segunda-feira, setembro 24, 2012

Vão perceber que é a mesma coisa

Se lerem este texto "Silicon Valley is stupid (which is why it works) — Tech News and Analysis" vão achar que ele retrata um mundo pouco português.
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Depois, se lerem este texto "Sapatos: o segredo do sucesso português não está nos preços baixos" e, se tiverem algum contacto com o mundo do calçado, vão perceber que é a mesma coisa...

  • empresários que se juntam porque não sabem fazer mais nada; porque têm calçado no sangue; porque já é tradição na terra ou na família; porque ...
  • governos sucessivos e tríade, ano após ano capricharam em dificultar-lhes a vida, em dizer que eram algo do passado, que por cada empresa do calçado que fechava Portugal ficava mais produtivo;
  • mesmo nos tempos que correm, continua a arranjar-se capital para a febre das marcas próprias.
Muitas das experiências com marcas próprias, de que fala o artigo, acabam, tal como as startups de Silicon Valley, por ser um fracasso. Mas o sistema fica mais rico com o que aprendeu e algumas são um sucesso e ajudam a fazer a diferença. E o dinheiro é deles, é de quem arrisca.

Até que ponto...

Dois artigos sobre o mesmo tema:
"Leading firms and theorists are therefore radically rethinking business strategy. Instead of an internal focus on configuring the firm’s own value chain, firms are organizing from an outside-in mind-set that starts with the customer, and looks to deliver creatively on market opportunities, whatever they happen to be, however they will be delivered, and whoever will deliver them. Profits are seen as the consequence of providing value to customers, not the goal of the firm."
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"An outside-in orientation that maximizes customer value however requires an agile organization to implement it. Steadily delivering additional value to customers, rather than just fine-tuning the value chain for the existing portfolio of products and services, requires the organization-wide capability to deal with unexpected shifts in the marketplace. Solving customer problems means being able to adjust what the firm produces, what it sells, how it sells it and even who sells it."
"An agile enterprise discovers profitable opportunities--new market spaces or gaps in existing market spaces--by repeatedly considering:
1.Shifts in product or service needs, customer tastes, technology, socioeconomic factors, and cultural mores.
2.Competitors' current and future strategic positions.
3.The organization's internal competencies.
4.Competencies it might gain through access to partners, collaborators, or mergers and acquisitions."
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"Enterprises demonstrate strategic agility in four major ways:
1.They continuously scan their environment to identify both threats to existing positions and opportunities to forge new positions.
2.They regularly engage in strategic experiments by implementing small-scale strategic initiatives to challenge internal or external work environments to gain experience with emerging technologies, work practices, product or service concepts, customer segments, or product markets.
3.They devise adaptive business architectures so that their competitive assets (as well as those of partners) can be realigned quickly--shutting down activities, commencing new activities, or shifting resources among activities.
4.They learn to radically renew the competencies that characterize their competitive nature."
 Até que ponto a nossa dificuldade cultural em obedecer a regras rígidas, a nossa tendência para não seguir processos organizacionais, o nosso tradicional desenrascanço à McGuyver, pode ser aproveitado para esta realidade nova?
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E quais as implicações sociais deste tipo de organizações?

Trechos retirados de:

domingo, setembro 23, 2012

Para reflexão profunda

Para reflexão profunda, aplica-se a muita gente, a muitas instituições, à política, a muitas realidades:
"If you are selling tomorrow, be very careful not to pitch people who are only interested in buying things that are about today. It's virtually impossible to sell financial planning or safety or the long-term impacts of the environment to a consumer or a voter who is relentlessly focused on what might be fun right now.
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Before a marketer or organization can sell something that works in the future, she must sell the market on the very notion that the future matters. The cultural schism is deep, and it's not clear that simple marketing techniques are going to do much to change it."
E se há uma tendência forte nas últimas décadas, no  nosso país e no resto do mundo, é a ascenção ao poder do curto-prazismo.
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Texto de Seth Godin "Truth and consequences"

Qual é o seu nicho?

Parece que o blogue anda a ser lido por este senhor:
"E para quem? É sobretudo nesta última questão que os empresários e o Governo se têm de focar quando pensam na internacionalização. Tem de haver uma viragem para a economia da procura, alerta o economista Augusto Mateus."
Basta pesquisar "ecossistema da procura".
Basta pesquisar "cadeia da procura".
"Para Augusto Mateus é mais importante saber o “como” fazer do que o “onde” apostar. E, no “como”, a resposta é simples: devem-se “aglomerar esforços, dar prioridade às respostas às necessidades dos consumidores e perceber quem vai poder comprar os nossos bens”, bem como “consolidar e diversificar mercados, produtos e modelos de negócio”.
Basta pesquisar "clientes-alvo".
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Consideremos uma PME que sempre viveu a trabalhar para o mercado interno e que, pela força das circunstâncias actuais, agora, pensa seriamente na sua internacionalização.
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Qual deverá ser a sua cadeia da procura? Quem deverá ser o seu cliente-alvo? Para que segmento deve apontar?
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A tentação é apontar para onde está o grosso do mercado, para onde há mais compradores, para onde estatisticamente há mais oportunidades de negócio... que é onde os incumbentes mais fortes têm as suas vacas leiteiras.
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Num excelente artigo Tim Kastelle tem uma pérola de sabedoria que se aplica a este desafio da internacionalização:
"All of this adds up to the Attacker’s Dilemma. And that is: unless you bring a major performance improvement, there is no point in directly attacking a strong incumbent in their area of strength.
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You need to find a niche that isn’t being served. You need to find area where you can build a learning advantage. The actions you take when you are entering a market are quite different from those that you take when you are building one."

Trechos iniciais retirados daqui.

Hackerspace

sábado, setembro 22, 2012

A estratégia é a história (parte VI)

Como ao longo dos anos tenho referido aqui no blogue:

  • ser optimista baseado em sonhos cor-de-rosa, baseado em fazer figas e esperar que a energia positiva faça um milagre é treta que não apoio nem suporto. E houve um tempo em Portugal em que a mensagem de alguns media, mais colados ao governo, era essa;
  • viver num país onde os media, controlados por "Lesboa", a cidade-avatar do modelo mental e de negócio que faliu com o pedido de ajuda à troika, só passam mensagens negativas não deve ser fácil, para o cidadão comum que não tem acesso, não contacta com um fervilhar de actividade empresarial que está a fazer pela vida e que se está a sair muito bem.
Por estes dias, ao ler "Your Brain at Work" de David Rock percebo que a coisa é ainda mais importante do que pensava. Ouvir histórias positivas, histórias optimistas, contadas por quem as viveu, fazem-nos largar na nossa corrente sanguínea as hormonas da felicidade, como a dopamina e a ocitocina. Ouvir histórias tristes e negativas, fazem-nos ficar encharcados em cortisol o que nos arrasta para uma depressão auto-catalítica.
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É a velha história, nós não vemos a realidade tal como ela é, nós vemos uma representação da realidade criada pela nossa experiência e perspectiva do mundo. Se a perspectiva é negativa, então a nossa visão do mundo é negativa.
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Por isto, faz todo o sentido reflectir neste texto "Listening to Complainers Is Bad for Your Brain" e recordar a série "A estratégia é a história" no ponto sobre as histórias como cavalos-de-Tróia.
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E já agora, recordar o poder de uma história errada, quando se acredita nela como se fosse realmente verdadeira.

Ter memória às vezes é trágico:

Ter memória às vezes é trágico:
"Em 1995-1996, período em que o contrato de investimento da Qimonda foi negociado e assinado e lançada a primeira pedra do empreendimento - sendo a sociedade então constituída sob a denominação social da Siemens Semicondutores SA -, foram acordadas entre o Estado português e o investidor, a multinacional alemã Siemens a "instalação e operação em Portugal de uma fábrica de "back-end" para a produção de memórias de DRAM de 16 MB ou de mais elevada densidade de memória"; e, por resolução do conselho de ministros, atribuídos incentivos que cobriam uma parcela do investimento global realizado pelo investidor que faziam da Siemens Semicondutores, depois Infineon, mais tarde Qimonda, o segundo maior investimento contratado e incentivado pelo Estado português, até essa data, logo a seguir ao da Autoeuropa."
Quem ocupava o cargo de secretário de Estado da Indústria entre 25 de Outubro de 1995 e 28 de Março de 1996?
Quem ocupava o cargo de ministro da Indústria entre 28 de Março de 1996 e 25 de Novembro de 1997?
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"As indústrias de baixa tecnologia têm sido, de resto, as únicas com maior peso na incorporação de valor acrescentado nacional do que na incorporação de importações intermédias."
Trecho retirado de "Augusto Mateus: "Portugal é mais China do que pensamos""

Para os que lêem a correr, parem um pouco para reflectir na metáfora de Augusto Mateus... a China de que ele fala não está nas empresas de calçado, ou nas empresas têxteis, ou nas de mobiliário, ou nas de cerâmica, ou na agricultura biológica... a China de que ele fala está por detrás de edifícios muitas vezes luxuosos e espelhados e alavancados em apoios, pins, subsídios e outras tretas.
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"Na sexta-feira, Augusto Mateus explicava numa conferência na Gulbenkian que a exportação de calçado deixa em Portugal cinco vezes mais valor do que a exportação da alta tecnologia. Lembra-se da Qimonda? Era a maior exportadora portuguesa. Mas importava tanto que o valor acrescentado para a economia era quase zero. Como disse Mateus, se por absurdo as nossas exportações fossem todas de alta tecnologia, o volume seria fantástico, mas o PIB (que é uma medida de valor acrescentado, não de volume de negócios) estaria na ruína."
BTW2, ter memória é mesmo trágico

David e Golias (parte I)

Um projecto muito, muito interessante.

sexta-feira, setembro 21, 2012

É por isto...

Sem TSU e com a economia francesa em retracção:
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"A França é um dos maiores mercados para os produtos têxteis e de vestuário portugueses, com as exportações nos primeiros seis meses de 2012 a registarem um aumento de 88,5% em comparação com o período homólogo de 2011, revela a ATP. Feitas as contas, o negócio atingiu os 252,9 milhões de euros."
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É por isto que o sector tem continuado a criar emprego ao longo de 2012 e algumas empresas têm sentido dificuldade em arranjar pessoal.
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É por isso que não se ouvem estes empresários, estão demasiado ocupados a fazer pela vida, para terem tempo para o paleio.
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Mt 11, 25

Os "sábios e inteligentes" falam em custos e quantidades, falam em escala e volume...
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Os campeões escondidos seguem outra via:
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"A Rússia é um mercado com elevado poder aquisitivo, apetência por produtos de qualidade e uma grande sensibilidade para o design e a inovação. É um mercado muito competitivo e sofisticado com uma forte concentração de riqueza e de poder nas principais cidades (como Moscovo e S. Petersburgo). Para conquistar este mercado, os produtos têm que se destacar pela sua diferenciação. É também muito importante selecionar o parceiro ideal para o negócio."
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"Disposta a pagar o preço da qualidade, a Trindade já ultrapassou os 20 milhões de euros de investimento nas linhas de produção. Para 2013, serão investidos mais 3,5 milhões, para criar novos postos de trabalho e abrir novos mercados. Depois de algumas incursões no Médio Oriente, o grupo liderado por Pedro Ventura acaba de descobrir o caminho para a Índia onde, já no próximo mês de Outubro, se prepara para entregar uma encomenda de 200 mil embalagens."
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Exportar caixas para a Índia!!! Acham que conseguem fazê-lo porque têm o preço mais baixo? Ou será por causa do título do artigo? "A mão que embala o luxo"

Em vez da concentração na concorrência

O texto que se segue, de David Rock em "Your Brain at Work" é interessante. Já aqui defendi várias vezes que as empresas, compostas por comunidades de humanos, perdem demasiado tempo, o recurso mais precioso, a olhar para os competidores em vez de fazerem pela vida:
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"Studies of primate communities show that higher-status monkeys have reduced day-to-day cortisol levels, are healthier, and live longer.
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status is a significant determinant of human longevity, even controlling for education and income. High status doesn’t just feel good. It brings along bigger rewards, too.
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An increase in status is one of the world’s greatest feelings. Dopamine and serotonin levels go up, linked to feeling happier, and cortisol levels go down, a marker of lower stress. Testosterone levels go up, too. Testosterone helps people focus, makes them feel strong and confident, and even improves sex drive. With more dopamine and other “happy” neurochemicals, an increase in status increases the number of new connections made per hour in the brain.
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Maintaining high status is something that the brain seems to work on all the time subconsciously. You can elevate your status by finding a way to feel smarter, funnier, healthier, richer, more righteous, more organized, fitter, or stronger, or by beating other people at just about anything at all. The key is to find a “niche” where you feel you are “above” others.
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The ongoing fight for status has other downsides. While competition can make people focus, there will always be losers in a status war. It’s a zero sum game. If everyone is fighting for high status, they are likely to feel competitive, to see the other people as a threat. So fighting for status can impact relatedness, which means people won’t collaborate well. Clearly it would be useful to reduce status threats in the workplace.
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Another strategy for managing status is to help someone else feel that her status has gone up. Giving people positive feedback, pointing out what they do well, gives others a sense of increasing status, especially when done publicly. The trouble is, unless you have a strong director, giving other people positive feedback may feel like a threat, because of a sense of a relative change in status. This may explain why, despite employees universally asking for more positive feedback, employers seem to prefer the safer “deficit model” of management, of pointing out people’s faults, problems, and performance gaps, over a strengths-based approach. These two strategies—putting your status down and others’ status up—only help other people with their status, and may actually threaten yours. So where can you get a nice burst of confidence-inducing, intelligence-boosting, performance-raising status around here, without harming children, animals, work colleagues, or yourself? There’s only one good (non-pharmaceutical) answer that I’ve found so far. It involves the idea of “playing against yourself.” Why does improving your golf handicap feel so good? Because you raise your status against someone else, someone you know well. That someone is your former self. “Your sense of self comes online around the same time in life when you have a sense of others. They are two sides of same coin,” Marco Iacoboni explains. Thinking about yourself and about others uses the same circuits. You can harness the power of the thrill of “beating the other guy” by making that other guy (or girl) you, without hurting anyone in the process.
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To play against yourself you have to know yourself. And this requires a strong director, but it also builds a stronger director as you focus on how you are growing. And here’s a really big idea: one way you might play against yourself could be to work on improving your capacity to catch your brain in action. You could practice getting faster at things such as labeling and reappraising, reading other people’s states, or developing a quiet mind when needed. As you improve your skills in this area you raise your status, without risking other people’s status. You increase relatedness if you share what you notice; you even build your director. And of course you make better decisions, deal better under pressure, and collaborate better with others."

quinta-feira, setembro 20, 2012

Mongo, nos últimos dias

Um apanhado dos últimos dias:

Apesar da vaidade

"Strategy is about shaping the future. Corporate strategy is about shaping the future for an organisation. You use strategy to figure out how to achieve your purpose and ambitions. You move between where you want to go (ends) and what you need to do to get there (means)"
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Acreditar que se é capaz de moldar o futuro, o seu futuro, pessoal ou organizacional, não é para todos.
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Arrisco a dizer, a maioria tem o locus de controlo no exterior, não acredita na sua capacidade de construir, de influenciar o futuro. Os que acreditam têm níveis de cortisol mais baixos, níveis de dopamina e ocitocina mais elevados, é um cenário autocataliticamente positivo. Por que se acredita na capacidade de criar, aumenta-se a expectativa do sucesso, constrói-se um percurso, estabelecem-se metas. Cada meta cumprida reforça os níveis hormonais da confiança e ensina as pessoas a estarem atentas ao que se passa à sua volta.
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Sim eu sei, eu não me esqueço da mensagem do Eclesiastes "Vaidade, é tudo vaidade", um pouco de humildade ajuda a estar atento e a utilizar o feedback da realidade.

Trecho retirado de "The Strategy Book" de Max McKeown.

Conversa de amadores

João Cravinho, ex-ministro, faz o mea-culpa:
"João Cravinho admitiu esta terça-feira, na comissão parlamentar de inquérito às parcerias público-privadas (PPP), que a previsão de tráfego no contrato de concessão da Fertagus foi "monumentalmente errada".
E aqui:
""a operação teve um problema muito sério: a queda de tráfego muito acentuada relativamente aos estudos de tráfego. Esse é que foi o calcanhar de Aquiles desta operação. Todos os estudos apontavam para volumes muito maiores"."
Estes assuntos são tratados como erros, coisas lamentáveis que não podiam ser previstas... pois, basta recordar "Thinking, Fast and Slow" de Daniel Kahneman e "O problema não é étnico... talvez genético".
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Ao trabalhar com as empresas, porque gosto de começar pelo fim, falo muitas vezes da batota de engenheiro civil (como um elogio).

quarta-feira, setembro 19, 2012

O desafio da polarização (parte II)

Parte I.
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"The scope of today's marketing challenge is breathtaking, and proliferation is the reason. Recent advances in technology, information, communications, and distribution have created an explosion of new customer segments, sales and service channels, media, marketing approaches, products, and brands.
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The number of discrete offerings has ballooned
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The number of distribution touchpoints has increased 
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The same picture holds true in business-to-consumer (B2C) and business-to-business (B2B) industries as varied as packaged goods, pharmaceuticals, retail banking, post and parcel, automotive, and advanced materials. Although proliferation is playing out differently across sectors, a few common characteristics underlie its challenge for marketers:
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Polarizing and fragmenting customer segments. In many industries, including cars, clothes, computers, and retailing, revenues are growing faster at the high and low ends of the market than in the middle. At the same time, in B2B markets such as air cargo and specialty chemicals, customers are becoming more discerning about when they are, and when they are not, willing to pay extra for premium offerings or solutions.
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More sales and distribution touchpoints. To meet the rising demand for convenience and flexibility, nearly all marketers are adding new channels, touchpoints, and, sometimes, distribution partners.
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Diverse communications vehicles. Advertising is exploding
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As the marketing environment fragments, companies need to become more sophisticated at identifying, prioritizing, and allocating resources toward the most attractive segment and channel opportunities
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Even as companies in many industries add channels, they endure declining customer satisfaction plus competitive attacks from low-cost specialists and high-end solutions players. (Moi ici: Não esquecer quem são os clientes-alvo para quem a McKinsey trabalha..., não, não são PMEs. Portanto, se é aqui que lhes dói mais, é aqui que as PMEs devem concentrar os seus esforços de diferenciação) Why? Those companies are allocating sales and service resources relatively uniformly, with each account and channel receiving resources proportionate to its size, regardless of how customers want to interact with their sales or service provider or how profitable they may be. Such an approach is problematic in an environment of proliferating distribution channels, which make it easy for customers to mix and match suppliers."
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Trechos retirados de "The proliferation challenge"

Conseguem imaginar...

Interessante que uma revista como a "strategy+business" publique um artigo sobre Mongo, "A Strategist’s Guide to Digital Fabrication":
"This question is central to most manufacturing business models. Ten units of a comb — or an automobile component, a book, a toy, or any industrially produced item — typically cost a lot more per unit to produce than 10,000 would. The price per unit goes down even more if you make 100,000, and much more if you make 10 million. But what happens to conventional manufacturing business models, or to the very concept of economies of scale, when millions of manufactured items are made, sold, and distributed one unit at a time? (Moi ici: Sim, "What happens"...) We’re about to find out.
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Millions of customers consume manufactured goods, and now a small but growing number are producing, designing, and marketing them as well. As operations, product development, and distribution processes evolve under the influence of this new disruptive technology, manufacturing innovation will further expand from the chief technology officer’s purview to that of the consumer, with potentially enormous impact on the business models of today’s manufacturers. (Moi ici: Assim como a conversão do país para as exportações, que não pagam IVA, deu cabo do modelo de impostagem do Estado, também estes novos modelos de negócio vão transformar, transtornar e alterar o modelo de impostagem, de distribuição, de design, de produção, ...)
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Now, the devices [impressoras 3D] are being applied to end-product manufacturing by a burgeoning number of small-scale manufacturers and one-person factories. (Moi ici: Uma nova paisagem industrial)
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a manufacturing business model that no longer depends only on economies of scale.
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How is one factory making 1 million units different from 10,000 factories making 100 units? For one thing, the 10,000 factories offer the safety and ability to experiment that comes with redundancy. For another, they offer proximity to local customers, and thus useful information about their needs and wants. Having a large number of small shops immediately at hand ensures that when one shop is not available, another can be brought into service. The rapid tooling turnaround afforded by digital fabrication means that each shop can change production runs for different clients as needed. The ability to augment mass production with highly customized components and parts, to reduce inventory by making components on demand, or to make setup changes more rapidly at a lower cost, could dramatically affect supply chain design, finance, and management.
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The makers who start and run these enterprises don’t work alone. Nor do they rely on university or company labs, as innovators did in the past. Instead, they are forming open source collaboratives and workshops that take advantage of the dropping costs of digital fabrication and the connectivity of social media. In the past few years, many informal workshop collaboratives have sprung up around the world. These spaces are not centrally owned or organized, but they share information collectively and help one another advance.
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Within the maker culture, people are expected to publish their plans and specifications, typically under an open source license, which allows others to copy, adapt, and learn from the designs, always with credit and mutual access to ideas. Makers tend to design their business models accordingly. They make short runs of each product and make frequent changes based on customer feedback; two makers might work together easily while creating competing products that draw on each other’s specifications.
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As early as 2020, every auto dealership and home improvement retailer may have a backroom production shop printing out parts and tools as needed.
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Large manufacturers might outsource designs to local micro-factories, leveraging supply chains to build highly responsive production networks. Unions might help their laid-off members become entrepreneurs, providing group buying power for health insurance as well as materials and services. Whether digital fabrication will have this kind of transformative effect on troubled economies isn’t known; indeed, no one can predict exactly how the new, disruptive technology will play out. But we can already guess at the capabilities that will be needed by manufacturers to win in this new game. The history of digital technology suggests that the winners will be those that embrace decentralized models, exchanging the kinds of information, materials, fabrication processes, knowledge, and labor that, for the first time, can travel freely across a network of avid makers."
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Conseguem imaginar como o mundo vai ser mais diferente, mais diverso e menos normalizado?

Lamed waf

Não sei que futuro teremos como comunidade mas, independentemente de qual ele seja, tenho cada vez mais respeito por estes campeões escondidos:
"A Ramalhos, empresa construtora de fornos para padarias, pastelaria e hotelaria, está à espera de igualar o seu melhor ano de sempre em termos de vendas. A empresa com sede em Águeda...
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A carteira de encomendas da empresa é de tal ordem que "estamos inclusivamente a admitir trabalhadores para a produção. Ainda na última semana contratamos cinco pessoas"."

"Durante o jantar comemorativo no Porto, ... Conforme o Negócios noticiou a 14 de Agosto, os Verdes venderam no primeiro semestre deste ano mais 6,84% do que no período homólogo, chegando ao final de Junho com um valor acumulado que supera os 22 milhões de euros.
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Esta noite, Pinheiro falou na expectativa de novo ano recorde na exportação, a não ser que aconteça "algo muito imprevisível". É que se mantiver o ritmo na segunda metade do ano, o sector ultrapassa o anterior máximo de vendas “fora de portas”, atingindo os 18 milhões de litros e os 44 milhões de euros. No ano passado exportou 15 milhões de litros para 86 mercados, que geraram 36,6 milhões de euros.
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Numa década, a região dos Vinhos Verdes mais do que dobrou a percentagem da produção que é vendida no exterior, de 15% para 32% (no final de 2011). A expectativa é chegar a uma quota de exportação de 35% no final deste ano."

terça-feira, setembro 18, 2012

"The real thing"

Um reflexão interessante sobre as experiências dos clientes "Top 10 customer experience trends: The future of customer experience".
Um ponto a salientar:
"8. Faking authenticity is going to get harder.
There's no place to hide. Even for Apple. Instead, why not go for genuine authenticity? It's cheaper and more fun."
A importância crescente da originalidade, da autenticidade, do que não cheira, sabe ou parece "plástico", ou seja "the real thing.

Seguir o caminho menos percorido

A propósito de "O avatar" e de "O que seria da micro-economia sem..." este texto:
"Einstein said, “Any intelligent fool can make things bigger and more complex… It takes a touch of genius – and a lot of courage to move in the opposite direction.”
In a similar vein, I often tell my analysts that I want them to be dumber. The problem is that the people I hire tend to have achieved some measure of academic success, which they attained by impressing idle professors how sophisticated their thinking was.
Stupid people, on the other hand, look for what is obvious and useful and therefore can often accomplish more."
Texto retirado daqui.

Distribuição de produtividades

Um interessante artigo, muito recente, "What Do Managers Do? Exploring Persistent Performance Differences among Seemingly Similar Enterprises" de Robert Gibbons e Rebecca Henderson, sobre um tema que me fascina, a persistente distribuição de produtividades entre as empresas de um mesmo sector de actividade dentro de um mesmo país, sujeitas às mesmas regras laborais e cultura.
"We begin from the observation that many competitively significant management practices cannot be reduced to well-defined action rules that can be specified ex ante and verified ex post. Instead, the implementation of these management practices is critically dependent on context. (Moi ici: Do contexto e da história)
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The state-dependent actions necessary to meet these expectations cannot be the subject of a formal contract. We therefore focus on relational contracts—roughly, understandings that the parties share about their roles in and rewards from cooperating together, but understandings so rooted in the details of the parties’ relationship that they cannot be shared with a court.
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First, managers may have problems of perception— they do not know they are behind. Second, managers may have problems of inspiration—they know they’re behind, but they don’t know what to do about it. Third, managers may have problems of motivation—they know they’re behind and they know what to do, but they lack incentive to adopt new practices. Fourth, managers may have problems of implementation—they know they’re behind, they know what to do, and they’re trying hard to do it, but they nonetheless cannot get the organization to get it done.
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there exist very significant productivity differences across plants in a wide range of industries and geographies. Furthermore, these findings on productivity differences have been shown to be robust to concerns about selection and simultaneity, as well as the distinction between physical- and revenue-based productivity. They have also been shown to be persistent over time and to be surprisingly resistant to the pressure of increasing competition."
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Continua.