domingo, outubro 02, 2016

Crescer não é uma estratégia

Como sabem, não passo de um anónimo consultor da província de um país periférico a caminho do socialismo. No entanto, tento estudar, testar e reflectir sobre o que concluo e observo. Assim, exponho o peito às balas da realidade, não da oratória ou da retórica, confrontando o que penso com o que outros pensam e esperar que um dia a realidade ilustre de forma clara, com a tal vantagem de ver no espelho retrovisor o que antes era conjectura, quem tinha razão.
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Segue-se um primeiro trecho retirado de "A Stout Porter: Business Strategy In the 21st Century" onde o autor defende que o objectivo mais importante no mundo da economia digital é crescer, crescer rapidamente, crescer mais rápido que os concorrentes. Não concordo! Acredito que até na economia digital terá de haver estratégia baseada na heterogeneidade crescente do mercado.
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Recordo "Mongo e as tribos", a heterogeneidade vai, mais tarde ou mais cedo, reclamar a diferenciação. Não esquecer "Estratégia em todo lado - não é winner-take-all" (parte I e parte II). Crescer não é uma estratégia.
"This paper discusses Porter’s principles from our point of view — that of a firm dedicated to investing in promising tech startups in Europe and turning them into long-term leaders on competitive global markets.
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The Right Goal...
suggest that increasing returns are now the right goal: business strategy should now be all about maximizing a company’s increasing returns to scale.
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Increasing returns have a major consequence from a strategic point of view: they create a new competitive regime in which a single company ends up grabbing most of the market. When two companies driven by increasing returns compete on the same market, only one of them will be able to survive on the long term and realize a substantial return on its investment.
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So let’s be clear: bubble or not, the right goal in the digital economy is not to be the market share leader or the most profitable company. It is to take the vast majority of the market, at (almost) any cost."
Nem uma palavras sobre clientes, sobre propósito, sobre razão de ser...

Continua.

Competitividade e produtividade

Ontem chamaram-me a atenção para este texto, "A competitividade é a produtividade do topo".
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Um texto que expõe as ideias que defendemos por aqui há muitos, muitos anos contra a tríade, contra o mainstream.
"É importante ser eficiente, mas é vital ser eficaz, [Moi ici: Quem conhece este blogue está mais que habituado a esta linguagem. Por exemplo: "Eficácia, eficiência, e produtividade"] ser competitivo. Isto é, não apenas trabalhar bem, mas trabalhar bem a fazer o que vale a pena.
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Em termos de produtividade estrita, o aumento do valor do "output" por hora do trabalho de cada profissional, organização, região e do país como um todo, pode fazer-se dentro do que sempre se fez, ou seja, no âmbito dos negócios, cultura, estruturas, tecnologias, sistemas, qualificações, competências e capacidades de cada um, mas apenas até um certo ponto - parafusos serão sempre parafusos, nunca poderão ser novas tecnologias ou medicamentos. Este é o ponto vital para o aumento da produtividade: a competitividade. Não apenas melhorar, aumentar a eficiência, mas mudar, evoluir no sistema de valor, sofisticar produtos e serviços e alterar processos de trabalho.
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A competitividade é a produtividade colocada num contexto de mudança.
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Quando muita gente se questiona: produzir mais como? A resposta é fazendo outras coisas, de outras formas, aproveitando gente qualificada em domínios inovadores.
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São dinâmicas diferentes, a produtividade e a competitividade, mas estão relacionadas."
A propósito destes últimos sublinhados recordar: "Acerca da produtividade, mais uma vez (parte I)":
"Quando as pessoas falam da produtividade partem sempre do princípio que o que se produz se mantém constante ao longo do tempo... a produtividade é vista como uma medida de eficiência porque:
Porque se assume que a qualidade das saídas se mantém constante ao longo do tempo..."
O truque é mudar o que se faz, procurar alternativas com maior valor potencial para os clientes, e que podem, por isso, ser vendidas a um preço unitário mais elevado.
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Termino com esta frase escrita em Fevereiro último em "Aprenda a duvidar dos media (parte XV)":
"Aprendam de uma vez: ter mais produtividade não é o mais importante, sobretudo se for medida à engenheiro. O essencial é competitividade!!"
Produtividade medida à engenheiro: aqui.

BTW, deste postal do passado mês de Setembro, "Apontar aos segmentos e necessidades underserved":
"Apontar aos segmentos e necessidades underserved é apostar no campeonato da eficácia, é apostar na subida na escala de valor, é apostar no numerador da equação da produtividade. É, ser alemão!!! Fugir da roleta da desvalorização cambial como ferramenta de competitividade."
 Agora, tenham a curiosidade de ir pesquisar no marcador abaixo o que escrevo ao longo dos anos acerca do "Fórum para a Competitividade" e percebam como considero essa organização algo de nefasto para a competitividade do país.

sábado, outubro 01, 2016

Curiosidade do dia

A receita do costume, impostos e taxas... atacar o turismo e a genuína recuperação do centro das cidades. O costume:
“Se se mexe, taxa; se se continua a mexer, regulamenta; se pára, subsidia”
Depois queixam-se do ritmo de crescimento da economia nesta espécie de país.
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A propósito de "Imposto no Alojamento Local pode aumentar de 5 para 28%"
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Abençoada fuga ao fisco, um dever moral.

A economia das experiências e os condicionados

Mais um sintoma de algo na economia das experiências, "Hunt A Killer: Taking The Murder Mystery Party To The Next Level".
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Triste, tal como os novos já velhos do design, há gente tão condicionada pelo passado que nem percebe o mundo de oportunidades que está aí à porta, à espera de serem construídas. 

A próxima fase da globalização

Quando vi a imagem:

E, depois, o título "Riding the next wave of globalization: Policy priorities for India", comecei logo a pensar no erro cometido pelo governo malaio, quando tentou aplicar a receita que tinha resultado com a Coreia do Sul uns anos antes. Aplicar na Índia a receita que resultou uns anos antes na China também não vai resultar.
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Enganei-me, o artigo é muito bom:
"In order to thrive in the next phase of globalization, India needs to act quickly—and differently.
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Our study of globalization, spanning the late 1800s to date, shows that globalization has phases of growth and periods of transition, usually triggered by a crisis event. Although each phase differs from the previous one, all of them follow the same model. This model comprises three forces 
our research shows that this model of globalization is unlikely to repeat itself. New, emerging technologies are expected to see fundamentally different adoption patterns from those seen in the previous waves. And, governance structures will undergo transformative changes, necessitating compliance with multiple, often conflicting, global rules.
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Unlike in the past, digital technologies are not “dominated” by one or few countries.
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the adoption of digital technologies across various industries will result in more localized manufacturing and globalized services, giving rise to very different trade patterns. Additionally, rapid, large-scale replacement of old manufacturing technologies by newer, digital ones is unlikely, given the growing unavailability of enough skilled workers like robot programmers. Rising income inequality and the need to protect jobs could also bring in stringent regulations, slowing the adoption of disruptive technologies.
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Growth: The new model will see a shift away from the “pole” model of economic growth, and vocabulary of developed economies versus EMs, to that of a multipolar world. Countries will have varied growth trajectories, with many EMs becoming less reliant on exports and focusing more on boosting domestic demand. Meanwhile, developed economies and China are likely to grow through greater increases in productivity and de-bottlenecking of the economy through internal structural reforms."


Mongo e as tribos

Depois de publicar "Mongo, tão claro" houve uma ideia que me assaltou. Ainda pensei em fazer uma nota mas desisti.
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Entretanto, estes comentários do @nticomuna no Twitter fizeram-me sorrir porque a tal ideia ia ao encontro desta opinião:
Qual é a ideia que queria sublinhar?
"New technologies such as 3D printing and biosynthesis are likely to expand this trend into physical product businesses.
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products that are targeted to the specific needs of small groups of customers
Acredito que o vector com mais força na definição dos mercados não será a tecnologia mas a existência de cada vez mais tribos, tribos mais pequenas e tribos mais aguerridas.
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Por isso, acredito mais na hipótese Mongo como um oceano de mercados com um continuum de heterogeneidades. Vão existir empresas grandes, os tais unicórnios? Acredito que de vez em quando surgirão algumas apple com um poder de atracção capaz de federar muitas tribos mas serão um fenómeno para durar ainda menos que a Apple porque as tribos são cada vez mais heterogéneas e mais aguerridas.
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Empresas grandes preocupam-se com o que é comum ao maior número de pessoas, a menos que tenham uma maioria accionista com muita paciência estratégica, o que é cada vez mais raro.



sexta-feira, setembro 30, 2016

Curiosidade do dia

"Portugal está cheio de grupos instalados que nos impedem de crescer. Esses grupos que controlam a política e a comunicação social são os funcionários públicos e os reformados, considera o economista João César das Neves, em entrevista ao jornal i.
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Apesar da brutal pressão da troika, os reformados e os funcionários públicos escaparam a cortes nos salários e pensões que eram justos e permitiriam ao País aliviar a sua dívida. Isto aconteceu porque estamos perante grupos instalados, que controlam a política e a comunicação social, impedindo Portugal de crescer."
Entrada de Mário Cortes em 3, 2, 1 para defender os privilégios dos donos do regime:


Trecho retirado de "César das Neves: "Reformados e funcionários públicos controlam a política e a comunicação social""

Para reflexão

"What is it that feels so wrong about wearing a necktie now? The answer is: consumer attitudes. It’s not really about the tie, it’s about how consumers feel about themselves. It’s not that the fashion has changed, it’s that the culture has changed. The necktie isn’t a symbol of authority, stability and knowledge as it was in the past. It’s a symbol of subservience. Most people now expect that a person with a tie has a job where they say things like, “you can find that in aisle five” or “your car will be right up.” And you don’t consider people with ties sources of authority anymore.
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What does the necktie symbolize? Conformity, commercialism, mass production. Those are the opposite of values that consumers now want. Today consumers want artisanal products, personalized for them, not mass produced in China. They want things that are produced locally and ethically. They want their things to give them a feeling of belonging, to be authentic to the consumer’s lifestyle. They want their clothes to reflect how they feel about themselves and their place in the world. In that schema, the tie is just the wrong message. Unlike other garments, it’s not about the color or fabrication, the whole thing is just wrong now. Ties for professionals are off-message, they say the wrong thing about the wearer."
Trecho retirado de "Socks Are The New Neckties"

Fugir do granel

"Know your customers at a granular level. Leading companies are moving beyond traditional quantitative segmenting.
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To raise your own customer analytics ability, start with thoroughly defining your market and customers. Deepen your knowledge by applying techniques such as mapping the customer journey.
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Link your company’s customer strategy to its overall identity. Every successful company has a strong value proposition that distinguishes it from rivals. It consistently offers something for its customers that no competitor can match. To deliver this value proposition, it must develop and deploy a group of interrelated, distinctive capabilities. All of these must work together across the full portfolio of products and services. This combination of value proposition, capabilities, and offerings, when they all fit in a coherent way, gives the company its identity. The company’s customer experience can be thought of as the visible edge of that identity: the way in which people interact with the company and learn to appreciate it.
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Linking your customer strategy to your company’s value proposition goes beyond lining up the right processes from marketing, sales, and data analytics. It means aligning the emotional elements of your customer strategy, and all customer touch points including pricing, with the strongest capabilities your company has.
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Target customers with whom you have the right to win. When your company has a strong identity, you don’t need to claim the right to compete in every marketplace — only in the categories where you are reasonably confident of winning against competitors in a profitable way. Your value proposition will be consistent enough to appeal to a group of customers whom you can serve profitably. This is where you have the right to win, a reasonable expectation that you can compete effectively against rivals.
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If you try to grow your business where you don’t have the right to win, you risk investing time and resources on fundamentally indifferent customers. You can and should branch out to other customers and markets, but those new customers and markets should be reachable with the same capabilities that gave you an edge with your core base."
A malta do granel ainda não definiu quem são os seus clientes-alvo, tem medo de se focar, tem medo de não abranger certos mercados, certos clientes e certas ofertas. Por isso, não se define e continua indiferenciada e insípida.
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Cuidado com as fiambreiras, liquidam indiferenciados com uma perna às costas.

Trechos retirados de "10 Principles of Customer Strategy"

Mongo, tão claro

O que é isto senão a previsão que fazemos aqui no blogue há muitos anos acerca de Mongo:
"In a world that is increasingly shaped by exponential changes in technology, new opportunities are arising at an ever more rapid rate. But risk also increases because of accelerating change and increasing uncertainty.
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Today many product businesses are fragmenting as the means of production become more broadly affordable and accessible and as platform businesses emerge to help connect these product businesses with customers around the world. We are already seeing this in digital realms such as music, video, and application software. New technologies such as 3D printing and biosynthesis are likely to expand this trend into physical product businesses.
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For entrepreneurs, this is an opportunity to make a comfortable living for themselves, and perhaps a small team of people, by designing and commercializing products that are targeted to the specific needs of small groups of customers. Fragmentation suggests that unicorns will become rarer and rarer in many product businesses, and may even become an extinct species. But the entrepreneurs attracted into these niche businesses will nonetheless be creating value for customers and for themselves. Why shouldn’t we embrace and encourage them?"
Trechos retirados de "We Need to Expand Our Definition of Entrepreneurship"

Experiências e perguntas

"Companies pay amazing amounts of money to get answers from consultants with overdeveloped confidence in their own intuition. Managers rely on focus groups—a dozen people riffing on something they know little about—to set strategies. And yet, companies won’t experiment to find evidence of the right way forward.
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I think this irrational behavior stems from two sources. One is the nature of experiments themselves. As the people at the consumer goods firm pointed out, experiments require short-term losses for long-term gains. Companies (and people) are notoriously bad at making those trade-offs. Second, there’s the false sense of security that heeding experts provides. When we pay consultants, we get an answer from them and not a list of experiments to conduct. We tend to value answers over questions because answers allow us to take action, while questions mean that we need to keep thinking. Never mind that asking good questions and gathering evidence usually guides us to better answers."
Trecho retirado de "Why Businesses Don’t Experiment"

quinta-feira, setembro 29, 2016

Curiosidade do dia

A propósito deste tweet:
Primeiro, deste postal, recordo esta figura com números do IEFP, os do deputado Galamba são do INE:

E acrescento, pena que não tenha feito a comparação com 2014 e 2013.
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Entretanto, hoje soube-se que afinal o PIB em 2015 cresceu 1,6%, "INE revê em alta crescimento do PIB de 2015".
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Já esta semana li "BBVA piora previsões de crescimento económico para 1% em 2016 e 1,3% em 2017".
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Como conciliar os números de 2016 do crescimento do emprego, ou redução do desemprego, com os de 2015, apesar das diferenças no PIB?
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Arrisco uma explicação. O crescimento de 2016 é composto por duas parcelas:

  • crescimento normal por causa do crescimento da economia e da sazonalidade;
  • crescimento anormal para compensar os despedimentos que começaram a ser feitos no 2º semestre por causa dos receios de instabilidade com as eleições que se avizinhavam e, por causa dos receios com a solução governativa a partir de Outubro.
No 2º semestre de 2013 e 2014 o desemprego baixou. No 2º semestre de 2015 o desemprego subiu e subiu até Fevereiro de 2016.





Sugestões para um mapa da estratégia (parte II)

Parte I.
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Aqui um exemplo de mapa da estratégia, a nível de perspectiva de Recursos e Infraestruturas, de um projecto do 1º semestre deste ano:


Nos Recursos e Infraestruturas cá estão os vectores de preocupação. Os indicadores medem a evolução. As iniciativas reúnem as actividades a desenvolver para mudar a realidade que se traduzirá em alterações a nível dos indicadores.
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BTW, mapa da estratégia para empresa que resolveu apostar no negócio do preço mas num campeonato a nível europeu.

Acerca da evolução do investimento

Este fim de semana tive acesso ao caderno de Economia do semanário Expresso de 3 de Setembro último. Nele encontrei um artigo interessante, "Investimento nunca foi tão empresarial".
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Uma informação relevante é esta:


No 4º trimestre de 2010 o investimento público representava 49% de todo o investimento. (Era o tempo da orgia pedida pelo Nabo e que insuflou a dívida soberana portuguesa a uma velocidade vertiginosa) Nesse mesmo trimestre, o investimento das empresas representava 28%.
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Já este ano, no 1º trimestre de 2016, o investimento público representou 8% de todo o investimento.  Nesse mesmo trimestre, o investimento das empresas representava 69%. Esta evolução do investimento das empresas justificou esta série que continua com "Ministro da Economia: Investimento estrangeiro na indústria cresceu 70% este ano"
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O investimento público em 2016 representa, em valor, menos 55% que o de 2008. Já o investimento das empresas em 2016 representa, em valor, menos 30% que o de 2008. O valor do investimento das empresas atingiu o valor mais baixo em 2013 e tem crescido desde então.

BTW, estranho que o ministro Caldeira Cabral, ministro de um governo socialista, tradicionais defensores do investimento público, reconheça:
""Houve um aumento de 70% do investimento estrangeiro na indústria transformadora no primeiro semestre", disse Manuel Caldeira Cabral no Parlamento esta quarta-feira, 28 de Setembro. "Este é investimento produtivo que cria emprego"."
Bem, portanto, Caldeira Cabral ao reconhecer que muito do investimento público é torrefacção de de dinheiro impostado aos contribuintes, para fazer número e/ou para masturbação intelectual dos ministros, não criando nem emprego nem retorno.

Uma questão de identidade

"Leaders know they need to outperform their competitors to succeed — not by hitting the target with just one or two products, but by winning consistently across their businesses, time after time. To accomplish this, one must have clear answers to some basic strategic questions about the enterprise and its identity:
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Who are we?
What makes our company unique?
What is the basis of our advantage?
What value do we create, and for whom? 
[Moi ici: E a sua empresa, consegue responder a estas perguntas? Como pensar em fazer a diferença se não nos conhecemos?]
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Most companies, however, don’t have answers to these questions.
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It’s not that executives who can’t answer these questions lack management skills or ability. Most business leaders are experienced in solving problems and moving their enterprises forward. The problem is that conventional wisdom of mainstream business practice makes it difficult to think clearly about fundamentals. Many companies, for example, have been chasing growth at any cost in recent years, building a wide range of products and services to address interesting market opportunities. But pursuing growth without understanding the fundamental advantage that drives the enterprise’s success has left them with an undifferentiated portfolio of products and services. They are average-to-good across the board but great at nothing."[Moi ici: Uma doença infelizmente muito espalhada por cá, fazer um pouco de tudo sem chegar a ser radicalmente bom em alguma coisa
Trechos retirados de "Connect Your Firm’s Strategy to Its Identity"

Stress e mudança de vida

Quando li a frase de Nassim Taleb, "stress is information", foi na decisão sobre o que fazer com essa informação que pensei. Muitas vezes a informação desse stress é um sinal de que a empresa precisa de mudar:
"If you don’t like how things are going, tell a different story.
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Sometimes strategic change just means taking something from the periphery — an anomaly, a demonstration, a small innovation — and redefining it as central. Put the past in perspective, not as a set of constraints or excuses, but as a springboard to new actions. Motivate change by creating a new narrative showing how success will be achieved and why the elements are in place to get there.
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Leaders who create the future can start by rewriting history.
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Narratives should be rewritten when they inhibit rather than inspire. Individuals and institutions can get bogged down by narratives that suggest inevitability — “it has always been this way, it was meant to be this way, and it couldn’t possibly change.”
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Narratives are powerful leadership tools. People remember stories more readily than they remember numbers, and stories motivate action.
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But leaders should tread carefully. Stories should be evidence-based, meeting a plausibility test. [Moi ici: Lembrei-me logo da viragem da página da austeridade] They should be principle-based, with enduring truths embedded in them that won’t shift on a whim. They should permit action that is open-ended, creating not-yet-imagined possibilities."
Só o stress pode pressionar as empresas para a reflexão que precisam de fazer para mudarem de vida.

Trechos retirados de "If You Don’t Like Your Future, Rewrite Your Past"

quarta-feira, setembro 28, 2016

Curiosidade do dia

Recordo o tweet do folclore:
Hoje li:
"O debate sobre "captação de investimento e crescimento económico" foi pedido pelo PSD, com o deputado Luís Campos Ferreira a criticar que o Governo só se preocupa com as metas do défice.
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"Agora só falam de défice, a única preocupação que os consome é o défice", disse o social-democrata, apontando que a preocupação com esta meta "está a matar o investimento público e a economia"."
Os papéis trocaram-se e as opiniões também.
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Os que antes clamavam mais investimento agora cortam-no. Os que antes criticavam a preocupação com o défice agora não querem outra coisa.
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Caso para apanhar este trecho de Seth Godin retirado de "Spectator sports":
"Instead of having passionate arguments about things that matter, issues with consequences, topics where one can be wrong or right, organized sports are a tribal opportunity to vent without remorse.
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We've taken that pleasure in insignificance and transferred it to celebrity culture as well. And then on to just about everything else, including science and governance.
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Hence the challenge--because when we start to treat things of significance as if they're a spectator sport, we all lose.
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Soccer hooligans are a real problem. But hooligans in science (yelling about their opinions, denigrating their opponents) or in world affairs [Moi ici: aka política] do none of us any good."
Trecho retirado de "Ministro da Economia: Investimento estrangeiro na indústria cresceu 70% este ano"


Um teste para avaliar no futuro

"Para combater as low cost, é preciso jogar no terreno destas companhias,"
Eu sei que não passo de um consultor anónimo de província mas isto parece-me tão mas tão errado. Recordar "Divagações de um consultor de província".
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A interpretação mais benévola que encontro é que a administração da TAP está a fazer bluff para pressionar os sindicatos e reduzir custos.
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Ouso afirmar que é impossível a uma companhia como a TAP concorrer de frente com as companhias low cost.
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Não é a TAP, foram todas as companhias de bandeira ou não que até agora tentaram que tiveram de recuar.
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A vantagem de ter um blogue onde se escrevem estas coisas é que elas ficam escritas. Daqui a 2/3 ou 4 anos poderemos revisitar este postal e ver quem tinha razão. Recordar a Sport TV
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Trecho retirado de "Neeleman: "Quer ter low cost? Vai ter low cost na TAP""

Sugestões para um mapa da estratégia

Neste postal "uma extraordinária ferramenta de visualização e de comunicação da estratégia" referimos que mão concordávamos com este mapa da estratégia:

Não digo que ele esteja mal. Como dizia Deming, todos os modelos estão errados, alguns são úteis. Se este mapa da estratégia for útil para a empresa ... cumpre a sua missão. No entanto, o meu modelo mental recomenda algumas alterações, por exemplo:

"uma extraordinária ferramenta de visualização e de comunicação da estratégia"

Sou um fã do mapa da estratégia, por isso, não podia deixar passar:
"For too long strategy has been the like the keys to the executive washroom. Those who have the keys know what the strategy is. Unfortunately, those who have to execute it have no clue.
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Using the Balanced Scorecard approach allows executives to summarize the strategy in a strategy map, an outline typically including four perspectives: financial, customer, process, and learning and growth.
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A strategy map identifies the top 25 financial, customer, process, and organizational objectives – kind of a cockpit view of the strategy. It’s a Google maps version of strategy – how to go from point A (people and processes) to point B (deliver customer success and financial benefits).
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The map can then be converted into 3-4 strategic themes – customer excellence, performance excellence, innovation, globalization, etc. These tend to be the most common ones. Not only can the Strategy Map be shared, but the key strategy themes can also be shared.
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An agenda can then be built around reinforcing this message with the wider organization. Training programs can be designed to enforce the themes, external speakers can be brought in, awards can be created to drive behavioral change to communicate and deliver the strategy, case studies of successful firms with similar themes can be created. These are all very effective ways of communicating strategy within an organization.  Sometimes it’s not just the employees within an organization that crave a clear communication of strategy – it’s also investors, boards, and even suppliers."
Esta é também a minha experiência, uma extraordinária ferramenta de visualização e de comunicação da estratégia.
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Trechos retirados de "Communicating Strategy is as Simple as Creating a Map"

BTW, há que comentar o exemplo de mapa da estratégia incluído no artigo. Tenho várias críticas a fazer. Penso de forma diferente.