sexta-feira, maio 12, 2017

Cuidado com a composição dos subgrupos

Há tempos fiz uma auditoria ao sistema de gestão da qualidade de uma empresa. Um dos objectivos da qualidade para 2017 dizia respeito ao preço médio das vendas.

Estranhei que a meta para 2017 fosse inferior ao desempenho de 2016. Perguntei porquê.

- Trabalhamos essencialmente para um nicho. Este ano arranjamos um cliente que não corresponde a esse nicho, com preços mais baixos, um artigo mais simples, para produzirmos numa altura em que temos pouco trabalho. Por isso, é natural que o preço médio de venda baixe.

Recomendação deixada: Não misturar os preços praticados para o cliente de preço com os preços praticados para os clientes de nicho.

"é importante não inflacionar a variabilidade dentro de um subgrupo, tal consegue-se evitando misturar na mesma amostra coisas que se sabem ser diferentes"

quinta-feira, maio 11, 2017

Curiosidade do dia





O delirio

Biologia, economia e diversidade

Parte I.
"If we stand back from the evolution of life on Earth and view it as a whole, a number of patterns are apparent.
2.1. DiversificationAn obvious trend is that living processes have diversified as evolution proceeded. When life first began on Earth, it was limited to exploiting only a tiny proportion of available free energy sources under a very restricted range of environmental conditions. From there living processes have diversified progressively as evolution unfolded, spreading across the planet, adapting to an ever- widening range of environmental conditions and exploiting more and more sources of free energy. This trend towards increasing diversification has continued up until the present with the emergence of humans, albeit now mainly through the processes of cultural evolution, rather than through gene-based adaptation and speciation."
O que é Mongo senão uma manifestação desta tendência?

BTW:


O século XX e a sua aposta na escala ficará na história como uma espécie de analogia do Jurássico geológico com os seus dinossauros.

Para reflexão

Excelente texto a merecer ser lido por muita gente: "Why CMM, ISO and other Quality initiatives don’t capture the hearts and minds….":
"Many organizations fail in their quest for Total Quality Service, not because their leaders don’t understand the conceptual or technical requirements for achieving it, but because they don’t realize that the heart of the service journey is spiritual rather than mechanical. They will bureaucratize the whole thing and make it look like every other “program.”
.
Too many quality initiatives are sterile, intellectual and administrative from start to finish; they don’t appeal to the human heart. They are based on a view of the organization as an apparatus rather than a society. They don’t start with human energy as the focus of change."

Quando se passa da oposição para a situação (parte II)

Parte I.

Gostava de estar frente a frente com o académico Caldeira Cabral, não com o sofista político Caldeira Cabral, para que me pudesse responder à pergunta:

O que é que mudou desde Dezembro de 2014 para que tenha passado de "o copo está vazio para o copo está a transbordar"?

Em Dezembro de 2014 Caldeira Cabral escrevia "Desaceleração das exportações: negar este problema não é uma boa estratégia". Agora, o mesmo Caldeira Cabral afirma:
Também podemos recuar a Abril de 2014 e a "O problema é a procura, não a oferta" e ver quando é que começo a discordar de Caldeira Cabral. Nesse tal frente a frente também gostava de lhe perguntar  como concilia o que defendia com o que afirma agora sobre os resultados das exportações.

É triste a gelatinicidade destas personagens.


Para contextualizar:

Gelo fino (parte II)

Parte I.

Julgo que a parte I está completamente relacionada com este postal de Seth Godin:
"A sailboat without a sail might float.
.
For a long time, in fact.
.
But without a sail, it can't go anywhere, can't fulfill its function.
.
Floating is insufficient." 
E já agora com o satisficing.

No fundo, o que fazem praticamente todos os governos, com a excepção do alemão e pouco mais, em vez de ir à raiz, chutam a lata para mais à frente, empurram com a barriga, "gerem a dívida" e quem vier atrás que se amanhe.

quarta-feira, maio 10, 2017

Curiosidade do dia

Como digo há anos: somos pastoreados por jogadores amadores de bilhar.

Gente que quando prepara uma jogada, a próxima, esquece-se das consequências dessa jogada, das reacções que vai gerar. É o velho "Acham isto normal? Ou a inconsistência estratégica! Ou jogar bilhador como um amador!"

Em Março passado tínhamos: "Brexit: Costa vai criar unidade para pensar como atrair empresas britânicas". Reforçado na semana passada com "Portugal procura atrair empresas instaladas no Reino Unido"

Ao mesmo tempo, temos ministros a lançar ameaças para quem queira vir para cá instalar empresas: "Vieira da Silva admite imposto sobre lucros das empresas para financiar Segurança Social"

A menos que claro, essas tenham um tratamento diferenciado, como de costume.

O mundo mudou!

Recordar "What’s Going On With Retail?":
"Macy’s, JC Penny, Nordstrom, and other retailers are vertically integrated operations. They have benefitted (and are now tied up by) supply chains that extend from factories in Asia (or wherever) to their stores in New York City (or wherever), including extremely complex logistics, transport, finance, partnerships, and production. They rely on economies of scale and a predictable market, and a timeframe of months to get ideas to market. However, in the new economy we have careened into — the postnormal — things work differently.
...
the deepest impact of such an economic shift are not immediate, but cumulative. The problems inherent in their complexity make it difficult for them to compete with more agile competitors, such as the niche of ‘fast fashion’. When new fashion trends start to emerge, smaller, more focused and nimble fashion brands can get new products to market in weeks, not months"
E agora um exemplo que parece retirado de uma PME têxtil portuguesa a seguir as orientações deste blogger:
"Reformation is a fast fashion brand, constantly changing its product mix to keep up with the latest trends. But founder Yael Aflalo has upended each step of her supply chain to make it leaner, more nimble, and more environmentally friendly. A team of data scientists keeps track of best-selling outfits and conveys this information to Bailey, who is tasked with producing garments based on real-time demand. This ensures that the brand is delivering products that customers love, while eliminating wasted inventory. “Today, we’re making 300 maxi dresses,” Bailey says. “Yesterday, we were making T-shirts. From a logistical and supply-chain perspective, that’s a very complicated thing to do. It’s a challenge, in the best possible way.”
...
The shift is clear: These days, instead of massive conglomerates making generic products, a wave of tech-savvy startups are choosing to manufacture in America. Their reasons for going local often have little to do with patriotism. They’re primarily searching for better ways to create high-quality, state-of-the-art products and deliver them to customers faster than competitors making merchandise overseas.
...
“The world has changed.”
.
The startups that have committed to U.S.-based manufacturing understand this. They were laying the groundwork for a new phase in American manufacturing long before Trump started campaigning on his America First platform—and they didn’t model their factories on those of the past. They’ve been coming up with new, innovative approaches to production that address current demands and challenges.
...
The question is whether this new generation of startups will remain niche, forever appealing to a small subset of wealthy consumers, or whether they can scale and stay in it for the long haul. [Moi ici: Sempre há a lição alemã] To have an impact on the economy, these brands will need to produce at greater volumes, drive down prices, and employ more workers. They will also have to reckon with the shifting technology landscape, including Amazon’s dominance of the e-commerce market, the shifting rules of engagement with consumers on social media, and advances in automation that are upending manufacturing as we know it. Can they do it?"
Trechos retirados de "The Made in America Movement Driven By Innovation, Not Nationalism"

Sintomas de uma revolução em curso

Sintomas de uma revolução em curso:

Cá chegará, cá chegará.


Acerca de Mongo (parte VI)

Parte Iparte IIparte IIIparte IV e parte V.
"AM will present substantial legal and regulatory challenges. For example, what is the role of the Food and Drug Administration if medical devices are developed and manufactured by a decentralized network? [Moi ici: E feitos à medida "advancing population health and precision medicine solutions for personalized care"] How can products be effectively traced to their origin? Who is liable for damages for a malfunctioning product? Numerous intellectual property issues arise in the context of this decentralized technology, with ideas and software developed by individual producers, consumers, and networks, and with vast personal production opportunities.
...
Technological developments in energy production complement AM and will deepen the transformation of the economy toward localization and decentralization. The energy sector has two important sources of economies of scale: large power generators that are more efficient than small ones, and the power grid that allows aggregation of energy demand. Improvements in solar and wind energy generation at the community level may in the future allow for a departure from large power generators, and the grid may be complemented or replaced by local energy storage solutions.
...
The transition from a TM-based national and global economy to one grounded in AM technology presents many opportunities for social and economic progress. However, the shift will be difficult and even destabilizing for some economies. In particular, substantial economic and social dislocation may be experienced by developing economies that at present produce goods that in the future will be 3D printed in the countries of consumption.[Moi ici: Poderá vir a ser um problema para países como Portugal, envelhecidos, despovoados, e cada vez mais dependentes de exportações. China "seguiu o nosso conselho" de 2008 e já está a caminho de outro paradigma]
...
However, there are strong economic and political forces that will seek to limit the extent of decentralization and localization, especially if accompanied by decentralized and local ownership, as we expect will be the case."
Excelente texto!

"driver of productivity differences" (parte II)

Parte I.

Há tempos ao pesquisar algo aqui no blogue cheguei a este postal "estado, estado, estado,...".

A matéria desse postal é reduzida a quase nada quando se pega num país, quando se escolhe um mesmo sector da economia, CAE, e se aprecia o panorama de variabilidade no desempenho das empresas, apesar do Estado, das leis, dos trabalhadores, serem os mesmos.

Aqui no blogue gosto de chamar a atenção para a importância da idiossincrasia no desempenho das empresas:

Por isso, recomendo a leitura de "Good Managers, Not Machines, Drive Productivity Growth":
"When people discuss what drives long-run productivity, they usually focus on technical change. But productivity is about more than robots, new drugs and self-driving vehicles.
...
a huge number of statistical analyses and case studies of the impact of new technologies on firm performance have shown that there is a massive variation in its impact. What’s much more important than the amount spent on fancy tech is the way managerial practices are used in the firms that implement the changes.
...
look at the management scores across countries. They are highly correlated with GDP per capita. In fact, almost a third of the cross-country gaps in productivity are explained by management practices.
...
the economic environment is not destiny. Organizations can heal themselves. Firms need to be honest with themselves – many simply do not realize that there is much room for improvement. They need to benchmark themselves rigorously and seek out ways to change, even if this involves external advice."
 Qual é a mensagem do mainstream dos governos, dos políticos, dos media, das associações patronais?

Coitadinhos dos empresários, têm de ser ajudados, têm de ser apoiados, ... olha aqui está o Vosso Salvador: o governo de turno!

A propósito daquele "They need to benchmark themselves rigorously" recordar "Satisficing"

terça-feira, maio 09, 2017

Curiosidade do dia

"Economically, the euro is looking better too. Europe is bouncing back from its slowdown, but the broader evidence suggests a revisionist take on the 2008-2012 period, when the euro got tagged with such a bad reputation.
...
I now think of the 2008-2012 period as unwinding a long-term bubble of overinvestment in the EU periphery, and thus those were special circumstances when virtually all economic policies were radically underperforming. Given that a recurrence of such conditions is unlikely, the euro will do much better in the future.
...
Along related lines, compare the performance of fiscal austerity now with that earlier period. Greece has been going through an unprecedented fiscal adjustment, with a primary surplus running at 3.9 percent of gross domestic product; yet Greek output, while ailing, has remained roughly stable. Portugal has been cutting back drastically on public sector investment, dropping its public sector deficit from 4.4 percent of GDP to 2.1 percent. Rather than imploding, the economy grew by 1.4 percent."


Trechos retirados de "Reasons to Like the Euro Again"

Tem radar? (parte II)

Parte I.

Um tópico que entretanto me surgiu ao pensar na popularidade que teve a "Parte I" foi o do âmbito a incluir no radar.

A concorrência, os riscos, as oportunidades podem vir de tantos lados e sem obedecer às fronteiras que nos habituamos a assumir desde o início do século XX. Então, qual o conselho para quem quer criar um radar deste tipo?


Escrevi na Parte I:
"a melhoria da qualidade de vida das pessoas com limitações motoras, por causa da idade, por causa de doenças, por causa de acidentes."
Começar por eleger quem são os clientes-alvo, ou os pivôt do ecossistema em que se trabalha e seleccionar palavras-chave associadas aos seus desafios e preocupações. Daí incluir drones comandados pelo pensamento, por exemplo, tem alguma coisa a ver com cadeiras de rodas? Não! Mas tem tudo a ver com a vida de quem anda de cadeira de rodas ou tem limitações motoras.

BTW, o estágio que fiz em 1987-88, depois de acabar o meu curso de engenharia química  foi numa unidade da SOciedade NAcional de Estratificados que produzia resinas termoendurecíveis à base de ureia, ou fenol, com formaldeído.

Reciclar termoendurecíveis é, quase por definição, impossível. Qualquer químico pode pôr as mãos no fogo por esta afirmação. Entretanto descobri uma referência à polihexahidrotriazina: "Breakthrough Polymer Could Lead to Endlessly Recyclable Plastics"

Agora imaginem o potencial para mudar o sector dos laminados...


Biologia, economia e complexidade

Já conhecem a minha fixação na relação entre economia e biologia.

A economia é uma continuação da biologia!

A propósito de "The direction of evolution: The rise of cooperative organization" onde se lê:
"Is there an overall direction to evolution that is driven by selection? Do evolutionary processes drive the evolution of life in a particular direction? Is evolution headed somewhere?
...
The hypothesis that seems to have gained most support is that selection tends to drive increasing complexity as evolution proceeds.
...
If the trend is passive and there is no overall advantage to complexity, simpler organisms will not necessarily be replaced as evolution proceeds. In contrast, if the trend is universal and driven directly by selection, all organisms in all niches could be expected to evolve in the direction of the trajectory, or be replaced by others that do so. If complex organisms are favoured over the less complex overall, simpler organisms cannot be expected to continue to persist.
As Gould (1996) points out in detail, the complexity hypothesis fails this critical test. Relatively simple organisms such as bacteria are still abundant. For extended periods of time, they have not increased in complexity, nor have they been replaced by ones that have."
Ainda ontem em "If You're in a Dogfight, Become a Cat!: Strategies for Long-Term Growth" li sobre o exemplo da disrupção que chega para servir os clientes overserved:


 "Reverse Positioning Practitioners of this approach purposely reverse the trend of constant augmentation of product performance on traditional product attributes. This is not to say that reverse-positioning entrants simply "dumb down" product performance in order to offer budget prices, typical of low-end providers within a current category. Rather, purveyors of reverse positioning recognize that a growing number of consumers are simply not well served by traditional high- or low-end industry incumbents (figure 11.2).6 In such cases, high-end players offer too many enhancements that add more cost than real value. ... But low-end entries simply don't provide enough functionality or convenience to please dissatisfied consumers either. 
...
In response, successful reverse positioning providers strip out features from high-end offerings that don't add appreciable value for many consumers, and instead add new, unexpected, and highly valued product attributes that were overlooked by existing players. The net result is a far more compelling value proposition for a potentially large segment of consumers whose needs were not served well by any current products on the market."
Continua.

Gelo fino

"O tecido empresarial português vive em situação de “extrema fragilidade, particularmente visível nas pequenas e médias empresas [PME]”, está descapitalizado e é dos mais endividados e com menos autonomia financeira da Europa.
...
mais de metade (52%) das PME registavam, em 2014, um EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) negativo ou inferior aos juros suportados. A percentagem negativa deste importante indicador de gestão é ainda maior se se considerar as microempresas (54,5%)."
Os números são de 2014 e 2014 já pertence a uma era geológica diferente. No entanto, basta a inflação continuar a subir e o BCE acabar com o QE para que o dinheiro fique mais caro e:
"outra das conclusões do estudo é que as empresas portuguesas “são também as campeãs no recurso ao financiamento junto de instituições de crédito”."
e a barra para a sobrevivência ser colocada um pouco mais acima.

Fundamental o investimento no pensamento estratégico e a subida na escala de valor.

Trechos retirados de "Mais de metade das PME vivem em “extrema fragilidade”"

Acerca de Mongo (parte V)

Parte Iparte IIparte III e parte IV.
"Much of modern organization theory is built on the concept of the large industrial firm.
...
Our article demonstrates that AM will refute the idea that technological development necessarily increases economies of scale. AM will, in our analysis, reverse the trends toward organizational centralization and globalization of production and distribution; these will give way to decentralization and localization. These new trends will require different organizational structures and supply chains. The shift to smaller and flatter organizations populated by employees who have a broad range of skills and responsibilities will require a different set of managerial competencies than those demanded today in most management positions. The tasks of executives in decentralized and localized organizations will be less managerial and more entrepreneurial than those in most organizations today. The field of supply chain management will be drastically altered."
E no resumo, um trecho que poderia muito bem ser retirado deste blogue se escrito em português:
"The economic and organizational landscape of manufacturing will change drastically within one generation. Whereas the first and second industrial revolutions ushered and consolidated the large corporation, the third industrial revolution will democratize, decentralize, and localize activities in small companies. Production capacity will become generic, thus owned and possibly traded by many different actors not necessarily tied to a particular industry. The design of products will change to reflect the benefits of AM, allowing firms to reduce standard constraints imposed by the current design-for-manufacturability paradigm. Product designs will proliferate, the results of individual and collaborative design and extensive experimentation. This will enable developed and less-developed economies alike to transition from concentrated capitalism to distributed capitalism.[Moi: BTW, a diferença de mil milhões distribuídos radicularmente versus distribuídos pelas multinacionais da hotelaria. Atenção, as multinacionais da hotelaria são entidades honestas, dignas e com direito à existência. Apenas refiro que o dinheiro via AirBnB parece que circula mais tempo e por mais mãos até sair do que no circuito via multinacionais]
Localization will reverse and replace globalization. Transportation by sea, land, and air will be drastically reduced. International trade will be transformed, with goods trade significantly diminished. This will lead to massive shifts in the current accounts of countries, with possible corresponding macroeconomic dislocations.
These changes will radically alter supply chains. Because there will be fewer parts, fewer companies will participate in the chain of firms that bring a product to market. Similarly, since production will take place closer to the customer, and will likely be pulled by the customer rather than pushed into the market, fewer companies will be required to organize distribution and share market risk for any particular product. This will massively reduce the supply chain coordination challenges that have appeared after supply chains became more complex as a result of globalization. The firms that print products will likely be close to the customer, thus providing more direct access to market demand."
E não fica por aqui:
"Barriers to entry for new businesses will fall. Startups will require much less capital than today and will not need complex supply chains and distribution networks to bring physical products to market. It will take less time to setup new supply chains, and the lead time for startups to deliver new products may massively decrease."
Continua.

segunda-feira, maio 08, 2017

Curiosidade do dia

Uma coisa é a teoria outra coisa é a prática.

Aqui neste espaço privilegia-se a "via negativa" e tem-se medo, muito medo dos "intervencionistas", dos keynesianos e de outros loucos que estão sempre a brandir:

Agora vamos à prática:

Que consequências adivinham disto?
Recordem décadas de Galambas, Louçãs, Sócrates et al ...


Preparados?






Mongo e a Indústria 4.0

Ando a escrever a série "Acerca de Mongo" (que já vai com quatro partes) onde, com base no artigo "Decentralization and Localization of Production: The Organizational and Economic Consequences of Additive Manufacturing..." publicado em Março de 2017 na California Management Review, faz-se uma previsão do que pode ser a economia do futuro.

Nesse artigo, em sintonia com o que escrevemos aqui desde 2007, prevê-se que a economia do futuro seja menos globalizada, por causa do triunfo das pequenas séries, da customização, da rapidez, da proximidade, da flexibilidade. Prevê-se também empresas mais pequenas, talvez empresas ao estilo de cooperativas, ...

Por isso, foi com um sorriso cínico que li "Indústria 4.0: uma oportunidade!":
"A digitalização da indústria permitirá aumentar a competitividade dos bens transacionáveis fabricados na Europa, num contexto de crescente e imparável globalização."

Fico com a ideia de que muita gente ainda não percebeu isto

Deixei de comprar o semanário Expresso há tantos anos que perdi a conta. No entanto, sempre que vou a casa da minha mãe recolho os cadernos de Economia que ela guarda para eu dar uma vista de olhos.

Se olharem para os 4 últimos cadernos de Economia em conjunto facilmente percebem um tema a emergir: a falta de pessoas para trabalhar.

Por exemplo:
  • (6 de Maio de 2017) "Aparecem hotéis mas faltam trabalhadores"
  • (29 de Abril de 2017) "Faltam mãos ao 'cosido à portuguesa'
Entretanto, também a 6 de Maio último, no dinheiro vivo, apareceu este texto "Um terço das reformas atribuídas em 2016 foram antecipadas".

Ontem, ao princípio da noite no Twitter encontrei:








Fico com a ideia de que muita gente, e muita com responsabilidades governativas e associativas, ainda não percebeu o impacte desta evolução na vida das pessoas e das empresas.

Ainda o Schwerpunkt

Recordar:

"O Schwerpunkt fornece focalização e orientação para que toda a organização se concentre e se empenhe nesse objectivo ou propósito."(fonte)
"In the busi­ness world, schw­er­punkt is typ­i­cally imple­mented in the form of visions and mis­sion state­ments. And here I have to give Herb Ruben­stien credit; he says a strat­egy
should always be some­thing you can state in one sen­tence. That sen­tence is your schwerpunkt."
 Quando penso em schwerpunkt penso logo na blitzkrieg e no flash que foi chegar a Paris em 3 dias. Este trecho é importante:
"Sim­ply com­mu­ni­cat­ing the schw­er­punkt to every­one par­tic­i­pat­ing in the strat­egy allows them to use their own judg­ment in how their respon­si­bil­i­ties align to the schw­er­punkt. And it is the tar­get used to deter­mine pri­or­i­ties and rel­e­vance of efforts. If your using resources in such a way that don’t point towards your schw­er­punkt, why are you using them?"
Em Schwerpunkt (parte II):
"Schwerpunkt represents a unifying concept that provides a way to rapidly shape focus and direction of effort as well as harmonize support activities with combat operations, thereby permit a true decentralization of tactical command within centralized strategic guidance—without losing cohesion of overall effort.
.
or put another way
.
Schwerpunkt represents a unifying medium that provides a directed way to tie initiative of many subordinate actions with superior intent as a basis to diminish friction and compress time in order to generate a favorable mismatch in time/ability to shape and adapt to unfolding circumstances."