quinta-feira, dezembro 26, 2013

Um retrato da economia portuguesa segundo o Jornal de Notícias

Há bocado visitei a secção de Economia do Jornal de Notícias e apanhei este panorama:
Portanto, para o Jornal de Notícias, este é o retrato da Economia de Portugal nos tempos que correm... greves, orgia despesista e impostagem.
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Hão-de ter uma sorte... essa redacção deve banhar-se em cortisol.

Quando se acham a si próprios...

Recordar, do início de 2013, "Acharam-se a si próprios" e comparar com "Setor do mobiliário atinge 1.000 ME em exportações até outubro e espera novo recorde".

Tabela retirada daqui.

Fugir do atractor que destrói valor... apostar na batota

Algo que, de certa forma, já foi abordado aqui no blogue várias vezes, a diferença de exigência entre o consumidor americano e europeu, por exemplo aqui e aqui:
"As one might expect, the chief executive officer of Prada, Patrizio Bertelli has a somewhat snobby take on U.S. department stores: They’re too low-rent, what with never-ending discounts. “They seem to be on a permanent end-of-season sales mode,” Bertelli said during a conference call late on Friday.
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Even for Prada, a brand that would rather die than be caught in an “everything-must-go” situation, this is a growing problem. “They are not interested in promoting products and brands while in display, because they are constantly engaged in markdowns,” Bertelli said. Translation: “If you’re the type of consumer who buys $450 sneakers, you’re focused on the shoes, not the price.”
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“It would be a pretty easy thing for us to sell €100 million [$136.6 million] or €200 million more through wholesale accounts, but it’s very detrimental in terms of brand image,” Bertelli said. “We’d rather stay away from that.”
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But as customers insist on a deal, Wall Street—and now, perhaps, suppliers—fear a race to the bottom. While department stores might need sales to lure shoppers, at least some luxury labels don’t. As Prada slowly exited big-box retailers in the past five years, its profit margin climbed from 6 percent to 19 percent. (That’s net profit, not operating or EBITDA or any other rose-tinted metric.)
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The more blue-blood brands ditch big boxes and go it alone with spiffy Web stores and slick boutiques, such stores as Macy’s evolve toward being glorified outlet barns."
O mesmo se aplica às marcas que deixam de apostar nos centros de produção na Ásia. Claro, para poder fugir deste atractor que destrói valor há que saber co-criá-lo, é um novo modelo de negócio.
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Trechos retirados de "Prada CEO Explains Why Department Stores Can't Have Nice Things"

É assim que se criam as novas gerações que vão povoar Mongo

É assim que se criam as novas gerações que vão povoar Mongo, "First Children’s Book On 3D Printing".


"the Internet on crystal meth" e Mongo

Há tempos escrevi que "O futuro pode bem passar por meter código no que já existe". Pois bem, lê-se "The Internet of Everything Holiday Shoping Guide" e adivinha-se um futuro em que se compra um frigorífico já com uma série de apps associadas... até pode passar por apps pagas à unidade de tempo... e, assim, os fabricantes de electrodomésticos deixariam de crescer baseados no crescimento do mercado, com a venda de coisas e, poderiam começar a facturar cada vez mais serviços.
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O mesmo para os fabricantes de equipamentos de laboratório, para os fabricantes de balanças, para os fabricantes de calçado...
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Há tempos escrevi que "O futuro pode bem passar por meter código no que já existe"

E, depois, logo se vê

A propósito de "Economistas querem discutir nas europeias saída do euro" uma pálida ideia em: "The costs of leaving the Eurozone".
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Podiam fazer uma peça de teatro, ou um documentário, onde se simulavam as consequências da saída do euro.

terça-feira, dezembro 24, 2013

"will soon be household commodities"

E voltaremos aos impostos sobre os isqueiros...
"Hardware analysts at IDC are estimating that 3D printer shipments will grow 10 times in the period between now and 2017. Printers, once the provenance of hackers and engineers, will soon be household commodities."
O mundo criado com a Revolução Industrial e, os conceitos e mundivisão que vieram acoplados, vão mudar... a começar pelo que entendemos por emprego.
"Furthermore, patents controlling the process of laser sintering are set to expire in 2014, thereby opening up new possibilities for the new home 3D printer. Because patents often discourage the small manufacturer from exploring a particular technology, this patent expiration should improve things considerably in the metal and plastic printing front."  
 Bem vindos a Mongo, ao Estranhistão.

Inferno socialista na véspera de Natal

"Estratégia de Fomento Industrial entra em vigor amanhã"
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Enfim... não há modo de aprendermos.

segunda-feira, dezembro 23, 2013

A brincadeira de nos armarmos em deuses

"O equilíbrio externo já foi, não só assegurado, mas ultrapassado, com a economia a apresentar excedentes (outra forma de desequilíbrio...), coisa que não acontecia desde a segunda guerra mundial. Este equilíbrio, porém, foi conseguido à custa do agravamento do desequilíbrio interno (com o desemprego a passar para os cerca de 17%), uma vez que, na ausência de suficiente correcção da taxa de câmbio real (TCR), o seu principal instrumento foi uma sobre-contenção da procura interna (sobretudo do investimento). Um equilíbrio assim conseguido não é sustentável, porque, sem correcção da TCR, é incompatível com o regresso ao equilíbrio interno."
Aquele uso de "sobretudo do investimento" causa-me arrepios, a leviandade com que se chama aos gastos do Estado no betão de "investimento", enfim.
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Segundo o último Boletim Mensal do IEFP temos:
"A análise segundo as profissões dos desempregados registados no final de novembro de 2013, evidencia as seguintes profissões como as mais representativas (dados apurados para o Continente): “pessoal dos serviços, de proteção e segurança” (86 625), “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio” (77 040), “empregados de escritório” (63 716), “operários e trabalhadores similares da indústria extrativa e construção civil” (57 148) e “trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora” (52 666)."
Uma parte da procura interna caiu drasticamente por causa do fim do crédito fácil e barato que alimentava o comércio, outra parte da procura interna caiu por causa da interrupção "momentânea" do caudal de dinheiro para as obras públicas com mais do que duvidoso retorno. Admitamos a hipótese de que essas fontes de procura não voltarão a ser o que eram, para que servirá essa correcção da TCR?
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Para salvar emprego? Para recuperar emprego?
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O que tornará as empresas desses sectores mais competitivas?
O que preparará as empresas desses sectores para um futuro sustentável?
Será uma questão de baixar salários?
"A saída deste dilema seria através da política monetária que, através do crédito, estimulasse a procura interna, sobretudo a componente do investimento."
Será que Vítor Bento olhou para a composição da origem do desemprego? Será que está a pedir uma nova leva de torrefacção de impostos futuros em obras públicas só para mascarar o desemprego?
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Por mim, continuo a olhar para o desemprego como um objectivo indirecto, como uma consequência da criação de riqueza. Pensava que tinha ficado claro onde nos pode levar a brincadeira de nos armarmos em deuses e actuar directamente, com impostos futuros, na insuflação dos números do emprego.
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Trecho retirado de "Os dilemas da política económica"

"strategy matters as much as execution"

É sempre assim, crescer por crescer dá nisto:
"emerging market companies that focus primarily on top-line growth tend to become less coherent over time. One-time fixes pile up to create a hodgepodge of ill-fitting processes and ad hoc solutions. Without a solid foundation, companies begin to experience operational problems, such as poor quality, customer defections, low employee morale, and poor inventory management.
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In emerging markets, as in the developed world, strategy matters as much as execution."
Qual é a estratégia da sua empresa, no mercado nacional e no mercado internacional?
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Trecho retirado de "Why Strategy Matters in Emerging Markets After All"

“This industry doesn’t have a future in China”

"Now, with labor and other costs rising at home, Chinese textile entrepreneurs are looking east over the Pacific and wondering whether it’s time to move back
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“This industry doesn’t have a future in China,” said Zhu Shanqing, chairman of Keer Group. “It’s not just been difficult to grow, but it’s difficult to survive.”
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Mr. Zhu is chairman and founder of Keer Group Co., which has agreed to invest $218 million to build a yarn-spinning factory in Lancaster Country, South Carolina. The factory will in part use the German-made machines Keer has been running in Hangzhou for the last 10 years.
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Mr. Zhu–who sports a bowl haircut that seems at odds with his otherwise natty style of dress and who has a thing for French red wines–said the decision to relocate some of his company’s production to the U.S. is due to “constantly rising” production costs at home.
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Mr. Zhu considered Vietnam, Pakistan and India, but currency volatility—and the lack of financial tools to hedge foreign exchange risks—in those economies steered him toward the U.S.
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He estimates that costs for one South Carolina worker are about six times more than one in China, but that the difference could shrink to three times by 2015.
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A major saving will come from what the firm pays for cotton.(Moi ici: Assim que o Grande Planeador entra, começa a borrada que só se repercute anos depois) ... Beijing imposes tariffs that can run as high on 40% on imports. Imports are also limited by quotas. That’s resulted in cotton selling at higher prices in China than the rest of the world.
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Other Chinese textile firms in the Hangzhou area are also looking at the viability of producing in the U.S., said Mr. Zhu: “Our neighbors are definitely watching us.”

Trechos retirados de "Why One Chinese Textile Maker Sees His Future in the U.S."

No país das colheres de sopa

"Vamos todos emigrar para o país sem estado. Fica ao lado do país da concorrência perfeita." Propunha o nosso Mário Cortes em Março passado.
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Depois de 7% da população portuguesa, 700 mil pessoas, ter emigrado silenciosamente entre 1998 e 2008 (mais de 100 mil só em 2008), continua o fenómeno "Entre 100 a 120 mil portugueses emigraram este ano".
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As pessoas não precisam de emigrar para um país sem Estado, basta-lhes um com menos Estado que este, ou um onde possam ganhar a vida.
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No país das colheres de sopa, "Retroescavadora", um país onde tanta gente julga que o dinheiro que as empresas ganham é automaticamente dos patrões, como se não houvesse uma rastreabilidade fiscal, é natural que o tipo de emprego que se cria seja este:
Precioso para toda a comunidade. Contudo, acabando os empregos no Estado, não há procura suficiente para as fornadas de universitários por um lado. Por outro lado, para os empregos do salário mínimo, continua a sentir-se o efeito da Ásia (toda uma década quase sempre a diminuir).

domingo, dezembro 22, 2013

Como será com as outras?


Mais uma figura que me fascina...
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Quem haveria de dizer que ambos os tampos são iguais...
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Se é tão fácil iludirmos-nos em coisas que se comprovam com régua e esquadro, como será com as outras?

Acerca dos consultores de compra e dos modelos de negócio que os vão promover

"It turns out, though, that the ease of making a choice isn’t inherent in the choices themselves, according to the new research, but has much to do with the state of mind of the chooser. This finding overturns the notion, widely accepted by choice researchers and ordinary people alike, that some choices are intrinsically easier than others. And, if properly understood, the study results can help marketers make it easier for buyers to reach a buying decision.
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But the researchers also knew of previous research that indicates that thinking of another person puts people in an abstract, big-picture frame of mind. When we think of a problem or a decision on behalf of another person, especially a person we’re not close to, we tend to get to the crux of the issue instead of getting stuck on distracting details."
"Abundance of choice is today the norm. That is due to the Internet. A physical shop is always limited by its physical space. The Internet knows no limit.
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The first battle cry in e-commerce and on the web was that now people have more choice than ever. More choice, the better was the value proposition. There was no limitation any more. You find any product today on the web in thousands of variations.
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We have now more choice than we can cope with.
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The next years we will see many new business models that put the right choice in the center of the value proposition and build a business model around this."

Trecho inicial retirado de "Uzma Khan: Making Hard Choices Easier for Customers"
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Trecho final retirado de "The Abundance of Choice. A Call For a Fresh Value Proposition; The Need For the Right Choice"

Tem a palavra o Tribunal Constitucional

"Yet the very things that made it so attractive to buy an electric car are now under pressure. Two incentives in particular have become victims of their own success: the ability to drive in bus lanes and free public charging spots.
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During rush hour on Dec. 3, they made up 75% of the 829 vehicles that drove on the bus lane. After accounting for taxis, two-wheelers and mini-buses, all of which have the right to use the lane, buses made up only 7.5% of the traffic in the lane. According to the paper, bus lanes can handle only about 1,000 vehicles per hour because of the many entries, exits and bus stops.
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Charging facilities are also over-subscribed. The total number of public charging facilities in Norway is only 5,000. Oslo, the capital, has a mere 500,
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Things are only going to get worse. Car manufacturers have cottoned on to the popularity of electric cars in Norway and they’re piling in.
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 “I am afraid that within one year this problem will be so big that the government will be forced to change the rules,” says Bjart Holtsmark of Statistics Norway."
E os direitos adquiridos?
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E o princípio da previsibilidade?
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E o princípio da imutabilidade?
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E o princípio da realidade?
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Deve haver inconstitucionalidade por aqui...
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Trechos retirados de "Norway is starting to have more electric cars than it can handle"

e, três meses depois de Agosto de 2013

Evolução do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego entre Janeiro de 2011 e Novembro de 2013:

A evolução homóloga do desemprego e a evolução mensal do desemprego entre Janeiro de 2011 e Novembro de 2013:

A figura que se segue tira uma fotografia da evolução homóloga do desemprego em Novembro de 2013 e, mostra onde está a ser criado emprego líquido (barras negativas):

Em Janeiro havia 1 barra negativa, 18 em Outubro e, agora, em Novembro, 19 quase 20. As ofertas de emprego no IEFP em 2013 aumentaram mais de 61% em comparação com o mês de Novembro de 2012.

sábado, dezembro 21, 2013

Finalmente

Ás 17h11!!!

O dia mais importante do meu calendário profano!!!
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O dia em que as noites começam a minguar.

Tudo culpa de uma moeda fraca...

"As exportações de mercadorias da Região do Norte continuam a observar um crescimento bastante mais acentuado (embora em desaceleração) para os destinos situados fora da União Europeia. No comércio extra-UE, o valor das exportações da Região do Norte cresceu 9,1%, em termos homólogos, no 3º trimestre de 2013 (que compara com 9,4% no 2º trimestre e com 13,0% no 1º trimestre). Nas vendas da Região do Norte para a UE, pelo contrário, observa-se um crescimento homólogo mais moderado (cerca de 3,4%, em valor), mas em recuperação (uma vez que a variação tinha sido negativa no início do ano e foi inferior a 1% no 2º trimestre). Assim, foram as vendas para a UE que no 3º trimestre justificaram a aceleração de crescimento das exportações da Região do Norte.
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No 3º trimestre de 2013, o maior contributo para o crescimento em valor das exportações da Região do Norte face ao período homólogo do ano anterior foi assegurado pelas exportações de calçado, com uma variação homóloga estimada de 14,1%. Seguem-se, por ordem decrescente do respectivo contributo para a variação global das exportações da Região do Norte, as exportações de máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (com uma variação homóloga de 23,5%), de máquinas, aparelhos e materiais eléctricos (+10,2%), de vestuário de malha (+10,1%) e de plásticos e suas obras (+19,1%)."
Tudo culpa de uma moeda fraca...
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Trechos retirados do "Norte Conjuntura" relativo ao 3º trimestre de 2013.

Leica e jtbd

"A empresa investiu 22 milhões de euros na modernização das instalações e de algumas máquinas e decidiu também aumentar a capacidade de produção. Para prevenir, a Leica Portugal tem ainda cinco mil metros quadrados para expansão se for necessário, mas entretanto, a fábrica antiga — que era suposto ser vendida — foi reactivada porque há muitas encomendas. Contra todas as expectativas, a Lcica continua a bater recordes nas vendas e no número de trabalhadores. Só este ano, a empresa contratou cerca de 70 trabalhadores.
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"Somos quase 850. Estamos com um volume de encomendas que nem sonhávamos em 2008", disse Carlos Mira O ex-libris da marca, a Leica M, tem sete meses de lista de espera em todo o mundo. As encomendas chegam sobretudo da China, Japão, Coreia, Tailândia e EUA"
Quem compra uma Leica, compra uma máquina fotográfica? Compra mesmo uma máquina fotográfica?
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Qual o customer jobs-to-be-done realizado por uma Leica?
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Trecho retirado de "Leica: não há duas iguais"