quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Curiosidade do dia

Um sinal de uma tendência que se irá acentuar no futuro?
"Apple has taken advantage of the drop in Swiss funding costs to issue SFr1.25bn ($1.35bn) of bonds, its first offering in the currency."
Trecho retirado de "Apple issues debut Swiss franc bonds" mais em "Apple plans debut of Swiss franc bond sale".

Cuidado com as previsões!

Sabem o que penso sobre os Estados Unidos e a sua crónica falta de paciência estratégica. Isso leva muitas empresas, a maioria mesmo, a concentrar-se em estratégias que valorizam acima de tudo a escala e a padronização.
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Assim, não admira que se conclua:
"50% of occupations in corporations today will no longer exist by 2025"
Claro que a minha reacção instintiva foi uma pergunta:
E quantas das corporações, empresas grandes, de hoje ainda existirão em 2025? 
A previsão escrita acima está na página 4 deste relatório "Fast Forward 2030 - The Future of Work and the Workplace". O interessante é que na página 3 do mesmo relatório encontro:
"81% of interviewees imagine that corporate wealth and value creation will be different in 2030 – driven by ideas and creativity."
Será que o mindset de empresas concentradas na automatização é compatível com o de empresas concentradas nas ideias e criatividade?
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Cuidado com as previsões!

Acerca das exportações de 2014

"Exportações aceleraram em 2014 se descontado o efeito dos combustíveis"
""Pese embora as exportações de bens tenham abrandado de 4,5% para 1,9%, de 2013 para 2014, excluindo os combustíveis, as exportações passaram de 2,1% (2013) para 4,3% (2014)". Além disso, Brandão de Brito refere que "as exportações de combustíveis caíram em termos homólogos 8,5%, em Dezembro de 2014, quando a taxa de contracção homóloga chegou a ser de 63,9% em Abril de 2014, ou seja, o efeito da manutenção de Sines está a dissipar-se", refere. Outro contributo negativo veio da "paragens na Autoeuropa devido à fraca procura no mercado automóvel europeu", lembra Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio."
 "Exportações agroalimentares cresceram 7,7% em 2014"

"2014 foi o melhor dos últimos 11 anos para as exportações têxteis portuguesas"
"2014 foi o melhor dos últimos 11 para as exportações da indústria têxtil e vestuário portuguesa, que cresceram 8% face a 2013 e somaram 4,6 mil milhões de euros.
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o vestuário foi a principal categoria de produtos exportada, representando 60% do total das exportações do setor, no valor de 2,8 mil milhões de euros, tendo crescido 9%.
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Em comunicado, a ATP destaca também o aumento de 7% das exportações das matérias-têxteis, que representaram cerca de 26% do total exportado (no valor de 1,2 mil milhões de euros exportados), e o crescimento de 3% das vendas para exterior dos têxteis lar e outros artigos têxteis confecionados, que exportaram 656 milhões de euros e respondem agora por 14% do total das exportações da ITV nacional."
"Sapatos portugueses estão a andar para fora da Europa"
"tendo atingido em 2014 um novo máximo histórico: 1,87 mil milhões de euros, mais 7,7% do que no ano anterior."
"Exportações de alimentos e bebidas portuguesas crescem 6,5%"
"Olhando para o caso da fruta, por exemplo, regista-se uma subida expressiva de 27%. ... As exportações de peixe também aumentaram 15% para 673 milhões de euros. Já na carne, as vendas totalizaram os 211 milhões de euros, mais 21%.
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Contudo, em termos de valor, é a indústria transformadora (onde está incluída a produção de cerveja ou de conservas, por exemplo) que mais vende para fora de portas: 3723 milhões de euros. Face a 2013, estas empresas conseguiram exportar mais 3,3%. Analisando mais à lupa a lista dos produtos, regista-se um crescimento de 7% nas vendas de bebidas e vinagres, para quase 1,2 milhões de euros.
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A exportação de máquinas e acessórios também mostrou um desempenho positivo, crescendo 4,7% para 6246 milhões de euros. No material de transporte, onde a Autoeuropa tem um contributo decisivo, o comércio aumentou 1,9% para 7064 milhões de euros. No caso específico dos automóveis, o crescimento foi de 7,1% para 1979 milhões de euros.
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O movimento inverso deu-se nos combustíveis e lubrificantes: as exportações derraparam 19% para 3850 milhões de euros."
"Pires de Lima: "Não foi um ano brilhante, mas foi o melhor de sempre das exportações"" [Moi ici: Até o ministro acaba enganado pela propaganda dos títulos dos media]
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"Uma longa caminhada"

- Nós não fazemos isso!

Frank Cespedes em "Aligning Strategy and Sales" recorda esta tira:

Como não associar a última imagem à tirada de Terry Hill e recuar ao Verão de 2008 em "The Most Important Orders are..."
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Só uma empresa com uma estratégia pode dizer:
- Nós não fazemos isso!

Variedade e variabilidade

Os anos passam, as modas vão e vêm.
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Coisas que eram verdade passam a mentira e vice-versa.
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Contudo, muita das ideias da origem deste blogue continuam a aguentar a corrosão do tempo.
Em Novembro de 2007 escrevemos "A Dream Society":
"Atenção variedade, não é o mesmo que variabilidade."
Em Julho de 2006 escrevemos "A variabilidade é inimiga da variedade"
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Ontem, Seth Godin escreveu "Variance or deviance?" na mesma onda, embora ele devesse ter escrito variety e não variance.
"if you accept differences as merely variations,[varieties] each acceptable, then you realize that there are many markets, many choices, many solutions."
Este é o truque das PME, é o truque que quem gizou o famigerado acordo ortográfico nunca percebeu.
PME devem fugir das estratégias do rolo compressor da padronização, da uniformização.



terça-feira, fevereiro 10, 2015

Oportunidade de trabalho

Empresário pediu-me para divulgar esta oportunidade de trabalho, aqui vai:



Curiosidade do dia


Estratégia não é isto

"Success and failure in business are not only due to luck, timing, and effort. These things matter. But so does a strategy that makes coherent choices, effectively allocates available resources, and communicates to people in the field. So, what is and is not strategy, and what must you recognize before you can craft a coherent and communicable strategy for sales?
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Strategy is not the same as mission or purpose.
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[missions] are analytically useless for doing what any coherent strategy must do: specify where we do and don't play in this world, and how we propose to win in those places where we do choose to play.
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Strategy is not the same as values.
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Strategy is not the same as war or a battle plan.
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business, unlike a war or battle, is not primarly about defeating an enemy. Business is primarly about customer value: targeting customer groups and tailoring sales and other activities to serve those groups better or differently than others.
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"The purpose of a business is to create a customer." That's also the purpose of purpose and any business strategy. Make customers, not war." 

Trechos retirados de "Aligning Strategy and Sales" de Frank Cespedes.

As estratégias nunca são eternas ponto

As estratégias nunca são eternas ponto.
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Aquilo que é verdade hoje funciona, é mentira amanhã e não funciona.
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Em "Whole Foods, Half Off" apanhamos um exemplo. Uma empresa fundada e desenvolvida para um nicho, viu esse nicho crescer o suficiente para ser atractivo para outros actores no mercado.
"As the economy recovered, so did Whole Foods, posting some of its best years. Its stock price rose to $60, [Moi ici: Estava a $30 em 2007 e caiu para $4 com a Grande Recessão] and in the fall of 2013, its market capitalization exceeded that of Kroger, the 130-year-old giant that operates more than 2,000 stores. The visible trend toward healthy, natural foods sparked a new wave of competition. Fresh Thyme, backed by $50 million in private equity, started an aggressive expansion across the Midwest. Sprouts, a Phoenix-based grocer with an emphasis on smaller stores and cheap produce, had one of the biggest initial public offerings of 2013. It’s now in 11 states.
At the same time, traditional supermarkets, noticing that shoppers were losing their taste for processed foods, scrambled aboard the healthy foods bandwagon. “Everyone seemed to realize at the same time that the market was tipping,” says Robb.
Suddenly it became clear that Whole Foods was vulnerable."
Embora a missão permaneça, algumas escolhas sobre como a cumprir tiveram de ser alteradas. E a vida continua.
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E na sua empresa, que escolhas que funcionam hoje, precisam de ser alteradas amanhã, porque amanhã já não vão funcionar?

"the impact of pricing reductions on profit"

Um tema recorrente neste blogue mas que nunca é demais sublinhar, "Do you understand the impact of pricing reductions on profit?":
"In the study McKinsey worked with the Global 1200.  They found that a 1% price increase – if the demand remained constant – would result on average in an 11% increase in profits.  Not bad.  Think how many more units those companies and yours would need to sell to achieve an 11% increase in profits at your present pricing.
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One moral of the story is – it is worthwhile to have an accurate assessment of the impact of price concessions on profit."

"Sell outcomes not products"

"Sell outcomes not products.  You win more often when the customer has a clear understanding that you can help them to do what they need to do better than the competition.  How can you help them achieve their business goals and leverage their opportunities more effectively and more efficiently than anyone else?"
Trecho retirado de "Beat your competition – focus on the customer"

Exportações, campanhas e priming

Há duas campanhas em curso, a campanha eleitoral e a de diabolização da Alemanha.
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Primeiro surpreendi-me com este texto da Controlinvest de Proença de Carvalho "Alemanha fecha 2014 com recorde de exportações". Os dois últimos parágrafos incluem informação desactualizada, publicada meia-hora antes da saída dos resultados de Dezembro.
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No Público encontramos "Porta-avião de Portas começa a encalhar".
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No Jornal de Negócios o insuspeito Nuno Aguiar publica "Exportações de bens têm pior crescimento desde 2009"
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Os jornais sublinham o aumento das importações e aproveitam para relacionar com a "impiedosa senhora Merkel" "Alemanha é o país que mais rouba crescimento a Portugal". Era engraçado que levassem até às últimas consequências esta diatribe e acusassem as pessoas que compraram carro novo de serem agentes de Merkel.
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Eis a evolução das exportações:
O valor mais elevado de sempre.
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Sim, foi o menor crescimento desde 2009.

Contudo, qual o impacte da paragem planeada na exportação de combustíveis e seus derivados? Segundo o boletim do INE:
"Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, no conjunto do ano de 2014 as exportações aumentaram 4,3%"
Qual foi o crescimento das exportações em 2013 face a 2012?
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4.2%
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Qual o impacte na criação de emprego deste desempenho?
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Quando se lê sobre o priming percebe-se muito da luta política. Uma mentira que chega primeiro à praça pública marca pontos e nunca mais deixa de ser "verdade" mesmo quando desmentida.

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

"clientes-alvo, underserved, migração de valor, mosaico de actividades e estratégia"

Um texto interessante sobre clientes-alvo, underserved, migração de valor, mosaico de actividades e estratégia:
"the rise of restaurants known in the trade as “fast-casual”
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Unlike traditional fast-food restaurants, fast-casuals emphasize fresh, natural, and often locally sourced ingredients. Perhaps as a result, their food tends to taste better. It’s also more expensive.
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For most of the fast-food industry’s history, taste was a secondary consideration. Food was prepared according to a factory model, explicitly designed to maximize volume and reduce costs. Chains relied on frozen food and assembly-line production methods, and their ingredients came from industrial suppliers. They were able to serve enormous amounts of food quickly and cheaply, even if it wasn’t that healthy or tasty, and they enjoyed enormous success in the last quarter of the twentieth century.
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Traditional fast-food chains pretty much ignored these changes. [Moi ici: A migração de valor, o aparecimento de tribos endinheiradas que valorizam o gosto, a comida saudável, a comida local] They were still doing great business, and their industrial model made it hard to appeal to anyone who was concerned about natural ingredients and freshness. That created an opening for fast-casual restaurants. You had tens of millions of affluent consumers. They ate out a lot. They were comfortable with fast food, having grown up during its heyday, but they wanted something other than the typical factory-made burger. So, even as the fast-food giants focussed on keeping prices down, places like Panera and Chipotle began charging higher prices. Their customers never flinched."

Trechos retirados de "The Shake Shack Economy"

A deflação também passa por aqui

Hoje, ao almoço esta imagem com alguns meses veio-me à cabeça:
Qual o impacte de um consumo deste calibre, e com esta concentração temporal, nos preços das commodities?
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O desacelerar desta orgia deve estar na origem de:



E de:



E da quebra das importações chinesas em quase 20%

A deflação  também há-de passar por aqui

Acerca do investimento (parte V) e custo da oportunidade

Parte I, parte II, parte III e parte IV.
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Mais exemplos da mudança em curso no país "Clientes estrangeiros pressionam produtores de frutas e legumes a aumentar produção":
"Os produtores de frutas e legumes vão aumentar as áreas de produção em 2015 para responder aos pedidos de clientes estrangeiros. A expansão do terreno para cultivo chega, em alguns casos, a quintuplicar e há planos de investimento na produção de mirtilo, cebola, alhos ou uvas."
Reparar que se trata de um perfil que nada tem a ver com aquilo de que a CAP falava e defendia.


A propósito do que escrevem no artigo sobre os alhos, 90% do alho consumido em Portugal é importado, por acaso há pouco tempo, reparei num Continente que os alhos bonitos que ia comprar eram chineses. Pára tudo! Alhos made in China!? Nem pensar. Lá encontrei outros, franceses ou marroquinos e, só por fim é que encontrei uns, com a pior embalagem e o pior aspecto, cheios de casca seca a desfazer-se e a separar-se... nem reparei no preço, escolhi-os. Convenci-me que o pior aspecto era da rusticidade do produto e sinal de pouca engenharia de "mar del plastico".
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BTW, este artigo é um bom exemplo de como a noção de custo de oportunidade é difícil de perceber. Conseguem perceber o problema da jornalista com o facto de se apostar em culturas para exportação em vez de substituir importações?
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Quer que se siga o manual da CAP e produzir cereais a preços não competitivos?

Um exemplo que parece tirado deste blogue

Uma rede de lojas pressionada pela concorrência online tem sempre uma resposta rápida, instintiva, fácil e... errada, competir pelo preço:
"Radio Shack ... tried to become Best Buy-lite, a move that it has paid for dearly."
O que é que uma rede de lojas pressionada pela concorrência online poderia fazer?
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Qual a mensagem deste blogue? Conseguem competir com a Amazon no preço?
Não! Competir pelo preço não é para quem quer, é para quem pode.
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OK! O caminho não pode ser o preço. Uma reflexão sobre a experiência, uma reflexão com base na análise TOWS... onde conjugar pontos fortes e oportunidades que em simultâneo minimizem pontos fracos e ameaças?
"Where RadioShack has always excelled [Moi ici: Ponto forte] was with its stock of transistors, soldering irons, tiny screwdrivers, circuits, and electrical wires - things that may have been scoffed at 10 years ago, but things that are increasingly being used by [Moi ici: Oportunidades] makers, DIY-ers, and gadget hackers. RadioShack has a ready-made trend it should be cashing in on, but it hasn’t. What I’m saying is: Where the RadioShack makerspaces at?"
Um makerspace que podia funcionar como uma espécie de ponto de encontro de makers onde se podia fazer uso e abuso da interacção e da co-criação. A Amazon nunca poderia competir nesse campeonato!!!
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Um exemplo que parece tirado deste blogue "Why Doesn't RadioShack Reinvent Itself as a Makerspace?"
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Claro que a empresa teria de encolher no curto-prazo, mas teria uma vantagem competitiva sobre a qual poderia voltar a crescer no futuro.
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E a sua empresa, também precisa de uma reflexão estratégica, para mudar de vida?

Focalização e custo de oportunidade

"The notion of opportunity cost, central to economic profit (and, for that matter, to economics for over a century), is apparently not an easy concept for busy executives. I don't mean that it's an intellectually difficult notion. We all know the basic idea. Opportunity cost is the sacrifice you make related to the next-best alternative available; it's what you forgo when you make a choice for X rather than Y or Z. The issue is not IQ. Rather, as usual in business, it's living the idea in practice, because opportunity costs are not just financial; they also include the lost time, effort, and other activities associated with resource allocation." 
Talvez esta dificuldade ajude a perceber o porquê da dispersão, da ausência de estratégia em tantas PME.
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Sem noção do sacrifício incorrido, torna-se fácil entender como a pressão para a focalização é pouco eficaz.
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Trecho retirado de "Aligning Strategy and Sales" de Frank Cespedes.

domingo, fevereiro 08, 2015

Curiosidade do dia

Um artigo interessante e bem fundamentado "Neil Young's PonoPlayer: The Emperor Has No Clothes"
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Não deixei de relacionar este artigo com o problema das perfumarias.
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Quem ouve música através do PonoPlayer reconhece a superior qualidade do som. Contudo, quem ouve música através de um teste cego, não consegue notar diferenças entre um PonoPlayer e um iPhone, mais a maioria até reconhece a superioridade do iPhone.
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E se, através da história do PonoPlayer, as dopaminas libertadas fazem mesmo com que a pessoa experiencie a diferença? E se não é o produto mas a história em torno do produto? No final de contas o que interessa é a experiência, ou não?
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Um tema interessante que devia ser meditado por quem pensa que só as especificações é que contam.

A boa velha batota

Num país populoso como a China, os números são de um outro campeonato:
"“It’s dying,” says Wang, shaking his head as he looks out at abandoned stores and torn promotional posters in what was once the busiest market in the Zhongguancun district, known as China’s silicon valley. “There are more sales staff than customers around here. Everyone buys online now.”
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The online revolution promises to boost productivity and could create 46 million new jobs in China by 2025, many of them higher-skilled, according to a report by New York-based McKinsey & Co. in July. The losers will be as many as 31 million traditional roles, the equivalent of the entire employed population in Britain."
Altura para?
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Repensar a experiência de loja... a boa velha batota!!!
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Trechos retirados de "Chinese Retailers Play Poker in Empty Malls as Shoppers Go Online"