Mão amiga mandou-me esta folha retirada da revista Popular Mechanics:
Como o mundo económico pode mudar em 60 anos.quinta-feira, agosto 22, 2024
Fixado na guerra anterior
"Until a few years ago, Chinese factories supplied the world with Sharpie retractable pens and Oster blenders.No more.Consumer giant Newell Brands now makes those products, and more, at its own plants in the U.S. and Mexico. Many of its other products are made in factories in Vietnam, Indonesia and Thailand.Chris Peterson, Newell's chief executive, said the company's shift reduces its dependence on China at a time when both the Democratic and Republican parties "are getting more protectionist in terms of trade policy."Tariffs are becoming an entrenched tool tying together geopolitics and trade, and they are playing a bigger role in long-term manufacturing and sourcing decisions. Nowhere are they hitting harder than in China, where importers and exporters are navigating an increasingly complicated regime of levies on goods ranging from semiconductors to mattresses....Retail-industry trade groups and some executives warn some items can't be produced anywhere else in the world and that escalating tariffs will simply raise consumer prices and fuel inflation. Analysts at Goldman Sachs estimate that every percentage-point increase in the overall U.S. tariff rate would increase core consumer prices by just over 0.1%."The problem is the best place to make shoes is China," said Ronnie Robinson, chief supply chain officer at Designer Brands, parent company of footwear retailer DSW.Robinson said for every dollar the government adds in tariffs, consumers pay an extra $2 to $4 at the checkout. "The reality is that you and 1 are paying for the tariffs as part of the ticket price when you go into the store and buy," he said.Robinson said Designer Brands sources about 70% of its footwear from China, down from 90% several years ago. He said the company aims to reduce its reliance further to about 50%, but China will remain the company's largest single source of shoes.Peterson said just 15% of Newell's goods rely on products made in China today, down from more than 30% several years ago. He expects that by the end of next year the share will fall below 10%."
E fiquei a pensar em certas desculpas que se dão.
Por exemplo, no JN do passado dia 19 de Agosto, "Concorrência chinesa ameaça indústria nacional". Senti-me a recuar 20 anos atrás:
"As indústrias do têxtil e do calçado atravessam um mau momento. Nos primeiros seis meses do ano houve um aumento das insolvências, com estes dois setores a destacarem-se pela negativa. Taxas de juro em alta, inflação, dificuldade de adquirir matérias-primas e a concorrência que classificam como "desleal" das empresas chinesas estão entre as causas apontadas pelos empresários para o mau momento. Mas, pela primeira vez, algumas das empresas que trabalham mais para o mercado nacional do que para exportação estão a resistir melhor à crise."
So weird!
Números sobre o calçado e o ITV:
- A percentagem de insolvências decretadas aumentou 9,3%, para 1054, relativamente ao período homólogo;
- O têxtil e moda com mais 110 falências decretadas (mais 178%),
- A confecção de vestuário exterior com mais 31 (um aumento de 78%); e
- O fabrico de calçado com mais 587 (um crescimento de 414%).
"“O têxtil até cresceu em número de clientes, o problema é que eles fazem encomendas mais pequenas”, refere Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e da Euratex - Confederação Têxtil Europeia."
- Encomendas mais pequenas (lembram-se deste discurso aqui classificado como estranho, acerca do calçado?).
- Estamos a viver um período com duas guerras, uma na Europa e outra às portas.
- Taxas de juro em alta e a inflação.
- “A União Europeia (UE) baixou as suas importações em 17% e Portugal teve uma diminuição de vendas de 5%. Ou seja, nós até aumentamos a nossa quota de mercado” - Atentem neste ponto, aumentamos a quota de mercado.
- 4 anos depois, ainda a tentar a carta da pandemia "as empresas de vestuário e moda “durante a pandemia tiveram de se endividar para evitar despedimentos e manter a paz social”."
- "a “concorrência desleal” das empresas chinesas é outro problema que a UE tem de atacar, “sob pena de acabar com todo o setor industrial europeu”" - mas então não estão a ganhar quota de mercado?
quarta-feira, agosto 21, 2024
Curiosidade do dia
Despedir trabalhadores antigos para contratar trabalhadores mais baratos oriundos das paletes de imigrantes?
Gráfico retirado daqui.
Em Portugal, a conversa de café é a norma (parte III)
"As was so obvious to American economists around 1820, a nation - just as a person - still cannot break such vicious circles without changing professions."
"Systems don’t learn because people learn individually –that’s the myth of modernity. Systems learn at the collective level by the mechanism of selection: by eliminating those elements that reduce the fitness of the whole, provided these have skin in the game."
"By and large, the inability to distinguish the A and B groups rendered these grants socially counter-productive. The funds flowed selectively into the least viable part of the industry, preventing change, and subsidized competition with the A-group, so slowing its growth."
terça-feira, agosto 20, 2024
Curiosidade do dia
"Senior executives who hired the three big strategic consulting firms of McKinsey, Boston Consulting Group and Bain often say they are no help, according to a study commissioned by a rival firm.A survey of 702 executive staff and project managers found that of those who worked with the three biggest consultancies in corporate transformation projects, 84 per cent felt they "were no help at all". Only 13 per cent said they were more help than hindrance. Three per cent said they had a negative effect...."What you have is big consultancy armies with briefcases. They walk into organisations and confidently try to get them to fit into a predesigned transformation strategy mould. But what organisations need is a solution that works in their context.""
Faz-me lembrar a estória do Big Data.
Em Portugal, a conversa de café é a norma (parte II)
Pergunte-se, por que é que nunca lhe mostraram estes números?
Quando escrevi a parte I a minha ideia era escrever uma parte II que respondesse à pergunta "Como se altera a composição relativa dos sectores económicos?" e numa parte III mergulhar nos números. Agora, mudei de ideias. Responderei à pergunta numa parte III e vou dedicar esta parte II aos números.
Pense na quantidade de pessoas que falam e escrevem sobre produtividade. Pense nas dezenas de anos e milhares de conversas em que o tema da produtividade é discutido. Recorde as teorias mais estapafúrdias que aparecem nos media, um exemplo cómico, outro exemplo cómico de 2007 é o da saudade. E recorde os professores de Economia a pedirem estudos, "Formação e salários: não podemos nivelar por baixo", quando basta procurar os números. Não resisti...
Vamos lá aos números a frio sem mais demoras.
Na parte I apresentamos esta comparação:
Alguma vez foram procurar números ao sítio da instituição irlandesa que trata das estatísticas, Central Statistics Office (CSO)? Vamos a esta publicação em particular, "Productivity in Ireland Quarter 3 2023". Nela vão encontrar algo que referimos inicialmente aqui no blogue em 2020, no dia em que nasceu o primeiro campeonato do Amorim, no dia em que chamei a atenção para a falta de informação e conhecimento de Alexandre Relvas sobre este tema em particular.- para a economia no seu total - 103,9 €/h
- para o sector doméstico - 54,4 €/h
- para o sector estrangeiro, agarrem-se à cadeira - 405,9 €/h
- a lição irlandesa;
- os mastins dos Baskerville, os que "não ladram" porque não estão presentes;
- "a descida do IRC é injusta" - tão dolorosa é a posição do PS como a do PSD. Um porque não a quer, o outro porque não a sabe explicar;
- Portugal precisa mais delas do que elas de Portugal;
- Flying Geese;
- deixem as empresas morrer;
- Maliranta e Taleb; e
- falta a parte dolorosa da transição.
segunda-feira, agosto 19, 2024
Curiosidade do dia
Recordo de Junho passado a propósito das palavras da ministra da Saúde:
Pergunta sincera, "administrações hospitalares fracas" porque não têm poder/autoridade/meios ou porque as pessoas são más? Eu percebi a primeira
— Carlos P da Cruz 🇺🇦🚜🇳🇱🇬🇪🇮🇱 (@ccz1) June 13, 2024
Agora leio "Cinco auditorias expõem falhas na gestão da escala de férias dos médicos em 2022. O que está a falhar agora nas urgências?":
"Muitas unidades aceitam que médicos concentrem férias no verão, receando que deixem o SNS. Urgências ressentem-se e Ordem revê mínimos das equipas.
...
Em Almada, o Hospital Garcia de Orta foi acusado pela IGAS de “total passividade” por não ter resolvido o problema que surgiu em junho de 2022, quando um elevado número de especialistas estavam de férias em simultâneo, gozando férias que constavam de um mapa que ainda nem sequer tinha sido formalmente aprovado.
...
e, pior do que isso: pelo menos oito profissionais foram colocados em turnos em dias em que se encontravam de férias já aprovadas.
Todo este caldo levou a uma semana de caos nas urgências. A IGAS argumentou ainda (tal como fez noutros hospitais) que o hospital podia ter recorrido a mecanismos do Código de Trabalho para, unilateralmente, mudar as férias dos profissionais e impedir que a urgência tivesse de fechar. Mas o hospital considerou que tinha de ser “sensível ao ambiente de desmotivação e descontentamento verificado naquele serviço (…) procurando amenizar esse ambiente e evitar a saída de mais profissionais”. Recorrer a esses mecanismos legais iria gerar mais descontentamento, concluiu o hospital."
Em Portugal, a conversa de café é a norma (parte I)
- Suportar o investimento, fundamental para a inovação e crescimento económico, os custos do futuro, como escreveu Schumpeter.
- Melhorar salários. Quando as empresas se queixam de falta de trabalhadores, o problema pode residir na incapacidade de gerar riqueza suficiente para oferecer salários atraentes. A solução passa por aumentar a produtividade, o que permitirá pagar melhor e atrair mão-de-obra qualificada.
- Pagar mais impostos. Não necessariamente através de taxas mais elevadas, mas sim pela maior quantidade de riqueza gerada. Este ponto é importante: os governos são como os vizinhos invejosos, querem dar aos seus cidadãos serviços e benesses que os outros governos já dão apesar da riqueza criada ser menor. Por isso, têm de aplicar taxas muito progressivas que acabam a inibir o crescimento económico.
- Aumentando o numerador - Aumentando o preço do que se produz.
- Reduzindo o denominador - Aumentando a eficiência, reduzindo os custos.
domingo, agosto 18, 2024
Curiosidade do dia
Fiquei tentado a simplesmente citar:
"One danger of trying to outlaw ‘fake news’ is that mistaken views have a habit of turning out to be true"
No entanto, acabei por acrescentar mais un pozinhos:
"Foster Wallace's point is that even the most intelligent among us are immersed in delusions we struggle to perceive and which future generations will regard as primitive or downright false. This is baked into the human condition and articulates why free speech is so precious. For while there will always be a lot of nonsense spouted when the spigots are opened up, it is the only way for us to perceive the blinkers that afflict us all. To use a metaphor of which Foster Wallace might have approved: free speech helps to grow the tree of knowledge. And while censorship can prune the rotten branches, it condemns the overall structure to non-growth, which is the greatest poison of all.
This is also why heretics and mavericks are so crucial to progress. I don't just mean people like Galileo but more everyday examples. Sometimes, you see, a rogue doctor will be right about the dangerous side effects of a vaccine. Sometimes, a journalist will be right that a drug is causing birth defects.
Sometimes, a whistleblower will be right when claiming a pandemic was unleashed by a lab leak. And sometimes an outsider will be right when saying that progressives - who often wish to censor others — are themselves enmeshed in a gigantic delusion. Indeed, a good contemporary example is the pseudoscience of critical race theory, which has ensnared so much of the radical left, including the Sussexes."
Trechos retirados de "Censors enforce orthodoxy the problem is we need heretics too"
"Um empresário investe lucros, não empréstimos"
"P - Isso leva-nos a outra questão: as empresas têm uma fiscalidade justa?R - Se comparar a tributação efetiva em média - não a nominal -, com as empresas europeias com quem nos devemos comparar, como Áustria, Bélgica, Holanda e Espanha, pagamos mais 6 pontos percentuais de IRC. É colossal a diferença, e destrói a capacidade de acumular parte dos lucros para investir. Um empresário investe lucros, não empréstimos. Temos as empresas insuficientemente capitalizadas porque temos ideias feitas sobre o lucro. Na Europa a tributação das empresas é 19%, em Portugal 25%."
Sem investimento não há inovação, não há subida na escala de valor. Por isso, a oferta vai-se comodificando, a margem vai-se corroendo e entra-se numa corrida para o fundo, inexorável.
Recordar o que a Mariana não sabe acerca dos custos do futuro. No entanto, se lerem este último link, olhem para o exemplo da Toyota. A Toyota não fala dos lucros passados, fala dos lucros futuros. Sim, é preciso acumular capital porque os lucros de um ano não chegam para fazer todos os investimentos necessários. Como o futuro é incerto, é preciso acumular uma parte antes de começar, para evitar surpresas. reservas. Esse montante é parte do lucro líquido que não é distribuído aos accionistas na forma de dividendos, mas sim retido pela empresa para financiar futuros investimentos, expansão, ou para cobrir possíveis contingências. Em Portugal, as reservas constituídas a partir dos lucros não são directamente taxadas de forma diferente dos próprios lucros. A tributação ocorre sobre o lucro líquido da empresa antes de qualquer alocação para reservas.
Trecho retirado do caderno de Economia do semanário Expresso do passado dia 15 de Agosto, "A sociedade desconfia do lucro, e por isso quer taxá-lo", uma entrevista com Augusto Mateus.
sábado, agosto 17, 2024
Curiosidade do dia
Primeiro o porco, depois o vinho, depois ...
Ontem: "Cette boulangerie près de Lyon arrête de vendre du porc : "Sinon, ils brûlent tout""
Recordar de 2015 "Mongo e escolhas assimétricas"
"Strategic pricers do not ask ..."
"Most companies still make pricing decisions in reaction to change rather than in anticipation of it.
...
So how do marketing and financial managers at exceptional companies achieve sustainable exceptional profitability? It is not the result of slashing overhead more ruthlessly than their competitors. In fact, Deloitte's data indicates that exceptional performers tend to spend a bit more than competitors (as a percent of sales) on R&D and SG&A. Their exceptional profitability and, eventually, exceptional stock valuations are built on higher margins per sale that fund initiatives to grow future revenues.
Unfortunately, many companies fail to understand that making sales profitably should be the first priority, not an afterthought, to a growth strategy.
...
The difference between successful and unsuccessful pricers lies in how they approach the process. To achieve superior, sustainable profitability, pricing must become an integral part of strategy. Strategic pricers do not ask, "What price is needed to cover our costs and earn a profit?" Rather, they ask, "What costs can we afford to incur, given the prices achievable in the market, and still earn a profit?" Strategic pricers do not ask, "What price is this customer willing to pay?" but "What is our product worth to this customer and how can we better communicate that value, thus justifying the price?" When value doesn't justify price to some customers, strategic pricers do not surreptitiously discount. Instead, they consider how they can segment the market with different products or distribution channels to serve the more price-sensitive customers without undermining the perceived value to other customers. And strategic pricers never ask, "What prices do we need to meet our sales or market share objectives?" Instead, they ask,
"What level of sales or market share can we most profitably achieve?""
Trechos retirados de "The Strategy and Tactics of Pricing" de Thomas T. Nagle, Georg Müller and Evert Gruyaert"
sexta-feira, agosto 16, 2024
Curiosidade do dia
Encontrei este texto no jornal The Times do passado dia 31 de Julho.
Voltei a recordar-me dele ao ler que o governo de turno em Portugal resolveu distribuir mais dinheiro por reformados.- O texto destaca como as pessoas mais velhas, especialmente os reformados, se tornaram significativamente mais ricas ao longo das últimas décadas, vivendo muitas vezes em famílias abastadas devido a factores como o aumento dos preços dos imóveis e políticas de pensões generosas.
- O texto defende que muitas doações e benefícios governamentais, tais como pagamentos de combustível de Inverno, passes de viagem gratuitos e receitas(?)/consultas gratuitas do NHS para maiores de 60 anos, já não são justificáveis, dada a riqueza relativa de muitas pessoas mais velhas. O autor sugere que estes benefícios devem ser dados após prova de necessidade, para que apenas aqueles que realmente necessitam deles os recebam.
- O texto discute a crescente disparidade entre o apoio financeiro prestado aos idosos e o disponível aos mais novos, incluindo crianças, estudantes e famílias trabalhadoras. Exige uma reavaliação de onde os recursos governamentais sejam alocados para garantir a justiça entre gerações.
Conformar-se tem os seus custos
"When your brand has fingerprints, don’t do things that require you to wear gloves."
"Fingerprints" simbolizam a singularidade e a individualidade. Tal como as impressões digitais são únicas para cada pessoa, o estilo ou identidade única de uma marca é o que a diferencia das outras.
“Wear gloves” representa esconder ou encobrir esta singularidade.
Se uma marca tem um estilo distinto e identificável, não deve escondê-lo, obedecendo às normas ou tentando misturar-se com a multidão.
"If your brand has a unique style, don't hide it by trying to be like everyone else."
A importância de abraçar e mostrar as qualidades únicas de uma marca, em vez de as suprimir na tentativa de se encaixar nas outras.
Se é como todos os outros...
Se uma marca se tornar indistinguível das outras (ou seja, se “usa luvas” para esconder as suas “impressões digitais”), perde aquilo que a torna especial e memorável. Perder a sua identidade distinta, deixar de se destacar ou ser esquecida num mercado sobrelotado.
Porquê?
- As marcas podem temer que o seu estilo ou abordagem única possa afastar determinados segmentos de clientes. Para atrair um público mais vasto, podem suavizar as suas características distintivas para corresponder às expectativas mais convencionais.
- Se uma tendência ou estilo específico se torna dominante na indústria, uma marca pode sentir-se pressionada a conformar-se para se manter relevante. Isto pode levá-la a minimizar as suas qualidades únicas em favor do que é popular actualmente.
- Uma marca pode acreditar que imitar os concorrentes de sucesso levará a um crescimento mais rápido ou à entrada no mercado. Podem deixar temporariamente de lado a sua identidade única na esperança de ganhar uma maior quota de mercado ou competir mais directamente.
- Se uma marca estiver com dificuldades financeiras, poderá recorrer à adopção de uma abordagem mais “segura” e convencional, acreditando ser menos arriscada. Isto pode envolver minimizar os elementos que a tornaram única em primeiro lugar.
Trecho inicial retirado de "Fingerprints"
quinta-feira, agosto 15, 2024
Curiosidade do dia
“We belong here.”
— Women in Sport (@Womeninsport_uk) August 13, 2024
An incredible message from Jemima Montag, who won two bronze medals in racewalking at the #Paris2024 Olympics.
When asked what she would say to young women and girls who are inspired by the Olympics, she told Australia’s 9News… pic.twitter.com/IzB2F0NhNH
Cuidado com as certezas
A propósito disto (1):
Lembrei-me disto (2):- na habitação;
- na saúde;
- nos transportes públicos,
- na imigração; e
- na educação.
"Betterment over Perfection...In contrast, the mindset of betterment focuses on the journey from the choices producing the current painful gap to enacting a set of choices that eliminates the gap. The current choices, the gap, the journey, and the desired strategic outcome are all front of mind.In addition, by focusing on one gap at a time, betterment makes the strategy problem more tractable, and tractability is often a challenge in strategy. Executive teams can get overwhelmed by the task of creating from scratch a perfect overall strategy. That often feels too daunting and too abstract. Betterment is a more concrete task that makes it easier for executive teams to stay engaged and power through."
(1) - Fonte
(2) - Fonte
quarta-feira, agosto 14, 2024
Curiosidade do dia
Everyone should read and ponder this letter. It says a lot about what the European Union aspires to be: the global regulator and censor-in-chief of the internet. https://t.co/Mw6DG1uaKP
— Niall Ferguson (@nfergus) August 13, 2024
Como se definem objectivos? (parte III)
Consideremos a Campbell’s Law: “The more any quantitative social indicator is used for social decision-making, the more subject it will be to corruption pressures & the more apt it will be to distort & corrupt the social processes it is intended to monitor".
Nas empresas...
Objectivos de vendas
Uma empresa estabelece objectivos de vendas agressivos para os seus colaboradores, ligando os bónus e as promoções ao cumprimento desses objectivos.
Consequência: Os colaboradores podem recorrer a práticas pouco éticas, como a venda adicional de produtos desnecessários, a manipulação de dados de vendas ou até mesmo a criação de transacções falsas para atingir os seus objectivos. Isto pode prejudicar a confiança do cliente e prejudicar a reputação da empresa a longo prazo, distorcendo o propósito genuíno de melhorar o desempenho das vendas.
Recordo o caso da Wells Fargo, uma das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos, implementou metas agressivas de vendas e incentivos para que seus funcionários abrissem novas contas bancárias e serviços financeiros para os clientes. Para atingir essas metas e evitar represálias, muitos funcionários começaram a abrir contas falsas e a inscrever clientes em produtos financeiros sem o seu consentimento. Estima-se que cerca de 3,5 milhões de contas não autorizadas foram criadas.
Pontuações de satisfação do cliente
Uma empresa depende fortemente dos índices de satisfação do cliente para avaliar o desempenho dos colaboradores.
Consequência: Os colaboradores podem pressionar os clientes a dar feedback positivo ou a escolher selectivamente os clientes que sabem que darão classificações elevadas, em vez de se concentrarem na melhoria genuína da qualidade do serviço. Isto mina a verdadeira intenção de medir a satisfação do cliente para melhorar o serviço, uma vez que o processo passa a ser uma questão de manipular o sistema em vez de entregar valor real.
Recordo o caso da Uber, a empresa usa um sistema de avaliação em que os motoristas e passageiros classificam-se uns aos outros após cada viagem. Essas avaliações são críticas para os motoristas, pois uma baixa classificação pode levar à desactivação das suas contas ou à perda de acesso a determinados benefícios e incentivos. Para evitar avaliações negativas, alguns motoristas começaram a pressionar os passageiros a dar classificações altas, às vezes até sugerindo diretamente que o passageiro deve dar 5 estrelas. Em outros casos, os motoristas poderiam evitar atender passageiros que acreditavam que poderiam dar uma classificação mais baixa, escolhendo atender apenas aqueles que pareciam mais propensos a dar uma boa avaliação. Essas práticas desviam o foco da melhoria genuína da experiência do cliente e passam a ser sobre como manipular o sistema de avaliação para evitar punições ou maximizar recompensas.
Métricas de produtividade em Logística
Uma empresa de logística utiliza métricas quantitativas, como o número de artigos separados por hora, para avaliar a produtividade dos trabalhadores de armazém.
Consequência: Os trabalhadores podem concentrar-se apenas na quantidade, descurando a qualidade do seu trabalho. Podem manusear artigos incorrectamente ou embalar produtos de forma inadequada para aumentar o seu número, levando a mais erros, produtos danificados e taxas de devolução mais elevadas, o que acaba por prejudicar os resultados financeiros da empresa e a experiência do cliente.
Recordo o caso da Amazon que usa sistemas de monitorização rigorosos para acompanhar a produtividade de seus trabalhadores em centros de distribuição. Esses trabalhadores são frequentemente avaliados com base no número de itens que conseguem processar por hora, com metas de produtividade que podem ser muito elevadas. Sob a pressão de atingir essas metas, alguns trabalhadores podem-se concentrar exclusivamente na quantidade, tentando processar o maior número possível de itens em detrimento da qualidade. Isso pode resultar em manuseamento inadequado de produtos, embalagem defeituosa ou apressada, e maior risco de erros. Esses problemas podem levar a um aumento nas taxas de produtos danificados e devoluções, impactando negativamente a satisfação do cliente e os resultados financeiros da empresa.
E nos governos, imaginem o manancial de oportunidades...
terça-feira, agosto 13, 2024
Curiosidade do dia
O académico versus o empírico.
🤡🤡🤡🤡🤡 pic.twitter.com/uggWVSTaIe
— Rothmus 🏴 (@Rothmus) August 12, 2024
The dancing sports federation turned to academics to identify and organizing sports committee. The Australian entry and her husband volunteered themselves as that organizing committee, ran a qualifying 'competition' and vola' free trip to Paris
— Kelly Wright (@mrkellywright) August 12, 2024
Come on. Como se pode ser tão básico?
- E dizer a verdade? (Julho de 2024)
- Fugir do crescimento canceroso (Julho de 2024)
- Mais uma razão para apoiar a causa irritante. (Junho de 2024)
""Three years ago, the industry was in the best position it has been in. Now it's the worst it's been," he said.The woes of the sector, which employs more than 160,000 full and part-time workers, have prompted an exodus of established operators.Treasury Wine Estates, Australia's largest wine producer and the maker of some of the best-known labels on UK supermarket shelves, including Wolf Blass and Blossom Hill, announced this week that it would sell its commercial wines division with a A$290mn (US$189mn) writedown.It was the latest in a series of deals involving Australian wine....Globally, wine consumption has also been declining. UK per capita wine consumption peaked in 2009, except for a temporary boost during the coronavirus pandemic, with British drinkers now consuming 14 per cent less than they did in 2000.Some of the world's largest alcohol companies are shifting from the commercial end of the wine marketbrands that retail for less than $10 a bottle - towards higher-margin and faster growing segments, such as spirits and premium wine...."The reality is biting in Australia. [Moi ici: Esta é a linguagem de olhar para os factos e não de arranjar culpados ou pedir botijas de oxigénio, aka destilação] We are in a global oversupply situation. This is a crucible moment in the industry."Trevor Stirling, an analyst at Bernstein, said winemakers globally had been forced to cut prices to remain competitive. "Wines that were once upon a time considered premium are now seen as mainstream," he said. "The only bit of 'Three years ago, the industry was in the best position it has been in.Now it's the worst it's been' the wine industry in the world making money is rosé and upmarket wines.""
Também ontem, mas no JdN, apanhei, "Exportações de vinhos crescem até junho 8,6% em volume, mas só 1,25% em valor" [Moi ici: Esta matemática é impressionante!]
"As exportações totais de vinho português aumentaram nos primeiros seis meses deste ano 8,58% em volume, mas apenas 1,25% em valor, comparativamente com o mesmo período de 2023.
...
[Moi ici: Os dois parágrafos que se seguem são de chorar. Não percebem como isto não tem nada a ver com sustentabilidade? Basta recordar os números de Simon e Dolan e o impacte assimétrico da redução de preços na rentabilidade. Esta gente não percebe que vender mais, e ganhar menos dinheiro, apesar de ter mais trabalho, mais custos, mais inventário é uma forma antieconómica de operar?] Em seu entender, "o aumento de 8,58% em volume demonstra a forte procura pelos nossos vinhos nos mercados internacionais, contribuindo para a sustentabilidade do setor".
No entanto, salienta que "continuamos a ter um desafio no que toca ao preço médio, que reduziu em vez de aumentar, como era a nossa expectativa"."
Não enfrentamos os problemas de frente, não olhamos para os dados e iludimos-nos com "vanity metrics": aumentar vendas, enquanto se perde dinheiro. Come on. Como se pode ser tão básico?
O mundo muda e temos de mudar de vida, mudar de estratégia, mudar de mercado, mudar de clientes, mudar de produto, mudar de modelo de negócio. Não podemos querer perpetuar uma postura de mercado e esperar que outros nos paguem para a manter.
O mais grave é ninguém falar como adulto suportado em números... sempre a velha estória da festa de Natal do nosso filho de cinco anos...