quarta-feira, abril 04, 2012
Enfim, é o jornalismo que temos...
"Tudo a piorar na economia portuguesa após um ano de troika menos as exportações"
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Outro título que encerra em si todo um paradigma, toda uma visão do mundo.
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Imaginem uma pessoa com uma infecção. A infecção está lá e está a propagar-se. Contudo, a pessoa toma, todos os dias, umas aspirinas que impedem que o mal-estar se manifeste.
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Assim, alegremente, vai gangrenando, vai apodrecendo ... mas está tudo bem, não há sintomas!!!
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Agora imaginem que um médico resolve intervir e afastar o tratamento sintomático (por exemplo, os so-called investimentos do Estado, que quase sempre não têm nada de investimento, são simplesmente o despejar de dinheiro para cima dos problemas e, assim, mascarar os sintomas, aspirinas), para atacar as causas-raiz do problema...
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Sem as aspirinas, os sintomas deixam de estar mascarados e vêm ao de cima em todo o seu esplendor...
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Ponto de vista do autor do título, agora estamos pior... quando íamos como lemingues a caminho do precipício, hipnotizados pelo deboche do endividamento orgíaco do Estado, é que estávamos bem... agora estamos pior. Agora que estamos a combater a infecção, agora que estamos a cortar as partes gangrenadas, agora que estamos a tentar salvar um futuro que não passe pela Sildávia do Ocidente... é que está tudo pior...
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Enfim, é o jornalismo que temos...
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Bom, bom, bom era quando o Estado financiava a compra de carros made in Alemanha, ou França, ou Itália... sim, esses é que eram tempos...
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Outro título que encerra em si todo um paradigma, toda uma visão do mundo.
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Imaginem uma pessoa com uma infecção. A infecção está lá e está a propagar-se. Contudo, a pessoa toma, todos os dias, umas aspirinas que impedem que o mal-estar se manifeste.
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Assim, alegremente, vai gangrenando, vai apodrecendo ... mas está tudo bem, não há sintomas!!!
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Agora imaginem que um médico resolve intervir e afastar o tratamento sintomático (por exemplo, os so-called investimentos do Estado, que quase sempre não têm nada de investimento, são simplesmente o despejar de dinheiro para cima dos problemas e, assim, mascarar os sintomas, aspirinas), para atacar as causas-raiz do problema...
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Sem as aspirinas, os sintomas deixam de estar mascarados e vêm ao de cima em todo o seu esplendor...
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Ponto de vista do autor do título, agora estamos pior... quando íamos como lemingues a caminho do precipício, hipnotizados pelo deboche do endividamento orgíaco do Estado, é que estávamos bem... agora estamos pior. Agora que estamos a combater a infecção, agora que estamos a cortar as partes gangrenadas, agora que estamos a tentar salvar um futuro que não passe pela Sildávia do Ocidente... é que está tudo pior...
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Enfim, é o jornalismo que temos...
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Bom, bom, bom era quando o Estado financiava a compra de carros made in Alemanha, ou França, ou Itália... sim, esses é que eram tempos...
Em vez de combater num qualquer reduto gaulês...
Neste blogue procura-se ver mais longe, procura-se uma vantagem temporal, para preparar uma resposta para o que aí pode vir, basta recordar este disclaimer "Ponto de ordem".
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Um exemplo desse olhar para o depois de amanhã está aqui "In a 3-D Printed Future, Do Toymakers Have a Business Model?":
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Quanto mais cedo começar a preparar uma forma de aproveitar a corrente, a maré, a onda, o vento, mais tempo terá a sua empresa para abraçar a mudança e, tirar partido dela em vez a combater num qualquer reduto gaulês...
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Um exemplo desse olhar para o depois de amanhã está aqui "In a 3-D Printed Future, Do Toymakers Have a Business Model?":
"In this scenario, if physical objects made from single materials follow the same trajectory as other media that were physical until they became just bits, there will at first be resistance from toymakers, in the form of lawsuits. Collectors will be sued as a deterrent to other rogues, and websites for sharing designs shut down.E no seu sector de actividade? Quais são as ameaças? E, sobretudo, quais são as oportunidades?
Meanwhile, an underground of Makers will continue to experiment. Amateurs will collaborate to create LEGO sets and other toys that no cadre of designers in Denmark could match. Some will go pro. Gradually, the industry will adapt."
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Quanto mais cedo começar a preparar uma forma de aproveitar a corrente, a maré, a onda, o vento, mais tempo terá a sua empresa para abraçar a mudança e, tirar partido dela em vez a combater num qualquer reduto gaulês...
terça-feira, abril 03, 2012
Dois conselhos
Pergunta do jornalista a Aurélio Ferreira, fundador da Órbita, uma das últimas empresas que monta bicicletas em Portugal:
“Qual é o segredo para não fechar as portas ao longo de tantos anos?Resposta inteligente. Resposta em sintonia com o que penso acerca da pedofilia empresarial:
“Nunca ficámos nas mãos dos hipermercados. Deram cabo dos produtores, depois da indústria e agora uns dos outros”, sublinha."
Depois, outro conselho de há muitos anos neste blogue.
"O presente não passa por Portugal, pois 70% da produção é vendida para a América do Sul e Europa. E nem o futuro passa por aqui. “Vamos entrar em Angola, Moçambique e Norte de África. Até estamos a desenvolver uma bicicleta para os camponeses”, divulga orgulhoso.”Fazer o by-pass ao país:
Dois conselhos deste blogue, ainda do tempo em que o país torrava, alegremente, dinheiro no Moloch-Construção e não só...
Faulty Towers
Já tinha ouvido muita argumentação em favor da defesa dos centros de decisão nacional, mas esta é, talvez, a mais saborosa, ao lê-la, recordei logo os episódios de Faulty Towers.
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- Manuel!!!!!
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""Quando o Presidente quiser fazer viagens com empresários portugueses, vai convidar quem?"
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- Manuel!!!!!
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""Quando o Presidente quiser fazer viagens com empresários portugueses, vai convidar quem?"
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É um título que encerra toda uma visão do mundo, toda uma doutrina, toda uma centralidade... todo um paradigma do mundo à la Fátima Campos Ferreira
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Até tem alguma razão, a maior parte dos empresários que fazem by-pass ao país, têm as suas empresas e clientes a ocuparem o seu tempo, não têm tempo para as produções de Belém, ou de S. Bento.
3 impactes da impressão 3D no futuro das manufactureiras
Três consequências, três impactes da impressão 3D no futuro das manufactureiras, tal como as conhecemos.
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"3 Impacts 3D Printing Will Have on Manufacturing"
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Customização
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Eficiência
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"3 Impacts 3D Printing Will Have on Manufacturing"
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Customização
""What interests my company the most is the fact that you can create individual, unique products en masse," she said. "There's no need to do a run of thousands of millions or send that product to be injection molded in China. You can just make it physically on the spot. Which means that we can now present to the public the next generation of customization. This is something that is now possible today, that you can direct personally how you want your products to look.""Velocidade para chegar ao mercado
"His favorite example of this is with the case of New Balance Shoes.Será que já faz sentido, para os fabricantes nacionais de solas, começar a trabalhar com impressoras 3D para avançarem com protótipos?
"I always thought they were just a shoe company," he said, "but they're a fashion company. The changes and the sensitivity of that market are so quick that they have shows every month and they have to have new products for every show."
This means that to serve their customers and stay on top of industry trends, the company must design and manufacture completely new product lines every month. Each item in these lines requires customized components that traditionally took months to produce.
Now, Marangell explained, the shoes they are showing have "rubber soles that may have been designed and printed yesterday." There is simply no other way to meet these demands than 3D printing, he said."
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Eficiência
"There are also supply chain efficiencies to consider, added Harouni. "Now instead of shipping a product across the world, we're sending data across the Internet. Rather than orders being manufactured in remote plants, the product data "gets sent to a local manufacturing center [to be produced and shipped locally]. This means lower carbon footprint.""Um admirável mundo novo, carregado de oportunidades para uns e de desemprego para outros...
Fazer escolhas
Interessante, acabo de ouvir na Antena 1 extractos de uma entrevista com o director da Administração Regional de Saúde da região de Lisboa, a mensagem fez-me recordar estes postais de Fevereiro de 2010:
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E isto vai também levar, mais tarde do que cedo, a uma outra consequência: em vez de mega-hospitais que fazem tudo... mais hospitais mais pequenos mas cada um especializado. E o que é isto senão ter pensamento estratégico!
Por exemplo, 4 hospitais na cidade de Lisboa mantêm 4 equipas completas de oftalmologistas a cada 24 horas.
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"Quando o dinheiro não é problema não é preciso fazer escolhas, não é preciso ter uma estratégia, vamos a todas, servimos toda a gente, custe o que custar.".
E isto vai também levar, mais tarde do que cedo, a uma outra consequência: em vez de mega-hospitais que fazem tudo... mais hospitais mais pequenos mas cada um especializado. E o que é isto senão ter pensamento estratégico!
segunda-feira, abril 02, 2012
Assim, até parece fácil
O retalho está em crise um pouco por todo o mundo, ainda hoje no twitter alguém perguntava qual era o próximo sector a abandonar as lojas de pedra e cal em favor da venda na internet.
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Neste espaço sou um missionário da metáfora do planeta Mongo, um planeta de diversidade, um planeta de artesãos, um planeta de prosumers. Sou, também, um adepto da batota, da criação de relações entre cliente e fornecedor, da aposta nas experiências colaborativas de co-produção. Por tudo isto, é impossível ficar indiferente a este vídeo:
Desde o espaço, o produto concebido à medida, a experiência de co-construir o produto, as aulas sobre o uso do produto... assim, até parece fácil.
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Pormenores da loja aqui, no seu site.
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E a sua loja... segue a espiral decrescente da redução de custos, ou a aposta na outra via?
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Neste espaço sou um missionário da metáfora do planeta Mongo, um planeta de diversidade, um planeta de artesãos, um planeta de prosumers. Sou, também, um adepto da batota, da criação de relações entre cliente e fornecedor, da aposta nas experiências colaborativas de co-produção. Por tudo isto, é impossível ficar indiferente a este vídeo:
Desde o espaço, o produto concebido à medida, a experiência de co-construir o produto, as aulas sobre o uso do produto... assim, até parece fácil.
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Pormenores da loja aqui, no seu site.
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E a sua loja... segue a espiral decrescente da redução de custos, ou a aposta na outra via?
De que se fala quando se fala de estratégia
Não é só por cá que os políticos não entendem de que se fala quando se fala de estratégia. Este exemplo de David Cameron ilustra-o:
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Identificar um conjunto de metas não é definir uma estratégia!!!
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Infelizmente, o que vou encontrando por cá, quer a nível de organizações sem fins-lucrativos, quer a nível da Administração Pública, ainda é mais grave. Os organismos, os programas, na sua maioria, ainda não chegaram aos objectivos e metas. Ainda estão na fase da programação e relato das actividades.
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Lá para 2015 pode-se pedir a David Cameron para prestar contas, basta saber se a meta foi atingida ou não (mesmo que ele não saiba distinguir estratégia de objectivos).
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Quando se lida só com actividades... aquilo que devia ser um instrumento para atingir um objectivo, passa a ser considerado o objectivo em si... assim, mesmo que a actividade seja uma nulidade, a sua concretização é vista como um sucesso.
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Exemplos:
A outra via
Ainda na semana passada, no âmbito de uma formação, recordei esta reflexão "O perigo da cristalização".
.Assim, foi com um sorriso cúmplice que recebi este artigo "How to Break Out of the Commodity Trap: A Lesson from Mickey Mouse".
"Look at almost any industry and you will see companies struggling to differentiate what they have to offer from everything else in the marketplace. So it’s hardly surprising that one of the most common complaints I hear from senior executives is “My product is becoming commoditized. Is there a way out?”"
"The only way out of the trap is to reframe a situation so that you can make a fundamental shift in strategy. And the best starting point for this is understanding what drives commoditization: product modularity."
"modularity comes with two unintended consequences. First, other companies can enter the industry by complying with the pre-defined standards. And the second is the globalization of production.Como é que a maioria das empresas enfrenta a concorrência de países de mão-de-obra barata?
By lowering the barrier to entry, modularity allows manufacturers from emerging economies to grab part of the action, often taking advantage initially of cheap wages. Over time, however, these new entrants took on additional responsibilities for product design and component procurement."
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Faz asneira, e tenta combater no terreno que dá vantagem a essa concorrência!
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O artigo propõe uma alternativa:
"re-think about the problems that consumers wanted solved and to reframe its own products accordingly."
"Executives who want to counter product commoditization must start by rethinking what problems their organizations could solve, then re-integrating the firm’s activities in a radically new way. They must be prepared to take a path that the firm never imagined it would."Em vez de se concentrar no produto, concentrar-se no problema, na necessidade, na experiência, em suma, na vida dos clientes-alvo. Muitas vezes, quase sempre, implica, em vez de cortar nos custos, aumentar esses mesmos custos.
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E a sua empresa? Como se está a diferenciar? Está numa de jobs-to-be-done, ou numa de cortar, cortar, cortar?
Brincar à caridadezinha
Se conjugar estes dados daqui "Não me canso de me impressionar..." com estes dados daqui "Estado gastou dois mil ME em medidas ativas de emprego" fica fácil perceber porque é que a maior parte desse dinheiro é para dar emprego aos formadores e, financiar instituições que vivem da formação dos desempregados.
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Vão sentar trabalhadores da construção civil numa sala de aula e ensinar-lhes o quê?
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Para voltarem novamente para a construção civil?
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Vão sentar professores numa sala de aula e ensinar-lhes o quê?
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Para voltarem ao ensino?
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Sábias palavras as de James K. Galbraith acerca do brincar à caridadezinha.
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Pouco adianta embelezar a oferta quando o problema é de procura.
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Vão sentar trabalhadores da construção civil numa sala de aula e ensinar-lhes o quê?
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Para voltarem novamente para a construção civil?
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Vão sentar professores numa sala de aula e ensinar-lhes o quê?
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Para voltarem ao ensino?
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Sábias palavras as de James K. Galbraith acerca do brincar à caridadezinha.
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Pouco adianta embelezar a oferta quando o problema é de procura.
domingo, abril 01, 2012
A tendência está por todo o lado
E conjuga-se bem com a migração de valor em curso.
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"Zimride reinvents the carpool with Facebook"
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Um tema já aqui tantas vezes referido.
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"Zimride reinvents the carpool with Facebook"
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Um tema já aqui tantas vezes referido.
Não é fácil passar esta mensagem...
Excelente metáfora de Chuck Blakeman acerca da importância de escolher os clientes-alvo "Market Like a Fisherman Fishes".
"He who aims at nothing, hits it every time."Se uma empresa não escolhe quem são os seus clientes-alvo, como pode ter uma proposta de valor definida? Como pode fazer batota?
"Small businesses have one over-riding fear – there is a customer out there that I might not get. I need them all and can’t afford to miss even one. That fear is the basis for the worst, most common marketing practices – going after every kind of fish at once in the hope that I might catch one."Escolher os seus clientes-alvo não é escolher um rótulo exterior, por exemplo, clínicas privadas. É ir mais fundo, por que raio uma clínica privada havia de recorrer ao vosso serviço x? Há milhares de prestadores desse serviço, como se distinguem dos demais? E, por que é que essa distinção vai ter valor para uma clínica? Que problema na vida de uma clínica ajudam a resolver? Que experiência proporcionam a uma clínica? E por que é que essa experiência é valorizada?
"As the old Russian proverb says, “A man who chases two rabbits catches none.” We fish wide, when marketing success comes from fishing in a very narrow, specific way for a narrow, specific customer."Não é fácil passar esta mensagem...
"A successful business owner picks ONE very specific type of client, and builds their entire marketing strategy around that very narrow niche. The rest of us go hungry."
Cuidado com os pregos no caixão (parte II)
Parte I.
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Já em tempos apresentei aqui este vídeo:
Aqui explicado por um dos autores da experiência:
A instrução que recebemos, contar o número de passes da equipa com camisola branca, foca a nossa atenção nessa tarefa.
Essa concentração, muitas vezes, impede-nos de ver o que se está a passar na realidade.
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Nós não vemos a realidade, nós vemos a representação que construímos da realidade... se a nossa representação é construída com base em pressupostos que deixaram de ser válidos, então, a nossa representação deixará de ser útil, deixará de ser válida e vamos ter um problema.
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Talvez por isso, nas organizações, estes tempos sejam terríveis para os incumbentes, para os líderes, para as estruturas desenhadas para responder a outros tempos (BTW, esta história é sintomática "Condutor recebeu cheque de 20 cêntimos como troco de portagem" e reparem no pormaior dos 2 meses)
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Em que indicadores é que a sua empresa concentra a sua atenção? E ao fazê-lo, o que fica de fora? O que pode ficar de fora?
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Acredito que as organizações precisam de indicadores para medir e monitorizar o desempenho. Contudo, quando o mundo muda, quando os pressupostos sobre o qual as organizações construíram, consciente ou inconscientemente, o seu modelo de negócio mudam... há o risco de continuar a medir algo que já não faz sentido, há o risco de ignorar algo que não aparece nos radares (indicadores tradicionais).
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Os indicadores que a sua empresa acompanha, baseiam-se numa estratégia? Essa estratégia continua válida?
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Testa periodicamente a validade dessa estratégia?
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Quantos gorilas lhe estão a passar ao lado?
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Já em tempos apresentei aqui este vídeo:
Aqui explicado por um dos autores da experiência:
A instrução que recebemos, contar o número de passes da equipa com camisola branca, foca a nossa atenção nessa tarefa.
Essa concentração, muitas vezes, impede-nos de ver o que se está a passar na realidade.
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Nós não vemos a realidade, nós vemos a representação que construímos da realidade... se a nossa representação é construída com base em pressupostos que deixaram de ser válidos, então, a nossa representação deixará de ser útil, deixará de ser válida e vamos ter um problema.
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Talvez por isso, nas organizações, estes tempos sejam terríveis para os incumbentes, para os líderes, para as estruturas desenhadas para responder a outros tempos (BTW, esta história é sintomática "Condutor recebeu cheque de 20 cêntimos como troco de portagem" e reparem no pormaior dos 2 meses)
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Em que indicadores é que a sua empresa concentra a sua atenção? E ao fazê-lo, o que fica de fora? O que pode ficar de fora?
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Acredito que as organizações precisam de indicadores para medir e monitorizar o desempenho. Contudo, quando o mundo muda, quando os pressupostos sobre o qual as organizações construíram, consciente ou inconscientemente, o seu modelo de negócio mudam... há o risco de continuar a medir algo que já não faz sentido, há o risco de ignorar algo que não aparece nos radares (indicadores tradicionais).
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Os indicadores que a sua empresa acompanha, baseiam-se numa estratégia? Essa estratégia continua válida?
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Testa periodicamente a validade dessa estratégia?
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Quantos gorilas lhe estão a passar ao lado?
sábado, março 31, 2012
A Torre de Babel
A Torre de Babel é uma excelente metáfora, mais uma.
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Impressionante, o uso da linguagem figurada, o uso de situações concretas, para que a mensagem fosse perceptível por uma plateia de analfabetos...
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A minha interpretação, sempre que uma comunidade acredita demais num "ismo", numa solução milagrosa, numa teoria única que explica tudo, numa estratégia única que harmonizará tudo, numa liderança sem hesitações e divergências... somos tolos, tolos, tolos.
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Imagem de Didier Massard.
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Impressionante, o uso da linguagem figurada, o uso de situações concretas, para que a mensagem fosse perceptível por uma plateia de analfabetos...
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A minha interpretação, sempre que uma comunidade acredita demais num "ismo", numa solução milagrosa, numa teoria única que explica tudo, numa estratégia única que harmonizará tudo, numa liderança sem hesitações e divergências... somos tolos, tolos, tolos.
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Imagem de Didier Massard.
Não, não é 1º de Abril "Vestuário: Exportações portuguesas para a China aumentam mais de 70 por cento ao ano"
A lista vai engrossando cada vez mais...
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Daniel Bessa, Daniel Amaral, Vítor Bento, João Duque, Ferreira do Amaral, Ferraz da Costa, ...
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Vozes que propõem ou a redução de salários ou a saída do euro para se poder competir no exigente mundo concorrencial globalizado em que vivemos.
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Pois bem, mais um sintoma de que o seu modelo mental, assente no paradigma podre da concorrência perfeita é cada vez mais uma relíquia do passado. Parece que a digitalização do mundo, em vez de nos fazer aproximar do equilíbrio (essa tolice walrasiana), está cada vez mais a afastar-nos dele, a frequência com que os cenários mudam está a aumentar... mais actores, mais rapidez, mais inovação, mais gostos, ...
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Este artigo será visto pelo comboio da tríade lá de cima como uma brincadeira de primeiro de Abril... mas hoje é 31 de Março.
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"Vestuário: Exportações portuguesas para a China aumentam mais de 70 por cento ao ano" sim, podem reler, não me enganei.
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Os media tradicionais são capazes de torrar 3 horas a discutir o aumento do desemprego no sector da construção, na rádio ouvi Reis Campos para aí umas 4 vezes esta semana, no seu habitual choradinho para que o Estado imposte ainda mais, a si e a mim, para alimentar mais uns meses o Moloch-Construção...
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Quantos media vão olhar para isto e tentar perceber o sistema que gera "esta galinha com dentes", para perceber este sintoma, para mostrar que há esperança, não na redução de salários, não na redução de feriados, não no aumento de mais meia-hora diária mas na criação de valor acrescentado...
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Esta semana alguém (um abraço) confidenciava-me que um seu cliente neste sector do vestuário, já este ano, viu as suas encomendas aumentarem bastante... porque a China já está muito cara...
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Daniel Bessa, Daniel Amaral, Vítor Bento, João Duque, Ferreira do Amaral, Ferraz da Costa, ...
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Vozes que propõem ou a redução de salários ou a saída do euro para se poder competir no exigente mundo concorrencial globalizado em que vivemos.
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Pois bem, mais um sintoma de que o seu modelo mental, assente no paradigma podre da concorrência perfeita é cada vez mais uma relíquia do passado. Parece que a digitalização do mundo, em vez de nos fazer aproximar do equilíbrio (essa tolice walrasiana), está cada vez mais a afastar-nos dele, a frequência com que os cenários mudam está a aumentar... mais actores, mais rapidez, mais inovação, mais gostos, ...
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Este artigo será visto pelo comboio da tríade lá de cima como uma brincadeira de primeiro de Abril... mas hoje é 31 de Março.
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"Vestuário: Exportações portuguesas para a China aumentam mais de 70 por cento ao ano" sim, podem reler, não me enganei.
"Pequim, 31 mar (Lusa) - A exportação de tecidos portugueses para a China está aumentar "70 a 80 por cento ao ano", respondendo ao "enorme crescimento" das marcas chinesas que procuram diferenciar-se pelo design, disse hoje à agência Lusa uma responsável do setor.
"A confeção na China é mais barata, mas a nossa matéria prima e o que nós temos para oferecer - design, moda, inovação, qualidade e serviço - é um valor acrescentado", afirmou Sofia Botelho, diretora da Seletiva Moda, o organismo da Associação de Têxteis e Vestuário de Portugal encarregue de promover o país nas feiras internacionais."O que se tem escrito neste blogue sobre o tema desde 2006? Quando é que aqui se começou a falar do regresso dos clientes?
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Os media tradicionais são capazes de torrar 3 horas a discutir o aumento do desemprego no sector da construção, na rádio ouvi Reis Campos para aí umas 4 vezes esta semana, no seu habitual choradinho para que o Estado imposte ainda mais, a si e a mim, para alimentar mais uns meses o Moloch-Construção...
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Quantos media vão olhar para isto e tentar perceber o sistema que gera "esta galinha com dentes", para perceber este sintoma, para mostrar que há esperança, não na redução de salários, não na redução de feriados, não no aumento de mais meia-hora diária mas na criação de valor acrescentado...
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Esta semana alguém (um abraço) confidenciava-me que um seu cliente neste sector do vestuário, já este ano, viu as suas encomendas aumentarem bastante... porque a China já está muito cara...
Não me canso de me impressionar...
Vem o relatório do Banco de Portugal estimar que durante o ano de 2012 irão perder-se em Portugal cerca de 170 mil postos de trabalho "Portugal deverá perder 170 mil postos de trabalho só este ano".
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Quando se apresenta este número, quando lêem este número, não têm curiosidade em saber de onde virá este desemprego?
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Quem visita este espaço com regularidade sabe que escrevo não sobre a economia portuguesa mas sobre as várias economias portuguesas, por exemplo:
E a isso, acrescentem isto:
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Também podem acrescentar isto "Construção pode perder 12 mil empresas este ano"
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Agora, acrescentem:
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Não nos dizem, e com razão, que o futuro do país está numa economia mais sustentada na economia de bens transaccionáveis?
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Quando se ouve este número há um argumento muito usado para lutar contra a austeridade:
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Quando se apresenta este número, quando lêem este número, não têm curiosidade em saber de onde virá este desemprego?
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Quem visita este espaço com regularidade sabe que escrevo não sobre a economia portuguesa mas sobre as várias economias portuguesas, por exemplo:
- a dos funcionários públicos;
- a dos reformados e pensionistas (não contam para o campeonato do desemprego);
- a dos bens não transaccionáveis; e
- a dos bens transaccionáveis.
Quando se fala do número, 170 mil postos de trabalho, parece que é um flagelo uniformemente distribuído que poderá vir a atingir qualquer português com igual probabilidade.
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Então, agora, reparem nisto ("Desemprego. Professores foram os mais atingidos com aumento de 130,7%)":
"Tendo ainda em conta a comparação dos dados apurados para o Continente em Janeiro de 2012 com os registados no mês homólogo de 2011, no que respeita às profissões dos desempregados, os grupos que apresentam maior acréscimo são o dos “docentes do ensino secundário, superior e profissões similares” (subida de 130,7%) e o dos “profissionais de nível intermédio do ensino” (aumento de 48,8%). Para estes grupos tinham sido registados aumentos, respectivamente, de 39,6% e 36,4% em Janeiro de 2010. No entanto, há outros indicadores menos drásticos, mas nem por isso menos preocupantes, que começam a ganhar peso: os directores e gerentes de pequenas empresas tiveram um aumento do desemprego no espaço de um ano de 18,6%."A Fenprof estimou que se perderiam 30 mil postos de trabalho no ensino durante o ano de 2011.
E a isso, acrescentem isto:
"O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário avisa que entre este ano e o princípio de 2013 o setor poderá gerar cerca de 140 mil desempregados."Trecho retirado de "Construção pode gerar 140 mil desempregados em 2012".
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Também podem acrescentar isto "Construção pode perder 12 mil empresas este ano"
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Agora, acrescentem:
"A variação homóloga do índice de emprego no comércio a retalho foi -5,5% em fevereiro (-5,3% no mês de janeiro).Aposto que mais de 95% do desemprego vem destes três sectores: ensino, construção e comércio.
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Não nos dizem, e com razão, que o futuro do país está numa economia mais sustentada na economia de bens transaccionáveis?
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Quando se ouve este número há um argumento muito usado para lutar contra a austeridade:
- mais desemprego -> menos impostos -> menos consumo -> logo mais desemprego e por aí adiante
Mas de onde vem o dinheiro que suporta o nível de emprego que desaparece quando há austeridade?
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Quantos artigos de jornal leram nos últimos 3 meses sobre a criação de emprego em Portugal? Acham que neste momento não há empresas a crescer e a contratar trabalhadores? Acham que o fazem porque o Estado ... fazem-no porque são sustentáveis, fazem-no porque precisam de gente para criar riqueza.
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Não me canso de me impressionar com a quantidade de pessoas que durante a primeira década do século XXI viveu em Portugal à conta do sector da Construção e Obras Públicas...
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BTW, para rir ""resposta inequívoca às condições de mobilidade regional e segurança rodoviária""
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BTW, para rir ""resposta inequívoca às condições de mobilidade regional e segurança rodoviária""
sexta-feira, março 30, 2012
Uma lista de referências sobre a batota
Um apanhado de referências sobre a experiência de aceder a um site na internet. E porquê ficar pela internet? Por que não sobre a batota em geral?
- "The Experience Map"
- "Cross-Channel Blueprints: A tool for modern IA"
- "Customer Experience Mapping" (exemplo) "& Service Blueprinting"
- "Customer Journey Mapping Resources On The Web"
- "Customer Journey Mapping"
- "Designing a deliberate Customer Experience"
- "Service Design Tools"
- "The Service Blueprints Overview"
- "Mapping out customer experience excellence: 10 steps to customer journey mapping"
- "Service Blueprinting: A Practical Technique for Service Innovation"
- "Services Blueprint - Roadmap for execution"
Para quem não sabe do que falo quando falo de batota "A batota, ainda e sempre a batota"
E qual é o plano B?
Quanto mais passam os anos, quanto mais acompanho as mudanças de configuração dos mercados, quanto mais vejo a reacção das empresas... mais sentido faz a frase de Steven Blank:
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Preocupado, pergunto:
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E qual é o plano B?
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Recordar Beinhocker no seu livro "The Origin of Wealth" quando propõe que nestas situações as empresas tenham "bushy strategies", que avancem "em pequeno, em modo experimental" em várias direcções em simultâneo, mas preparadas para rapidamente cortar e concentrar nas experiências que dêem melhores resultados.
"There Are No Facts Inside Your Building, So Get Outside"Quando uma empresa começa a apostar todo o poder fogo (todos os recursos) numa única opção e, ainda por cima, nova, nunca testada no mercado....
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Preocupado, pergunto:
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E qual é o plano B?
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Recordar Beinhocker no seu livro "The Origin of Wealth" quando propõe que nestas situações as empresas tenham "bushy strategies", que avancem "em pequeno, em modo experimental" em várias direcções em simultâneo, mas preparadas para rapidamente cortar e concentrar nas experiências que dêem melhores resultados.
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Temo sempre o pior quando não há plano B, quando toda a carne é posta no assador como se não houvesse amanhã.
O futuro já cá está...
... está é mal distribuído.
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"These shoes are made for printing"
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A revolução que vem aí... na forma como se concebe a indústria...
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Simplesmente imaginem...
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"These shoes are made for printing"
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A revolução que vem aí... na forma como se concebe a indústria...
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Simplesmente imaginem...
O melhor colégio de Lisboa
Esta manhã tinha na caixa de correio electrónico uma mensagem spam que me deixou a pensar...
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Um colégio apresenta-se como o melhor colégio de Lisboa... o melhor colégio, não um dos melhores, não um "provavelmente o melhor". A afirmação é peremptória, até vem em maiúsculas "O MELHOR COLÉGIO DE LISBOA"
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Portanto, o "melhor colégio" acha que uma boa forma de ganhar clientes é enviar spam, é invadir a caixa de correio de gente que vive a cerca de 300km ... será uma boa aplicação do marketing digital?
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Sim, eu sei, mandar um e-mail para 1000 endereços de pessoas registadas em Lisboa custa o mesmo que enviar para 500 milhões de endereços... quantos australianos terão recebido o e-mail? Mas quantas pessoas ficam a pensar mal desse colégio?
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Mas acham que esta prática se conjuga bem com a mensagem de "O MELHOR COLÉGIO DE LISBOA"?
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Mas a coisa não fica por aqui.
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Qual a segunda mensagem?
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"INSCRIÇÕES ABERTAS - DESCONTOS 100 EUROS"
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Acham que a mensagem "o melhor" casa bem com a mensagem "descontos 100 euros"?
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Se alguém tem uma oferta que qualifica de "a melhor" faz algum sentido que o primeiro argumento de venda seja acenar com descontos?
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Quantas empresas fazem o mesmo? Acham que têm uma boa oferta, acham que têm alguma vantagem competitiva e o primeiro argumento de venda é... o preço, os descontos.
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Se acham que têm uma boa oferta, se acham que têm alguma vantagem competitiva, o preço é a última coisa a trazer para a conversa. A conversa deve começar por argumentos de compra... por que é que "é o melhor colégio de Lisboa"?
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Conseguem imaginar a conversa:
- Olha matriculei o meu filho no melhor colégio de Lisboa! Estavam com um desconto de 100 euros e aproveitei...
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Acham plausível?
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E quais são os canais que a sua empresa usa para se fazer conhecer?
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E a sua empresa, usa argumentos de venda ou argumentos de compra?
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E em que fase é que entra o preço?
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Um colégio apresenta-se como o melhor colégio de Lisboa... o melhor colégio, não um dos melhores, não um "provavelmente o melhor". A afirmação é peremptória, até vem em maiúsculas "O MELHOR COLÉGIO DE LISBOA"
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Portanto, o "melhor colégio" acha que uma boa forma de ganhar clientes é enviar spam, é invadir a caixa de correio de gente que vive a cerca de 300km ... será uma boa aplicação do marketing digital?
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Sim, eu sei, mandar um e-mail para 1000 endereços de pessoas registadas em Lisboa custa o mesmo que enviar para 500 milhões de endereços... quantos australianos terão recebido o e-mail? Mas quantas pessoas ficam a pensar mal desse colégio?
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Mas acham que esta prática se conjuga bem com a mensagem de "O MELHOR COLÉGIO DE LISBOA"?
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Mas a coisa não fica por aqui.
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Qual a segunda mensagem?
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"INSCRIÇÕES ABERTAS - DESCONTOS 100 EUROS"
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Acham que a mensagem "o melhor" casa bem com a mensagem "descontos 100 euros"?
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Se alguém tem uma oferta que qualifica de "a melhor" faz algum sentido que o primeiro argumento de venda seja acenar com descontos?
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Quantas empresas fazem o mesmo? Acham que têm uma boa oferta, acham que têm alguma vantagem competitiva e o primeiro argumento de venda é... o preço, os descontos.
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Se acham que têm uma boa oferta, se acham que têm alguma vantagem competitiva, o preço é a última coisa a trazer para a conversa. A conversa deve começar por argumentos de compra... por que é que "é o melhor colégio de Lisboa"?
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Conseguem imaginar a conversa:
- Olha matriculei o meu filho no melhor colégio de Lisboa! Estavam com um desconto de 100 euros e aproveitei...
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Acham plausível?
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E quais são os canais que a sua empresa usa para se fazer conhecer?
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E a sua empresa, usa argumentos de venda ou argumentos de compra?
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E em que fase é que entra o preço?
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