"1. "I say we trust our instincts, go with our gut. You can't program that. That's our edge." - MacGyver [Moi ici: Lembro-me do episódio onde isto era dito, a luta contra a Sandy]
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2. "The great thing about a map: it gets you in and out of places in a lot different ways."[Moi ici: Um mapa é uma desculpa, uma bengala, um artifício, para que nos levantemos e ponhamos a caminho. Como não recordar Weick]
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4. "The best way to beat a problem is to make it work for you." [Moi ici: Faz-me lembrar o pressuposto por trás de "A Beautiful Constraint". Como será ver o mundo a partir de um ponto em que aquilo que para nós, hoje, é um problema passe a ser visto como uma oportunidade?]
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8. "There always seems to be a way to fix things."[Moi ici: Há sempre um alternativa, nada é definitivo]
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10. "That's the way the world gets better... one person at a time."[Moi ici: Sem revoluções, sem ismos, uma empresa de cada vez e à sua própria maneira]
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18. "It's not so bad to be special... you just have to learn to feel good about it."[Moi ici: Ganhar a coragem para ser diferente, para seguir o caminho menos trilhado]
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29. "If you don't have the right equipment for the job, you just have to make it yourself."[Moi ici: E nós portugueses somos bons nisto]
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30. "My old high school physics and chemistry classes come in real handy sometimes. Not to mention the fact that when you're in a squeeze, necessity always seems to come through as the true mother of invention." [Moi ici: Stressors são informação a dizer-nos que temos de mudar de vida]
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38. "Only a fool is sure of anything, a wise man keeps on guessing." [Moi ici: A humildade de encarar as estratégias como hipóteses, fazer pequenas experiências]"
sábado, dezembro 30, 2017
"The best way to beat a problem is to make it work for you"
A propósito de, "De onde vêm as grandes estratégias (parte II)", chamaram-me a atenção para este site delicioso, "44 Inspirational MacGyver Quotes For Knowledge And Resourcefulness":
Promover a assimetria
"If possession of a positive added value is the key to value appropriation, we must next determine how a player comes to have a positive added value. In particular, how can a firm come to have a positive added value? The answer is that the firm must enjoy a favorable asymmetry between itself and other firms. We identify four routes that lead to the creation of such asymmetries, terming each a ”value-based’ strategy for the firm.
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it is evident that for a firm to have a positive added value it must be “different” from its competitors. That is, it must enjoy a favorable asymmetry between itself and other firms.
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Favorable asymmetries can also arise on the supplier side. Specifically, suppliers may have a lower opportunity cost of providing resources to one firm than of providing them to other firms. Notice that each of these asymmetries can come about in either of two ways. An asymmetry in willingness-to-pay may arise because the firm finds a way to raise the willingness-to-pay of buyers for its product. Or it may arise because buyers end up with a lower willingness-to-pay for other firms’ products. A favorable asymmetry results in either case. Similarly, an asymmetry in opportunity cost may arise because the firm finds a way to lower the opportunity cost of suppliers of providing resources to it. Or it may arise because suppliers end up with a higher opportunity cost of providing resources to other firms. Again, a favorable asymmetry results in either case.
We call each of these routes to enjoying a favorable asymmetry a ”value-based’’ strategy for the firm.
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In the top left box is the strategy of raising the willingness-to- pay of buyers for the firm’s product. This is the classic differentiation strategy. It involves the firm’s finding ways to meet the needs of buyers better than do other firms. This strategy is well known and well understood, and so we do not dwell on it here.
In the bottom left box is the strategy of lowering the opportunity cost to suppliers of providing resources to the firm. One way the firm can do this is by reducing a supplier’s costs of doing business with it. This type of value-based strategy, the existence of which follows logically from our analytical approach, thus has close connections with the sorts of ideas that have been emphasized recently in writings on supplier relations. It is also closely related to the consulting prescription, currently in vogue, that firms should establish ”value-managed partnerships” with their suppliers.
Other ways in which the firm can lower suppliers’ opportunity costs are found in the area of human resource management. An example is offering employees nonsalary benefits which other firms cannot readily match.
In the top right box is the strategy of lowering the willingness- to-pay of buyers for other firms’ products. In its most literal form, this strategy might include negative advertising (“bad-mouthing” competitors). A more subtle variant involves the creation of switching costs for buyers. These are present if existing buyers of a firm find buying from a competitor in the future less attractive than buying from the same firm again-say, because of retraining costs associated with switching to use of a competitor’s product. This says exactly that buyers have a lower willingness-to-pay for the products of competi- tors than for those of the original firm.
Finally, in the bottom right box is the strategy of raising the opportunity cost to suppliers of providing resources to other firms. This largely mirrors the previous strategy. Influencing suppliers’ perceptions of other firms fits in here, as does the creation of switching costs for suppliers."
Trechos retirados de "Value-Based Business Strategy" de Adam Brandenburger e Harborwne Stuart
sexta-feira, dezembro 29, 2017
“That’s how we’ve always done it.”
"The other “commandment” is to become very suspicious anytime you ask, “Why do we do this like that?” and you receive the answer, “That’s how we’ve always done it.” If no one in the organization can explain why a certain practice is the best, or why the product has to offer certain features, that may reveal a bad habit. I suggest several activities the leaders of organizations can do to get to the bottom of this puzzle. First, write down key business processes and ask yourself if you understand why the organization is doing it this way. Then ask others in the company if they understand why. Finally, ask newcomers to the company — after they have been with the organization two or three months — what processes they have seen in the organization they do not understand.Trechos retirados de "How — and Why — You Need to Break Bad Business Habits"
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You propose that an organization implement “change for change’s sake.” Why?
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There is value in the process of change itself. Many organizations are attached to certain processes and do not realize that when these processes become less relevant or do not work as well, it is time to change. I suggest not waiting for trouble; be proactive about making changes.
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When processes become routinized, silos develop across firms, communication and cooperation fade away, and certain departments begin to command a disproportionate amount of resources. If the company waits for these things to emerge, it is often too late and too difficult to change. Instead, the company should adopt minor but proactive changes on a consistent basis."
Custos Unitários do Trabalho, salários e produtividade
Lembram-se do tempo da troika e de quanto esquerda e direita nos bombardearam com grandes tiradas sobre a necessidade de reduzir os Custos Unitários do Trabalho (CUT)?
Lembram-se de como aqui sempre estivemos contra essa treta porque os CUT são um rácio e, por isso, os CUT podem baixar, apesar dos salários subirem, se o que se produz tiver maior valor unitário?
Os clássicos, como Teixeira dos Santos ou os direitolas como Ferraz da Costa, assumem o jogo do gato e do rato, e relacionam o aumento dos salários com o aumento da produtividade em termos de produção de unidades por unidade de tempo, assumindo que o preço unitário não varia, assumindo que o que se produz mantém-se constante ao longo do tempo.
Aqui, sempre chamámos a atenção para o aumento da produtividade através da alteração do que se produz, a velha lição de Marn e Rosiello, porque tem um impacte muito superior ao que se consegue à custa do aumento da eficiência.
Regresso a isto ao encontrar estes gráficos:
Chamo a especial atenção para a evolução dos CUT (unit labour costs) da Irlanda. Estão a imaginar a quantidade de analistas a rasgar as vestes e a chorar com dó dos pobres irlandeses. Segundo eles, porque os CUT baixaram é porque os salários reais baixaram... os irlandeses devem estar a pagar para trabalhar.
Reparem agora neste outro gráfico sobre a evolução dos salários reais:
Q.E.D.
Já agora, olhem para a evolução da produtividade irlandesa:
Acham que esta evolução aconteceu porque os irlandeses começaram a correr mais depressa e a ser menos preguiçosos, ou porque se alterou o preço unitário do que produzem?
E como se aumenta o preço unitário do que se produz quando não se goza da prerrogativa de ter armas e de se poder obrigar os "utentes" a comprarem o que se produz?
Subindo na escala de valor.
Recordar:
Lembram-se de como aqui sempre estivemos contra essa treta porque os CUT são um rácio e, por isso, os CUT podem baixar, apesar dos salários subirem, se o que se produz tiver maior valor unitário?
Os clássicos, como Teixeira dos Santos ou os direitolas como Ferraz da Costa, assumem o jogo do gato e do rato, e relacionam o aumento dos salários com o aumento da produtividade em termos de produção de unidades por unidade de tempo, assumindo que o preço unitário não varia, assumindo que o que se produz mantém-se constante ao longo do tempo.
Aqui, sempre chamámos a atenção para o aumento da produtividade através da alteração do que se produz, a velha lição de Marn e Rosiello, porque tem um impacte muito superior ao que se consegue à custa do aumento da eficiência.
Regresso a isto ao encontrar estes gráficos:
Chamo a especial atenção para a evolução dos CUT (unit labour costs) da Irlanda. Estão a imaginar a quantidade de analistas a rasgar as vestes e a chorar com dó dos pobres irlandeses. Segundo eles, porque os CUT baixaram é porque os salários reais baixaram... os irlandeses devem estar a pagar para trabalhar.
Reparem agora neste outro gráfico sobre a evolução dos salários reais:
Q.E.D.
Já agora, olhem para a evolução da produtividade irlandesa:
Acham que esta evolução aconteceu porque os irlandeses começaram a correr mais depressa e a ser menos preguiçosos, ou porque se alterou o preço unitário do que produzem?
E como se aumenta o preço unitário do que se produz quando não se goza da prerrogativa de ter armas e de se poder obrigar os "utentes" a comprarem o que se produz?
Subindo na escala de valor.
Recordar:
- O jogo do gato e do rato (parte VIII) (Janeiro 2011)
- Ultrapassado e sem contraditório (Março 2012)
- A redução dos CUT (Agosto 2012)
- Aumentar o "producer surplus", o caminho menos percorrido (parte III) (Janeiro 2013)
- O FT a colar-se ao anónimo de província (Setembro 2015)
- O erro de análise dos Custos Unitários de Trabalho (parte V) (Setembro 2015)
- CUT, produtividade, competitividade e gato e rato (Maio 2016)
- Produtividade para o século XXI (parte IV) (Abril 2017)
- Prisioneiros do século XX (Setembro 2017)
De onde vêm as grandes estratégias (parte II)
Parte I.
Acredito, sobretudo ao trabalhar com PME, numa abordagem criativa com restrições, com constrangimentos. A metáfora que me vem à cabeça é a de MacGyver. O que faz MacGyver metido em mais uma embrulhada? Não sonha com o que não tem, olha para o que tem à mão e inventa uma hipótese de saída com isso. Depois, é implementa-la, mas sempre atento ao feedback da procura para iterar se for caso disso.
Olhar para o que se tem à mão de forma criativa, é olhar para o seu ADN e procurar o tal "twist" necessário para ver o que os outros ainda não viram.
Trechos retirados de "Strategy as a Creative Act II: The Limits to Management Consulting"
"The traditional toolkit of strategy is analytical; business schools teach strategists to ground their thinking on data. Management consultants educated in this way begin strategy projects with an “as-is” analysis, digging deep into the world to better understand it. This might consist of an industry analysis to understand market dynamics, a value chain and profit pool analysis to see where value is being created and captured, and competitive analysis to better understand the direct and indirect competition in a given market. Management consultants review customer data, seeking to understand spending patterns, needs, wants and behaviors, and use those insights to segment the market into more attractive and less attractive customer groups.
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Having done this analysis, and gained an understanding of the world as it is today, management consultants then look for opportunities for their clients to compete.
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Designers do not see the world as a fixed canvas. They are an optimistic bunch, who see the world as a range of possibilities that can be crafted and bent to our will. Design consultants begin a project by looking for inspiration that will drive their thinking and ideation about the world as it should be. Inspiration can come from within an industry or outside of it. Sometimes a societal trend will trigger an idea. Or it could be driven by ethnographic research observing potential customers. At this stage in the process, design consultants gleefully dance over the “as-is” state, as they generate lots of ideas of the “should-be” state. Only when this creative, generative phase is completed do we bring out the analytical tools to evaluate the ideas. Is there a market and business model that will support this idea? Does the client have the right assets and capabilities to deliver this value proposition? Is the technology required to implement this idea mature enough? How will this idea change an industry dynamics or competitive set? Traditional strategy tools are used to evaluate the ideas to get a sense of what we need to do in order to make them real.
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As a strategist in a design consultancy, I am clearly a convert to strategy as a creative act.
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it is true that analytical approaches work extremely well for cost optimization problems. But to enhance revenue and to grow—either through new offerings or new forms of customer experience—creative approaches work better. If you want to do something that is truly new, to create value in a way that has never been done before, to lead rather than follow, and to reframe customer expectations, you need the tools of design. Some management consultants understand this, and are experimenting with design."
Acredito, sobretudo ao trabalhar com PME, numa abordagem criativa com restrições, com constrangimentos. A metáfora que me vem à cabeça é a de MacGyver. O que faz MacGyver metido em mais uma embrulhada? Não sonha com o que não tem, olha para o que tem à mão e inventa uma hipótese de saída com isso. Depois, é implementa-la, mas sempre atento ao feedback da procura para iterar se for caso disso.
Olhar para o que se tem à mão de forma criativa, é olhar para o seu ADN e procurar o tal "twist" necessário para ver o que os outros ainda não viram.
Trechos retirados de "Strategy as a Creative Act II: The Limits to Management Consulting"
quinta-feira, dezembro 28, 2017
Para reflexão
"Qual é a estratégia da Medis? [Moi ici: Reparem na pergunta]Trechos retirados de "CEO da Médis: “Receio que o sector cometa o erro de estar mais preocupando com a quota de mercado e menos com a rentabilidade”"
A estratégia da companhia é continuar a crescer, de forma sustentada, salvaguardando sempre a rentabilidade da mesma. [Moi ici: Acham que crescimento e rentabilidade é estratégia? Não serão consequências desejadas de uma estratégia bem sucedida?]
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Queremos ser uma companhia de seguros efetivamente multicanal.
Num segundo vetor, queremos trabalhar na valorização da proposta de valor,"[Moi ici: Recordar o teste do ácido sobre se o que se diz ser uma estratégia é mesmo uma estratégia, "and it's not stupid"]
Acerca dos indicadores
"Here are some rules of thumb for what makes a good metric—a number that will drive the changes you’re looking for.
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A good metric is comparative. Being able to compare a metric to other time periods, groups of users, or competitors helps you understand which way things are moving. “Increased conversion from last week” is more meaningful than “2% conversion.”
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A good metric is understandable. If people can’t remember it and discuss it, it’s much harder to turn a change in the data into a change in the culture.
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A good metric is a ratio or a rate. Accountants and financial analysts have several ratios they look at to understand, at a glance, the fundamental health of a company.[5] You need some, too.
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A good metric changes the way you behave. This is by far the most important criterion for a metric: what will you do differently based on changes in the metric?"
Trechos retirados de "What Makes a Good Metric?"
De onde vêm as grandes estratégias
A doença que identifiquei e associei ao que designo por tríade e as suas manobras lanchesterianas:
Excelente texto de "Where Do Great Strategies Really Come From?" de Adam Brandenburger, publicado em 2017 por Strategy Science 2(4):220-225
"the reality of strategy courses can be rather mechanical, involving the filling in of frameworks and boxes, the itemizing of various factors said to bring about success or failure, and other somewhat formulaic activities. Case studies of interesting organizations enliven and enrich the learning experience. But is something missing? Is it, in fact, an unfortunate reality that courses on business strategy largely fail to address what is probably the most exciting question: “Where do great strategies really come from?”Aqui no blogue apreciamos a importância da idiossincrasia na formulação de uma estratégia:
"The missing ingredient in what we have talked about so far is this: strategy making is a creative act. That is the hypothesis of this essay. People sense this at an intuitive level. When we first start hearing about and reading stories and cases about business successes (or failures), it is the clever novelty of various people’s thinking and actions in the business world that makes for the most exciting and enticing examples. It is this “aha” feature of the successful move or series of moves that draws many (all?) of us to the area of business strategy.Como não recordar:
...
successful strategy and performance come from looking beyond what is cognitively close to the status quo (therefore, easier to think about) to what is further out (therefore, harder to think about). Superior cognition leads to superior strategy making. Interestingly, Schumpeter is quoted on this point: “Passively ‘drawing consequences’ is not the only possible economic behaviour. You can also try and change the given circumstances. If you do that, you do something not yet contained in our representation of Reality”
...
Changing the circumstances, or changing the game, or some other similar phrase—these are the cognitively more challenging, but also more rewarding, moves.
But to say that strategy making is a creative act is to take an additional step. This is because creativity is usually thought of as a “whole-brain” activity. The headline version of this point is to say that creativity is a right- brain activity, as distinct from logic and analysis, which are left-brain activities.
...
Returning to the role of constraints and limitations, this is, just like the role of combination, much discussed in the creativity world. The arts are full of examples of famous creators who turned obstacles or setbacks not into limits on their lives but into moments that led to great accomplishment. Creators may deliberately choose to impose constraints on themselves—as when someone consciously adopts the rules of a particular form of poetry or music.
...
It is not surprising to find that constraints can stimu- late clever thought and action in the business world, too.
...
business strategy is not an exact subject, capable of being reduced to one correct viewpoint. There are multiple viewpoints and many of them very likely offer some degree of insight. If strategy as creativity has some currency in the world of practice today, this is some support for making the creativity of strategy making a theme in thinking about and teaching business strategy.
So, a course on business strategy ends. It has done a good job addressing the question of where great strategies really come from. It has not provided a definitive answer, because a definitive answer would be suspect. But, perhaps, a good answer is that great strategies come, in good part, from great creativity."
"There's always a choice, say the Sisters, but there's always a twist..."
Excelente texto de "Where Do Great Strategies Really Come From?" de Adam Brandenburger, publicado em 2017 por Strategy Science 2(4):220-225
quarta-feira, dezembro 27, 2017
Mais um "Mongo é isto"
Depois do recente "Mongo é isto" mais uma história, mais um exemplo da sedução do artesanato, do que é feito por um humano de forma pouco eficiente, "How to Make a Surfboard":
"This last part is important to LaVecchia, not just because of the environmental implications, but because the wood itself—mostly northern white cedar—is milled by a single shop in Maine. Each board is a study in hyper-localism. “The material is grown here, milled here, built, shaped, sanded, and polished by hand, right here,”"
"em vez de enveredar pela race-to-the-bottom"
Isto, "O futuro do jornalismo", é, sem tirar nem pôr, o mesmo tema de "Make better tacos".
Na dúvida, em vez de enveredar pela race-to-the-bottom, procurar uma forma de fazer diferente ou melhor. Como não recordar as três regras de Raynor.
Na dúvida, em vez de enveredar pela race-to-the-bottom, procurar uma forma de fazer diferente ou melhor. Como não recordar as três regras de Raynor.
Fugir da eficiência (parte II)
Parte I.
Trechos retirados de “Toward a Behavioral Theory of Strategy.” Organization Science, 23 (January/February 2012): 267-285 de Giovanni Gavotte.
"focal behavioral failures [Moi ici: Coisas que resultam para lá da eficiência], which are argued to revolve around the dimensions of rationality (the ability to identify opportunities), plasticity (the ability to act on opportunities), and shaping ability (the ability to legitimize opportunities and therefore “shape” or “construct” the opportunity space). It is argued that behavioral failures typically become more pronounced as firms pursue opportunities that are more cognitively distant. [Moi ici: Por vezes os gestores estão tão prisioneiros do que conhecem que não conseguem agir como os ignorantes dispostos a experimentar algo novo] To pursue these opportunities, strategic leaders must change their worldview, or they will not spot them. They must also persuade internal and external stakeholders to change their worldview, or these opportunities will be resisted and not acted on and legitimized. Performing these tasks intelligently is hard. Indeed, evolutionary and ecological perspectives show that pursuing cognitively distant courses of action leads, on average, to unusually grave survival struggles. ... Superior opportunities tend to be cognitively distant, and critical sources of superior performance lie in strategic leaders’ superior ability to overcome the behavioral bounds that make it hard for the average firm to pursue them.Trechos que combinam muito bem com: "There's always a choice, say the Sisters, but there's always a twist..."
...
Distant foresight requires leaders to acquire appropriate cognitive representations that draw cognitively distant opportunities nearer. To persuade internal and external audiences to espouse a new, cognitively distant course of action, leaders must induce them to adopt a new representation of the firm and its position in the competitive space. [Moi ici: Uma das utilidades do mapa da estratégia, traduzir numa figura um conjunto de interrelações] The construct of cognitive representation and what it takes to manage it are thus central to the concept of strategic agency proposed here. Meeting the challenges of acquiring appropriate representations to foresee distant realities and persuading relevant audiences to endorse novel representations involve processes that have a common root in their associative nature.
...
Behavioral failures are impediments to firms’ abilities to compete for opportunities. Such failures are behavioral insofar as these impediments are mental in origin. Behavioral failures can be viewed in terms of limits to strategic leaders’ abilities to manage and overcome such mental impediments."
Trechos retirados de “Toward a Behavioral Theory of Strategy.” Organization Science, 23 (January/February 2012): 267-285 de Giovanni Gavotte.
terça-feira, dezembro 26, 2017
Fugir da eficiência
Isto é poesia celestial para quem há mais de uma década enfrenta a tríade enterrada no século XX e devota do bezerro de ouro da eficiência e custos:
"The premise of the theory presented below is that to identify the behavioral drivers of superior performance systematically, it is useful to reason against the benchmark of market efficiency. When markets are efficient, opportunities for superior performance (also called superior courses of action or strategic opportunities) do not exist, or, if they do, they are short-lived because they are competed away by many rival firms. Therefore, establishing what causes violations of market efficiency shows what causes opportunities to exist. Following this logic, the behavioral roots of superior opportunities can be understood in terms of behavioral factors that hinder efficiency. The theory proposed in this paper seeks to isolate such factors by identifying systematic behavioral bounds or impediments to competition. These bounds are behavioral in that they reflect limitations in strategic leaders’ ability to manage mental processes. They will be called behavioral failures, short for behavioral market failures. Such failures ensure that opportunities whose pursuit requires leaders to manage very hard-to-manage mental processes are not competed away, even if competition is intense. Hence, superior performance rests in part on a strategic leader’s superior ability to overcome focal behavioral failures. Thus, managing such mental processes is central to strategic leaders’ role."
Trecho retirado de “Toward a Behavioral Theory of Strategy.” Organization Science, 23 (January/February 2012): 267-285 de Giovanni Gavotte.
Alicerces para a promoção da concorrência imperfeita e dos monopólios informais.
- Chegar à concorrência imperfeita (Setembro 2016)
- Trabalhar para tornar a concorrência imperfeita (Junho 2016)
- Promotores da concorrência imperfeita, dos monopólios informais e das rendas excessivas (Maio 2016)
- Acerca da concorrência imperfeita (Dezembro de 2015)
- Quem é que ainda liga ao "princípio da eficiência económica"? (Setembro de 2015)
- Sraffa e a concorrência imperfeita (Parte I) (Parte II) (Abril 2015)
- Tornar a competição imperfeita, alterando as regras (parte IV) (Setembro de 2014)
- A propósito da concorrência imperfeita (Maio de 2014)
- Yours truly - David, Golias e a concorrência imperfeita (via Samsys) (Setembro 2013)
- Mas claro, eu só sou um anónimo engenheiro da província (Maio 2013)
- David tem tudo a ganhar em fugir de um confronto directo com Golias (parte II) (Dezembro de 2012)
- Viva a concorrência imperfeita e os monopólios informais da concorrência monopolística (Outubro de 2012)
- O anónimo engenheiro da província pensava... (Março 2012)
- Adeptos e promotores da concorrência imperfeita!!! (Fevereiro de 2012)
- Cartão de visita (Agosto de 2011)
O futuro do jornalismo
Há anos que escrevo aqui sobre a reacção dos media à internet. Perante a "invasão chinesa" da internet, que seduziu os clientes overserved, os media tiveram a resposta instintiva de irem atrás dos clientes que perderam, pensando que era uma questão de preço (daí terem sido inundados de estagiários e recibos verdes). Ao fazerem-no perderam aqueles que poderiam ter continuado como clientes, os underserved, aqueles que estariam dispostos a pagar mais, (sim, o burro era eu), por algo que não implicasse vergonhas deste tipo:
Um sintoma de que há mercado para servir clientes underserved?Uma vergonha que não honra o legado de Emídio Rangel https://t.co/5LyxSGhPru— Carlos Vaz Marques (@cvazmarques) December 21, 2017
Tem-se temido muito pelo futuro da informação mas todos os dados que temos e experiências que vão sendo feitas nos dizem que o futuro do jornalismo está em fazer jornalismo. https://t.co/iEMbOcR5Jm— Paulo Ferreira (@pauloferreira1) December 23, 2017
- Tendências para a evolução dos media (Agosto de 2017)
- Jornalismo com futuro (Maio de 2017)
- Uma novela sobre Mongo (parte XV) (Janeiro de 2017)
- Estratégias ajustadas e desajustadas (Janeiro de 2017)
- Um exemplo a seguir com atenção (parte III) (Junho de 2016)
- "o incumbente não se define e pensa que é só uma questão de preços" (Novembro de 2014)
- Sonho? Tomo a nuvem por Juno? Ou será o jornalismo do Estranhistão? (Novembro de 2013)
Acerca do short-termism (parte II)
Há dias ouvimos e lemos que os CTT vão despedir cerca de 800 trabalhadores. A desculpa é que já ninguém envia cartas a ninguém.
No entanto, "Comércio online explode e pressiona empresas de logística". E os CTT não são uma empresa de logística?
No entanto, "Atrasos nas compras online geram onda de queixas no Natal":
No entanto, "Comércio online explode e pressiona empresas de logística". E os CTT não são uma empresa de logística?
No entanto, "Atrasos nas compras online geram onda de queixas no Natal":
"Os CTT são a empresa que mereceu, de forma destacada, o maior volume de reclamações - deu origem a quase um milhar de reclamações contabilizadas apenas a partir de Outubro. Seguem-se-lhe a GLS (257 queixas), a Chronopost (173), a Seur (152), a MRW (88) e a DHL (37)."Ao olhar para o nome que nos últimos dias tem representado a gestão dos CTT na comunicação social não posso deixar de reler "Acerca do short-termism". Antes dele:
Recordar:sim, são negócios quase iguais, basta perceber a curva da oferta e da procura RT @JNegocios: Antigo CEO da Cimpor assume presidência dos CTT— Carlos P da Cruz (@ccz1) August 24, 2012
- Sempre em busca de uma batota mais eficaz (Agosto de 2012)
- Este futuro está escrito nas estrelas (Agosto de 2012)
- Os empresários portugueses e os outros (Outubro de 2012) (Este postal é hilariante)
- A dificuldade dos incumbentes (Dezembro de 2012)
Reconheço que os CTT terão mais reclamações porque movimentam mais encomendas mas funcionam mesmo mal, tive oportunidade de o confirmar durante "esse pico de encomendas de Setembro".
o meu filho encomenda muitos gadgets de lá e não tem tido problemas com entregas na Covilhã. tem mais problemas com entregas dos CTT entre Ansião e Covilhã— Carlos P da Cruz (@ccz1) November 8, 2017
domingo, dezembro 24, 2017
Feliz Natal!
Há dias vi o filme de Mel Gibson sobre a crucificação de Jesus. Quando o filme surgiu recordo que houve muita indignação por causa da violência. Confesso que o que mais me chocou foram os diálogos:
- absurda uma conversa em que um rabi judeu fala em aramaico a um governador romano que entende aramaico e lhe responde em latim e vice versa;
- o uso de trechos inteiros dos Evangelhos como falas nos diálogos.
Os Evangelhos não são História. Lembro-me de ouvir um exegeta bíblico dizer que, por exemplo, o Evangelho de São João, foi escrito pelas comunidades gregas e chamava a atenção para certas passagens que foram escritas para serem ditas por um coro. Mais de dois mil anos depois sabemos pouco sobre o verdadeiro Jesus histórico. Resta-me a fé de que ele era Deus feito homem, tudo o resto é secundário.
Recordo que o mesmo exegeta sublinhava: as multidões formavam-se para o ouvir não para assistir aos seus milagres.
sábado, dezembro 23, 2017
Acerca da análise SWOT
Recordar:
- "Assim partem já derrotados" (Janeiro 2015)
- "Acerca da análise SWOT e do leite" (Abril 2015)
- "Não culpem a caneta pelas asneiras do escrevedor" (Junho 2015)
Peças para a construção de Mongo
Algo que já antevimos aqui há anos e anos, "‘Mini-grid’ household energy sharing begins to take off":
Para facilitar esta democratização da produção, "Are The Benefits Of Blockchain Out Of Reach For Small And Mid-Size Businesses?" e "How Blockchain Will Change Organizations"
Leio este trecho:
"Network of 20,000 German homes selling to each other shows new distribution modelO que irá acontecer aos 17 mil milhões de dívida da EDP?
...
In Germany, about 20,000 households are already part of an initiative, launched by energy storage company Sonnen, which connects homes that independently produce energy. Sonnen’s virtual network allows them to buy and sell excess energy to each other at a reduced cost.
.
Sonnen is Europe’s largest maker of rechargeable energy storage packs. When the company launched in 2010, its battery packs sold for €25,000. Today, they cost €5,000."
Para facilitar esta democratização da produção, "Are The Benefits Of Blockchain Out Of Reach For Small And Mid-Size Businesses?" e "How Blockchain Will Change Organizations"
Leio este trecho:
"10-15 percent of all transactions will take place on blockchain by 2025"E começo a imaginar partidos radicais (financiados, por trás do biombo, por accionistas que quererão recuperar o investimento) a exigir a nacionalização dos bancos.
"It’s all about the situation they’re in"
"Every company is interested in why people buy their products, but rewind time a bit further and you’ll find even more fundamental insights.
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Before someone goes buying, there’s a reason they go shopping.
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There are usually a few events that lead to the desire — or demand — to shop. Something happens that trips the initial thought. There’s a spark.
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#1 “We can’t keep working like this.”
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#2 “We can’t mess up like that again.”
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#3 “This project isn’t getting off the ground.”
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#4 “How am I going to pull this off?”
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what’s most interesting is feeling the moments, the situations people find themselves in before they’re our customers. It’s all situational. It’s not about this industry or that one. It’s not about demographics, either. It’s not even about the competitive set, yet. It’s all about the situation they’re in, the reality they’re trying to wrangle, and the progress they’re trying to make."
Trechos retirados de "The Why before the Why"
sexta-feira, dezembro 22, 2017
Tenho algum receio...
O @nticomuna no Twitter chamou-me a atenção para este desenvolvimento:
O Grupo Aquinos a apostar no mercado do luxo.
Algo que já se poderia pressentir em “Não nos falta mercado, falta é capacidade de produção”:
O Grupo Aquinos a apostar no mercado do luxo.
Algo que já se poderia pressentir em “Não nos falta mercado, falta é capacidade de produção”:
"depois da aposta na compra do grupo Francês Cauval ter sido gorada, depois das auditorias efetuadas terem revelado “problemas sérios”. “Seria uma aquisição muito importante, para podermos entrar no segmento de mercado de luxo, mas já estamos a trabalhar num plano B”,"Espero sinceramente que tenham sucesso nesta aposta no luxo. No entanto, tenho algum receio... recordo Skinner e plant-within-the-plant... e Terry Hill.
"conseguir penetrar no mundo Ikea. O seu principal cliente foi “namorado durante muito mais tempo” do que a própria esposa. Foram precisamente cinco anos para obter a primeira encomenda de 750 sofás, isto depois de “na primeira abordagem não me terem ligado nenhuma”. Mas o interesse superior em conquistar este cliente estava no topo das suas prioridades, pois “paga muito bem, tem volume e uma visão que se encaixa muito na nossa, ajudando-nos muito em melhorar a máquina da eficiência”.O modelo de negócio para servir a Ikea e a Conforama não tem nada a ver com o modelo de negócio para servir o mundo do luxo... recordar os vários mundos.
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Atualmente, a Ikea e Conforama absorvem 60‰ das vendas de um grupo que sempre viu os mercados externos com grande potencial para poder crescer."
I see BS vendors everywhere
Hoje no Twitter, Nassim Taleb recorda uma grande verdade:
The main difference between a BS vendor (Krugman) and a doer (Musk) is that a doer, necessarily, has scars.https://t.co/fjaNtKCba5— Nassim Nicholas Taleb (@nntaleb) December 22, 2017
Claro que quem está de fora não percebe o que são isto de "scars"
Há dias, sublinhei este título "“For an Entrepreneur, Every Day Is a Crisis”"
Agora reparem no discurso de um BS vendor [o deputado do BE, José Soeiro] neste texto "Recibos verdes: quem paga mais e menos? Veja as simulações":
"Para simplificar, num primeiro passo tomemos o exemplo de um rendimento constante de prestação de serviços de um trabalhador"Rendimento constante?! Piada feita!!!
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