segunda-feira, junho 21, 2010

Este exemplo pode fazer jeito a alguém

"BigToys Insources Its Way To A Comeback".
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"Core to Madeley's rescue mission: bringing manufacturing back home."
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É preciso não esquecer os números da Ventoro (gráfico da página 16)

O prémio... e as dificuldades, da coerência

David Maister neste postal "Strategy Means Saying "No"" chama a atenção para a importância da concentração de um empresa no que é essencial.
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"Consider McDonalds. For any customer that truly places a premium on low cost and speed, McDonalds is hard to beat, because it has been optimized around a clear market positioning.

However, if someone were to walk into a McDonald’s and say, “I feel like having a curry today,” the service provider would not reply “Sure. That will increase our revenues. Let me shut down the grill and make you one.”

Instead, the reply (except, perhaps, in India) would be, “I’m sorry, but we are not designed to meet every possible need. Perhaps I can help you find somewhere nearby that can give you what you want?”

As companies keep discovering to their cost, it is certain business decay if you try to please all possible market segments. The broader the group of clients to which you try to appeal, or the wider the range of services you try to provide, the less customized your operation can be to each segment within that group.

If you never say “no,” you will just be one more undifferentiated firm, trying to do a little bit of everything and, as Skinner pointed out, will almost certainly be superb at none of them."
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"“The hardest thing in the world for most professionals to do is to turn work away. It offends our desperate desire to be liked by everyone and plays to insecurity that afflicts even the best of us. The moment we aren’t worked off our feet, we think we’ll never work again.”

The situation has been made worse by many firms’ explicit (if misguided) efforts to transform themselves into “one-stop shopping” operations with extensive efforts at cross-selling additional services to clients and customers.

Too many firms have made growth and size their strategic priority, rather than differentiation. Instead of identifying and executing a clear market positioning, many companies and firms have consciously pursued a policy of “If you need it, we can do it!”"
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Esta é uma das maiores dificuldades na minha vida profissional.

domingo, junho 20, 2010

Em saco roto

Uma organização que implementa um sistema de gestão da qualidade, segundo as linhas de orientação da ISO 9001:2008, tem de lidar com as reclamações dos clientes:
  • cláusula 5.6.2.b "retorno da informação do cliente"
  • cláusula 7.2.3.c "retorno de informação do cliente, incluindo reclamações do cliente"
  • cláusula 8.2.1 "Como uma das medições do desempenho do sistema de gestão da qualidade, a organização deve monitorizar a informação relativa à percepção do cliente quanto à organização ter ido ao encontro dos seus requisitos. Os métodos para a obtenção e a utilização desta informação devem ser determinados."
Hoje, vários hospitais e instituições em Portugal, na área da saúde, no público e no privado, estão certificados segundo a ISO 9001:2008. Por exemplo: "O Hospital Pedro Hispano".
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"“Não há nenhum hospital no país, público ou privado, com departamentos que analisem as queixas dos doentes, que tirem disso consequências e façam a gestão dessas queixas”, lamentou Pedro Nunes em entrevista à agência Lusa.
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Para prevenir os erros na área da saúde, o bastonário considera essencial conhecer os casos de falhas e discuti-los."
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Somos um país da treta senão estas palavras do Bastonário não cairiam em saco roto.
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Não esquecer estes números.

Nunca esquecer...

"Mantras Versus Missions"
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"The ultimate test for a mantra (or mission statement) is if your telephone operators (Trixie and Biff) can tell you what it is. If they can, then you’re onto something meaningful and memorable. If they can’t, then, well, it sucks."

Be simple

Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple. Be simple...
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Complico demasiado.
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Gosto de alicerçar tão bem as afirmações que faço que de certeza que sou contraproducente...
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OK, é o segundo passo, agora sou conscientemente incompetente.
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Passo seguinte, trabalhar para ser conscientemente competente.
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Assim, talvez um dia possa vir a ser inconscientemente competente.
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Porque é que os cursos obrigatórios para renovação dos certificados de aptidão profissional (CAP), como formador, nunca abordam estes temas? Por exemplo o "Tease before you tell" é fácil de recordar para quem estudou algo sobre andragogia...
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"Andra quê?" (Pergunta da formadora do curso que serve para a renovação dos CAPs de formador)

20 questões importantes para um negócio

"The 20 Most Important Questions In Business"
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A primeira: Qual é a proposta de valor?
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"If you can't explain--in three jargon-free sentences or less--why customers need your product, you do not have a value proposition and thus, you do not have a business. Period."
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Pessoalmente prefiro começar ainda mais a montante. Quem é o cliente-alvo? (pergunta no singular para concentrar o pensamento em clientes concretos e não abstracções estatísticas)
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A segunda: O mercado tem dimensão que viabilize a nossa aposta?
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- A Rita (ou o Manuel) e eu somos grandes apreciadores de ópera:
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- Por isso, vamos criar uma empresa. Uma empresa que organiza espectáculos de ópera para serem apresentados nas festas de Natal das empresas industriais portuguesas...
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Será que tal empresa tem futuro? Será que existe um mercado com dimensão crítica para suportar o negócio? Se calhar estamos a delirar? Não podemos confundir o que queremos e gostamos com o que o mercado quer e gosta."
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A terceira: O que os diferencia da concorrência?
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Ontem, fui à feira em Estarreja e, enquanto a minha mulher comprava umas deliciosas cavalas, apreciei esta montra e lembrei-me de Youngme Moon, todos diferentes, todos iguais, a tal "sameness".
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Estes são os meus 4 pontos principais: cliente-alvo; proposta de valor; diferença; e viabilidade/dimensão do mercado potencial.

As anedotas

Tomar decisões em cima do joelho sem estudos...
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Não estou contra o corte no número de feriados, é indiferente. Apesar de católico praticante, não estou contra o corte no número de feriados religiosos, pelo contrário, até apoio.
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Agora daí pensar que isso contribui para o aumento da produtividade que precisamos... é sinal de não saber o que é a produtividade, de não saber qual a dimensão do diferencial da produtividade média entre Portugal e a média da OCDE...
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É só olhar para o denominador, é só pensar que podemos estar ao nível dos alemães se trabalharmos mais horas ou mais depressa... nonsense e ignorância!!!
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E quando perguntaram a uma deputada do BE se concordava com a redução do número de feriados para aumentar a produtividade ela respondeu algo como "Toda a gente sabe que a produtividade aumenta com o aumento da formação".
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Por isso é que o trabalhador português que emigra para a Alemanha vê aumentar a sua produtividade pessoal? Por isso é que os trabalhadores portugueses no Luxemburgo têm uma produtividade 3 vezes superior à que têm em Portugal?
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Conseguem encontrar fábricas gémeas, fábricas que fabriquem os mesmos produtos em Portugal e na Alemanha?
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Há uma que salta logo à vista, a AutoEuropa.
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No caso da AutoEuropa, aposta que a produtividade portuguesa é, ou semelhante, ou superior às fábricas congéneres da VW na Alemanha (para modelos com a mesma gama de preço).
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Agora conseguem comparar a produtividade da AutoEuropa com a produtividade de uma unidade que produz a marca Porsche ou a marca Ferrari?
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Na Ferrari e na Porsche especulo que fabricam menos carros por trabalhador que na AutoEuropa e, no entanto, têm uma produtividade muito superior...
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Excluindo a indústria automóvel conseguem encontrar outro sector onde fábricas "gémeas" compitam ombro a ombro em Portugal e na Alemanha?
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Não me recordo... a fazer exactamente o mesmo? Duvido!!!
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O segredo não está na quantidade de trabalho... o segredo está no valor acrescentado do trabalho que realizamos, o segredo está no numerador, o truque está na originação de valor.
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Uma mão amiga que faça chegar às deputadas, que têm o meu apoio na redução dos feriados, este artigo e que lhes expliquem sobretudo a figura 1, para ver o efeito da diluição dos custos fixos
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Que queiram reduzir o número de feriados é uma coisa, que o justifiquem com a necessidade de aumentar a produtividade... é risível.
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O Aranha chamou-me a atenção para os feriados nas Alemanhas

sábado, junho 19, 2010

O dia do julgamento final aproxima-se...

"Germany and France examine 'two-tier' euro"
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Pelos vistos aproxima-se a passos largos o fim do mundo como o conhecemos...

Competência versus irracionalidade

"Fizemos um jogo competente frente à Costa do Marfim
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Todos os anos desaparecem no caixote do lixo da economia muitas empresas competentes...
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São tão competentes, tão competentes, que se tornam demasiado previsíveis, que se tornam presas fáceis da concorrência, que se afastam do mundo real e não percebem que existem oportunidades que podem ser aproveitadas.
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Citação de Tom Peters no twitter:
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"Too extensive planning can lead to self certainty and surpress surprise or make surprise an annoyance rather than an opportunity"
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Citação de Tom Asacker no twitter:
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"Beware (be aware) or purely rational optimism. Leads to incrementalism. Need irrational optimism to create breakthroughs"
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Será que a competência tolera o optimismo irracional?

Qual o CV de um e de outro? (parte II)

Peres Metelo (daqui) versus António Barreto (daqui) quem terá razão?

Para reflexão

"O dia em que os PIIGS anakaram*"
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"A tragédia dos comuns" ou melhor "A tragédia dos baldios" ou melhor ainda "Quem vier atrás que apague a luz" (Daí o meu receio desta reunião )
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A banca espanhola em quatro meses perdeu 46,5 mil milhões de euros em depósitos e "Los expertos no logran explicar dónde ha ido todo ese dinero." Come on, não sabem?
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Não sabem mesmo?
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Querem uma ajuda?
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* Em dialecto da zona de Penafiel quer dizer: caíram, aterraram, estatelaram-se

sexta-feira, junho 18, 2010

Qual o CV de um e de outro?

Peres Metelo peresmetelizando:
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"Com um OE 2010 timorato aprovado, surge um PEC I, em Março, com um conjunto amplo de cortes nas despesas com pessoal, sociais, de consumo intermédio do Estado e também com juros."
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Começa bem, "conjunto amplo de cortes"?
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Onde? De quanto?
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"Aos serviços do comissário Olli Rehn, o dos Assuntos Económicos da Comissão Europeia, aparentemente escapou a ideia de que este PEC II não só não anulava e substituia o PEC I, como o reforçava, antecipando medidas antes pensadas só para 2011. Vai daí, S. Exa. declara, urbi et orbi, naquele impagável inglês sincopado dos nórdicos, que as medidas empreendidas em Portugal atingiam os objectivos em 2010, mas em 2011 faltavam 1,5% do PIB de cortes na despesa para que os desse ano pudessem ser alcançados."
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Assim, para Peres Metelo o PEC II é suficiente...
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E Ernâni Lopes, o que pensa?
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"Em relação às medidas de austeridade que têm sido apresentadas pelo Governo para combater o défice excessivo, o economista critica o facto de se ter perdido muito tempo: "As medidas de austeridade podem ser prolongadas e não são suficientes, não precisei da Comissão Europeia para dizer isso".
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Para Peres Metelo as medidas são suficientes... em que ficamos? Quem terá razão?
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Qual o CV de um e de outro?
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Opinião de Peres Metelo.
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Opinião de Ernâni Lopes.


Não confundir a realidade com o mapa da realidade (parte II)

Continuado daqui:
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Continua.

Se não fosse o peso do cuco...

Esta manhã, no vidro para-brisas do meu carro colocaram este panfleto:
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Não foi só no meu carro, foi em todos os carros da rua...
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Ah! Se não fosse o peso do cuco...

Aguardemos...

Enquanto lia "Sunny Spain suspends solar subsidy scam" recebia esta notícia "EDP Renováveis dispara mais de 5% e impulsiona PSI-20"
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Em linha com Aguardemos...

Não confundir a realidade com o mapa da realidade

Hoje, antes do meu jogging matinal, li este artigo de Daniel Amaral no jornal do regime "A mudança".
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Tive o cuidado de levar a máquina fotográfica para, durante a corrida, ilustrar o que vejo todos os dias.
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Os indicadores são importantes ponto. Os indicadores são muito importantes ponto. No entanto, os indicadores não são a realidade... e os humanos, quando aprendem o truque são muito bons a engenheirar resultados para os indicadores.
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Continua

Acerca do futuro da VW

Interessante artigo no FT sobre a VW "VW: Protective layers".
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A produção automóvel, em grandes quantidades, num país como a Alemanha é um fóssil ainda vivo. É um testemunho de uma época passada.
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É irracional, economicamente, produzir um produto que compete no mercado pelo preço, num país de mão-de-obra cara.

Desmascarar mitos (parte III)

"great bosses do set very challenging goals and communicate them to their followers. But you're a bad boss if, once those goals are known and accepted, you keep mindlessly invoking them. Rather than continually drawing people's attention to that distant horizon, help them see what they can and must accomplish right now. Let them proceed calmly, with confidence, and with the motivation that comes from taking clear little steps — and they may just accomplish those big hairy goals."
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Em vez de mitos...
... ou seja, lançar um grande, distante, espampanante, audacioso objectivo sem especificar o que fazer para lá chegar.
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Visualizar o caminho todo entre o hoje e o futuro desejado...
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... quais as etapas que vamos ter de atingir?
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O que fazer, por quem e até quando, para passar da etapa n para a etapa n+1?
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Robert Sutton chama a atenção para este truque em "Hey Boss — Enough with the Big, Hairy Goals". Sutton chama a atenção para um artigo já aqui referido "Small Wins" de Karl Weick.
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quinta-feira, junho 17, 2010

3800 postos de trabalho abatidos ou estrangulados ou Qimonda II

Fazendo o paralelismo com Espanha...
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Só há um caminho a sério

"Economic principle 1:
- All purchase decisions are based on value, even in commodity markets.
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Economic principle 2:
- The profit margin that a business earns depends on supply relative to demand.
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Economic principle 3:
- There is only one winner in a commodity market - the company with the lowest-cost structure.
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Corollary: If companies divide the market, more than one winner can emerge. Strategic differentiation is what divides the market for an industry's offerings. Still, you must remain unique to avoid commoditization of your offerings."
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"If you cannot become the lowest-cost supplier in a market that is forcing you to compete primarly on price, there is only one way to earn consistently attractive returns. You must become the only or clearly superior company to offer benefits that are highly valued by customers."
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Portanto, tudo o que nos desconcentra e desvia desta fixação na diferenciação é ilusão ...
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Tudo o que contribua para reduzir os custos de entrada é positivo mas que não haja ilusões, só há um caminho a sério, a diferenciação.
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Trechos retirados de "Beyond Price - Differentiate Your Company in Ways That Really Matter" de Mary Kay Plantes e Robert Finfrock