terça-feira, fevereiro 06, 2024

"tudo se reduz ao salário que se pode auferir"

Recorrentemente encontro este artigo na internet, inicialmente publicado em Junho de 2023:

Artigo que comentei em A evolução da produtividade (parte III).

Perguntem (estou armado em Chief Liz Danvers):
  • Por que é que a indústria do vidro na Marinha Grande está a enfrentar uma escassez de mão de obra?
  • Quais são as condições de trabalho oferecidas pela indústria do vidro na Marinha Grande?
  • Como é que a indústria do vidro na Marinha Grande se compara com outras indústrias em termos de atractividade para os trabalhadores portugueses (locais)?
  • Como é que essa situação se compara com tendências de emprego similares em outras regiões de Portugal?
  • Será que os portugueses são preguiçosos?
  • Será que os portugueses acham que trabalhar na indústria do vidro é atentatório da sua honra e bom nome?
BTW, e no resto da Europa como é? Qual a evolução da produção de vidro fabricado à mão (vidro artesanal)? Em países como a França ou a Alemanha a produção tradicional de vidro artesanal envolve profissionais que trabalham em vidrarias ou estúdios de pequena ou média dimensão.

Qual será o preço médio das peças de vidro fabricadas manualmente na Marinha Grande? Até que ponto esse preço liberta margem para pagar salários interessantes?

Confesso a minha parcialidade nestas coisas: tudo se reduz ao salário que se pode auferir. O "salário mínimo" para um português-tipo poder viver uma vida de acordo com os seus padrões pessoais cresceu muito mais, e mais depressa, do que a capacidade das indústrias tradicionais subirem preços ou aumentarem a produtividade para continuarem atractivas. Os trabalhadores mais velhos ou porque estão "instalados", ou porque são medrosos, continuam a valorizar os seus custos afundados e a permanecer agarrados a empresas que estão condenadas a empobrecê-los, porque também elas estão condenadas a empobrecer. O salário vem do preço a que os clientes estão dispostos a pagar. Os novos não estão dispostos a seguir a mesma via, são livres.

Não matem empresas, mas deixem-nas morrer!

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