domingo, abril 29, 2018

Como se compete num mundo de Amazons e Zalandos et al?

A propósito disto e disto.
"As exportações portuguesas estão a crescer, e as da indústria transformadora também, mas as do setor-chave da fileira da moda, como o calçado e o vestuário, estão a cair 1,7% e 2,7%, respetivamente. [Moi ici: Interessante como as más notícias voam muito mais depressa que as boas. O tempo que as boas notícias demoraram a chegar ao mainstream... recordar André Macedo em 2008]
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Mas Fortunato Frederico, o maior industrial de calçado do país, alerta que o setor “precisa de encontrar um novo paradigma” porque o do passado “já não serve”.
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Foi isso que Fortunato Frederico destacou, na presença do primeiro-ministro, quando, na semana passada, inaugurou a sua mais recente aposta: a Overcube, a nova plataforma de vendas online da Kyaia, para as marcas do grupo e não só. Um investimento de um milhão de euros, que permitiu a contratação de 20 quadros “altamente qualificados”, número que deverá ser reforçado até ao final do ano, diz o empresário, com mais oito ou dez pessoas.   “O ano arrancou muito frouxo. Antigamente havia crises conjunturais que conseguíamos identificar, agora sente-se que há uma mudança estrutural, mas não conseguimos apontar-lhe verdadeiramente uma causa. Só sabemos que os negócios não fluem como fluíam. [Moi ici: Excelente descrição dos sintomas que sinto] É uma loja que fecha aqui, outra ali, mas não é, sequer, exclusivo de Portugal”,[Moi ici: A evolução do retalho e a ascensão do online]
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“Desde 2010 que a Foreva deu sempre prejuízo. Se fosse um empresário que não tivesse qualquer outro negócio, já tinha falido”, argumenta. E lembra a mudança de hábitos dos consumidores: “É a tal mudança estrutural, as pessoas valorizam muito mais ir passar férias ou almoçar e jantar fora do que comprar sapatos.
[Moi ici: Recordar, "Even the Chinese are tilting a bit from having to being"]E como toda a gente usa é desportivos, esse é o negócio das marcas internacionais, que os trazem da China.” Solução? “Temos de repensar se vamos procurar novos mercados ou se vamos reforçar as equipas naqueles em que estamos”"(fonte)
Nisto tudo há uma coisa em que fico a pensar:
Perante a erosão do modelo da figura I, estão a querer evoluir para o modelo da figura II. Por causa disso vão gastar um milhão para competir no campeonato das Amazons e Zalandos et al. Aposto que o dinheiro vem de fundos comunitários e, por isso, vai custar menos a gastar. E, por isso, não vão investir em reflectir sobre o desafio que têm em cima da mesa e como podem competir sem ser no mesmo campo das Amazons e Zalandos et al.

Será que gastar 1 milhão é suficiente para fazer o fogo de artifício que deixe o site da Overcube na memória?

Como se compete num mundo de Amazons e Zalandos et al? Criando um mundo alternativo, apostando em Mongo. Em Mongo faz todo o sentido trabalhar um ecossistema, fazer um jogo de longa duração, envolver mais actores.

O que é que o sector tem feito nos últimos anos? Promover a marca Portugal! Como é que isso pode ser usado?

Continua.


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