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sexta-feira, junho 08, 2012

Um país que se mexe, apesar das elites

Lembram-se da série "OMG... E vão viver de quê?"
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Impressionante, é em todo o lado:
"O Grupo Luso Pirotecnia está a crescer em termos de exportações, que atualmente representam 60% das vendas, anunciou a empresa.
A indústria de espectáculos/produtos pirotécnicos a nível nacional tem vindo a cair mas, em contraste, o mercado externo tem mais procura. Uma das mais recentes adjudicações da empresa foi a "Cascata" pirotécnica realizada no 75º aniversário da Golden Gate Bridge, em São Francisco, EUA."
Um país que se mexe, apesar das elites que vaticinam o pior.
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E mesmo neste artigo "Portuguese Just Shrug and Go On in the Face of Cuts and Job Losses" encontro:
"In 2007, 160 people worked on TemaHome’s factory floor in Tomar, about 75 miles north of Lisbon; today, there are just 105, and the company is struggling to compete with factories in Eastern Europe and China, said Luís Vicente, the production director. TemaHome’s future lies in producing high-quality, customized furniture, he said, and it has hired a handful of designers and salespeople even as it has shed factory workers. (Moi ici: Recordar a autópsia feita em 2007, parte I e parte IIRevenues in the first quarter were up 20 percent this year."

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Perguntas, perguntas, perguntas (parte I)

Encontrei este trabalho "IMPLEMENTATION STRATEGY FOR TEMAHOME IN THE TURKISH FURNITURE MARKET", de Janeiro de 2010, sobre esta velha conhecida (parte I e parte II).
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Algumas reflexões:
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"Of course, moving from a manufacturer of private label wood furniture into a designer and manufacturer of home decoration pieces directed to the medium/high end of the market takes some time and requires deep transformations in the imbibed processes and culture of the firm. (Moi ici: E como diz o ditado "A cultura come estratégias ao pequeno-almoço", portanto, não é fácil fazer esta transição interna. Há todo um mosaico de actividades internas que tem de ser trocado e um software mental que tem de ser modificado. Qual o melhor mosaico para o futuro?)  Besides that, due to this new strategy, Temahome had to shift from the large-scale volume oriented retailers into smaller scale medium/high-end specialized retailers. (Moi ici: Outra medida no bom sentido. Contudo, quais são as prateleiras que interessam? Mas, tão importante quanto identificar quem são os donos das prateleiras, também é importante identificar a cadeia da procura, um ecossistema completo de intervenientes que podem co-ganhar com uma relação pelo qual passe o desempenho da empresa. Quem são? Que proposta de valor os atrairia para a órbita do ecossistema da empresa?) Consequently, during this period of transition, Temahome's total sales have been significantly affected, since the incremental sales that are generated with a new client are significantly lower than the effect caused by the loss of older (and larger) clients that stop doing business with Temahome mainly due to price concerns.
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One of the major challenges that a design-oriented company such as Temahome faces is the threat of imitation. While designing a new product requires recruiting creative minds and R&D expenditures; imitating is cheap. (Moi ici: Para quem sai do private label e tenta o sucesso através do design associado a uma marca, o melhor elogio é a cópia. Não creio que a  imitação seja o maior desafio para uma empresa nestas condições. Julgo que o maior desafio é o da autenticidade... até que ponto o mercado vai apreciar o design dos novatos (a empresa)? Até que ponto tal design vai cair no goto dos fazedores de opinião? O maior risco mesmo é o do anonimato) Since the protective power of product patents is especially limited when it comes to furniture, Temahome has no other option than to innovate continuously and to strengthen its brand name. As a result, in one hand, the product life cycle and the time interval between the creation of new pieces have been reduced (creation of annual catalogs). On the other hand, in an attempt to increase its brand visibility next to the final consumer, Temahome has been opening several shop in shops throughout Central Europe and US, and has just recently opened in Lisbon its first owned store." (Moi ici: E o circuito dos prescritores? E o circuito dos influenciadores? Como pode fazer a diferença? Como pode criar uma diferença na mente dos actores que actuam no ecossistema da procura? Não basta seguir os passos, é preciso fazer o click!)
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Como estarão os capitais investidos a serem rentabilizados?

sábado, abril 03, 2010

que invista muito mais na criação e aproveitamento de oportunidades do que na resolução de problemas

Se há, e não me custa nada a acreditar que tal seja verdade, móveis importados que não cumprem as regras de segurança que todos têm de cumprir na União Europeia a solução é fácil, inspeccionar e actuar com muita publicidade.
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Por exemplo, basta colocar as brigadas da ASAE que se entretêm a inspeccionar e a impedir a actuação da polícia, quando esta pretende dissuadir o uso de gasóleo agrícola por veículos não agrícolas (parece que esta brincadeira acontece em Santa Maria da Feira), a visitar as lojas onde se vende mobiliário.
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Quanto ao resto da mensagem deste artigo "Indústria declara 'guerra' aos móveis oriundos da Ásia"... IMHO recomendo à Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) que invista muito mais na criação e aproveitamento de oportunidades do que na resolução de problemas.
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Se o consumidor português só usa o preço como critério de compra, vai ser cada vez mais difícil vender mobiliário português, ponto. Ora o que não tem remédio remediado está.
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Até que ponto a indústria tem fugido do negócio do preço?
Até que ponto a indústria tem apostado no design?
Até que ponto a indústria tem apostado em novos circuitos de comercialização?
Até que ponto a indústria tem apostado em novos materiais?
Até que ponto a indústria tem apostado em novos mercados?
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Quem são os clientes-alvo?
Qual a proposta de valor a oferecer?
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Por exemplo, o que estão a fazer para seduzir a geração que vai ficar saturada do design IKEA?
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Basta recordar o desafio de mudança empreendido pela TEMA.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Qual é a estratégia? Esperar que a moda passe?

A propósito deste artigo no Público "Lay-off em cerâmica da Batalha" e das palavras do gerente da unidade fabril recordo este postal "Autópsia de uma estratégia, feita à distância (parte II)".
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Qual a estratégia da Frazarte?
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Quais os cenários hipotéticos onde a Frazarte poderá estar nos próximos dois/três anos?
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Quem são os clientes-alvo da Frazarte?
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Em que "prateleiras" é que a Frazarte expõe os seus produtos?
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Qual é a proposta de valor da Frazarte para os clientes-alvo? E para os donos das prateleiras?
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Por que é um cliente-alvo há-de preferir escolher um produto da Frazarte?
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Por que é que um dono de prateleira há-de optar por expor os produtos da Frazarte?
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"O gerente explicou que a Frazarte "produz cerâmica artística e decorativa", estando a sofrer "pressões de mercados que produzem peças de decoração com outros materiais". "Os nossos produtos têm sido substituídos por peças alternativas de decoração feitas no Vietname ou Indonésia, com outros materiais, como o latão, metal ou produtos ligados à madeira", exemplificou.

Reconhecendo que os artigos provenientes desses países são "mais baratos", José Frazão admitiu que as justificações para esta situação podem ser encontradas nas novas tendências da decoração, mas também na conjuntura económica. "As pessoas continuam a comprar, mas diferente. É uma questão de moda", defendeu, admitindo que os produtos cerâmicos "são mais conservadores". "
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Faz sentido competir com os asiáticos no mesmo terreno? A Frazarte não tem nenhuma vantagem? A Frazarte não pode ser diferente? A Frazarte não pode procurar outros mercados?
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Conheço empresas de mobiliário que fecharam e o antigo dono agora é importador de móveis da Malásia e Tailândia. No entanto, 60% da produção de mobiliário nacional é exportada... Há alternativas ao preço!!!
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But first, qual a estratégia da Frazarte?
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Parte I da autópsia aqui.

quarta-feira, março 19, 2008

Mobiliário só tem futuro se apostar nos mercados externos

Título de artigo no último número do semanário Sol.
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"Quem não estiver a exportar tem os dias contados"
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"Não me surpreenderia se terminássemos 2008 com 60% da produção dirigida aos mercados externos"
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"a indústria de mobiliária portuguesa é dos sectores tradicionais aquele que, nos últimos anos, mais cresceu nos mercados internacionais e que conheceu uma evolução mais significativa no desenvolvimento de produto, estratégia de marketing e evolução na cadeia de valor"
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"Passámos a ter acesso a produtos de grandes preocupações com o design, o que obrigou a repensar todo o modelo de negócio".
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Os trechos sublinhados são transcrições das palavras de Rui Ramos, secretário geral da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, um discurso completamente diferente deste outro. Um discurso que não é de mendigar protecção, mas também não é de "feel good" ou optimismo insustentável, é ter uma estratégia para o negócio do sector e ter um locus de controlo interno.
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"O ciclo de vida dos produtos ficou mais curto e os industriais tiveram que se rodear de designers para desenhar as colecções. A TemaHome não poupou esforços neste sentido e requisitou um dos designers industriais portugueses mais conceituados." Segundo a minha leitura a TemaHome fez muito mais do que isso.