domingo, dezembro 20, 2015

O anónimo engenheiro da província interrogou-se

Ontem no Twitter vi os comentários irónico-sarcásticos do deputado João Galamba acerca desta evolução "Número de desempregados inscritos sobe em Novembro e aproxima-se dos 65 mil" e, como anónimo engenheiro da província interroguei-me:
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- Onde está a ser gerado desemprego?
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Há anos que sigo os números do desemprego do IEFP e trabalho sobretudo com o número de desempregados à procura de emprego, não com o número total de desempregados. Recordar, por exemplo:
A vantagem de trabalhar com o número de desempregados à procura de emprego é que podemos ter uma ideia dos sectores em que emprego ou desemprego está a ser gerado. 
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Em Julho de 2015 quase atingimos o mesmo nível de desempregados à procura de emprego de Julho de 2009. Assim, usemos como base os números de Julho de 2015 e façamos a comparação com os números de Novembro de 2015 para perceber onde está a ser gerado desemprego:

Entre Julho e Novembro foram gerados 11 366 desempregados líquidos. Estes sectores que se seguem geraram 13642 desempregados:
  • 1222 vêm do sector da Agricultura;
  • 10679 vêm dos serviços;
  • 1741 não têm classificação
Os sectores da Indústria, energia e água e construção geraram emprego e por isso admitiram 2276 desempregados ao serviço.
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Vamos primeiro aos sectores onde foi criado emprego líquido:
  •  Recordam-se destes títulos desta semana "Este ano é o "pior de sempre" nas obras públicas" ou "Construção: 2015 foi o “pior ano de sempre” do investimento público"? Pressão alta a ser feita ao novo governo logo de início. Apesar disto, entre Julho e Novembro deste ano foram criados 1638 postos de trabalho no sector da construção. Mais, entre Janeiro de 2014 e Novembro de 2015 foram criados mais de 32 200 postos de trabalho na Construção. E no pior ano de gasto travestido de investimento em obra pública, entre Janeiro de 2015 e Novembro de 2015 foram criados quase 14 700 postos de trabalho.
  • Foi criado emprego, pouco, mas houve criação de emprego em praticamente todos os subsectores excepto nas indústrias extractivas (as commodities estão pela hora da morte), nas indústrias de bebidas (o sector do tabaco está a ter um ano de exportações muito bom), no calçado (um ano em que as exportações estão praticamente ao mesmo nível do ano passado) e no sector eléctrico. Tirando o calçado, todos os sectores exportadores mais conhecidos (têxteis e vestuário, metalomecânica, mobiliário) criaram emprego.
Relativamente aos sectores onde foi gerado desemprego líquido, na Agricultura e nos Serviços, vou-me concentrar nos grandes números apenas:
  • Mais 1222 desempregados na Agricultura. Terá algo a ver com a actividade sazonal?
  • Mais 8375 desempregados no subsector Alojamento, restauração e similares. Terá algo a ver com a actividade sazonal?
  • Mais 3844 desempregados no subsector Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio. Terá algo a ver com a actividade sazonal?
  • Menos 3433 desempregados no subsector Admin. pública, educação, atividades de saúde e apoio social. Por que será?
Temos assim que dos 11 366 desempregados líquidos gerados entre Julho e Novembro deste ano, 13441foram gerados por actividades sazonais!
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sábado, dezembro 19, 2015

Curiosidade do dia

Ainda a propósito da curiosidade de ontem mais um exemplo de modelo de negócio a testar hipóteses para encontrar uma fórmula de futuro com futuro em "Dutch pay-per-article platform Blendle to launch in the United States in early 2016"

Só cometo uma batota

Na redacção do e-book "ISO 9001: 2015 sem consultores: Uma abordagem diferente" julgo que só cometo uma batota.
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Prescrevo o uso da abordagem por processos para modelar o funcionamento de uma organização, algo que sem consultores pode não ser seguido. Contudo, mesmo com consultores, muitas organizações são levadas a desenhar mapas de processos da treta, sinónimo de que trabalharam com consultores que ainda não perceberam a diferença entre processo e procedimento.
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Há anos, quando dava o "Workshop Indicadores de Monitorização de Processos" para a APQ, costumava apresentar esta sequência de slides:

Uma vez, por e-mail, o responsável da qualidade de uma empresa, depois de ter lido uns postais no blogue sobre a abordagem por processos enviou-me o mapa de processos da sua empresa e desafiou-me a simplificá-lo.
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Devidamente descaracterizado, para não ferir questões de confidencialidade, aqui vai a minha resposta ao desafio:


Um sistema de gestão da qualidade dificilmente poderá ser útil para o negócio se não começar por uma boa cartografia, por um bom mapeamento, dos processos.
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Como é o mapa de processos da sua empresa?

Também se confundem processos e procedimentos?

Também se confundem processos com departamentos?

Também se misturam actividades recorrentes (processo) com actividades de projectos?
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Talvez possamos ajudar?
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Este "Workshop Indicadores de Monitorização de Processos" tem uma edição prevista para Lisboa a 20 de Janeiro, uma prevista para Aveiro a 27 de Janeiro e uma prevista para Bragança a 17 de Fevereiro (Em Aveiro e Bragança uma parceria com Cascata Consultores).
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Inscrições em metanoia@metanoia.pt com a referência IMP01 e a localização.





Fiquei surpreso... mas sou um anónimo engenheiro da província (parte II)

Parte I.
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Ainda se admiram com o declínio do jornalismo generalista em Portugal (e no resto do mundo)?
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O acriticismo generalizado é surpreendente!
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Começam uma semana a relatar que a deslocalização foi a grande destruidora de emprego em Portugal desde 2008. Depois, acabam a mesma semana a escrever isto "Construção eliminou 342 mil postos de trabalho nos últimos anos" sem perceberem que as duas mensagens são contraditórias...
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Recordar "Evolução do desemprego no sector da Construção".
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Basta ter alguém na redacção, ou melhor ter um especialista avençado, alguém que conheça e estude os números. Os comentadores dos medias, são especialistas da treta, nunca esquecer André Macedo e as suas previsões de 2008 em "Cuidado com as generalizações, não há "sunset industries"". Confundem especialista com quem formula julgamentos com base nos relatos das capas dos jornais. Quase como achar que Catarina Furtado é especialista em bancos porque só fez anúncios a bancos que tiveram problemas.

Acerca das experiências

""Experiences are great and lead to happiness because they tend to be more unique and less comparable than material goods," he says. "But what that also means is because they're more unique and less comparable, I need to know a lot about you to find an experience you'll really enjoy."[Moi ici: Caminhando nós para Mongo, a proximidade será fundamental para conhecer os clientes]
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As more research continues to drive home the point that experiences make people happier, there are a few signs that the market is also changing, with a few new services that try to help you find experiences rather than objects.
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"There's an opportunity there," says Goodman. "Right now you can go to the mall and there's a whole bunch of material things to look at and choose as a gift. Experiences require a little bit more creativity to think about—what are upcoming shows, plays—I can't just walk into a store and pick one off a shelf."" [Moi ici: Escolher ir ver uma peça de teatro é uma experiência. No entanto, chamar-lhe-ia uma experiência de base. Julgo que há potencial para subir na escala e oferecer uma experiência mais completa: Desenhar uma experiência para um grupo, começar pela recolha dos elementos do grupo, jantar, peça e regresso a casa, por exemplo. Há aqui potencial para as agências de viagem recuperarem mercado, apostando na co-criação de experiências com os turistas e não só. Não vendem viagens na net, co-desenham pacotes de experiências na net]
 Trechos retirados de "Why It's Better To Give Experiences, Not Things"

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Curiosidade do dia

Relacionar "340 milhões de jornais circularam em Portugal em 2014, metade não se vendeu":
"Dos 340 milhões exemplares de jornais que circularam em Portugal em 2014, apenas foram vendidos 171 milhões, cerca de metade, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE)."
Com "News UK CMO Chris Duncan : 'Facebook has a duty of care'":
"The Sun scrapped its paywall Dec. 1 in a quest for bigger audience growth. Since then, Duncan claimed it has added 300,000 new online daily readers, citing internal figures." 
Depois de ler o caso do Sun, em que plataformas estão os jornais/media portugueses?

Acerca das exportações

Na sexta-feira passada, durante o programa Contraditório, na Antena 1, Raul Vaz fez um comentário que me entristeceu. Segundo ele, só o calçado e o têxtil, estão a fazer boa figura a nível das exportações.
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Pena que não saiba que:

  • MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS, ELÉTRICOS têm um crescimento acumulado de 5% este ano (não inclui a produção automóvel);
  • MÓVEIS; MOBILIÁRIO MÉDICO-CIRÚRGICO; ANÚNCIOS, CARTAZES têm um crescimento acumulado de 9% este ano;
  • APARELHOS DE ÓTICA, FOTOGRAFIA, CINEMA, MEDIDA, CONTROLE, ETC têm um crescimento acumulado de 10% este ano.
BTW, um sintoma de que o crescimento do calçado é saudável, este ano o acumulado representa um decréscimo de 1% face ao ano anterior. Recordar o que Taleb diz sobre o crescimento que nunca inflecte:
"Economists fail to get w/ GDP growth that anything that grows without an "S" curve (slowing down phase) blows up."

Os compradores portugueses são burros?

Recordar "Até na agricultura" antes de ler "Produtores protestam. “Vamos deixar os porcos morrer à fome?”"
"Porcos da casa não fazem milagres. Há uma coisa terrível em Portugal e que não é fácil de compreender: Portugal paga mais ao porco importado que aos produtores nacionais: em média o quilo da carne de porco portuguesa custa 1,05 euros, enquanto o mesmo quilo vindo de Espanha, custa 1,34 euros. O ridículo é que até há situações em que os porcos portugueses vão para Espanha para depois voltarem para Portugal”, exemplifica."
Os compradores portugueses são burros?
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Não acredito nisso!
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Então, por que estão dispostos a pagar mais pelo porco espanhol do que pelo porco português?
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Deve haver uma razão.
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Eu, se fosse dirigente associativo, em vez de ir para os jornais fazer queixa dos compradores portugueses, usaria outra estratégia. Chegaria junto desses compradores e procuraria investigar as razões que os levam a fazer a opção de comprar mais caro. De certeza que encontraremos algo de concreto e relevante para o negócio. Depois, procuraria superar a oferta espanhola com base em critérios racionais e não na cartilha proteccionista.

Qual é o seu nicho?

Era eu miúdo com cerca de 10 anos quando, sem o saber, a globalização veio ter comigo:

Um tio, apareceu com um carro japonês, um Honda Civic.
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Com a globalização veio a comoditização de quase tudo.
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Quando em 10 de Setembro de 2001, ao final da tarde, chego ao Montijo pela primeira e vejo as ruínas de uma economia antiga baseada no porco, pensei logo na globalização e no seu impacte.
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Depois, com o tempo aprendi:
"When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"
E é o que procuro incutir a muitas PME que se descobriram a produzir algo que se comoditizou e com o qual deixaram de ser viáveis economicamente.
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Este artigo "How to Make a Drum" é um bom exemplo. A produção em massa domina a paisagem com os seus preços muito acessíveis. OK! Good for them! Esse negócio não é para quem quer é para quem pode!
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Assim que se instala e estabelece a comoditização de um mercado logo surgem oportunidades baseadas em nichos para connaisseurs, para tribos, para pessoas ou empresas com necessidades especiais. O essencial é perceber isso, escolher e renunciar e avançar para uma nova vida com um novo modelo de negócio.
"Still, at the end of the day, Bill isn't precious about C&C's wares. His payoff comes in the music they are used to create. "It’s great that the drummer loves them, but when the My Morning Jacket keyboard player walks up to you and says, 'You know what, your drums made a difference in the way our record sounded,' then that means something.”"



 

Agricultura e estratégia, um exemplo de pensamento para PME

Este texto "Empresa quer pôr Interior de Portugal a produzir e exportar pistácio" exemplifica o que muitas PME aprenderam a fazer na primeira década do século XXI. O modelo de negócio anterior tinha ficado obsoleto, com o fim da "Cortina de Ferro" e com a ascensão da China, foi preciso mudar de vida.
"José Martino afirmou que o escoamento da produção está assegurado para exportação na União Europeia, "onde a procura supera em muito a oferta", estimando-se que "para suprir as necessidades dos mercados" desta zona "será necessário plantar mais 120 mil hectares.
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A empresa de consultadora dedica-se à procura de novas oportunidades de negócio para a agricultura e foi assim que surgiu o pistácio com "um a vantagem que é uma atividade que se desenvolve em regiões muito frias de inverno e muito quentes de verão, o que remete para o Interior de Portugal"."
Este trecho relata dois pontos críticos para uma PME a precisar de mudar de vida, ou a precisar de criar futuro.
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Primeiro ponto, começamos por este postal "Do concreto para o abstracto e não o contrário":
Uma PME deve fazer como esta empresa fez, em vez de começar a sonhar com o que não tem e com o que gostava de ter, fazer um brutal e honesto recenseamento do que se tem. Depois, assumir que algo de entre aquilo que se tem vai ter de ser a vantagem competitiva sobre a qual se vai construir a empresa do futuro.
"regiões muito frias de inverno e muito quentes de verão, o que remete para o Interior de Portugal"
Depois, conjugar a vantagem competitiva com uma procura real:
""onde a procura supera em muito a oferta""
Ao ler o texto recordei logo este texto de 2010 "Agricultura com futuro":
"Instead of growing crops and then finding a buyer, Mr. Menzies said the farm had to start looking for customers first. The typical farm model is “backward to everything I ever did in the engineering and technology side,” he said in an interview. “We looked for a need and we filled it. And where we found that need was from the world.”
A sua empresa precisa de um facilitador para a acompanhar nesta viagem de transformação? Porquê nós?

quinta-feira, dezembro 17, 2015

Curiosidade do dia

A nova PàF a ser educada pela prática em "Portugal sem margem para tentar acelerar crescimento".
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Por causa destas coisas tenho de reconhecer, apesar das burocracias e de todo o lado negro:
- Obrigado UE por nos protegeres da normandagem.

Workshop Abordagem baseada no risco - ISO 9001:2015 - Porto (Parte I)


Interessado em trabalhar com o novo conceito introduzido pela ISO 9001:2015?

Tem curiosidade em saber o que é a abordagem baseada no risco (RBT)?

Quer participar numa sessão que conjuga a análise das cláusulas ISO  9001 relevantes para a RBT, com a realização de exercícios e a análise de exemplos e casos práticos?

Um Workshop de 7 horas, com o seguinte programa:
Atenção! Não se trata de mais um Workshop para percorrer a norma ISO 9001:2015 cláusula a cláusula. Acreditamos que a principal alteração é a introdução da RBT e, é sobre ela que o Workshop se debruça:

Valor do investimento: 70€ (isento de IVA)
Local: Porto
Inscrições: código RBT04 para o e-mail metanoia@metanoia.pt

Parte III.





A sua empresa quer aprender?

Leia estes trechos retirados de "Redução de IVA na restauração é medida cara, ineficaz e iníqua, diz TC francês":
"Depois de longas e intensas negociações com Bruxelas, França conseguiu obter luz verde para reduzir a taxa aplicada à restauração de 19,6% para 5,5%, conseguindo encaixar todo o sector no tratamento excepcional aberto pela Comissão Europeia para as actividades intensivas em mão-de-obra com o objectivo de apoiar o emprego.
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Em troca, os profissionais do sector comprometeram-se a repercutir no consumidor a redução do IVA em pelo menos sete produtos e criar 40 mil postos de trabalho adicionais em dois anos. Sete anos mais tarde, o balanço não é encorajador. Embora a taxa aplicada à restauração tenha subido desde então por duas vezes (para 7% em 2012 e 10% em 2014), a descida do IVA significou uma perda anual média de 2,6 mil milhões de euros para os cofres do Estado e não teve o efeito desejado sobre o emprego, nem sobre o custo suportado pelos consumidores.
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 "A descida da taxa do IVA revelou ser um instrumento menos eficaz para apoiar o trabalho do que isenções das contribuições sociais", observa o Tribunal de Contas no seu relatório.
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Além disso, esta redução do IVA apenas em parte beneficiou os consumidores. Só 20% da redução da tributação foi repercutida nos preços finais, pelo que o essencial da medida permitiu melhorar as margens do sector.
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O relatório noticiado pelo jornal de economia francês conclui ainda que foram as famílias mais ricas, que frequentam mais os restaurantes, as mais beneficiadas."
O que é que acha que o governo português vai fazer cá em Portugal?
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Vai fazer o mesmo e vamos ter os mesmos resultados.
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No entanto, um governo sério, de qualquer cor partidária, devia olhar para este estudo e interrogar-se e ter dúvidas e procurar aprender com os erros dos outros.
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Acha que o vão fazer?
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Por que não o vão fazer?
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Falta-lhes informação? Falta-lhes pessoas para estudar a informação? Falta-lhes consultores para os apoiarem?
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É só um problema de estar disponível e alerta para aprender e, depois, ter coragem de mudar de opinião. Citando Keynes que tanto adoram:
""When the facts change, I change my mind. What do you do, sir?""
E a sua empresa... está disponível para aprender? O que é que ela faz para descobrir as experiências dos outros? O que é que ela faz para poder analisar as experiências dos outros? O que é que ela faz para aprender com a experiência e, sobretudo, os erros dos outros?
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Ou vai querer fazer a mesma figura deste governo? Coerente mas errado!
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Se quiser mudar de vida, será que podemos ajudar?
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Um dos princípios de gestão sugeridos pela ISO 9000 é o da abordagem à tomada de decisões baseada em factos.

O anónimo da província versus os lisboetas da corte

Há coisas...
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Há tempos, escrevi aqui sobre um doutorado em Economia que na RTP3 desconsiderou a economia baseada nas exportações porque, segundo ele, as empresas exportadoras praticam salários mais baixos que as empresas que trabalham para e vivem do mercado interno. (Recordar "um atestado de desconhecimento da realidade" de Outubro de 2015)
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Segundo o modelo mental desse doutorado, as empresas exportadoras portuguesas exportam com base no preço, logo têm de pagar baixos salários.
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Em Junho de 2011, durante a campanha eleitoral que levou Passos Coelho a primeiro-ministro, escrevi sobre a campanha da TSU em "É assim tão difícil perceber este fenómeno? (parte II)":
"Se me vendem a redução da TSU para tornar as empresas que exportam mais competitivas não engulo. Tirando o caso das commodities, associadas a grandes empresas, o preço não é o order-winner das nossas exportadoras.
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Se me venderem a redução da TSU para facilitar a vida às empresas que vivem do mercado interno concordo, o grosso do emprego está aqui e estas empresas vão viver tempos terríveis, o aumento futuro do desemprego virá sobretudo daqui, e tudo o que for feito para lhes aliviar o nó na corda que vai asfixiando o pescoço das empresas será bem vindo."
Entretanto, na Segunda-feira tive um pouco de paciência para aguentar ouvir, durante alguns minutos, uns lisboetas a falarem sobre as implicações do aumento do salário mínimo (no programa Prós e Contras da RTP1). Só falavam sobre o impacte do salário mínimo sobre as empresas exportadoras. No espaço de tempo que os ouvi, não retive nenhuma preocupação com as empresas que vivem e trabalham para o mercado interno, as empresas não exportadoras.
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Por isso, em resposta a um comentário ao postal de Terça-feira passada, "Fiquei surpreso... mas sou um anónimo engenheiro da província", escrevi:
"btw, o pouco que vi do prós e contras de ontem vai contra a minha narrativa. os sectores exportadores são os que podem melhor acomodar pequenos aumentos do SMN, o mercado interno é que trama tudo."
O título do postal de Terça-feira é mesmo certeiro, recordo este outro postal de Setembro último "Apesar de não passar de um anónimo engenheiro da província".
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Ontem, no Twitter, via @mlopes, tive conhecimento deste estudo "Performance Di erences between Exporters and Non-Exporters: the Case of Portugal". Nele, pode ler-se:
"most of the literature agrees that exporters display superior productivity, size and age than non-exporters. More, they pay higher wages to their workers. Regarding profitability, no clear pattern has emerged yet between these two types of firm. So, with a sample of Portuguese manufacturing firms and considering the period 2008 to 2012, we perform OLS and Pooled OLS regressions for several measures: productivity, profitability, wages, size and age. The results are clear: In most of these measures, being an exporter per se has a positive impact. This means that, in our sample, exporters are more productive, pay higher wages, employ more workers and are older firms than their purely domestic counterparts. For profitability, whilst the results mostly confirm our hypothesis, they are not as consistent as those for other measures. In short, our findings are overall in line with the majority of the literature reviewed and the hypotheses postulated.
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exporters display in general higher values for the characteristics under analysis, when compared with their purely domestic counterparts. On average, exporters are 47% more productive (in terms of labour productivity), employ over twice more employees and pay 24.6% higher wages per worker."
Leio este estudo, em sintonia perfeita com a minha experiência e com a minha narrativa e... penso em todos aqueles lisboetas da corte, na oposição e da situação, que continuam a debitar lengalengas do tempo em que Portugal era a China da Europa antes de haver China "fábrica do mundo".
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E o doutorado de Economia da RTP3, ... a quantidade de alunos, futuros profissionais, que vai contaminar ao longo da sua vida docente...

Um desafio sobre a qualidade


A sua empresa está certificada segundo a ISO 9001:2008? A sua empresa pensa em fazer a transição para a ISO 9001:2015?
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O que é que acha do desempenho do seu sistema de gestão da qualidade?
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Está a falar com os seus botões, pode ser sincero, pode pôr a boca no trombone se o entender...
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Muita gente confessa que o seu sistema "entrega" muito menos do que prometia.
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Muitas vezes o pecado original desses sistemas está no papel que nós, os consultores, desempenhamos. Recordo esta estória de 2010, "Todos os modelos estão errados, alguns são úteis", sobre um caso que me terá acontecido em 2004 ou 2005.
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Por isso, e motivado por um desafio num Workshop recente, vou lançar um e-book com o título "ISO 9001: 2015 sem consultores: Uma abordagem diferente".
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Imagine que tem de implementar um sistema de gestão da qualidade de raiz e não é consultor.
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Imagine que tem de reformular um sistema de gestão da qualidade e não é consultor e está escaldado com experiências anteriores.
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Imagine que está farto de um sistema de gestão da qualidade da treta que só serve para gastar dinheiro e satisfazer auditores.
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Como será montar um sistema de gestão da qualidade concentrado na produção de resultados do negócio?
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Como será montar um sistema de gestão da qualidade em que a norma ISO 9001 aparece no fim e tudo se encaixa na perfeição?
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É este o objectivo do e-book.

quarta-feira, dezembro 16, 2015

Curiosidade do dia

Depois dos mergulhões da semana passada, agora uma garça-real hoje no parque da cidade de S. João da Madeira. Um parque no centro da cidade e paredes meias com um zona industrial pujante.
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Qualquer dia tem de se fazer um guia de aves do parque, tal a variedade que o visita no Inverno.

Estratégia para um grupo de empresas

Ontem, este título surpreendeu-me "Montepio cria comissão para articular estratégia das várias empresas":
"O Montepio quer constituir um comité que tenha como responsabilidade fiscalizar a actuação das suas empresas, permitindo também a respectiva articulação.
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"Elaborar um plano estratégico para o grupo, que assegure a articulação estratégica das diversas entidades, defina o papel de cada uma e o respectivo contributo para os objectivos globais de geração de valor, num quadro de optimização e eficiência, em prol da concretização da visão e fins mutualistas e respeitando a sua autonomia estratégica", indica o documento que será apreciado em assembleia-geral a 29 de Dezembro."
Dezembro de 2015...
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Recordar:
Um engenheiro anónimo da província há mais de 10 anos já facilitava projectos de formulação da estratégia corporativa para aproveitar a sinergia de grupos com 3 e 4 PME (unidades de negócio) incluídas.
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Como é que um banco nunca sentiu essa necessidade anteriormente?

Acerca de Mongo

"It's an evolving landscape that will almost certainly involve enhanced customization, increased speed to market, and greater automation and flexibility.
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This is the initial step in an overarching strategy that envisions the local manufacturing of products running alongside the more traditional mass production methods the company currently employs. The intention is to react to meet local needs, and respond quickly with market customization in locations all over the world.
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"We started looking into this quite a while ago and we’ve moved away from looking only at product innovation, which is traditionally the case in our industry. We’ve been trying to look more at innovation in experience as well, trying to start higher up the value stream."
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The company sees having local Speed Factories as being in addition to, rather than instead of, or intended to replace, their current manufacturing system.
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New facilities may concentrate on reacting to local market nuances initially, then later focus on customization and adaptation on an individual basis.
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Generally we’re going to be much faster reacting to consumer needs, whether it’s individual or market needs.""
Trechos retirados de "The Adidas "Speed Factory" Aims To Bring Local Customization To Manufacturing"

Um conselho, um desafio

A propósito do artigo ""Os industriais têm de confiar mais nas universidades"", este anónimo engenheiro da província ousa lançar uma hipótese de trabalho às universidades.
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Considerem uma PME industrial portuguesa típica.
Considerem um cenário em que essa PME, aliciada por fundos comunitários, acedeu a trabalhar com uma universidade no desenvolvimento de um novo produto inovador, não uma inovação incremental mas algo genuinamente inovador.
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Agora, a empresa tem a possibilidade de colocar no seu catálogo de produtos este produto novo, realmente inovador.
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No entanto, IMHO, a empresa tem um problema...
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Isto não funciona como no filme:
O facto de se ter um produto inovador não significa que os clientes virão a correr para o comprar.
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Face à gama de produtos "clássicos" da tal PME tipo, a empresa não tem uma estratégia para o negócio para suportar a oferta do produto inovador.
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Os potenciais clientes têm de ter confiança na marca. A empresa tem uma marca? A empresa divulga e desenvolve a sua marca? A empresa tem serviço de marketing?
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Os potenciais clientes compram em prateleiras diferentes. A empresa trabalha os canais onde esses potenciais clientes compram?
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Os potenciais clientes apreciam uma proposta de valor diferente. A empresa tem comerciais preparados para a argumentação técnica em vez da clássica negociação em torno do preço? As feiras serão as mesmas?
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Escrevo isto porque já vi várias inovações interessantes, "apodrecerem" nas prateleiras de quem as encomendou a laboratórios de investigação, porque não havia uma estratégia alinhada com o mundo desses produtos inovadores nas empresas que as encomendaram.
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Assim, desafio a FEUP a experimentar incluir a componente da consultoria estratégica. Basta experimentar em um ou dois casos.

terça-feira, dezembro 15, 2015

Curiosidade do dia

"Não é difícil antecipar o resultado que se vai obter no futuro a curto prazo. A condição de governabilidade da nova troika assenta numa fórmula impossível: uma votação de 10% permite atingir uma influência de decisão superior a 50%. Esta condição de governabilidade só pode existir no vazio, onde não haja problemas a resolver porque tudo é imaginário, onde não haja culpa nem responsabilidade porque a República democrática se transformou no Reino do desejo, onde não haja estratégia de modernização porque tudo passou a ser retórica distributiva.
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A passagem da primeira troika para a segunda troika é uma troca desigual e assimétrica, porque a dotação de recursos, financeiros e analíticos, da primeira não tem comparação com o que está ao alcance da segunda. Trata-se, então, de preparar os planos para a reconstrução, que terá de se iniciar logo que apareça a evidência do impossível - porque o vazio não é o mundo real."
Trecho retirado de "Governar no vazio"