sábado, junho 11, 2016
Curiosidade do dia
É natural que pensem isto "Nova vaga de emigração já não quer regressar a Portugal, afirma historiador", em cima do tal "enorme aumento de impostos" vai ter de haver mais aumentos para pagar isto "FMI: reversões no sector público passam factura de 1.400 milhões de euros".
Não é um produto, é uma proposta de valor
"After talking with the VP of sales, the CEO, and several of the account managers, we realized we had heard a lot about the software’s virtues but much less about the customer problems and pain points that the software was meant to address. [Moi ici: Talvez a sua PME não esteja, ainda, na fase do código. Não interessa! O mesmo conselho aplica-se a PME industriais. Esqueça o produto e pense primeiro no contexto dos seus clientes-alvo. Quem são? O que procuram e valorizam? O produto é um artifício para eles chegarem aonde? Qual é a sua proposta de valor] Eventually we asked this team to focus on three large enterprises and to describe the business challenges these potential customers were facing. Once they developed this context, the salespeople were able to identify a number of very large opportunities where their software could help.Trechos retirados de "The Go-to-Market Approach Startups Need to Adopt"
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Start by identifying a small number of very specific customers — either companies (if you are a B2B player) or desired consumer segments (e.g., urban professionals with specific characteristics). Then put yourself in the shoes of these customers by thinking about their issues and by talking to them not about your product but about their challenges and pain points."
"nunca nos ajudaram a fugir desta mentalidade"
Triste!
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Perceber que umportuguês humano pode tirar um curso superior, pode ocupar uma posição de chefia e, no entanto, achar que isto de usar indicadores é uma chatice.
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Não sei se é defeito de fabrico, não sei se é medo de perceberem como vai a sua coutada, não sei se é o risco de ter de tomar decisões baseadas em factos e ter de evidenciar, com outros factos, que produziram os resultados que prometeu ... ou não.
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Fico triste.
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Sei que é incorrecto mas não consigo deixar de pensar que os nossos Invernos amenos - que nunca nos obrigaram a ficar fechados em casa durante um mês ou mais, para termos tempo para reflectir sobre o que fizemos, o que correu bem e o que correu menos bem, e decidir melhorar a tentar algo diferente - nunca nos ajudaram a fugir desta mentalidade de levar um dia atrás do outro.
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Quando não se usam indicadores ganha quem sabe falar melhor, enganar melhor, há sempre uma desculpa...
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Quando se usam indicadores é um risco.
Não é preciso conversa, basta olhar para o resultado e comparar com a fronteira entre o bom e o mau desempenho.
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A conversa da desculpa, do encobrimento, do outro como culpado nunca vai chegar para tapar o óbvio:
Chegámos onde queríamos chegar ou ficámos aquém?
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Perceber que um
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Não sei se é defeito de fabrico, não sei se é medo de perceberem como vai a sua coutada, não sei se é o risco de ter de tomar decisões baseadas em factos e ter de evidenciar, com outros factos, que produziram os resultados que prometeu ... ou não.
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Fico triste.
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Sei que é incorrecto mas não consigo deixar de pensar que os nossos Invernos amenos - que nunca nos obrigaram a ficar fechados em casa durante um mês ou mais, para termos tempo para reflectir sobre o que fizemos, o que correu bem e o que correu menos bem, e decidir melhorar a tentar algo diferente - nunca nos ajudaram a fugir desta mentalidade de levar um dia atrás do outro.
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Quando não se usam indicadores ganha quem sabe falar melhor, enganar melhor, há sempre uma desculpa...
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Quando se usam indicadores é um risco.
Não é preciso conversa, basta olhar para o resultado e comparar com a fronteira entre o bom e o mau desempenho.
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A conversa da desculpa, do encobrimento, do outro como culpado nunca vai chegar para tapar o óbvio:
Chegámos onde queríamos chegar ou ficámos aquém?
Tantas lições para quem quer criar uma comunidade
Um pequeno artigo "One unlikely sporting goods store is thriving as retailers implode everywhere" mas cheio de lições para quem não quer perder o pé no retalho tradicional:
"there are four other distinct reasons why REI is thriving when other retailers aren't:Pois, recordar:
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1. These products contribute to an experienceThis has been said over and over again: millennials love experiences.[Moi ici: Produtos desenhados para um contexto]
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Camping and hiking are experience. (And highly Instagrammable ones, too.) In order to complete those tasks, you need the equipment...which in turn, makes it a necessary purchase. This isn't typical of apparel companies.
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2. People will be willing to pay a premium for a high quality productMost people don't want to shell out lots of money for apparel; they've been conditioned to never shop at a premium. ... Even though some consumers cannot grasp that concept — you'd be hard pressed to find someone who'd disagree with the fact that it's worth it to buy a quality backpack or hiking boots if he or she going for a walk in the woods.
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3. It doesn't sell brands you can get anywhere...
4. It has created a community — which is marketing gold"[Moi ici: Basta visitar o sítio para perceber tantas e tantas pistas para criar uma comunidade a partir da interacção que co-cria valor: a partilha das fotos; a partilha de know-how "We asked: What are your must-haves on every car camping trip? And you gave us a ton of answers! Check out these crowdsourced responses that complete the car camp experience."; a distribuição dos lucros, os projectos verdes "REI Funds Construction of the First Relief Center in Nepal’s Namche Bazaar and Green Energy Project in a Remote Community; Year-long Effort Supports Sustainable Living and Tourism"; animação de eventos "REI Outessa Summit Launches Weekend Getaways of Outdoor Adventure for Women" ou "Enjoy the best of what our National Parks have to offer without all the prep work and planning. Campsites at REI Signature Camping Trips include all amenities and expert guides who take care of itineraries and mouthwatering meals." Este último fez-me recordar "Mais uma sugestão de modelo de negócio"]
"The only way to hook customers into a store would be to make shopping there an 'experience' - but Saunders pointed out that Sports Authority isn't a "destination for consumers" and it's "cheaper and more convenient to shop online or at rivals.""Pois... recuar a 1983 e à minha primeira ida ao Douro Internacional de mochila às costas nas férias da Páscoa. Logo, pensei na compra de saco-cama decente (pontos 1 e 2)
Código na agricultura
É melhor ler o artigo "The future of agriculture" bem sentado para poder absorver bem o impacte das mudanças que aí podem vir na agricultura e o que podem significar.
"ONE way to view farming is as a branch of matrix algebra. A farmer must constantly juggle a set of variables, such as the weather, his soil’s moisture levels and nutrient content, competition to his crops from weeds, threats to their health from pests and diseases, and the costs of taking action to deal with these things. If he does the algebra correctly, or if it is done on his behalf, he will optimise his yield and maximise his profit.Impossível ficar insensível às mudanças na calha.
The job of smart farming, then, is twofold. One is to measure the variables going into the matrix as accurately as is cost-effective. The other is to relieve the farmer of as much of the burden of processing the matrix as he is comfortable with ceding to a machine."
sexta-feira, junho 10, 2016
Curiosidade do dia
Nunca poderão dizer que não sabiam
- Até agora, tudo bem
- BdP entre os mais pessimistas: pode ter de haver mais austeridade
- PIB arrisca-se a abrandar mesmo com mais salários
- Banco de Portugal revê em baixa o crescimento do PIB para este ano
- Banco de Portugal admite medidas adicionais para cumprir objectivos do Orçamento
- Banco de Portugal prevê maior perda de quota das exportações desde 2005
- Economia portuguesa desacelera e diverge da Europa
- Banco de Portugal teme derrapagem com medidas acordadas à esquerda
Outro exemplo de pensamento estratégico
O mundo do aço anda em bolandas, inundado por aço ao desbarato vendido pela China. Daí "China inicia investigação para reduzir excesso de capacidade na indústria do aço".
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Não admira que na semana passada tenha ficado intrigado com este título "Voestalpine plans new steelworks in Austria". Num dos países com mão-de-obra mais cara planeia-se a construção de uma nova siderurgia?!
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Tem de haver uma história interessante por trás do anúncio.
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E há!
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Pensamento estratégico, diferenciação, nicho:
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Não admira que na semana passada tenha ficado intrigado com este título "Voestalpine plans new steelworks in Austria". Num dos países com mão-de-obra mais cara planeia-se a construção de uma nova siderurgia?!
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Tem de haver uma história interessante por trás do anúncio.
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E há!
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Pensamento estratégico, diferenciação, nicho:
"Austria’s Voestalpine is planning to build the first specialist steelworks in western Europe since at least the 1980s as it rides out disruptions in the global industry caused by sharply falling prices.
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Voestalpine’s profitability and expansion plans contrast with the woes of many other steelmakers, including India’s Tata Steel, which has been looking to sell off its UK facilities.
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Voestalpine, despite being based in high cost Austria, has defied the pressures facing rival steelmakers by focusing on premium products — for example, by making components for the aircraft and automobile industries.
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This strategy has protected the company against steep falls over the past year in the prices of basic steel products, partly caused by rising Chinese exports."
Um absurdo! Um crescimento homólogo de 43%!!!!
Eu não queria voltar a tocar no assunto "leite" porque acredito que já tenho pouco a acrescentar ao que escrevi aqui ao longo de 10 anos.
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No entanto, ao ler "Governo pediu autorização a Bruxelas para rotulagem de produtos lácteos" comecei a pensar que a coisa funciona para os dois lados. Tanto os portugueses ficam a saber a origem dos produtos lácteos que vão consumir, como os estrangeiros. Em 2015, só no caso do leite e natas exportamos mais 100 mil toneladas do que as que importamos. Depois, ao ler:
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No entanto, ao ler "Governo pediu autorização a Bruxelas para rotulagem de produtos lácteos" comecei a pensar que a coisa funciona para os dois lados. Tanto os portugueses ficam a saber a origem dos produtos lácteos que vão consumir, como os estrangeiros. Em 2015, só no caso do leite e natas exportamos mais 100 mil toneladas do que as que importamos. Depois, ao ler:
"O ministro adiantou ter "expectativas" de que no Conselho Europeu de junho "se possa avançar um pouco mais, em particular no setor do leite", aquele que, juntamente com a suinicultura, identificou como os que mais sofreram alterações estruturais, registando quedas de preços "acentuadas", da ordem dos 10% e 15%, desde o início de 2015."Então, lembrei-me de ir pesquisar os últimos números do INE acerca da produção de leite. No Boletim Mensal de Estatística de Abril de 2016 obtive este número:
- Em Janeiro e Fevereiro de 2016 produziram-se 1558 toneladas de leite para consumo.
O mais extraordinário é fazer a comparação homóloga:
- Em Janeiro e Fevereiro de 2015 produziram-se 1087 toneladas de leite para consumo.
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Como é que querem segurar preços quando a produção de uma commodity tem um crescimento deste calibre?
E porque tenho de ser eu contribuinte a pagar decisões irracionais dos produtores e/ou dos processadores?
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Enquanto os especialistas diziam que precisávamos de subir na escala de valor e lançar novos produtos, parece que em Portugal se optou por fazer exactamente o contrário... talvez para pressionar um governo fraco perante a rua a arranjar apoios e borlas.
As exportações e os fragilistas
O actual governo tem cometido uma série de erros que estão a ter reflexos e continuarão a ter reflexos na economia nacional, sobretudo na que vive virada para o mercado interno. Em Outubro passado, ainda este governo não tinha tomado posse e já eu publicava esta "Curiosidade do dia" e criava este logo:
Esta semana foi a vez de ouvir César das Neves prever o mesmo.
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A principal crítica que faço a este governo é a de agir como um fragilista, alguém que acredita que o futuro não vai ter stress, não vai ter problemas e, por isso, avança sem acautelar como reagir ao que pode correr mal. A verdade é que shit really happens.
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Uma das linhas de defesa deste governo é a de que as exportações estão a correr mal e estão a correr mal porque as economias dos países para onde exportamos estão mal. Típico de um fragilista, culpar os outros:
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Como está a evoluir a economia da União Europeia?
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De onde vem a grande maioria dos turistas que nos visitam? Repitam todos comigo: Da União Europeia!
Será que viriam se os seus países estivessem mal?
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Os jornais e jornalistas ao serviço da geringonça fazem o seu papel, espalhando a ideia de que o problema é dos outros:
As exportações caíram 2,5%? Sim, é verdade. No entanto, quando olho para os números, há uma realidade muito mais interessante que não consigo deixar de classificar como positiva. O que contrasta com os defensores do governo:
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Se retirarmos da equação das exportações o petróleo, os automóveis e o ferro fundido/aço (recordar esta situação) as exportações portuguesas cresceram 558 milhões de euros nos primeiros 4 meses do ano.
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Repararam como os apoiantes deste governo tentam passar a imagem de que as exportações estão muito más.
Esta semana foi a vez de ouvir César das Neves prever o mesmo.
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A principal crítica que faço a este governo é a de agir como um fragilista, alguém que acredita que o futuro não vai ter stress, não vai ter problemas e, por isso, avança sem acautelar como reagir ao que pode correr mal. A verdade é que shit really happens.
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Uma das linhas de defesa deste governo é a de que as exportações estão a correr mal e estão a correr mal porque as economias dos países para onde exportamos estão mal. Típico de um fragilista, culpar os outros:
"Os fragilistas partem do princípio que o pior não vai acontecer e, por isso, desenham planos que acabam por ser irrealistas ou pouco resilientes. Depois, quando as coisas acontecem, chega a hora de culpar os outros pelos problemas que não souberam prever, não quiseram prever, ou que ajudaram a criar."O presidente ajuda à festa "Presidente da República diz que "não há milagres" nas exportações com mercados em crise":
""A situação internacional não está boa e quando não está boa nos países que são destino das exportações, não há como fazer aumentar as exportações. Se esses mercados estão em crise, e é o que todas as organizações internacionais dizem, vamos esperar que melhorem. São mercados importantes e tradicionais das nossas exportações, não há milagres aí", afirmou o Presidente da República."Portugal em 2016, como nos outros anos, envia cerca de 80% das suas exportações para o interior da União Europeia. As exportações para a União Europeia estão a crescer quase 4% este ano.
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Como está a evoluir a economia da União Europeia?
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De onde vem a grande maioria dos turistas que nos visitam? Repitam todos comigo: Da União Europeia!
Será que viriam se os seus países estivessem mal?
Ou ainda, "Europa surpreende pela positiva" (por favor não mostrar ao presidente, para não lhe estragar o dia).Boris Johnson says Eurozone worst growth in world after Antartica. Actually currently growing faster than US and UK. #ITVEURef— Simon Nixon (@Simon_Nixon) June 9, 2016
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Os jornais e jornalistas ao serviço da geringonça fazem o seu papel, espalhando a ideia de que o problema é dos outros:
As exportações caíram 2,5%? Sim, é verdade. No entanto, quando olho para os números, há uma realidade muito mais interessante que não consigo deixar de classificar como positiva. O que contrasta com os defensores do governo:
"O maior pessimismo nas exportações deve-se em parte a uma deterioração das condições externas, mas principalmente à expectativa de uma maior perda de quota de mercado internacional do que aquilo que era previsto."A verdade é que estranhei a referência do Banco de Portugal a perda de quotas de mercado. Por isso, pesquisei o documento original. A única referência a quotas de mercado aparece neste contexto:
"Em 2017 e 2018, a evolução das exportações deverá estar aproximadamente em linha com as hipóteses para a procura externa de bens e serviços dirigida às empresas portuguesas, não se antecipando ganhos de quota de mercado significativos no conjunto dos dois anos."A verdade é que Portugal mesmo agora não está a perder quota de mercado, está a ganhá-la em países muito exigentes em qualidade-preço-performance. Mesmo em Angola não é linear que esteja a perder quota de mercado.
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Se retirarmos da equação das exportações o petróleo, os automóveis e o ferro fundido/aço (recordar esta situação) as exportações portuguesas cresceram 558 milhões de euros nos primeiros 4 meses do ano.
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Repararam como os apoiantes deste governo tentam passar a imagem de que as exportações estão muito más.
Acerca das exportações dos primeiros 4 meses de 2016
Retomo "No meu campeonato as exportações do 1º trimestre correram bem!"
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A oposição acolheu os números das exportações que o INE publicou ontem salientando a queda homóloga de 2,5%. Os da situação assobiaram para o lado.
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Eu, continuo no mesmo registo de sempre:
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A oposição acolheu os números das exportações que o INE publicou ontem salientando a queda homóloga de 2,5%. Os da situação assobiaram para o lado.
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Eu, continuo no mesmo registo de sempre:
- Qual foi a diferença homóloga do acumulado das exportações? E a resposta é -319 milhões de euros.
- Sem combustíveis e pópós como se comparam os primeiros quatro meses de 2016 com os de 2015? As exportações de combustíveis caíram 421 milhões e as exportações de pópós caíram 43 milhões de euros! Quer isto dizer que sem contar com combustíveis e pópós as exportações dos primeiros quatro meses de 2016 cresceram 145 milhões de euros!!!
- as exportações de mobiliário cresceram 59(77(14%)) milhões de euros;
- as exportações de máquinas, aparelhos e material eléctrico cresceram 49 (84(6%)) milhões de euros;
- as exportações de produtos farmacêuticos cresceram 45(59(23%)) milhões de euros;
- as exportações de vestuário e seus acessórios de malha cresceram 41(73(12%)) milhões de euros;
- as exportações de plásticos e suas obras cresceram 37(54(6%)) milhões de euros;
- as exportações de aeronave e outros aparelhos aéreos cresceram 26(13(16%)) milhões de euros;
- as exportações de produtos cerâmicos cresceram 16(19(9%)) milhões de euros;
- as exportações de borracha e suas obras cresceram 15(19(5%)) milhões de euros;
- as exportações de cortiça e suas obras cresceram 15(26(9%)) milhões de euros;
- as exportações de aparelhos de óptica e fotografia cresceram 15(18(8%)) milhões de euros;
- as exportações de calçado cresceram 10(19(3%)) milhões de euros;
- as exportações de plantas vivas e floricultura cresceram 10(12(40%)) milhões de euros.
Continuo optimista!
quinta-feira, junho 09, 2016
Curiosidade do dia
Depois de ler "Know the Job Your Product Was Hired for (with Help from Customer Selfies)", a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Mark Ritson: Boaty McBoatface proves the public would rather humiliate your brand than engage with it".
Até que ponto se pode confiar na bondade de quem responde?
Até que ponto se pode confiar na bondade de quem responde?
Esqueça a política!
"Vivemos hoje em Portugal uma das situações mais terríveis e perturbadoras da humanidade: a lenta gestação de uma catástrofe. No futuro, quando olharem para o nosso tempo, as pessoas terão muita dificuldade em entender a apatia nacional que conduziu ao colapso de 2017-2018. Nessa altura muitos perguntarão como foi possível tal cegueira, ignorando os verdadeiros problemas, até se cair na ruína?"Esqueça a política e concentre-se na sua empresa!
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Admita que o autor do texto tem razão.
Como se pode preparar para fazer face ao cenário do tempo novo que aí virá?
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Como pode fazer desse tempo novo uma oportunidade?
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Como vai resistir a esse tempo novo e às dificuldades que ele acarretará?
Trecho retirado de "Até agora, tudo bem"
"muitas vezes escandalizo-me com a forma como os economistas tratam a economia real"
Como não sou economista, muitas vezes escandalizo-me com a forma como os economistas tratam a economia real. Habituado a lidar com empresas de muitos tamanhos, de muitos sectores, cada uma comandada por diferentes tipos de pessoas, com diferentes modelos mentais, custa-me perceber, uma vez atrás da outra, como os economistas simplificam e tratam a realidade empresarial como um bloco homogéneo. É o velho tema do Sr. dos Perdões e da sua imagem:
Recordar daqui: Recordar o marcador "distribuição de produtividades" e a explicação para o facto de, num mesmo país, haver mais variabilidade no rendimento intra-sectorial do que no rendimento inter-sectorial.
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Ontem, foi tempo de perceber melhor porque é que os economistas pensam assim. O interessante é que pensam mesmo que as empresas são essa massa homogénea e que a única coisa que conta são as variáveis macro. Tanta tolice!!!
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Ontem, foi dia de iniciar a leitura de um extenso artigo "The Microfoundations Movement in Strategy and Organization Theory", publicado por The Academy of Management Annals, 2015 Vol. 9, No. 1, 575–632, e assinado por Teppo Felin, Nicolai Foss e Robert Ployhart.
Recordar daqui: Recordar o marcador "distribuição de produtividades" e a explicação para o facto de, num mesmo país, haver mais variabilidade no rendimento intra-sectorial do que no rendimento inter-sectorial.
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Ontem, foi tempo de perceber melhor porque é que os economistas pensam assim. O interessante é que pensam mesmo que as empresas são essa massa homogénea e que a única coisa que conta são as variáveis macro. Tanta tolice!!!
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Ontem, foi dia de iniciar a leitura de um extenso artigo "The Microfoundations Movement in Strategy and Organization Theory", publicado por The Academy of Management Annals, 2015 Vol. 9, No. 1, 575–632, e assinado por Teppo Felin, Nicolai Foss e Robert Ployhart.
"Microfoundations are not a theory, per se, but rather a movement and way of thinking that has spread across a broad array of macro theories.
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Macro explanations, on the one hand, emphasize the role that history, culture, and structure play in explaining economic outcomes, whereas micro explanations, on the other hand, focus on individual actions and interactions.
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The subsequent trajectory of strategic management and organization theory was heavily focused on macro factors, at the expense of the micro.
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The emphasis in this literature, then, has squarely been on homogeneity, rather than an effort to understand organizational heterogeneity, let alone the role of individuals.
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Thus, not only have individuals played a lesser role in macro management, but also the notion of organization as a social actor has been missing from macro organizational scholarship.
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The emphasis on collective factors, at the expense of individuals, is perhaps best encapsulated in the published transcript of a 1999 Academy of Management symposium where a number of prominent macro strategy and organizational scholars seemingly agreed that individual-level considerations simply are not relevant for macro scholarship: “if we truly focused on routines, competencies, practices and so on, we would not follow people anymore in our research. Instead we would follow how competencies spread, replicate, and insinuate themselves into organizations”
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The assumptions in these literatures are that individuals are homogeneous and thus effectively that they are randomly distributed into organizations. [Moi ici: Esta gente não se enxerga? Isto é ainda mais grave que considerar a realidade como estando povoada por econs]
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This literature places an emphasis on macro factors such as firm-level knowledge and competencies, social capital, networks, and other collective constructs. While including the collective and macro concepts in explanation is not problematic per se, it is of concern when it has come at the exclusion of individual-level considerations that in fact might be driving—or highly consequential for explaining—collective outcomes."
"building blocks para a construção de modelos de negócio
Como fã incondicional da co-criação de valor e dos ecossistemas da procura, como não sublinhar este artigo "Managing Co-creation Design: A Strategic Approach to Innovation" publicado no British Journal of Management, Fevereiro de 2015, onde os autores recorrem a esta matriz como "building blocks" para a construção de modelos de negócio:
Calçado e previsões
Através de um empresário o sector cheguei ao "Footwear Consumer 2030" onde 7 tendências são identificadas:
- importância crescente do consumo nos mercados emergentes;
- envelhecimento da população um pouco por todo o lado;
- o poder crescente das mulheres (mais educação, mais emprego e mais poder de compra);
- concentração urbana;
- a ascensão do online;
- custo do couro;
- sustentabilidade ambiental.
Com base no texto fiz um esquema:
- os OK - sinalizam conclusões que estão de acordo com o meu modelo mental;
- os (+) - sinalizam conclusões que não considerávamos importantes e que podem realmente ter importância;
- os (-) - sinalizam conclusões com as quais discordamos.
Um dos vectores apontado pelas conclusões é a importância crescente da moda, do design, do estilo, no acto de compra.
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Por que é que uma empresa que cria calçado não há-de aproveitar este vector para reforçar a sua oferta com adereços em sintonia?
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Fará sentido copiar a Apple? A colecção é a plataforma.
Designer independente, em vez de criar app cria conjunto de adereços de moda relacionados com a colecção de calçado.
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Empresa de calçado apresenta conjuntos sapatos+adereços nas feiras e lojas online.
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Quais os riscos associados a cada uma das partes neste modelo?
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Será que deve ser a empresa de calçado a liderar este modelo ou a loja (digital ou física)? No caso da loja, a plataforma passaria a ser a loja.
quarta-feira, junho 08, 2016
Curiosidade do dia
Isto é doloroso "Patrões do Norte pedem a Costa mais apoios e uma banca amiga", demasiado doloroso.
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O que será uma banca amiga?
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Será uma banca como a que pôs a CGD no estado em que está?
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Guardar para uso futuro.
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BTW, a geringonça é que não vai nisto a maioria dos contribuintes activos deixaria de dormir.
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O que será uma banca amiga?
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Será uma banca como a que pôs a CGD no estado em que está?
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Guardar para uso futuro.
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BTW, a geringonça é que não vai nisto a maioria dos contribuintes activos deixaria de dormir.
Bom material para reflexão
Bom material para reflexão:
Trechos retirados de "Where America Is Working"
"As individuals, we all try to build on our strengths and work on our weaknesses, and it’s probably a good idea to balance these two activities. But as a country we are completely messing this up.
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In this election we’ve been ignoring the parts of America that are working well and wallowing in the parts that are fading. This has led to a campaign season driven by fear, resentment and pessimism. And it will lead to worse policy-making down the road, since prosperity means building on things we do well, not obsessing over the things that we’ve lost.
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There are two kinds of places that are getting it right. The first we might call Richard Florida cities, after the writer who champions them. These are dense, highly educated, highly communal places with plenty of hipsters.
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The second kind of cities we might call Joel Kotkin cities, after the writer who champions them. These are opportunity cities like Houston, Dallas and Salt Lake City. These places are less regulated, so it’s easier to start a business. They are sprawling with easy, hodgepodge housing construction, so the cost of living is low. Immigrants flock to them.
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We should be having a debate between the Kotkin model and the Florida model, between two successful ways to create prosperity, each with strengths and weaknesses. That would be a forward-looking debate between groups who are open, confident and innovative. That would be a debate that, while it might divide by cultural values and aesthetics, wouldn’t divide along ugly racial lines.
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We should be focusing on the growing, dynamic places and figuring out how to use those models to nurture inclusive opportunity and rejuvenate the places that aren’t. Instead, this campaign will focus on the past: who we need to shut out to get back what we lost.
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The future is being built right now. The prevailing sense of public despair is just wrong." [Moi ici: Quantas vezes pensei isto durante os anos da troika. No entanto, os promotores do cortisol tiveram sempre mais tempo de antena]
Trechos retirados de "Where America Is Working"
Combater a fricção
"Friction is key to understanding whether an entrepreneur even has a hope of starting a viable multisided platform business. The reduction of substantial friction is a necessary condition, but not a sufficient condition, for a multisided platform to succeed.Retirado de "Matchmakers: The New Economics of Multisided Platforms" de David S. Evans e Richard Schmalensee.
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A regular business has to make sure that its customers are getting good value—that what they get is worth more than what they pay. And it has to ensure that it is making a profit—that the revenue it gets covers its costs and delivers a good rate of return for the business and its investors. It has to divide the value pie between itself and its customers so both it and its customers are happy.
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A multisided business has a far more difficult problem. It has to make sure that not only do members of each of its customer groups get enough value to want to participate, but that enough of them participate to make members of each of the other customer groups want to participate as well—to generate the positive network or feedback effects that matchmakers need to survive and grow. Sometimes doing that requires giving such a large slice of the total value to one group that the platform doesn’t make money from them.
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A multisided platform has to make sure that the value pie is big enough to give every group a large enough slice to convince them to stay, and to leave itself enough to cover its costs and provide a good rate of return. All else equal, the bigger the pie, the more likely there are large enough slices to make everyone happy.
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Fundamentally, multisided platforms create value by reducing frictions. They are more valuable in total to all parties the more important the frictions they address are, and the greater their success at reducing them.
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An entrepreneur considering whether to start a multisided platform must consider what friction that platform would address, how much of the friction it could eliminate, how much value doing so would create, and whether that is enough to ignite a sustainable and profitable business. Anyone, from investors to suppliers to customers, who is taking a risk with a multisided start-up, should analyze these same issues to predict whether the platform could succeed."
No sentido certo
Esta iniciativa "Gala “Porcos de Ouro” estreia-se pela promoção dos suinicultores" vai no sentido certo.
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No entanto, tem de ser complementada para que os produtores possam tirar mais partido do evento.
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Que barreiras, que fricção, que interferências existem entre estes produtores e o consumidor final? Não, não é o consumidor final, é o consumidor final que aprecia e está a pagar algo mais por carne de porco superior?
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Têm marca própria? Têm prateleiras, canais distintos onde esses consumidores exigentes compram?
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Quando li "The weird prices at farmers markets, explained" escrevi no rodapé da página: "Info". Quanto mais informação que reforce a autenticidade, a interacção, a co-criação de valor ... maior o valor percebido, mais hipótese de uma melhor repartição em favor do produtor.
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Assim, ainda há muito por fazer mas é um sinal esperançoso de que algo pode mudar.
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Sinceros parabéns!
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No entanto, tem de ser complementada para que os produtores possam tirar mais partido do evento.
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Que barreiras, que fricção, que interferências existem entre estes produtores e o consumidor final? Não, não é o consumidor final, é o consumidor final que aprecia e está a pagar algo mais por carne de porco superior?
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Têm marca própria? Têm prateleiras, canais distintos onde esses consumidores exigentes compram?
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Quando li "The weird prices at farmers markets, explained" escrevi no rodapé da página: "Info". Quanto mais informação que reforce a autenticidade, a interacção, a co-criação de valor ... maior o valor percebido, mais hipótese de uma melhor repartição em favor do produtor.
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Assim, ainda há muito por fazer mas é um sinal esperançoso de que algo pode mudar.
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Sinceros parabéns!
"Never be reactionary if you can help it."
Imaginem a quantidade de sectores económicos a quem o título se aplica "So Your Industry Is Changing. Now What?"
Trechos retirados de "So Your Industry Is Changing. Now What?"
- Lacticínios;
- Suinicultores;
- Táxis;
- Calçado;
- Vestuário;
- Retalho físico;
- Mobiliário;
- Construção;
- ...
"Even the savviest founders aren't always the first ones out of the gate with the next big idea. But the best ones don't panic. They learn from what their fellow entrepreneurs are doing, sure, but they also know that the key to staying one step ahead and not letting new, shiny innovation swallow them whole lies not in replicating the technology of their peers, but in digging in deeper with their audience."
Como é que os dirigentes associativos mais mediatizados costumam reagir perante a mudança? Defendendo o passado e anatemizando a mudança:
"Think of disruption as one big, jarring piece of user feedback on your industry as a whole and you'll have a good jumping off point to make the necessary adjustments.Esta é demasiado forte:
...
When your industry is thrust into change, you have only one acceptable outcome: product transformation. Get excited, embrace it - these opportunities to grow don't come around every day. Stay one step ahead by first taking a big step back and doing an audit on yourself.
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First, assess your current customer experience. What's missing from making it more seamless? Draw up a roadmap of your product compared to your newest, flashy competitor's. Where are the forks in that road? Put yourself back in the mindset of your customer and ask where the pain points, however small, exist on your road."
"Never be reactionary if you can help it."
Trechos retirados de "So Your Industry Is Changing. Now What?"
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