer no preço e nos custos, não fazem a mínima ideia do que é o valor. Na linha da tareia que achamos que a academia merece! )
Por (em segundo lugar) sempre a terem desprezado, dado (na opinião deles) não ter o formalismo da economia, e ser assim uma ciência menor.
O que é obviamente um duplo erro. Pela acusação infundada: basta ver a elevada percentagem de artigos científicos, empíricos, nas melhores revistas académicas de gestão.
E a esquizofrenia de não reconhecer as suas próprias debilidades: muitos artigos económicos não passam de meras construções abstractas, matemáticas, "baseadas em pressupostos de vacas redondas para assim se resolver a crise do leite". (Moi ici: Pagãos que ainda não ouviram o Evangelho do Valor, cegos que ainda não percorreram a Estrada de Damasco, para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!)
...
O segundo tema é o da liberdade económica:
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"VE - A situação difícil por que Portugal está a passar é culpa dos economistas ou de outros factores, entre os quais a falta de liberdade económica?
JAVS - Um desastre destas proporções - uma economia abrilista que não consegue sobreviver sem os balões de oxigénio do FMI, apesar de inserida no bloco económico mais rico do mundo (em valor absoluto), beneficiando da moeda única e recebendo até 2,5% de fundos líquidos de Bruxelas -, uma catástrofe económica destas, dizia, não tem obviamente apenas uma causa. Tem várias. Entre elas, a falta de liberdade económica.
A correlação entre o índice de liberdade económica e o PIB per capita dos 55 países mais ricos do mundo é altíssima (0,74). E é simples de ver porquê. Liberdade económica significa concorrência, em que, um, cada empresa é incentivada a dar o seu melhor; dois, as companhias que fazem um mau trabalho e destroem valor são afastadas do mercado; e, três, quem manda é o consumidor, com a sua soberania relativamente ao preço, qualidade e entrega. Não há tachos. Há uma meritocracia. Como dizia o povo: "quem não trabuca não manduca".
VE - A falta de liberdade económica continua a ser um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do país?
JAVS - Sem dúvida. E defender o contrário é um "barrete" que muitos políticos continuam a enfiar aos portugueses, criando-lhes medo da liberdade económica."
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O primeiro é delicioso e está relacionado com os nossos marcadores "macroeconomia" e "macro-economistas":
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"Vida Económica - Que opinião tem relativamente à geração actual dos economistas? É muito diferente da anterior?
Jorge A. Vasconcellos e Sá - Há dois aspectos. A maioria (nem todos) dos economistas estão hoje reduzidos à condição de simples comentadores e totalmente incapazes de desenvolver quaisquer políticas. É como se analisassem um jogo de ténis pelo marcador, em vez de pelas tácticas dos jogadores.
Porquê? Porque perderam os instrumentos para actuarem (e não se actualizaram para aprender outros): a política cambial, a política monetária, e (também em grande parte) a política orçamental e de preços e rendimentos. O que resta pois de verdadeiramente importante? A gestão. Que para muitos economistas sempre foi uma caixa negra. (Moi ici: Só sabem mexer no preço e nos custos, não fazem a mínima ideia do que é o valor. Na linha da tareia que achamos que a academia merece! )
Por (em segundo lugar) sempre a terem desprezado, dado (na opinião deles) não ter o formalismo da economia, e ser assim uma ciência menor.
O que é obviamente um duplo erro. Pela acusação infundada: basta ver a elevada percentagem de artigos científicos, empíricos, nas melhores revistas académicas de gestão.
E a esquizofrenia de não reconhecer as suas próprias debilidades: muitos artigos económicos não passam de meras construções abstractas, matemáticas, "baseadas em pressupostos de vacas redondas para assim se resolver a crise do leite". (Moi ici: Pagãos que ainda não ouviram o Evangelho do Valor, cegos que ainda não percorreram a Estrada de Damasco, para quando um "Ananias" que lhes abra os olhos para que vejam a luz???!!!)
...
O segundo tema é o da liberdade económica:
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"VE - A situação difícil por que Portugal está a passar é culpa dos economistas ou de outros factores, entre os quais a falta de liberdade económica?
JAVS - Um desastre destas proporções - uma economia abrilista que não consegue sobreviver sem os balões de oxigénio do FMI, apesar de inserida no bloco económico mais rico do mundo (em valor absoluto), beneficiando da moeda única e recebendo até 2,5% de fundos líquidos de Bruxelas -, uma catástrofe económica destas, dizia, não tem obviamente apenas uma causa. Tem várias. Entre elas, a falta de liberdade económica.
A correlação entre o índice de liberdade económica e o PIB per capita dos 55 países mais ricos do mundo é altíssima (0,74). E é simples de ver porquê. Liberdade económica significa concorrência, em que, um, cada empresa é incentivada a dar o seu melhor; dois, as companhias que fazem um mau trabalho e destroem valor são afastadas do mercado; e, três, quem manda é o consumidor, com a sua soberania relativamente ao preço, qualidade e entrega. Não há tachos. Há uma meritocracia. Como dizia o povo: "quem não trabuca não manduca".
VE - A falta de liberdade económica continua a ser um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do país?
JAVS - Sem dúvida. E defender o contrário é um "barrete" que muitos políticos continuam a enfiar aos portugueses, criando-lhes medo da liberdade económica."
Apostar no cavalo errado
Os professores de uma escola particular, reunidos em plenário, discutem o problema do estudo dos alunos para os testes.
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Reconhecendo que a maioria dos alunos só estuda para os testes, e reconhecendo que a larga maioria, desses que só estudam para os testes, só o faz na véspera dos testes, os professores concluem que os meninos têm pouco tempo para estudar.
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Assim, decidem começar a marcar os testes com 10 dias de antecedência, em vez dos actuais 7 dias.
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Alguém acha que a maioria dos alunos vai deixar de só estudar na véspera, porque foi avisado com mais tempo?
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Muitos políticos e economistas deste país fazem-me lembrar os professores desta escola!!!
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Reconhecendo que a maioria dos alunos só estuda para os testes, e reconhecendo que a larga maioria, desses que só estudam para os testes, só o faz na véspera dos testes, os professores concluem que os meninos têm pouco tempo para estudar.
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Assim, decidem começar a marcar os testes com 10 dias de antecedência, em vez dos actuais 7 dias.
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Alguém acha que a maioria dos alunos vai deixar de só estudar na véspera, porque foi avisado com mais tempo?
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Muitos políticos e economistas deste país fazem-me lembrar os professores desta escola!!!
Que mil girassois floresçam
Quando Sócrates reuniu com os dez maiores exportadores escrevi que estava a repetir a tolice de Zapatero.
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Ghemawat vem defender o mesmo!!!
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1:14 A baylout maybe necessary but is far from being suficient
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2:30 Ghemawat não está a par do proteccionismo brasileiro?!!!
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3:10 Apostar na PMEs para a exportação, não nas grandes.
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5:10 A tolice de Zapatero em achar, como Sócrates, que o emprego tem a ver com as grandes empresas
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6:10 Se o desemprego é uma prioridade, o foco devia estar nas PMEs não nas empresas do regime
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6:20 É preciso é criar mais empresas, para isso é preciso mais liberdade económica
Cuidado
É muito lindo os ministros do Brasil virem cá a Portugal falar de fortalecer as relações comerciais, é muito interessante ir a feiras no Brasil e ficar contaminado com o clima de optimismo.
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Quando ouvimos publicidade a produtos financeiros, na rádio ou TV, aparece um disclaimer sobre os riscos em que podemos incorrer por apostar neles.
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Será que os organizadores desta feira "Exporta Portugal 2011 quer promover o potencial de Portugal em terras brasileiras - Brasil acolhe empresas portuguesas em feira dedicada ao país" também fazem o disclaimer aos potenciais expositores avisando-os das taxas alfandegárias que o Brasil aplica aos produtos importados?
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40 a 60% é muito dinheiro!!!
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Quando ouvimos publicidade a produtos financeiros, na rádio ou TV, aparece um disclaimer sobre os riscos em que podemos incorrer por apostar neles.
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Será que os organizadores desta feira "Exporta Portugal 2011 quer promover o potencial de Portugal em terras brasileiras - Brasil acolhe empresas portuguesas em feira dedicada ao país" também fazem o disclaimer aos potenciais expositores avisando-os das taxas alfandegárias que o Brasil aplica aos produtos importados?
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40 a 60% é muito dinheiro!!!
quinta-feira, maio 19, 2011
Por uma vez em desacordo com Camilo Lourenço!
Hoje não cheguei a ouvir a crónica de Camilo Lourenço, "Money Box" na M80 até ao fim!
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É nestas coisas que discordo de Camilo Lourenço. Perdoem-me a imodéstia mas falta-lhe dar um passo.
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Camilo Lourenço falava sobre as afirmações de Angela Merkel "Merkel quer menos férias e aumento da idade da reforma".
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Todo o raciocínio de Camilo Lourenço, de Angela Merkel e de tantos outros, como neste relatório do INE, está manchado com um pecado original. Merkel e Camilo Lourenço estão errados, mas os seus oponentes, CGTP e outros também o estão!
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O JdN mostra alguns factos estatísticos:
Como é que Camilo Lourenço abordou esta contradição? Dizendo que somos produtivos porque rendemos pouco, porque chegamos tarde, porque somos lentos, porque somos mal organizados.
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Como é que a CIP abordou o tema? OMG, ainda temos que trabalhar mais horas! (Embora eu concorde que isto de se ter prémio por cumprir uma obrigação é mais um exemplo da treta socialista que nos trouxe até aqui)
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A solução não está em trabalhar mais horas, ainda que isso dê jeito a algumas empresas em particular e contra o qual não estou contra, a falha na discussão está em comparar horas de trabalho portuguesas com horas de trabalho alemãs... estamos a comparar laranjas com limões!!!
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O que devíamos estar a comparar era o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho portuguesa versus o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho alemã!!!!!!!!!!!!!!!!
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Os alemães, no seu conjunto, produzem bens com muito mais valor acrescentado, logo a rentabilidade de cada hora é muito superior!!! (A nível de país, o que eles fazem é o que o gráfico 5 deste postal ilustra para o sector de calçado português)
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A postura da CIP é a que mais me entristece no meio disto tudo, porque se entretêm com esta guerra, não focalizam o recurso mais escasso, o tempo, em fazer ver aos seus associados aquilo que só os empresários, que só os gerentes, que só os administradores, que só os patrões podem fazer, temos de subir na escala de valor, temos de produzir produtos com mais valor acrescentado... tudo o resto é treta de política politiqueira.
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De pouco vale trabalhar mais horas a produzir o mesmo tipo de coisas que até aqui.
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É nestas coisas que discordo de Camilo Lourenço. Perdoem-me a imodéstia mas falta-lhe dar um passo.
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Camilo Lourenço falava sobre as afirmações de Angela Merkel "Merkel quer menos férias e aumento da idade da reforma".
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Todo o raciocínio de Camilo Lourenço, de Angela Merkel e de tantos outros, como neste relatório do INE, está manchado com um pecado original. Merkel e Camilo Lourenço estão errados, mas os seus oponentes, CGTP e outros também o estão!
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O JdN mostra alguns factos estatísticos:
Como é que Camilo Lourenço abordou esta contradição? Dizendo que somos produtivos porque rendemos pouco, porque chegamos tarde, porque somos lentos, porque somos mal organizados.
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Como é que a CIP abordou o tema? OMG, ainda temos que trabalhar mais horas! (Embora eu concorde que isto de se ter prémio por cumprir uma obrigação é mais um exemplo da treta socialista que nos trouxe até aqui)
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A solução não está em trabalhar mais horas, ainda que isso dê jeito a algumas empresas em particular e contra o qual não estou contra, a falha na discussão está em comparar horas de trabalho portuguesas com horas de trabalho alemãs... estamos a comparar laranjas com limões!!!
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O que devíamos estar a comparar era o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho portuguesa versus o valor reconhecido no mercado aos produtos produzidos numa hora de trabalho alemã!!!!!!!!!!!!!!!!
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Os alemães, no seu conjunto, produzem bens com muito mais valor acrescentado, logo a rentabilidade de cada hora é muito superior!!! (A nível de país, o que eles fazem é o que o gráfico 5 deste postal ilustra para o sector de calçado português)
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A postura da CIP é a que mais me entristece no meio disto tudo, porque se entretêm com esta guerra, não focalizam o recurso mais escasso, o tempo, em fazer ver aos seus associados aquilo que só os empresários, que só os gerentes, que só os administradores, que só os patrões podem fazer, temos de subir na escala de valor, temos de produzir produtos com mais valor acrescentado... tudo o resto é treta de política politiqueira.
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De pouco vale trabalhar mais horas a produzir o mesmo tipo de coisas que até aqui.
Político, socialista e ignorante
Esta frase "É preciso evitar que redução da TSU se traduza em "mero aumento de lucros de empresas"" é absurda!!!
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É uma frase que só poderia vir de um político com uma mentalidade socialista!!!
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E o melhor exemplo de um político com mentalidade socialista é...o presidente da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo!!!
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Admirados?
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Há dias escrevi aqui no blogue:
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"Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo.
Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
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Quem não concorda comigo e acha que as empresas exportadoras precisam desesperadamente da redução da TSU para aumentarem a sua competitividade, acha que a redução da TSU vai ser usada pelas empresas para reduzirem preços e se tornarem mais competitivas (claro, nunca leram Marn e Rosiello, nunca leram Simon e Dolan), se concordam que a TSU é para reduzir preços, então, não é para aumentar margens.
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Quem concorda comigo e acha que as empresas exportadoras não precisam da redução da TSU para serem competitivas, então, não está de acordo com a TSU (eu continua a achar que a TSU deve baixar por causa dos motivos acima indicados, motivos que nunca são avançados) e ponto!!!
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O que é absurdo é estar a favor da redução da TSU e ter medo que ela sirva para aumentar margens e lucros!!!
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Por isso digo que é um político! Não pensa muito bem no que diz.
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É socialista porque acha que o lucro é uma coisa nociva.
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E acrescento... é ignorante!!!
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Se estudasse as obras e os escritos de um dos últimos prémio Nobel de Economia, por exemplo estes gráficos saberia que há mais variabilidade e dispersão de produtividades e margens dentro de um mesmo sector económico de um mesmo país, do que entre sectores económicos desse mesmo país. Ou seja, para este senhor a economia é como este paralelepípedo.
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É uma frase que só poderia vir de um político com uma mentalidade socialista!!!
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E o melhor exemplo de um político com mentalidade socialista é...o presidente da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo!!!
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Admirados?
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Há dias escrevi aqui no blogue:
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"Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo.
Se me venderem a redução da TSU para capitalizar as empresas concordo."
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Quem não concorda comigo e acha que as empresas exportadoras precisam desesperadamente da redução da TSU para aumentarem a sua competitividade, acha que a redução da TSU vai ser usada pelas empresas para reduzirem preços e se tornarem mais competitivas (claro, nunca leram Marn e Rosiello, nunca leram Simon e Dolan), se concordam que a TSU é para reduzir preços, então, não é para aumentar margens.
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Quem concorda comigo e acha que as empresas exportadoras não precisam da redução da TSU para serem competitivas, então, não está de acordo com a TSU (eu continua a achar que a TSU deve baixar por causa dos motivos acima indicados, motivos que nunca são avançados) e ponto!!!
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O que é absurdo é estar a favor da redução da TSU e ter medo que ela sirva para aumentar margens e lucros!!!
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Por isso digo que é um político! Não pensa muito bem no que diz.
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É socialista porque acha que o lucro é uma coisa nociva.
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E acrescento... é ignorante!!!
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Se estudasse as obras e os escritos de um dos últimos prémio Nobel de Economia, por exemplo estes gráficos saberia que há mais variabilidade e dispersão de produtividades e margens dentro de um mesmo sector económico de um mesmo país, do que entre sectores económicos desse mesmo país. Ou seja, para este senhor a economia é como este paralelepípedo.
Lições islandesas
Ricardo Arroja fez um interessante recorte do IHT acerca da Islândia.
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Várias lições podem ser retiradas:
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""The real value of the economic crash, one young woman told me, was that 'people are rethinking, who am I as an Icelandic person?'" (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, repensarem-se!!!)
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"If Icelanders are truly interested in getting back to what they have always done best, that means getting back to fishing." (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, interrogarem-se sobre onde podem ser boas, questionarem-se sobre onde são melhores, onde fazem ou podem fazer a diferença)
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"No one knows that better than Armann Kr. Olafsson (...) Uncertain about his future, he accompanied his brother, the owner of a successfull fish farm, on a trip to Boston to attend the annual seafood convention there. (Moi ici: As nossas empresas deviam fazer mais disto, networking, procurar novidades, levantar a cabeça da secretária, tirar a cabeça de dentro do reactor, get ou of the building, estar atento às novidades, procurar activamente novidades) At the convention, an American asked Mr. Olafsson and his brother if they knew how to get hold of some fois gras de la mer. The brothers inquired what that was. Monkfish liver, the American explained, adding it was now a hot item at high-end sushi restaurants. "Our faces were just big question marks", Mr. Olafsson recalled. "In Iceland, we usually threw this liver out". Not anymore. Almost overnight, Mr. Olafsson became Iceland's leading exporter of fois gras de la mer.
When monkfish eason came to an end, he found another niche to capitalize on: codfish milt, or sperm. Mr. Olafsson discovered, after doing a bit of research, that milt was in demand in a number of upscale restaurants in the United States, Japan and Korea. One morning I accompanied Mr. Olafsson to the plant where he obtains his milt (...) "What's in those vats?", I asked uneasily. "That's the product", he replied proudly. He then scooped up a huge handful of milt. "This is the sperm. It has a lot of protein, just like your sperm." I marveled for a moment that what he was holding was a marketable commodity. But would he really eat the stuff? "You know", he replied, "in Iceland we eat ram's testicles, so believe me, it's no big deal to eat cod sperm"." (Moi ici: Empreendedorismo é isto, estar atento e aproveitar oportunidades que se multiplicam, não é andar de mão estendida a pedir protecção e apoio a um Estado numa relação pedo-mafiosa)
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Várias lições podem ser retiradas:
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""The real value of the economic crash, one young woman told me, was that 'people are rethinking, who am I as an Icelandic person?'" (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, repensarem-se!!!)
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"If Icelanders are truly interested in getting back to what they have always done best, that means getting back to fishing." (Moi ici: O mesmo que devem fazer as empresas quando a coisa está preta, interrogarem-se sobre onde podem ser boas, questionarem-se sobre onde são melhores, onde fazem ou podem fazer a diferença)
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"No one knows that better than Armann Kr. Olafsson (...) Uncertain about his future, he accompanied his brother, the owner of a successfull fish farm, on a trip to Boston to attend the annual seafood convention there. (Moi ici: As nossas empresas deviam fazer mais disto, networking, procurar novidades, levantar a cabeça da secretária, tirar a cabeça de dentro do reactor, get ou of the building, estar atento às novidades, procurar activamente novidades) At the convention, an American asked Mr. Olafsson and his brother if they knew how to get hold of some fois gras de la mer. The brothers inquired what that was. Monkfish liver, the American explained, adding it was now a hot item at high-end sushi restaurants. "Our faces were just big question marks", Mr. Olafsson recalled. "In Iceland, we usually threw this liver out". Not anymore. Almost overnight, Mr. Olafsson became Iceland's leading exporter of fois gras de la mer.
When monkfish eason came to an end, he found another niche to capitalize on: codfish milt, or sperm. Mr. Olafsson discovered, after doing a bit of research, that milt was in demand in a number of upscale restaurants in the United States, Japan and Korea. One morning I accompanied Mr. Olafsson to the plant where he obtains his milt (...) "What's in those vats?", I asked uneasily. "That's the product", he replied proudly. He then scooped up a huge handful of milt. "This is the sperm. It has a lot of protein, just like your sperm." I marveled for a moment that what he was holding was a marketable commodity. But would he really eat the stuff? "You know", he replied, "in Iceland we eat ram's testicles, so believe me, it's no big deal to eat cod sperm"." (Moi ici: Empreendedorismo é isto, estar atento e aproveitar oportunidades que se multiplicam, não é andar de mão estendida a pedir protecção e apoio a um Estado numa relação pedo-mafiosa)
Brasil surpreende-me
O Brasil quer refrear o consumo!
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O Brasil quer que o investimento aumente!
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"Puzzled by Brazil’s apparently ad-hoc approach to economic management? Somewhat confused by how president Dilma Rousseff’s government one week says it wants to bring inflation down by cooling the economy and letting the exchange rate rise, and then the next says it wants to maintain high investment while also getting the exchange rate down?
Well, worry no more about these seemingly mutually-exclusive goals. “Moderation” is the single word that best describes current economic policy, at least if you listen to Luciano Coutinho, the polished president of Brazil’s state development bank, the BNDES. “We [in the government] need to moderate demand, but we don’t want to moderate investment,” as he told journalists in London. “There has to be a balance; there are trade-offs”."
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Mas se o Brasil quer refrear o consumo quem vai consumir os bens que o investimento há-de colocar no mercado?
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A exportação?
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Mas como é que as empresas brasileiras, protegidas das importações com taxas alfandegárias de 40 e 60%, podem aprender a exportar bens de consumo?
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Competindo com a China?
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Recorte retirado de "Brazil’s nip, tuck economic management"
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Um dia, como cá, vão dizer que a culpa é das medidas neoliberais!!! Go figure!!!
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O Brasil quer que o investimento aumente!
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"Puzzled by Brazil’s apparently ad-hoc approach to economic management? Somewhat confused by how president Dilma Rousseff’s government one week says it wants to bring inflation down by cooling the economy and letting the exchange rate rise, and then the next says it wants to maintain high investment while also getting the exchange rate down?
Well, worry no more about these seemingly mutually-exclusive goals. “Moderation” is the single word that best describes current economic policy, at least if you listen to Luciano Coutinho, the polished president of Brazil’s state development bank, the BNDES. “We [in the government] need to moderate demand, but we don’t want to moderate investment,” as he told journalists in London. “There has to be a balance; there are trade-offs”."
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Mas se o Brasil quer refrear o consumo quem vai consumir os bens que o investimento há-de colocar no mercado?
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A exportação?
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Mas como é que as empresas brasileiras, protegidas das importações com taxas alfandegárias de 40 e 60%, podem aprender a exportar bens de consumo?
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Competindo com a China?
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Recorte retirado de "Brazil’s nip, tuck economic management"
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Um dia, como cá, vão dizer que a culpa é das medidas neoliberais!!! Go figure!!!
quarta-feira, maio 18, 2011
Só o aumento da procura gera emprego!!!
O que as empresas precisam mesmo é de procura, é de clientes.
.
Tudo o resto é efémero, tudo o resto é passageiro, tudo o resto não é sustentável e presta-se a manipulações para os "amigos do costume".
.
Todo o mundo está preocupado, e com razão, com o nível do desemprego e com as perspectivas da sua evolução nos próximos tempos.
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Mentes bem intencionadas querem reduzir o desemprego criando emprego.
.
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Só que a coisa não funciona assim.
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As leis, os políticos e as empresas não criam empregos.
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Mais, numa sociedade que não conhece Mongo, só se conhece uma forma de aumentar a produtividade: através da redução dos custos. Assim, a lógica do mundo que não conhece Mongo é a de cortar postos de trabalho como reacção instintiva para reduzir custos.
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O que as empresas precisam mesmo é de procura, é de clientes.
.
E quando a procura aumenta... as estruturas de uma empresa são esticadas até ao máximo, até que as empresas são obrigadas a contratar mais pessoas para não pôr em causa a capacidade de servir os clientes, a capacidade de dar resposta à procura.
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Só o aumento da procura gera emprego!!!
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Quando o Estado aumenta os impostos, baixa o poder de compra dos cidadãos. O abaixamento do poder de compra dos cidadãos reduz a procura... a redução da procura só pode criar mais desemprego.
Só escapa quem faz by-pass ao país e exporta grande parte da sua produção.
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Só que a economia que pode exportar representa apenas cerca de 30% da economia do país, não se lhe pode exigir que leve às costas semelhante cuco.
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Tudo o resto é efémero, tudo o resto é passageiro, tudo o resto não é sustentável e presta-se a manipulações para os "amigos do costume".
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Todo o mundo está preocupado, e com razão, com o nível do desemprego e com as perspectivas da sua evolução nos próximos tempos.
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Mentes bem intencionadas querem reduzir o desemprego criando emprego.
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Só que a coisa não funciona assim.
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As leis, os políticos e as empresas não criam empregos.
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Mais, numa sociedade que não conhece Mongo, só se conhece uma forma de aumentar a produtividade: através da redução dos custos. Assim, a lógica do mundo que não conhece Mongo é a de cortar postos de trabalho como reacção instintiva para reduzir custos.
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O que as empresas precisam mesmo é de procura, é de clientes.
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E quando a procura aumenta... as estruturas de uma empresa são esticadas até ao máximo, até que as empresas são obrigadas a contratar mais pessoas para não pôr em causa a capacidade de servir os clientes, a capacidade de dar resposta à procura.
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Só o aumento da procura gera emprego!!!
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Quando o Estado aumenta os impostos, baixa o poder de compra dos cidadãos. O abaixamento do poder de compra dos cidadãos reduz a procura... a redução da procura só pode criar mais desemprego.
Só escapa quem faz by-pass ao país e exporta grande parte da sua produção.
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Só que a economia que pode exportar representa apenas cerca de 30% da economia do país, não se lhe pode exigir que leve às costas semelhante cuco.
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