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quarta-feira, julho 22, 2015

"Listen very carefully, I shall say this only once." (parte V)

Parte I, parte II, parte III e parte IV.

Qual o ex-libris, o avatar do fornecedor low-cost?
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A Amazon!
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Como lidar com a Amazon?
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Oferecer um preço mais baixo?
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Come on!?!? Não vai mais vinho para essa mesa!



Trechos retirados de "Beyond Amazon: 5 Niche Ecommerce Sites Driving Innovation In Online Shopping":
"sites like Amazon try to provide a solution for nearly every product, and therefore can't offer up a custom or focused experience for very specific products or shoppers. Today, a number of niche sites are creating new kinds of shopping experiences that change the way people discover products.
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This site is not only focused on a very specific audience, but a very personal and intimate product as well.
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finding unique ways of selling a product in order to cater to niche markets
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The company provides a wide variety of items — all of them themed for the company's specific audience. This is a classic example of finding a market, and building whatever product happens to appeal to them.
...
What all of these sites share is focus — and this allows these smaller services to compete with the do-it-all giants. This is a powerful lesson and can certainly be applied to other industries."
Em todo o lado esta evolução... entretanto, há os que acham que é tudo uma questão de estímulos, apoios e outras mezinhas.

terça-feira, julho 21, 2015

"Listen very carefully, I shall say this only once." (parte IV)

Parte I, parte II e parte III.
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Recordar o velho exemplo de Manzano:

Pequenas empresas habituadas a trabalhar no mercado B2B sem marca, produzem um produto de qualidade, sem defeitos, honesto mas sem identidade própria. Ocupam o mercado do meio-termo com um produto decente mas só isso, decente.
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Entretanto, fruto da globalização, entram os concorrentes com produção muito mais barato made in Asia e qualidade nível de defeitos qb.
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Qual a alternativa?
Desvalorizar a moeda e continuar a competir pelo preço? Impossível, os malvados alemães não deixam e, os salários teriam que cair uma ordem de grandeza.
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Qual a alternativa? 
Trading-up!!! 
Subir na escala de valor!
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Continua.

terça-feira, junho 30, 2015

Um dos três exemplos

Calçado, têxtil e vestuário e, mobiliário, são os três exemplos que acompanho e relato aqui no blogue há vários anos.
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Em "70% Da Produção Do Mobiliário De Lar Segue Para Exportação" encontro o reforço de alguns padrões que costumo salientar:
"Percebe-se uma crescente internacionalização da atividade dos fabricantes portugueses: as exportações representaram em 2014 67% do valor da produção nacional, face a 56% de 2011 e 44% de 2008.
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As vendas no exterior situaram-se em 2014 perto dos 500 milhões de euros, o que contrasta com o valor de 352 milhões de 2011 e de 209 milhões no ano 2006.
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O tecido empresarial no sector de mobiliário de lar tem reduzido significativamente nos últimos anos O número de fabricantes passou de cerca de 5.300 em 2009 para 4.250 em 2013. O volume de emprego, por seu lado, situou-se neste último ano perto de 22.400 trabalhadores, valor notavelmente inferior ao de 28.790 empregados de 2009.
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O número médio de colaboradores por empresa situa-se próximo das cinco pessoas. Perto de 50 operadores têm mais de 50 trabalhadores e quase 90% do total emprega menos de 10."
Estando o número de empresas e de trabalhadores a diminuir e a facturação a crescer é fácil imaginar o aumento do valor acrescentado, em termos agregados, por empresa e por trabalhador,

quarta-feira, maio 20, 2015

O teste do tempo e da realidade

Primeiro, recuemos a Fevereiro de 2011 e a "Fazer o by-pass ao país", convido-vos a recordar o que o presidente da CMVM dizia sobre as empresas portuguesas e sobre o mercado interno.
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É sempre bom fazer estas pesquisas para enquadrar estas pessoas e os seus conhecimentos e saber se enfrentam bem o teste do tempo e da realidade.
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Depois, recordem tudo o que escrevemos ao longo dos anos neste blogue:

  • sobre Mongo;
  • sobre a vantagem das PME;
  • sobre os nichos;
  • sobre subir na escala de valor;
  • sobre o trabalho do artesão;
  • sobre ...
Então, estarão no ponto para ler "“Os produtos italianos não são melhores que os nossos”":
"Apesar do crescimento acelerado nos últimos anos, Paula Sousa rejeita a industrialização da produção. O mobiliário da Urbanmint distingue-se pelo design inovador e elevada qualidade do fabrico artesanal.
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A nossa verdade [Moi ici: A autenticidade]: a cultura artesanal, o nosso legado, o saber fazer bem feito, o nosso perfeccionismo... Eles ficaram muito impressionados com isso.
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A indústria mundial do mobiliário está muito massificada. [Moi ici: Recordar o Mar del Plastico e os russos] E nós temos esse valor cultural, muito enraizado na forma de fazermos as coisas. Ele adoraram isso. Claro que já tínhamos massa crítica do ponto de vista editorial, de presença em revistas. Já tínhamos um bom portefólio de projectos de privados e ‘contract'.
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Porque não queremos evoluir para a industrialização. Queremos manter a nossa génese, que é a produção manual."
E a propósito do título e da importância da comunicação, recordar o que se disse sobre o luxo:
"E voltando ao luxo, pode-se produzir muito bem mas o luxo é mais do que o tangível. O luxo é sobretudo a constelação de histórias que acompanham algo e dão um substracto de intangibilidade" 
BTW, material para os blocos do modelo de negócio:
"Em 2008 criou a marca e, para ganhar notoriedade, contou a sua história às revistas internacionais da especialidade. Quando a ‘Corset' foi capa de uma importante publicação britânica de design de interiores, os clientes começaram a bater à porta.
"A validação na área do design e das indústrias criativas pode ser feita através de vários métodos. No nosso negócio, que tem uma componente de design e também comercial, o reconhecimento por editores é muito importante. E o reconhecimento  por prémios tem uma importância adicional", sublinha Nuno de Sá, responsável pela comunicação e marketing da Urbanmint.
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E galardões também não faltam. A Munna já foi distinguida com o Prémio  Internacional de Design e Arquitectura, promovido pela conceituada revista  britânica "Design et al". A primeira vez foi em 2012, com a poltrona ‘Becomes Me'.
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"Esse prémio foi um bom tónico para a Munna que já era uma marca popular no design de interiores no Reino Unido. E repetimos esse prémio em 2014 com o sofá ‘Hughes'. Trabalhamos para satisfazer os clientes, que são os designers de interiores e, em última análise, os clientes finais. E nesse sentido os prémios são apenas a cereja em cima do bolo"."

segunda-feira, abril 13, 2015

O choque de gestão em curso

Via Instituto Informador Comercial estes números:
E comparar com estes resultados:
"A avaliar pelos dados do comércio internacional mais recentes divulgados pelo INE, o volume de vendas acumuladas do sector, de Janeiro a Dezembro de 2014, cresceu 13% face ao ano anterior, ficando acima de 1,3 mil milhões de euros."
E comparar com estes resultados:
"2014 foi o melhor dos últimos 11 para as exportações da indústria têxtil e vestuário portuguesa, que cresceram 8% face a 2013 e somaram 4,6 mil milhões de euros.
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o vestuário foi a principal categoria de produtos exportada, representando 60% do total das exportações do setor, no valor de 2,8 mil milhões de euros, tendo crescido 9%."

Bom para chamar a atenção para a heterogeneidade dos sectores económicos, para a turbulência e para a renovação do tecido empresarial.
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É o choque de gestão a operar.


Trechos retirados de "Portas em Milão com empresas portuguesas" e "Acerca das exportações de 2014"


domingo, fevereiro 22, 2015

Mais um exemplo de Mongo

"A new era of craftsmanship is emerging in New York and beyond, where designers are seeking high-end credibility.
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Cultivating (and conquering) the ultra-high-end market still comes down to a love of craftsmanship.
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Every piece requires a huge time commitment. [Moi ici: E a eficiência? Em Mongo a eficácia é mas importante]
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The reward of this work is the opportunity to carve out a new place in popular culture.
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Pieces are perfectly imperfect, drawing collectors to their hand-wrought appearance.
“My design perspective has always been trying to merge proficiency in craftsmanship with evidence of the hand,” he says.[Moi ici: Como aqueles quadros/desenhos que me fascinam em que o artista tanto representam com os traços que desenha, como com os que nos deixa intuir, como os que não desenha mas que o nosso cérebro reconhece]
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With today’s interest in high-quality modern furniture, previously dying crafts are now enjoying a renaissance."

"The US furniture makers seeking to rival the best of Europe"

terça-feira, janeiro 13, 2015

"Sim, missão para duas ou três gerações seguidas" (parte I)

Trabalho. Trabalho? Muito mais do que trabalho, talvez missão!
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Sim, missão para duas ou três gerações seguidas. Uma missão nobre, uma missão ao estilo dos lavradores que em Maio espalham bosta nos campos, sempre a pensar num presente que tem de ser a base para um futuro melhor de quem vem a seguir... esse é que devia ser o verdadeiro contrato solidário intergeracional, deixar aos que vêm um mundo melhor, não um fardo maior.
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Uma missão em que, apostando na concorrência imperfeita, a um ritmo próprio, seguindo uma estratégia de trajectória, apostamos na subida na escala de valor e fazemos da Itália o nosso alvo. Ou seja, replicar a estratégia do sector do calçado para outros sectores como a agricultura, o vinho, o vestuário e a moda, o mobiliário, a cerâmica.
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O Miguel Barbot fez-me uma surpresa ontem, ao deixar-me na caixa do correio este texto "‘Made in Portugal’ is on the Rise".
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Continua.

quarta-feira, dezembro 03, 2014

Exemplos do mobiliário

A par do calçado e do têxtil, o mobiliário é outra indústria tradicional com potencial para dar o salto com a aposta no design e na personalização, traduzida numa subida na escala de valor.
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Neste texto "Paredes Capital das cadeiras", só me faz espécie ter de ser o presidente da câmara a liderar o processo. De resto, uma série de sinais positivos:

  • "A ideia de embutir design na indústria dominante deste concelho com 90 mil habitantes começou a ser maturada há uma década." [Moi ici: design e persistência numa estratégia]
  • "Paredes apostou no design como marca diferenciadora das históricas cadeiras da região"
  • "O golpe de asa passou por cruzar designers de sucesso com figuras mediáticas como o ator John Malkovich, que em vez de ganhar assento próprio preferiu ser ele a desenhar uma cadeira para "
  • "o Art on Chairs acabou coroado pela União Europeia, distinguido com o prémio Regiostars de Desenvolvimento Inteligente, uma espécie de Óscar para os mais promissores projetos regionais."
  • "A par do Art on Chairs, de cariz mais artístico, o sector procura reposicionar-se cada vez para mercado externo, apostando na criação de uma marca independente destinada a comercializar móveis de várias fábricas locais, sob a da marca comum I Do."
Depois, um momento sempre interessante, a conversa com representantes de diferentes empresas, cada uma com uma estratégia diferente. Algo que ajuda a abrir mentes e mostrar que não existe uma única via:
A figura, simplifica o campo de estratégias possíveis a três extremos "puros":
"CM Cadeiras A atração das encomendas em série 
Os clientes da empresa são fábricas e marcas internacionais de mobiliário. A França é o maior mercado.
A CM Cadeiras faz, em média, 160 cadeiras por dia para fábricas e marcas de móveis internacionais que confiam a produção das suas cadeiras à empresa de Rebordosa. [Moi ici: Aposta no preço. Serve encomendas em série]
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Fenabel Um alfaiate pronto a trabalhar à medida
A maior fabricante portuguesa de cadeiras combina grandes séries com a oferta de soluções personalizadas
Numa aposta arrojada, a Fenabel decidiu tornar-se "o alfaiate de cadeiras do mundo". "O que nos destaca é a capacidade de produzir o que o cliente sonha, num serviço personalizado, sem quantidades mínimas. Usamos a experiência, a tecnologia e a organização para sermos flexíveis" explica Elsa Leite, diretora-geral da empresa de Rebordosa.  [Moi ici: Aposta na personalização. Apesar de manter dois modelos de negócio. A grande série e, agora, a evoluir para a personalização, espero que com subidas nas margens. Claro que frases como "combinando serviço personalizado e produção em massa" me arrepiam, pois imagino logo os problemas do stuck-in-the-middle. Ou não, talvez tenham estudado o velho Skinner]
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Zagas Apostar no desenho e na subcontratação
Especializada em móveis de sala e quarto tem modelos exclusivos de cadeiras, mas confia a sua produção a terceiros.
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"A flexibilidade é uma fatia cada vez mais interessante neste negócio", admite o administrador, a trabalhar com designers locais nos maiores mercados da empresa Reino Unido, França e Bélgica para adequar a oferta às especificidades da procura de cada um dos países. Ao mesmo tempo, procura adaptar-se a um novo modelo de negócio em que o cliente final deixa de ser a loja tradicional de móveis e as grandes centrais de compras vão ganhando terreno."  [Moi ici: Aposta no design como vantagem competitiva]


sexta-feira, novembro 14, 2014

O Portugal anónimo em acção (parte II)

As exportações têxteis crescerem 9,3% homólogos até Setembro é bom?
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O que dizer de:
"A Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) revelou hoje que as exportações do setor aumentaram 13% entre janeiro e setembro face ao homólogo de 2013, ultrapassando os mil milhões de euros."
Entretanto, o presidente da republica vai celebrar o sector do calçado durante o dia de hoje em São João da Madeira. Óptimo!
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Espero que não se esqueça dos outros sectores.

terça-feira, novembro 11, 2014

O Portugal anónimo em acção

Portugal anónimo:

BTW, comparar a postura das empresas grandes, facturam milhões, distribuem dividendos e andam a pressionar o Estado para gastar dinheiro impostado aos contribuintes, para plantar mais pinho e eucalipto. os pequenos:
"madeira que é importada dos Estados Unidos, pois "infelizmente a floresta nacional não tem madeira para as nossas necessidades. Não tem o tratamento nem a quantidade suficiente para utilizá-la com alguma fiabilidade"."
Os grandes têm sempre a ideia de que alguém lhes tem de garantir o queijo.

domingo, outubro 26, 2014

Passar do B2B para o B2C

A propósito de "Indústria: Móveis de metal tomam forma em fábrica de Gaia", esta semana que passou estive numa empresa, dum sector completamente diferente, que vai passar pela mesma dificuldade:
"Até agora, a empresa trabalha com agentes, distribuidores e decoradores um modelo comum na indústria do mobiliário. Mas o objectivo da Larforma é chegar directamente ao consumidor final num futuro próximo."
Deixar de trabalhar para agentes, distribuidores e decoradores é diferente, muito diferente, de chegar directamente ao consumidor final.
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Têm marca?
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Têm marketing?
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Como vão interagir com o consumidor final?
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Em que prateleiras vão expor?
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Algumas destas perguntas instintivas começam a ter resposta:
""Neste momento só trabalhamos para clientes profissionais e queremos fazer chegar a nossa evolução ao cliente final. E por isso criamos uma marca, a 'Porto Work', que está agora a ser lançada com produtos totalmente artesanais", realça o empresário. Vai ser com esta marca que irá vender o mobiliário "de metal".
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"Tratando-se de um produto muito original, requer uma comunicação original", disse Manuel Ferreira, que pretende redecorar espaços públicos para mostrar os seus produtos aos clientes."
Para muitas empresas é uma transição difícil.
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BTW, qual o papel daquela espécie de modelo das 5 forças de Porter que aparece no artigo? Faz algum sentido, para uma empresa que já exporta 40% da sua produção, considerar que os seus concorrentes são:
"O fabrico de mobiliário é a ocupação principal de muitas empresas nacionais, concentradas sobretudo no Norte do Pais. Oscilam entre pequenas oficinas e fábricas de grande dimensão."

sexta-feira, setembro 12, 2014

´Mais uma vez o exemplo do mobiliário

As exportações de mobiliário luso cresceram 10% em 2013.
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Nada mau!
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E como está a correr 2014?
"As exportações portuguesas de mobiliário e colchoaria aumentaram 12% até julho, em termos homólogos, para 820 milhões de euros, evidenciando que “o setor é cada vez mais uma certeza nos planos de negócio das empresas”, divulgou esta quinta-feira a APIMA."

segunda-feira, setembro 08, 2014

"It never ends"

Quando uma empresa usa o low-cost como estratégia para competir no mercado internacional, está sempre sujeita a que:
"“What I do worry about every year is the future of the factory,” [Moi ici: Diz o director de uma fábrica na Indonésia] he tells her. “I worry that someone somewhere else, somewhere cheaper, will start to make furniture, and that will be that for us.”
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It never ends."
Dá a necessidade de sair fora deste filme e optar por outra estratégia

Trecho retirado de "The Human Toll of Offshoring"

quinta-feira, agosto 28, 2014

Sugestão de investimento

Lembram-se dos governos que sabiam o que era o melhor para a economia? Que sabiam que existiam uns sectores que representavam o passado, porque eram tradicionais, e outros que representavam o futuro, porque eram cools, Lembram-se da Qimonda? Lembram-se de Daniel Bessa? Lembram-se de André Macedo? Lembram-se do que Mira Amaral fez com o relatório Porter?
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"Espanha, Espanha e Espanha!" teria sido uma desgraça ainda maior se tivesse sido levada à letra pelos empresários.
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Ainda hoje li que o calçado no primeiro semestre de 2014, depois de 2013 ter sido o melhor ano de sempre, cresceu mais 12%, li que a exportação de vinho está a correr bem e a de têxteis e mobiliário também.
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Escrevo tudo isto por causa de uma afirmação de Paulo Fonseca António José Seguro:
"O socialista promete, porém, não voltar a aumentar os impostos. "Não vou aumentar nem o IRS nem o IVA e o IRC será mantido na próxima legislatura de acordo com a reforma que foi feita", garantiu Seguro na entrevista ao "Diário Económico", admitindo "alterações na taxa do IVA, de modo a introduzir maior justiça ou maior coerência com a estratégia económica". A ideia é "valorizar alguns sectores em detrimento de outros", explicou."
Isto deixa-me com uma curiosidade, quais serão os sectores a prejudicar, a perseguir, a destruir?
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Deixa-me também com medo, quais serão os sectores a beneficiar, a ajudar, e quanto custarão aos contribuintes?
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Se tivesse de investir, com base no histórico das previsões dos socialistas de todos os partidos, que têm estado nos sucessivos governos, optaria pelos sectores que Paulo Fonseca António José Seguro quer prejudicar.

terça-feira, agosto 12, 2014

"despertam em mim um Diógenes carregado de cinismo"

Estes títulos e temas "Só um quinto das empresas de mobiliário tem certificação" despertam em mim um Diógenes carregado de cinismo.
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Basta consultar o marcador "mobiliário" neste blogue para encontrar:
Sintomas de um sector que está a fazer crescer as suas exportações a mais de 10% ao ano nos últimos anos, apostando na flexibilidade, no design, na diferenciação. E, perante este desempenho... o problema é a certificação... e o design? E o marketing? E o branding? E uma estratégia?
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A certificação era muito importante quando a assimetria de informação penalizava o comprador, o consumidor. A certificação era importante quando a interacção produtor-comprador se resumia a uma transacção. No mundo da co-criação de valor, a interacção, o desenvolvimento da relação é onde tudo se joga.
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E aqui está um consultor que apoia organizações a certificarem-se a dizer mal das certificações?
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Não, a dizer mal da mentalidade que vende certificações como a salvação para todos os males. Agora que aí vem uma pipa de massa da UE, é natural que toda uma certa fauna venda certificações como a última garrafa de Coca-Cola gelada no meio do deserto de Atacama. As certificações podem ter um lado positivo, mas só se fizerem parte de um plano estratégico. Recordar "Não culpem a caneta quando a culpa é de quem escreve"

sábado, junho 14, 2014

Acerca da variedade intra-sectorial.

Uma economia saudável funciona assim, sem caminho único, sem a Grande Estratégia delineada por um Grande Planeador e que todos devem seguir. De um lado, o caminho da eficiência, da escala, do volume, da organização, da logística:

Do outro, o caminho da personalização, do pessoal, da autenticidade, da narrativa:
"Todos os produtos são produzidos por encomenda em Portugal. Desta forma conseguimos corresponder a pedidos de personalização do móvel, respeitando sempre a qualidade de desenho. Alterações de dimensões, acabamentos, cores são possíveis. Alterações mais profundas poderão estar sujeitas a uma comissão de desenvolvimento/produção. Todo o mobiliário é produzido manualmente por oficinas de pequena escala e por artesãos. Grande parte dos fornecedores são empresas familiares locais. Fazemos um esforço para que os nossos fornecedores estejam sediados perto do nossa unidade de produção. Neste momento, grande parte dos nossos fornecedores distam cerca de 15km."
Há bocado, numa conversa no Twitter, lembrei-me disto:
 'Amateurs talk strategy, Professionals talk logistics' 
Aqui os termos amador e profissional estão relacionados com a aplicação dos conceitos estratégia e logística no ambiente militar. Um amador pode entreter-se com cogitações estratégicas sobre como vai ganhar uma guerra. Contudo, sem uma logística capaz de suportar o exército, qualquer estratégia é um ídolo de pés de barro, porque os soldados precisam de comer e beber.
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A malta da Aquinos deve ser craque, mas craque mesmo, de  logística.
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Quantas empresas em Portugal podem dizer que controlam essa vertente de forma profissional? Faz sentido impor um modelo de negócio único a todos? Uma economia saudável é esta diversidade...
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E volta a 2003, a Setembro de 2003, nunca me esqueço desse mês:
"Every business is successful until it’s not. What’s amazing is how often top management is surprised when “not” happens. This astonishment, this belated recognition of dramatically changed circumstances, virtually guarantees that the work of renewal will be significantly, perhaps dangerously, postponed.
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Why the surprise? Is it that the world is not only changing but changing in ways that simply cannot be anticipated—that it is shockingly turbulent? 
Como reduzir o risco de obsolescência de um sector económico?
"Valuing Variety
 Life is the most resilient thing on the planet. It has survived meteor showers, seismic upheavals, and radical climate shifts. And yet it does not plan, it does not forecast, and, except when manifested in human beings, it pos-sesses no foresight. So what is the essential thing that life teaches us about resilience? Just this: Variety matters. Genetic variety, within and across species, is nature's insurance policy against the unexpected. A high degree of biological diversity ensures that no matter what particular future unfolds, there will be at least some organisms that are well-suited to the new circumstances."
Permitindo, promovendo e valorizando a diversidade, a variedade intra-sectorial.


sábado, junho 07, 2014

Voltamos ao exemplo do mobiliário

Em linha com o escrito na série "O exemplo do mobiliário", em linha com o exemplo do calçado, no paradigma de Mongo, no mundo económico em que a concorrência imperfeita permite fazer frente ao rolo compressor do volume, do eficientismo e da comoditização.
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Empresas mais pequenas, empresas que não produzem "a granel" saídas indiferenciadas, empresas que sobem na escala de valor e produzem bens e serviços com maior valor acrescentado. Daí:
"As exportações de mobiliário de lar subiram 10% em 2013, comparativamente ao ano anterior, atingindo 482 milhões de euros, revela um estudo da Informa D&B, divulgado esta quinta-feira.
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Bem mais negativa é a evolução do número de empresas fabricantes de mobiliário de lar em Portugal e do emprego: o sector perdeu 20 empresas e perto de 12 mil postos de trabalho nos últimos 10 anos.
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Os dados da Informa D&B mostram que cerca de 85% do total de empresas empregam menos de 10 trabalhadores e apenas três empregam mais de 250 pessoas. Perto de 65% das empresas concentram-se na zona norte de Portugal."

Bem adequado este título "‘Alfaiates’ lusos exportam mobiliário à medida dos clientes"

sexta-feira, maio 30, 2014

Um lema para Mongo

Ainda na sequência deste postal.
"De Oliveira also believes that the Italian stranglehold on global style is waning, and that its one-trick-pony approach to interior design and retail won’t take it much further. Diversity, choice, quality but economies of scale and production are De Oliveira’s watchwords."

terça-feira, maio 27, 2014

"We are living in a time when the designer is everything"

O Miguel Barbot mandou-me este texto "The tables are turning" com o comentário:
"Tem uma série de lições interessantes nas entrelinhas..."
Concordo perfeitamente, vamos à primeira:
"What he has realised is that the designers under his wing have enormous goodwill and likability with press and public, and that is the key to success in modern-day furniture design. He doesn’t need an astronomic marketing budget – the designers “are their own marketing. We are living in a time when the designer is everything – he or she is the most important person in the industry right now; people are attracted to their work in the same way they buy art – the authenticity of a product needs to be traced to its author.”" 
Não percebo como as escolas não conseguem perceber e meter isto na cabeça dos seus alunos...
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Recordar "Tão novos e já tão velhos..."
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E não percebo como é que Rifkin continua preso ao mundo da eficiência e dos custos... o "jogo" vai para lá disso...
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ADENDA: Engraçado como Mongo me faz recordar cada vez mais a mensagem da ICAR acerca da primazia das pessoas... não como povo, mas como indivíduos únicos, não como número socialista, mas como identidade muito pessoal. Os eficientistas vão ter as suas fábricas a trabalhar às escuras, com os seus robots, mas não vão ter clientes...

sábado, maio 24, 2014

Interacção - uma oportunidade para as empresas portuguesas

Nos últimos anos a evolução da cotação do euro face ao dólar americano foi:
Um fortalecimento contínuo do euro desde 2012.
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O que dirão os teóricos sobre o impacte dessa evolução na capacidade de Portugal exportar para os EUA?
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UM HORROR!!!
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O que dizem os números?
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Segundo o Boletim Mensal da Economia (nº 04/2014) as exportações portuguesas para os EUA, nos últimos 12 meses terminados em Fevereiro de 2014 cresceram 11,2%.
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Mais interessante ainda:
"As exportações de mobiliário português para os Estados Unidos subiram 47% em 2013, tendo a quota de mercado do país nas vendas ao exterior globais duplicado no mesmo período."
Como é que os teóricos explicam isto?
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Uns vão começar a dizer que as empresas estão a perder dinheiro e a esmagar margens, outros vão dizer que é por causa da IKEA, outros vão dizer que é um engano nas contas, outros vão assobiar para o lado...
"Uma das empresas presentes, a KOKET, existe há quatro anos e tem sido muito bem aceite no mercado norte-americano.
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"Portugal tem tido uma presença muito forte e respeitada no que diz respeito à qualidade e ao 'design' de produto. A sua qualidade é reconhecida", explicou à Lusa a diretora criativa da marca, Janet Morais.
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Janet Morais diz que a empresa "faz questão que a produção seja feita em Portugal por artesãos e joalheiros exímios e com grande experiência, garantindo assim alta qualidade."
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A diretora de marketing da Brabbu, Rita Rodrigues, explicou que a empresa decidiu investir nos Estados Unidos porque "é um mercado com uma forte cultura a nível de 'design', com líderes de opinião conhecidos mundialmente e onde as tendências são ditadas."
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Rita Rodrigues explicou que "nos Estados Unidos mesmo o mobiliário de luxo é produzido em grande escala e, como tal, as oportunidades de fazer peças à medida e com materiais e acabamentos personalizados são menores."
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Esta realidade acaba por ser uma oportunidade para as empresas portuguesas.
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"O mobiliário português é visto como aquele que permite dar um toque personalizado e especial a cada peça; ou seja, o cliente tem a possibilidade de escolher o aspeto final", adiantou a responsável da Brabbu."
Novidade para este blogue? Claro que não!!!
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O poder da co-criação; da co-produção; da customização, da interacção. ´
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Trechos retirados de "Exportações de mobiliário português para os EUA sobem 47% em 2013"