domingo, maio 30, 2010

Acredito, não gosto, preferia, não creio.

Eu acredito acima de tudo na liberdade.
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Eu acredito que o tudo a monte e fé em Deus é, no agregado, melhor que o Grande Planeador, esteja ele localizado em Lisboa, no Porto ou em Viseu.
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Não gosto de ser violado!!!
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E não é o facto de ser violado por gente do Norte, em vez de gente de Lisboa, que ameniza o inconveniente de ser violado.
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Preferia um partido que apostasse na tradição do Norte, que apostasse na libertação da sociedade, que reduzisse o peso do Estado na sociedade.
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Preferia um partido que em vez de lutar pela melhor distribuição dos apoios, lutasse pela redução do saque aos impostados. Um governo, seja ele central ou regional, nunca cria riqueza, apenas facilita ou dificulta que outros criem riqueza. Por isso, preferia um partido que apostasse na criação no Norte de uma espécie de zona económica especial, com regras diferentes, com mais liberdade, menos impostos e menos despesa.
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Vamos a caminho de um ponto de singularidade. Algures o Estado, tal como o conhecemos, vai começar a falir, não de um dia para o outro, mas primeiro nuns serviços, depois noutros. Para lá do ponto de singularidade há um novo mundo, com uma nova física, as leis que se aplicavam antes deixaram de fazer sentido. Preferia um partido que se preparasse e preparasse a sociedade para o pós ponto de singularidade e, não um partido dedicado a exigir a melhor partilha do que resta dos despojosdno mundo antes do ponto de singularidade. O problema não é a distribuição, o problema é o saque.
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Não creio que seja isto que esteja em jogo... mas sinto-me tentado a contribuir, talvez consiga acelerar o aumento da entropia e a chegada do ponto de singularidade.

2 comentários:

Gatopardo disse...

Caro CCz. Não tenho o prazer de o conhecer, mas vejo que é uma pessoa generosa, com vontade de dar de si à comunidade (nacional). E que tem ideias claras, enorme capacidade de diagnosticar, de traçar guidelines e, suponho, igualmente de as concretizar.
Mas tenho alguma dificuldade em partilhar consigo o acreditar na via que sugere.
Em Portugal estamos a discutir o porquê de não nos desenvolvermos há séculos. Recordo, por exemplo, o Antero de Quental e "As causas de decadencia dos povos peninsulares". Este ciclo economico que agora fechamos, juntamente com os outros PIIGS, é apenas e tão só mais uma repetição do ciclo de sempre, desta vez originado pelo 'Brasil' chamado UE.
O nosso problema não é unicamente o de ultrapassar uma (grave) crise, mas sim de encontrar um 'sentido', de sabermos situarnos no mundo com uma missão enquanto povo/comunidade, de traçarmos um objectivo e assumir colectivamente um esforço de 30 anos para o concretizar.
E é neste aspecto de me desencontro de si, pois parece-me que muito pouco se tem evoluido nesta procura de 'sentido'. Caberia seguramente, em primeiro lugar, às elites. Mas temos elites muito fracas, com pouca experiência internacional concreta, com pouco contacto com a realidade económica na prática, como sempre tivemos.
Por outro lado, também discordo de o Norte ser substancialmente diferente de Lisboa nestes defeitos(e do resto do país). Existem particularidades, sem dúvida interessantes na economia de meados do século XX no Norte, mas se reparar os grandes empreendimentos, grandes fábricas (ex: Tèxtil de Vizela), sempre foram feitas mediante acordos com as elites publicas da época e com capital estrangeiro.
A nível pessoal, sou originario do Norte, mas encontrei em Lisboa mais abertura, mais liberdade e maior mercado para a minha actividade (serviços de logística). Maior mercado, menos "fulanismo" apesar de tudo, pois Lisboa também, no geral, padece desse mesmo problema. Por outro lado, falando da dependencia do Estado, haverá região que o seja mais que o Norte actualmente e no futuro próximo? (subsidios sociais, pensões, etc.).
Quanto ao empenho que cada um de nós deve ter agora, preparando aquilo que voce bem refere como sendo o 'novo normal' que advirá deste momento de transformação, não será mais fácil iniciar os projectos no Canadá, na Suiça ou na Noruega?
Digo, por experiencia, que recebem os investidores de braços abertos, e com uma envolvencia social em que não temos de começar de ter vergonha porque, contrariamente à maioria, trabalhámos, nos sacrificámos e somos 'ricos'.
Será melhor ou pior maneira de olharmos pelos nossos filhos? Ou será que 'esta' crise é 'a tal' que mudará o Portugal dos últimos 300 anos?
Desculpe a minha descrença e o email longo e com vários sub-assuntos, e parabéns muito sinceros pelo seu excelente blog

Jose Silva disse...

Carlos,

provavelmente naquela sala a maioria defende uma descida de impostos.

Naquela sala o problema será saber se o que os une é superior aos que os desune. Eu receio que serão necessários 2, tal como a ERC e a CIU na Catalunha.