Pena não teres sido ministro das infraestruturas 🤡
— J. 🍺 (@Abduljabbardo7) May 2, 2024
A propósito de coesão territorial, recordo:
- Penela, produtividade, trabalhadores, censos, autoestrada e inimigos (2024)
- Really, karma is a bitch! (2018)
Pena não teres sido ministro das infraestruturas 🤡
— J. 🍺 (@Abduljabbardo7) May 2, 2024
A propósito de coesão territorial, recordo:
- Penela, produtividade, trabalhadores, censos, autoestrada e inimigos (2024)
- Really, karma is a bitch! (2018)
Ao longo dos anos aqui no blogue tenho chamado a atenção para o interessante que é perceber que existe mais variedade de desempenho dentro de um mesmo sector de actividade económica do que entre sectores de actividade económica. Esta realidade chama a atenção para a importância da estratégia, e para o absurdo de tratar cada sector de actividade económica como um bloco homogéneo. Recomendo a leitura deste artigo "A long-term look at ROIC", com quase 20 anos, e apreciar a Exhibit 3 - Intra-industry variations in ROIC.
Este tipo de gráficos sempre me levaram a escrever coisas como a que se segue:"Uma das coisas que aprendi em 2008 foi a da variabilidade da distribuição de produtividades. Existem mais variabilidade da produtividade entre as empresas de um mesmo sector de actividade económica do que entre sectores de actividade económica. Percebem as implicações disto? No mesmo país, com as mesmas leis, com o mesmo povo, dentro de um mesmo sector, a variabilidade da produtividade é enorme. E isto quer dizer que o factor mais importante para a produtividade é o ADN que está numa empresa."
Isto é verdade, mas iludiu-me até ter lido "The Visionary Realism of German Economics: From the Thirty Years' War to the Cold War" de Erik S. Reinert.
Voltemos à Exhibit 3. Por exemplo, as melhores das melhores empresas de "Materials" estarão sempre com um retorno inferior às empresas abaixo da média numa série de sectores na parte superior da tabela. Reinert, possuidor de uma vasta colecção histórica obtida em alfarrabistas por esse mundo fora, escreveu:
"As was so obvious to American economists around 1820, a nation - just as a person - still cannot break such vicious circles without changing professions."
Muitos quando olham para a baixa produtividade portuguesa rematam como receita:
Claro que sim!
Acham que vai permitir dar o salto de produtividade que é preciso? Basta olhar para estes números do Pordata:
Claro que não!"a nation still cannot break such vicious circles without changing professions"
Por isso é que escrevo aqui no blogue sobre os mastins dos Baskerville. A maioria das pessoas culpa os empresários existentes pela baixa produtividade do país. Nope! Eles não são pagos para isso, eles são pagos para fazer o melhor que podem e sabem com as suas empresas. Outros culpam-nos pela sua baixa escolaridade (o link sugerido não os culpa, só comunica o facto), mas acaso continuamos sob a Lei do Condicionamento Industrial? Se são maus, porque é que outros com mais escolaridade não os retiram do mercado? E volto ao texto de Reinert:
"the poor do not have enough education (ignoring the fact that you cannot profitably invest in education that improves your income as shoe-shiner or dish-washer)"
Os mastins não ladraram. E o que nos devia interpelar são as empresas inexistentes, essas é que nos levariam a mudar de profissão. Por que é que elas não aparecem?
Por exemplo, pensem nos trabalhadores de Felgueiras que troquem o calçado pela Coloplast. Como ficará a sua produtividade?
Sei que me repito, mas o tema tem de ser martelado até à exaustão, comparem o desempenho dos dois clusters da economia irlandesa. Acham que o salto de produtividade foi conseguido à custa de capital e know-how irlandês? Think again!
Fico sinceramente sensibilizado por sentir que até João Galamba já percebeu que o salto só será conseguido com capital e know-how de fora, mas não vai ser fácil... afinal ninguém diz ao filho de 5 anos:
- A festa de Natal da tua salinha foi uma valente porcaria!
O amigo Peliteiro chamou-me a atenção para este texto, "Produtividade já!" que começa assim:
"Seja qual for a unidade de análise, a produtividade - fazer mais com menos ou fazer mais com o mesmo - é central."
Aquele trecho sublinhado estraga tudo... quase apetece não continuar a ler. A diferença de produtividade entre Portugal e os países mais ricos da União Europeia não se elimina "fazendo mais com menos ou fazendo mais com o mesmo", isso são "peaners". Essa diferença só se começa a colmatar fazendo coisas diferentes, não fazendo melhor o mesmo.
Outro trecho:
"O crescimento da produtividade é possível com: diminuição de custos de contexto; incorporação de tecnologia, onde a inteligência artificial é uma atual oportunidade; formação e requalificação profissional,"
Por que não falamos claro e vamos directos ao fulcro da questão: Tamanho, produtividade e a receita irlandesa (olhar para o gráfico) o resto é conversa para entreter a plateia.
Recordo a parte II - Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte II)
Alguns perguntam-me para explicar:
"Alguém diz ao filho com 5 anos?
- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"
É olhar para a legenda desta figura neste postal - Falta a parte dolorosa da transição
Mão amiga fez-me chegar uma entrevista a Fortunato Federico, "Presidente do Grupo Kyaia", publicada no semanário Nascer do Sol no passado dia 19 de Abril.
Algumas notas. Primeiro o lado positivo:
"Não precisávamos de produzir mais. Nós precisávamos de produzir com valor acrescentado. Não é produtividade, mas valorização do produto. Fala-se muito em produtividade, é um termo dos economistas, [Moi ici: Eu aqui no blogue culpo os engenheiros] mas cheira a escravatura.[Moi ici: O problema é confundir competitividade com produtividade]
Não é produzir, é valorizar.
Valorizar é com pensamento, com lentidão, com menos consumo.
Fazer um sapato à mão é muito mais bonito e muito mais prático para a formação humana do que fazê-lo à máquina.[Moi ici: Ao longo dos anos quanto do investimento foi no sentido das máquinas para apoiar a produtividade física?]"
Depois o óbvio:
"FF - Há quatro anos, montámos o meu sonho para a indústria: uma pequena Amazon. Portugal faz 80-90 milhões e eu pensei em vender pela minha plataforma digital, que era a Overcube. A minha ideia era ter uma pequena Amazon que escoasse a nossa produção e escoaria também partes das marcas portuguesas que iam para o mercado internacional.
Se nós vendêssemos 10% dos sapatos que exportavamos, era um negocio da China, um bom negócio. Mas também não funcionou, devido, primeiro, à mão-de-obra caríssima; segundo, uma mobilidade terrível. Era uma movimentação que não permitia estabilidade nenhuma.
A Overcube tinha lá 30 engenheiros a trabalhar, hoje tem 3 ou 4."[Moi ici: Recuo a 2018 e ao que escrevi em Como se compete num mundo de Amazons e Zalandos et al? Querer um negócio da China e sem mão-de-obra de qualidade ... come on]
Depois o lado humano, perder um filho deve ser, é um choque brutal.
Em "Libertar a economia do colete de forças fiscal" sublinhei:
"O investimento privado reflete a saúde das economias. Se as expectativas e se o contexto são favoráveis, este indicador rapidamente espelha essa confiança. É por esse motivo que a decisão, tomada por este Governo, de acelerar o desagravamento fiscal sobre o trabalho, duplicando, até ao verão, a descida que estava prevista no Orçamento do Estado, tem de ser sublinhada e valorizada. As famílias precisam de espaço de manobra - já. A redução do IRC ao longo da legislatura também contribuirá para libertar recursos financeiros, permitindo finalmente a sua aplicação em fatores produtivos que puxem os negócios e a economia para a frente.
O aumento da produtividade está diretamente ligada ao investimento. Se o nosso pais tem hoje trabalhadores mais qualificados e empresários igualmente mais preparados, o que nos tem faltado é precisamente capital para investir. Passo a passo, com políticas públicas coerentes e com o propósito de criar riqueza e não apenas redistribuir o pouco que existe, Portugal tem hipóteses de crescer mais, desenvolver-se mais e, deste modo, fazer subir a maré para todos - isto é, aumentar os rendimentos das pessoas, aproximando os salários dos valores que são pagos nas economias europeias mais desenvolvidas."
É pena o jornalismo não ter gente dedicada ao tema da produtividade. Perceberia esta frase:
"Alguém diz ao filho com 5 anos?
- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"
Perceberia que isto que se segue não faz qualquer sentido:
"aumentar os rendimentos das pessoas, aproximando os salários dos valores que são pagos nas economias europeias mais desenvolvidas"
Nunca será possível chegar ao nível dos salários das economias europeias mais desenvolvidas a produzir com o mesmo perfil de economia que temos. Isto é duro de ouvir. Por isso é que ninguém tem coragem de o dizer. Por mais que a produtividade na produção de [colocar aqui um exemplo] aumente, o limite para os salários é o preço a que se consegue vender (não pensem que o conseguem pelo aumento da produtividade física).
Assim, continuam alegremente neste jogo de sombras: A produtividade não aumenta porque [colocar aqui um culpado externo que sirva de bode expiatório]. Esta postura desculpa os intervenientes, pobres vítimas dos governos de turno...
Imaginem um governo ter a coragem de dizer isto Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas e de explicar porquê.
"A produtividade per capita em Portugal está abaixo da média da UE27. Segundo o Eurostat, no nosso país a produtividade por hora de trabalho, em 2022, situa-se em 22 euros, o que compara com 46 euros para a média da UE27, 40 euros em Espanha ou 63 euros na Alemanha. A produtividade nominal por trabalhador empregado em Portugal foi de 76,7% face à média dos países da UE27 em 2022 (76,8% em 2012). Ou seja, a produtividade média por trabalhador é 23,4% inferior em território nacional, o que coloca Portugal no fundo da lista do "ranking" europeu de produtividade. Com pior classificação estão apenas 4 países: Polónia, Letónia, Grécia e Bulgária. A liderar estão países como a Irlanda (124,8% acima da média) e o Luxemburgo (59,2% acima da média)."
Estes números são duros, muito duros!
Contudo, não creio que a solução passe pelas ideias apresentadas no artigo de onde retirei os números, "Contributos para o aumento da produtividade em Portugal".
"Alguém diz ao filho com 5 anos?
- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"
Claro que não.
Por isso, continuamos num jogo de faz de conta que se abstém de pôr o dedo na ferida.
Quando escrevo sobre a transição dolorosa, não é dolorosa só para os trabalhadores, mas também e sobretudo para as empresas.
Há dias no WSJ apanhei este artigo, "The Biden-Trump Economy of Nostalgia". Julgo que há aqui algo em torno de temas que temos abordado aqui no blogue:
"America's elderly presidential candidates want to return the country to a fantasy mid-20th-century past. [Moi ici: Recordo a reflexão acerca do peso da indústria transformadora no PIB] Their mantra is to restore manufacturing. But neither understands modern manufacturing or how America can forge a dynamic and secure future.
The Cato Institute has reported that-contrary to conventional belief-U.S. manufacturing accounts for a larger share of global output than Japan, Germany, South Korea and India combined. America's productivity is far ahead, too. In 2019, the value added by the average American manufacturing worker was $141,000, exceeding second-place South Korea by more than $44,000 a worker and China by more than $120,000. [Moi ici: Recordo o gráfico sobre Taiwan]
Rather than prepare the U.S. for the challenges of the 2lst century, they want to bring back the 20th.
...
America's success is thanks to its ability to move from low-tech, less productive sectors to higher-value ones such as computers, pharmaceuticals, medical and scientific instruments, aerospace, and electrical machinery. [Moi ici: Basta pesquisar aqui no blogue "Flying Geese"] The U.S. even understates its performance because our definition of manufacturing is as old as our presidential candidates. The late George Shultz said Washington could solve a political problem by treating software as a manufactured good. Software now accounts for about half the value of a new car. Politicians who see manufacturing only as bending metal are out of touch.
The Biden-Trump mindset ignores the links between productivity, growth and higher incomes. The 21st-century economy, including modern manufacturing, will depend on innovation in artificial intelligence, quantum computing and general-purpose technologies.
...
The Biden-Trump economy of nostalgia won't lead to higher wages. Research by the Bureau of Labor Statistics and the Federal Reserve Bank of St. Louis shows that manufacturing workers earn less than the average private-sector worker. Manufacturing workers in higher-tech sectors, with greater productivity, fare better. These jobs benefit from trade, but Messrs. Biden and Trump fail to understand how a modern trade agenda can serve America's interests and promote our values."
Ninguém faz contas. É triste mas é a realidade crua e dura. A indústria do século XX não tem produtividade suficiente para suportar os salários do século XXI, "Pay is ultimately tied to productivity".
Volta e meia aparecem estes cromos nas redes sociais:
Por falar em patrões, sim, Portugal é - de longe - um dos países da Europa com os patrões (gerentes) e gestores menos qualificados da Europa. Já que se fala tanto em aumentar competitividade, produção e "crescer", convinha olhar para esta realidade💡
— o Ferreira (@guilhaweb) March 18, 2024
1/2 pic.twitter.com/lC5KK8BuhI
Como se a culpa fosse de quem aparece e dá a cara.
Acerca da produtividade escrevo aqui muitas vezes sobre os mastins dos Baskerville. Esses é que nos deveriam interrogar, os que estão ausentes. Recordo Empresários e escolaridade ou signaling.
Li no ECO "Parar de crescer é começar a morrer":
"Se uma empresa não cresce, definha e morre.
...
crescer é mais do que um objetivo, é um desígnio essencial.
...
A internacionalização só contribui a sério para o fortalecimento, a valorização e a preservação a longo prazo do capital acionista se as empresas tiverem escala. Dos que não se lancem a sério, com coragem, em processos de crescimento ambiciosos não vai rezar a História, nem sequer no mercado doméstico."
Sabem qual o meu problema com este artigo? Crescer à custa da escala (volume).
As empresas podem crescer à custa da escala (volume), à custa do denominador da equação da produtividade a produzir mais do mesmo, ou podem crescer à custa da subida na escala de valor, à custa do numerador da equação da produtividade a produzir coisas diferentes, coisas com maior valor acrescentado.
O racional é o mesmo do agricultor que só consegue aumentar a produção trabalhando mais e mais terra, é a via cancerosa.
Entretanto, já depois de escrever o que está para trás. Deparo com este tweet:
Há dias li no WSJ este longo artigo, "Rich Countries Are Becoming Addicted to Cheap Labor".
Entretanto, ontem li "The Cheap Labor Addiction?". Interessante, quer o texto do artigo, quer a troca de comentários. Julgo que se trata do tema que tenho abordado aqui no blogue acerca dos "Flying Geese" e também do tema desta semana sobre o papel dos empresários e da produtividade do país.
Por exemplo, acerca deste trecho no jornal:
"In Canada, economists say the government has cast aside a carefully managed immigration system that gave priority to highly skilled workers, and ramped up significantly the intake of foreign students and other low-skilled temporary workers. By flooding the market with cheap labor, Ottawa may be propping up uncompetitive businesses and ultimately damaging productivity (1), according to a December report co-written by former Canadian central-bank governor David Dodge."
Leio:
"Notice the strange use of the word "uncompetitive." If those businesses are able to do well and maybe even thrive, how are they uncompetitive? (2) In fact, they are quite competitive.
And how would hiring more workers reduce productivity? (3) Are the employers stupid? Do they want to pay people who not only don't produce but also reduce production?
Of course not. It's clear what Dodge means. He means that hiring low-skilled workers could easily reduce average productivity.
Indeed, the very next paragraph of the news story makes my point:
Economic output per capita is lower than it was in 2018 following years of record immigration (4), notes Mikal Skuterud, an economist at Waterloo University in Ontario. Canada has been bringing in so many low-skilled workers that it lowers the country's productivity overall (5), he says.
Skuterud is pointing to average productivity even though he blows it at the end by equating that to the "country's productivity overall.""
(1) e (2) - Já abordamos este tema aqui, misturar e fundir produtividade e competitividade dá asneira. Daí esta imagem que uso há anos:
É possível ser muito competitivo e empobrecer porque se é pouco produtivo e, por isso, apesar da subida do custo de vida os salários não são capazes de acompanhar porque a organização não liberta margem suficiente.(3) - Produtividade de empresas versus produtividade agregada de um país. Recordo Salário mínimo, produtividade, motivação/malandragem e desemprego (parte II)
(4) e (5) - Recordo Falta a parte dolorosa da transição
Podem querer o que quiserem, mas a opção que tomarem tem custos.
Disclaimer: Eu vou votar Iniciativa Liberal, como um mal menor.
Este artigo no DN, "IL avisa empresários: "Vão ter mesmo de aumentar os salários" dos trabalhadores", que li ontem, ilustra porque também é um mal. Aliás, eu tento ouvir o menos possível a campanha da Iniciativa Liberal para não ser tentado a mudar de ideias.
Há aqui um paralelismo com o que costumo dizer aos agricultores e disse uma vez sobre os pescadores:
"O papel dos pescadores não é alimentarem o mundo, não são a Santa Casa da Misericórdia ponto. O papel dos pescadores é ganharem a sua vida ponto."
"Estou farto de escrever aqui no blogue que a função do agricultor não é alimentar a sociedade, a função do agricultor é ganhar dinheiro através da prática da agricultura. A sociedade não quer saber dos agricultores, quer produtos agrícolas baratos nem que venham da Ucrânia. Por isso, o agricultor não deve ser trouxa e deve trabalhar para quem valoriza o fruto da sua actividade. Adiante." (Aqui)
Rui Rocha disse:
"O presidente da IL disse esta segunda-feira diretamente aos empresários que "vão ter mesmo de aumentar os salários dos trabalhadores" porque, caso contrário, não será possível contrariar a saída sistemática de pessoas qualificadas do país."
O que ele disse sobre "a saída sistemática de pessoas qualificadas do país" é mentira? Não!
Não faz sentido é pedir a empresários que resolvam um problema da comunidade, quando eles não só não têm capital para o fazer como essa não é a sua função.
Isto só ilustra que Rui Rocha ignora os mastins dos Baskerville, o que é pena. Está como Alexandre Relvas, também acha que o salto da produtividade irlandesa foi feito por empresários irlandeses. Tem muito para aprender.
Já agora, em que é que isto difere do discurso de Mortágua sobre o tema?
"Há sempre uma desculpa para os salários baixos, o contrato precário, os horários impossíveis. Há sempre o "agora não pode ser", que a economia não aguenta melhores salários, que a produtividade não aumenta, que Portugal é um país pobre", disse, advertindo que "Portugal é um país pobre porque paga salários pobres"."
Acaso Rui Rocha acha que as empresas podem pagar melhores salários mas não querem? E que basta exortar os empresários para isso acontecer?
Rui Rocha não relaciona aumento de salários com aumento da produtividade... isto é demasiado grave.
Rui Rocha é outro que não pode dizer "a Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!"
Qual a resposta de um liberal a tudo isto? Não matem empresas deliberadamente, mas deixem as empresas morrer!
E se quiserem mesmo que a produtividade e os salários aumentem a sério, promovam a receita irlandesa e o mercado fará o papel que não cabe aos políticos, o de escolher vencedores.
No passado dia 1 de Março no JdN li "Geopolítica, juros e salários preocupam indústria" um artigo baseado numa conversa com o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP).
A certa altura leio:
"O abrandamento da procura externa, os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente, a concorrência asiática, as taxas de juro, [Moi ici: Factores conjunturais] os custos salariais e a produtividade são os principais desafios que a indústria enfrenta para este ano. [Moi ici: Enfrenta para este ano?! Come on, não se iludam, são factores estruturais] O leque de preocupações é elencado pelo presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), que em declarações ao Negócios começa por descrever o "estado da arte" e a evolução do setor secundário nacional. "A base industrial do país tem enfraquecido. O peso da indústria transformadora no produto interno bruto não ultrapassa 14%, e 25% no valor acrescentado bruto. [Moi ici: Releiam este número. A indústria é responsável por 25% no valor acrescentado bruto. Será verdade? E isso é bom ou mau? E isso é relevante para o tema da produtividade e do crescimento ou não? Que dados podemos consultar? Podemos comparar com outros países? Dados do Banco Mundial no gráfico abaixo] O número de empresas industriais (68.501) no número total das sociedades comerciais é de 9,2%.A diferença da produtividade industrial também é alarmante: é cerca de um terço da francesa e pouco mais de metade da espanhola", ", alerta.
É uma evolução que, na opinião de José Eduardo Carvalho, "explica, em parte, o anémico crescimento em que temos vivido". "Um país com uma forte base industrial reforça a competitividade externa e o grau de internacionalização da economia, produz mais conhecimento e inovação e aumenta a competitividade salarial", defende."
Alguém diz ao filho com 5 anos?
- A actuação do vosso ano na Festa de Natal do jardim-escola foi uma valente porcaria!
Claro que não... por isso, o presidente da Associação Industrial Portuguesa prefere atirar culpas para cima do governo de turno. O governo de turno tem culpa por causa dos mastins que não ladram, não tem culpa do desempenho das empresas existentes. O presidente da Associação Industrial Portuguesa não pode fazer o mesmo que eu aqui no blogue. Ele tem de lutar pelo aumento da produtividade do que existe, mas isso não quer dizer que o que existe possa subir a sua produtividade para níveis próximos da média europeia. Se ele abrisse a boca para falar dos mastins dos Baskerville, tinha uma rebelião em casa. Isto enquanto não for percebido, é uma conversa de surdos.
"Em 2023, o preço médio de venda nos mercados internacionais ascendeu a 27,70 euros (+3,45%), continuando a ser o segundo mais caro do mundo. Um aumento que, reconhece ao ECO o porta-voz da associação do setor (APICCAPS), Paulo Gonçalves, é "insuficiente face ao impacto da atualização do salário mínimo nacional e mesmo do aumento das matérias-primas", o que obriga a "acelerar a migração dos produtos para segmentos de maior valor acrescentado"."
Quando aqui referi o encerramento da Discoteca Amália por causa do aumento da renda era como uma ilustração do sublinhado acima. Recordar os 14% que referi há dias em Outra coisa que me faz espécie. É a isto que chamo empobrecimento por erosão, ser competitivo sem aumentar a produtividade.
Vamos à nota de optimismo.
Isto anda tudo ligado... o final da frase citada acima:
"o que obriga a "acelerar a migração dos produtos para segmentos de maior valor acrescentado""
Sinal de que o sector continua focado no essencial. Só aqui, a mensagem aparece 5 vezes.
Outra citação:
"No último ano, enquanto as exportações de calçado encolheram 8,2%, as vendas no exterior de artigos de pele e marroquinaria cresceram 14%, para 310 milhões de euros, e nos componentes aumentaram 12,3%, para 73 milhões de euros. Valores e competências que estão a levar a associação a reforçar lógica de fileira e a encarar estes dois segmentos como "estratégicos" na afirmação da indústria nacional de calçado."
Items que teoricamente podem libertar um maior valor acrescentado bruto por trabalhador. Talvez por isso no último número de Facts & Numbers, de 2023, já se tenham acrescentado números das unidades de componentes e artigos de pele:
"Enquanto não formos capazes de aumentar o salário bruto médio em Portugal, é difícil conseguir reter quer estudantes quer outros trabalhadores, que começam a comparar e facilmente vão para fora....Temos também de ter maior produtividade. Além disso, claramente é preciso apostar na formação dos gestores e dos líderes das empresas portuguesas....Temos muitos gestores que não têm noções de gestão financeira. Falo da gestão financeira, mas podia falar de sustentabilidade, digitalização ou inteligência artificial. São áreas em que temos de desenvolver os nossos gestores para que as empresas tenham maior capacidade de geração de riqueza....Se eu gostava que o país tivesse um salário mínimo de mil euros? Sim. Era bom para a retenção de talentos. Mas será que é possível? Acho que não. O nosso tecido empresarial é caracterizado por pequenas e médias empresas. Não temos um tecido empresarial de grandes empresas, como têm vários países europeus. Com o que temos, com um nível de produtividade relativamente baixo face à média europeia, como é que as empresas vão conseguir aumentar em três ou quatro anos o salário mínimo para mil euros? Não vejo como....As empresas vão ter problemas, porque a componente de gastos com pessoal vai aumentar, o que reduz as margens. Isto liga-se com um tema fundamental que é o facto de as empresas portuguesas terem um nível de endividamento muito acima da média europeia. Em momentos de taxas de juro mais elevadas — como estamos a viver hoje –, grande parte do dinheiro que as empresas geram na sua atividade é usado para pagar os juros aos bancos. E isso faz com que não tenham capacidade para aumentar salários. Não podemos achar que vamos ter taxas negativas como tivemos. O problema do endividamento é importante. Se não tivermos mecanismos de financiamento alternativos, como o capital de risco, não vejo muitas empresas a terem capacidade de aumentarem os salários para esses níveis."
Escolham uma empresa de um sector tradicional aí com cerca de 75 trabalhadores, olhem para as suas contas e façam um exercício:
Recorrentemente encontro este artigo na internet, inicialmente publicado em Junho de 2023:
Artigo que comentei em A evolução da produtividade (parte III)."In this paper we argue that endogenous product selection provides a neglected source of bias in measured productivity in addition to the conventional biases of exit self-selection, endogeneity, and misspecification of the production technology and demand. When firms choose their products at a more disaggregated level than is observed in plant- and firm-level datasets, measured productivity reflects both characteristics of the firm and attributes of the products that are non-randomly chosen by the firm. To characterize the resulting bias in measured productivity, we develop a model of industry equilibrium in which firms endogenously sort across products. Following the standard "revenue production function" estimation approach, we use the model to derive the bias in measured firm and aggregate productivity. Calibrating the model's parameters, we show that the bias in measured firm and industry productivity can be quantitatively large and influences the response of both productivity measures to changes in parameter values.Our analysis points to a number of areas for further research. On the one hand, the estimation of structural models of industry equilibrium that feature endogenous product choice is a promising line of inquiry. On the other hand, the development of census of production datasets containing detailed information on establishments' output, inputs, and prices by product is clearly a priority. While census datasets typically allocate establishments to a "main industry" based on their largest good, our research points to the additional insights to be gained from gathering more detailed information on the set of goods establishments supply. It is important to remember, however, that even when this information is available, the industrial classification used is typically coarse compared to the level at which firms make decisions about products. As a result, the bias in measured productivity induced by endogenous product selection is likely to remain a concern."
Recordei agora um postal, redigido à porta de uma moradia em Guimarães com uma garagem onde ouvia uma máquina de bordar a trabalhar, sobre a produtividade e o numerador como variável e não como uma constante. Escrito em Agosto de 2011 explicou melhor um outro escrito em Outubro de 2006.
Alterar o tipo de produtos produzidos é uma forma de alterar o numerador da equação da produtividade. E de que maneira.
Trecho retirado de "Products and Productivity" publicado pelo The Scandinavian Journal of Economics 111(4), 681-709, 2009.
"Predating Raymond Vernon's work (Vernon, 1966) on the product cycle theory by several decades, Kaname Akamatsu identified two empirical regularities of industrial development (Akamatsu, 1935, 1937).' One is a time-series pattern of a given industry, shifting from imports to import-substitution for the domestic market, and exports (Figure 1, Panel A). The other is a time-series production pattern across industries, in which a series of industries appear, prosper, then decline and finally disappear one after another (Figure 1, Panel B). Because these patterns reflect wild geese flying in ranks, they are called flying geese patterns of industrial development and are referred to extensively in explaining the production patterns of the East and Southeast Asian countries.
"An FG analogy came originally from Akamatsu's empirical findings of the sequential development pattern of imports (M) leading to domestic production (P) and then to exports (X). The sequence involved thus goes beyond a process of import substitution under protection (i.e., infant industry protection) and ultimately leads to exporting....It should be noted, however, that in this age of globalization multinationals (MNCs) can now create new export industries instantly via foreign direct investment (FDI) in the developing host countries (i.e., FDI → P → X) that is, gradual industry building under protection (MPX) is replaced by instant industry building via FDI. [Moi ici: Recordo postais sobre a importância do investimento directo estrangeiro como A receita irlandesa, como Tamanho, produtividade e a receita irlandesa]...A second FG pattern is a sequence of structural change in industrial development, not only in the order of 'capital goods following consumer goods', but also 'in the progression from crude and simple goods to complex and refined goods'."
"In his Nobel lecture, James Heckman named 'the evidence on the pervasiveness of heterogeneity and diversity in economic life' the most important empirical discovery from econometric analyses using micro data. Everybody who has ever worked with plant- or enterprise-level data will agree - there is no such thing as a representative firm, not even in four-digit industries where growing and shrinking, entering and exiting firms can be found in each period. Productivity differentials are a case in point as regards firm heterogeneity within industries. 'Of the basic findings related to productivity and productivity growth uncovered by recent research using micro-data, perhaps most significant is the degree of heterogeneity across establishments and firms in productivity in nearly all industries examined'." [Moi ici: Como não recordar o Lugar do Senhor dos Perdões ou Voltar ao Lugar do Senhor dos Perdões]
"The empirical facts uncovered in microeconometric studies motivated formal models for the dynamics of industries with heterogeneous firms...In these models, productivity differentials play a central role in the entry, growth and exit of firms. In equilibrium, growing and shrinking, exiting and entering firms that have different productivities are found in an industry....[Moi ici: Os políticos gostam de estabilidade, receiam a incerteza. Vêem com maus olhos o encerramento de empresas] H1. Firms that exit in year t were less productive in t-1 than firms that continue to produce in t.Given that firms with a low productivity have a higher probability of exit at a point in time, exiting firms will be concentrated among the least productive units. [Moi ici: Por isso, os políticos pensam que as empresas com baixa produtividade têm de ser subsidiadas, têm de ser apoiadas, para que não encerrem. A desculpa é a de que os apoios ajudarão as empresas a aumentarem a sua produtividade] 'Less productive' means that the productivity distribution of exits is stochastically dominated by the productivity distribution of the continuing firms.H2. Firms that enter the market in year t are less productive than incumbent firms in year t.This follows from the selection process described above that leads to an improvement of the productivity distribution of incumbents over time because in each period the less productive firms have the highest probability to fall below the critical level and, therefore, to exit. Here, 'less productive' means that the productivity distribution of entries is stochastically dominated by the productivity distribution of incumbents.H3. Surviving firms from an entry cohort were more productive than nonsurviving firms from this cohort in the start year."
Não me custa nada a crer no poder estatístico de H1, H2 e H3 no texto acima numa economia de mercado. Isto ajuda a explicar o aumento da produtividade agregada num dado sector económico. No entanto, não ajuda a explicar o mais importante.
Ontem de manhã apanhei a parte final de "A História Do Dia", na rádio Observador, sobre o tema "A IA vai ficar com os nossos empregos?". Ouvi os últimos minutos que terminaram assim:
"Os dois problemas do país são a falta de produtividade e a falta de mão de obra"
Sorry, só há um problema, a falta de produtividade. Tudo o resto decorre deste.
Depois, à hora do almoço li no Diário de Coimbra, atraído por uma capa com uma cena de corrupção à base de queijos e spa:
"No entanto, Eduardo Nogueira dos Santos revelou que, «hoje, Penela tem praticamente pleno emprego, sendo que uma das maiores dificuldades dos nossos maiores empregadores reside na captação de trabalhadores». «Temos falta de trabalhadores, porque temos um tecido empresarial robusto, em que a procura excede a oferta. Mas também porque temos falta de habitação, o que também faz com que percamos população e eleitores e, indiretamente, provoca que o municipio veja a sua capacidade de investimento reduzida», frisou."
Temos aqui uma argumentação interessante:
A falta de trabalhadores não é uma causa raiz, a causa raiz é a baixa produtividade. Porque a produtividade é baixa não se conseguem pagar salários que atraiam as pessoas. Por isso, o salário médio do concelho ainda não conseguiu ultrapassar o valor atingido em 2012. Por isso, o concelho de Penela perdeu mais de 9% da sua população em 10 anos segundo o Censos de 2021. Quanto à robustez do tecido empresarial o Censos de 2021 diz-me que em 10 anos:
No JdN da passada segunda-feira sublinhei estas palavras:População empregada na Agricultura e Pescas 2,7 % +0,4 р.р. População empregada na Indústria e Construção 27,6 % -1,1 р.р. População empregada nos Serviços 69,6 % +0,7 p.p Trabalhadores por conta de outrem 1.628 -3,4 Empregadores 235 -2,5 % Trabalhadores isolados 240 +50,9 % População ativa com 25 a 44 anos 41,9 % -12,4 p.p. População ativa com 55 e mais anos 23,8 % +10,5 p.p.
"Falou do candidato Pedro Nuno Santos. Como olha para a proposta dele de aumentar o salário mínimo para mil euros em 2028?Acho que mil é pouco. Devia ser muito mais elevado, mas, para isso, precisamos de uma economia que suporte um salário digno, isso é que é importante. Precisamos de crescer 4%, 5% ao ano de forma sustentada."
BTW, a entrevista ao presidente da câmara de Penela é um manancial de temas para este blogue. Mais um:
"Neste campo, não posso deixar de evidenciar a satisfação com que recebemos a notícia de que no dia 1 de janeiro corrente, as portagens da Al3 iriam ser reduzidas. Menos 65% (desconto) é muito impactante para o nosso território. Porque não nos interessa estar a 15 minutos de Coimbra se isso comporta uma despesa demasiado elevada para a maioria das famílias a utilizarem. Com esta medida, de inteira justiça para as populações, mas sobretudo de extremo interesse para as empresas da região, trazemos também mais centralidade e maior qualidade de vida para Penela», sublinhou."
Qual a remuneração base média mensal dos trabalhadores por conta de outrem no concelho de Penela em 2019 (última ano do Pordata com números)? 776,3 €.
Qual a remuneração base média mensal dos trabalhadores por conta de outrem no concelho de Coimbra em 2019 (última ano do Pordata com números)? 966,1 €.
Qual o sentido mais provável do fluxo de trabalhadores?
Para um político nacional mergulhar a sério no tema da produtividade é perigoso para a sua carreira, porque se for sério vai fazer inimigos. Onde estará a tal fábrica?
E volto a "A Growth Strategy for the Greek Economy":
"Global competition in all sectors of the economy, and particularly in manufacturing, demands a reduction in production costs through the introduction of advanced technologies, and the development of innovative high-quality products. Success in these areas requires R&D activities. However, R&D spending in Greece is low compared to other European countries. For example, in 2018, the R&D spending of Greek firms accounted for 0.57% of GDP, compared to 1.41% on average in the EU (Figure 5-13, Section 5.4)."
O texto sublinhado implica que à medida que os custos de produção baixam, o sistema produtivo tem de ser capaz de produzir e vender muito mais unidades para poder pagar o capital investido. Uma via difícil.
Outra vez, os autores não colocam a hipótese da economia se mover na horizontal.
A propósito, no JdN de ontem li:
"Se quando venceu as diretas o discurso foi criticado pela falta de preparação, no encerramento do 24.° congresso do PS Pedro Nuno Santos fez questão de dizer ao que vinha: pretende implementar um novo modelo "com mais dinheiro para menos setores" da economia,
...
A grande mudança, anunciou, será feita - se vencer - na forma como os apoios passarão a ser atribuídos, selecionando "um número mais limitado de áreas estratégicas onde concentrar os apoios durante uma década". Defendeu que "é tempo de ser claro e de fazer escolhas [na atribuição de incentivos|". "Só conseguiremos transformara economia com mais dinheiro para menos setores.""
Quem segue este blogue sabe que eu cada vez mais torço o nariz ao efeito nefasto dos subsídios na economia. No entanto, o que acho interessante nesta proposta é saber quais são as áreas estratégicas. Quais os critérios para a sua definição? BTW, "picking winners" sempre deu asneira, daí a minha proposta de longa data "deixem as empresas morrer".
BTW, ainda acerca de Pedro Nuno Santos e este pormaior:
"Isto porque, explicou, "a economia está em profunda transformação", onde "a automatização, a robotização e a inteligência artificial têm um enorme potencial para aumentar a produtividade, mas trazem desafios". "Neste processo, muitos setores altamente lucrativos mas com poucos trabalhadores, deixam de contribuir para o sistema de segurançasocial tanto quanto poderiam e deveriam", enfatizou."
Que mais treta vai inventar ao melhor estilo do jogador de bilhar amador, tão focado na próxima jogada, na jogada imediata, que não se pensa nas consequências dessa jogada. Um clássico deste blogue: Nós não estudámos até ao fim todas as consequências das medidas que sugerimos.
Sempre preocupados em sacar e não em criar riqueza. Aquele "setores altamente lucrativos", faz-me logo pensar no Portugal actual, se ganhas mais de 1800 euros por mês já és rico pela bitola socialista.
Já nem a UE nos consegue salvar deste monstro fiscal.
"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled."Mas, e como isto é profundo:"In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants." Por favor voltar a trás e reler esta última afirmação.
.
"Lovaglia’s Law: The more important the outcome of a decision, the more people will resist using evidence to make it."
"If an organisation is too stable it can ossify, but if it is too unstable it can disintegrate. Successful organisations work between these two conditions or states, in what Stacey called ‘the chaos zone’."
"If the customer doesn't care about the price, then the retailer shouldn't care about the cost,"
“It's not enough that we do our best; sometimes we have to do what's required”.
"Das Leben, das uns gegeben ist, ist uns nicht als etwas Fertiges gegeben, sondern wir müssen es uns gestalten, und zwar jeder sein eigenes."
"Eine Regierung, die nichts wert ist, kostet am meisten."
"Forget trying to persuade them; light their pants on fire."
"O futuro é o que importa. O futuro é a base do significado, é de onde vem o projecto que alguém tem para si próprio"
"The single biggest problem in communication is the illusion that it has taken place."
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent; it is the one that is most adaptable to change.”
"o Marketing só existe a partir do pensamento estratégico, caso contrário "não resulta""
"It is difficult to get a man to understand something, when his salary depends upon his not understanding it"
"Perder diversidade é como arrancar páginas de um livro. Quantas páginas poderemos arrancar até deixar de compreender o enredo?"
The great enemy of the truth is very often not the lie – deliberate, contrived and dishonest – but the myth, persistent, persuasive, and unrealistic. Belief in myths allows the comfort of opinion without the discomfort of thought."
"By strategy, I mean a cohesive response to a challenge. A real strategy is neither a document nor a forecast but rather an overall approach based on a diagnosis of a challenge. The most important element of a strategy is a coherent viewpoint about the forces at work, not a plan."
"Un desastre està punt de succeir a Espanya. El malentès de la gravetat de la crisi costarà car als inversors, ja que tindrà profundes conseqüències per a tot el sistema bancari europeu", afirma.
Entre d'altres coses, Mauldin diu que "els inversors estan fumant crack si creuen que els bancs espanyols són entre els més forts d'Europa, ja que estan amagant les seves pèrdues".
“… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”
"o vencedor da vida, o optimista que vive em incesto com o próprio ego, é o traço mais frágil do líder"
"We shall not grow wiser before we learn that much
that we have done was very foolish."
You may not be able to change the world but can at least get some entertainment & make a living out of the epistemic arrogance of the human race.
"I wanted you to see what real courage is, instead of getting the idea that courage is a man with a gun in his hand. It's when you know you're licked before you begin but you begin anyway and you see it through no matter what. You rarely win, but sometimes you do."
“Trust your guts. But not too much!”
"Customers will try 'low-cost providers,' because the majors have not given them any clear reason not to." "
"Natal é quando as Crianças pedem e os Pais pagam. Défices é quando os Pais pedem e as Crianças pagam."
"A imprevidência dos povos é infinita, a dos governos é legal"
"What a man sees depends both upon what he looks at and also upon what his previous visual-conceptual experience has taught him to see"
“The leaders first task is to be the trumpet that sounds a clear sound”
"lamented the lack of any systematic data on the scale of unfunded IOUs that care-free politicians have handed out like confetti."
"Let them call me rebel and welcome, I feel no concern from it; but I should suffer the misery of devils, were I to make a whore of my soul..."
O problema não é o consumo. O problema é o consumo assente em endividamento."
"There are designations, like "economist", "prostitute", or "consultant" for which additional characterization doesn't add information."
When it becomes more difficult to suffer than change, you will change"
"Hope is not a strategy and a crisis is a terrible thing to waste"
The more you can see of the present, the more you can see of the future"
Yes, You can change the future, but only changing the present"
"Entrepreneurship is 'Having aspirations greater than your resources'"
“The single biggest reason companies fail is they overinvest in what is, as opposed to what might be."
"The first principle is that you must not fool yourself - and you are the easiest person to fool. So you have to be very careful about that"
"A estabilidade é uma ilusão"
"When we create the conditions of possibility, the universe becomes our co-conspirator"
Thinking about doing is not doing. Talking about doing is not doing. Doing is doing."
"'God has created me to do him some definite service. He has committed some work to me which he has not committed to another'.
...
"Each of us has a mission, each of us is called to change the world, to work for a culture of life, a culture forged by love and respect for the dignity of each human person.
"As our Lord tells us in the Gospel we have just heard, our light must shine in the sight of all, so that, seeing our good works, they may give praise to our heavenly Father."
"The future is not there waiting for us. We create it by the power of imagination."
"confusing testosterone with strategy is a bad idea"
"Much consulting involves the application of models to a system, as opposed to getting involved in the system as a positive change agent""
"O Portugal que pára sem orçamento é precisamente aquele que vive dele e que há todo o interesse em parar."
"credibilidade da política financeira e dos seus executores está ao nível da credibilidade de uma barraca das farturas"
"The role of the manager is thought to be reduction of uncertainty rather than the capacity to live creatively in it"
"today an entrepreneur is closer to artists than managers"
"A business without a path to profit isn’t a business, it’s a hobby"
"If no one’s upset by what you’re saying, you’re probably not pushing hard enough. (And you’re probably boring, too.)"
"Storytelling isn’t just how we construct our identities, stories are our identities"
"'He who has a why to live can bear almost any how' "
"They can because they think they can"
"Se há coisa que não suporto é misturar catequese com negócios, é a incapacidade para calçar os sapatos do outro e só pensar na nossa posição de coitadinhos, pobres vítimas indefesas dos maus e que por isso precisamos do Estado todo poderoso para nos proteger e, nem percebem na volta, os juros que o Estado cobra por esse serviço mafioso de protecção que, ainda por cima não resolve nada."
"Empathy is like a universal solvent. Any problem immersed in empathy becomes soluble."
"In victory, do not brag; in defeat, do not weep"
"Value it's a feeling not a calculation"
"An economist is someone who has had a human being described to him, but has never actually seen one."
"Don't finish first--it's not about running a rat race. Start with a better ending in mind."
"If you sit in on a poker game and don’t see a sucker, get up. You’re the sucker.”
"The 'value added' for most any company, tiny or enormous, comes from the Quality of Experience provided."
"Crediting government with the success of entrepreneurs is like crediting the guy who built Bill Gates’ garage with the success of Microsoft."
"I have found that assuming social scientists understand the difference between correlation and causality is not generally a good one."
"Promising never to raise taxes, without reaching a deal on spending, really means a high and rising commitment to future taxes."
"Some things are so foolish that only an intellectual could believe them, for no ordinary man could be such a fool"
"os bancos não financiam a economia, a poupança sim"
"I do not know the key to success, but the key to failure is trying to please everybody"
"Never be afraid to try, remember... Amateurs built the ark. Professionals built the Titanic."
"terms such as 'experiment' and 'observation' cover complex processes containing many strands. 'Facts' come from negotiations between different parties and the final product - the published report - is influenced by physical events, dataprocessors, compromises, exhaustion, lack of money, national pride and so on."
"'science in the making' is 'the consequence of [a] settlement' of 'controversies'."
"If the state wishes to spend more, it can do so only by borrowing your savings or taxing you more. And it's no good thinking someone else will pay, that someone else is you."
"All failures of strategy are rooted in the assumption that outcomes are predictable."
"Doing things like your bigger competitors is how to get killed in the wars out there"
“Uma moeda boa e forte é como a saúde. Só lhe damos verdadeiramente valor quando não a temos.”
"Life’s tough. It’s tougher if you’re stupid"
"O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros"
"Change is a threat when done to me, but an opportunity when done by me."
"As elites foram deixando de falar das exportações à medida que se foi percebendo que o país consegue exportar sem elas"
"Your toughest competition is the little voice inside your head telling you to stop"
"Pain is just weakness leaving your body"
"Built to last" is bad economics. Built to do something great" is the better idea. Think: "Creative destruction."
"the world is an uncertain place no matter how many Greek letter equations you affix to a problem."
"You never change things by fighting existing reality. To change s.th., build a new model making the existing model obsolete"
“No, no, you're not thinking; you're just being logical.”
"Success is not a destination. It's the trail you leave behind you."
"Winners make a habit of manufacturing their own positive expectations in advance of the event."
“You’ve got to start with the customer experience and work back toward the technology – not the other way around”
"Strategy as the "smallest set of - intended or actual - choices and decisions sufficient to guide all other choices and decisions sufficient to guide all other choices and decisions."
"When something is commoditized, an adjacent market becomes valuable"
"nature evolves away from constraints, not toward goals"
"There aren't any textbooks on what to stop doing!"
"With great power comes great irresponsibility "
"Weird things happen when you take price out of the equation for consumers"
"‘It’s so damn complex. If you ever think you have the solution to this, you’re wrong and you’re dangerous.’"
"Saruman believes it is only great power that can hold evil in check, but that is not what I have found. I found it is the small everyday deeds of ordinary folk that keep the darkness at bay. Small acts of kindness and love."
"Increasing stuff that doesn't add value dilutes existing value."
"O federalismo não é a alternativa à troika, é a troika para sempre."
"Never underestimate the difficulty of changing false beliefs by facts"
"Stressors are information"
“If you hear a “prominent” economist using the word ‘equilibrium,’ or ‘normal distribution,’ do not argue with him; just ignore him, or try to put a rat down his shirt.”
"The advantage of experiences over things for most of us is that we can make them seem unique, which = scarce, which = value"
"Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo"
"Without risk, faith is an impossibility."
"Não posso com quem vive a achar que os outros lhe devem sempre alguma coisa."
"In a world of increasing automation, our ability to perform tasks is not nearly as important as our ability to dream. The questions we need to ask are not ones of action, but ones of meaning"
"Me arrancam tudo a força e depois me chamam de contribuinte."
"Letting people vote for expensive programs that “somebody else” will finance is a good recipe for getting people to vote irresponsibly"
"what's fairness gotta do with pricing based in value?"
"The epic battle of our generation is between the status quo of mass and the never-ceasing tide of weird."
“Price is emotional”
"There will always be a reason why you can't pursue it, until competitors create a reason why you must."
"The most important thing to study is opening theory"
"The greater the contrast, the greater the potential"
“Customers don't care about your solution, they care about their problems.”
"Todos querem conhecer a verdade, mas o que desejam é que lhes contem uma mentira em que não sejam protagonistas."
"Execution efficiency strangles innovation in the crib, but not with malice, by default.”
"Our obsession with scalability is getting in the way of unleashing the potential of the 21st century."
"The system is optimized to mitigate risk, not create value"
"Champions are made when no one is looking"
"Don't bargain on value. Half as expensive is often twice as cheap."
"Customers care about outcomes, not effort, technology, or originality."
"
"You don't have to pick between 1) playing the game and 2) not playing the game. You can *change* the game."
""The first principle is that you must not fool yourself and you are the easiest person to fool." "