domingo, novembro 29, 2009

Empresas e crianças: experimentar para inovar

Esta semana apreciei, numa fábrica com 70/80 trabalhadores, aquele esforço de inovação que nunca vai aparecer nas estatísticas governamentais (BTW, sempre lideradas pelos bancos... que interessante), e ainda há quem rejeite candidaturas de empresas de calçado a apoios à inovação com o argumento de que não há inovação no calçado (textual).
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Nessa empresa, surpreendo duas pessoas ainda numa fase artesanal, com máquinas quase ao nível dos nossos electrodomésticos caseiros, a fazer experiências, a testar diferentes parâmetros, a apreciar os resultados... ainda receei apanhar uma gripe por os ajudar a meter peças entrando dentro de uma estufa a 30ºC quando cá fora já a temperatura devia andar pelos 8/9 ºC. As pessoas e as empresas com futuro experimentam, são como as crianças, ...
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"To use a metaphor, one could say that a successful organization is like a child. A child, like a turbulence-exposed company, is exposed to a constant flow of novelties that create uncertainty in the brain. The grand challenge for children is to make sense of everything they experience. To do so, they have to ask, think, create and test hypotheses. ‘Why?’ is the child’s golden question.
But theoretical experimentation is not enough for a child to understand the world fully. Children have to experience the realities in a more concrete sense too. ‘Does mum really mean no, when she says no? I’ve got to try!’ ‘What is this stuff – what does it taste like?’ ‘What happens if we mix these things together?’ In learning, children have to question the ‘laws’ and to find out things for themselves in order to really own the world. And the same is true for a successful company that not only wants to be a leader in the old regime, but that also wants to be around when the new regime breaks through.
Finally, a successful company also has the qualities of a good parent: (Moi ici: o papel da estratégia... por alguma razão o primeiro princípio de Deming era/é "Constância de propósito". Não serás uma barata tonta! Não agirás como um carrinho de choque!) the mother or father who provides a robust framework to rely on, guides the kids through role-modelling, and supports and even directs questions, questioning and experimentation."
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Trecho retirado de "Scenario Planning - The link between future and strategy" de Mats Lindgren e Hans Bandhold.

Espanha, Espanha, Espanha (parte III)

"Economist tries realism as Zapatero refuses to cure Spanish economy"
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Preocupante a abordagem comum... e recordar a nossa ligação umbilical, o peso na balança comercial, e a dimensão espanhola... o dominó, o canário espanhol.

Espanha, Espanha, Espanha (continuação da saga)

Setembro de 2007, estação de caminho de ferro de Vila Franca de Xira, compro o Diário Económico.
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Apanho o suburbano para a Azambuja e sentado leio uma frase que me surpreendeu de tal maneira que nunca mais a esqueci e que "imortalizei" num marcador que infelizmente muito tenho de usar "desde que ouvi o ministro pinho dizer que a crise financeira não afectará a economia...,"
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Por que recordo isto?
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Por causa de mais uma falha do Grande Geometra "Emirados Árabes Unidos foram grande aposta do ministro Manuel Pinho"
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O ministro que queria que Portugal exportasse carne de vaca para a Índia!!!

sábado, novembro 28, 2009

Escolhas e consequências: Private Label?

Ainda esta semana mantive uma interessante conversa com alguém ligado ao sector do calçado acerca da decisão sobre o que produzir, onde competir.
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Ainda na quinta-feira, no meio de uma auditoria da qualidade, apesar do objectivo estar focado na conformidade, tropeço na mesma questão: satisfazer 10 encomendas de 200 euros cada ou 1 encomenda de 14 000 euros?
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Para quem continua a trabalhar para o Private Label e tem vontade, e sente capacidade para ir mais além e fazer coisas diferentes; e está disposto a investir para ter resultados daqui a 5 anos... talvez faça sentido ler este artigo "What the iPod tells us about Britain's economic future" e ver bem para onde vai o dinheiro.
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"although in trade statistics the Chinese export value for a unit of a 30GB video model in 2006 was about $150 (in other words for every iPod sold $150 went onto the Chinese exports ledger) Chinese producers really only “earned” around $4. China, you see, is really just the place where most of the other components that go inside the iPod are shipped and assembled. The remaining cash instead went to the US, Japan and a host of other countries (among which the UK is one) who made the parts that go inside. In other words, where the product is not necessarily where gets the lion’s share of the profits."
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Para quem está satisfeito com o servir o Private Label apenas... OK é uma decisão honesta e defensável.
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Mas lembrem-se de Sartre e Kierkegaard, depois assumam as consequências da decisão sem choradinhos.
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E lembrem-se o Private Label também pode ser interessante se, em vez de vender minutos se vender algum tipo de expertease.

E eu sou o Tarzan

A propósito de gente básica e ignorante, como referimos ontem, António Barreto no i põe as coisas em pratos limpos, com números:
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"importamos 4/5 do que comemos. Hoje, no produto nacional, 3% ou 4% são agricultura e alimentação, 20% ou 25% são indústria. Ou seja, produtos novos, feitos em Portugal, são 30%, menos de um terço. Que vamos exportar daqui a dez anos? E daqui a 20? Serviços? Quais? Financeiros, bancários, serviços de informações, serviços de quê? Estamos a quilómetros e quilómetros de distância da capacidade de exportação de serviços da Espanha, de Inglaterra, da França, dos Estados Unidos... Novas coisas, novas indústrias, novos projectos, novos planos, novas ideias, fizemos muito pouco. "
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Pois... Portugal não é um país de serviços... e eu sou o Tarzan
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Avilez Figueiredo no mesmo i volta à carga:
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"Portugal, como se sabe, tem uma dívida próxima dos 90%. A economia, conhece-se também, vive dos serviços: valem 70% do PIB. Tudo o que produz é, em geral, para consumo interno - de quem vive ou de quem vem de fora. Não há - já se disse - os chamados bens transaccionáveis (esses produtos apetecíveis noutros mercados). A indústria, por isso mesmo, é residual."
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Pois... Portugal não é um país de serviços... e eu sou o Tarzan
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Muitas vezes me interroguei, sem olhar para este número de só 30% do PIB vir da indústria e agricultura, por que é que apesar de exportamos 90% da produção de calçado; 80% da de mobiliário; 70% da de..... termos uma balança comercial tão deficitária. É que por muita boa que seja a nossa indústria ela é pequena para alimentar o nosso ecossistema.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Acetatos BSC e Scorecard Capital Humano (sessões 3 e 4)

Os acetatos podem ser obtidos aqui.

Espanha, Espanha, Espanha

É deprimente ler notícias de Espanha e perceber a embrulhada em que estão metidos ... com um governo que ... sem comentários.
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Este artigo da Bloomberg é de fazer chorar "Bullrings, Theme Park Can’t Stop 20% Spanish Jobless" até apetece perguntar se Zapatero e Bettencourt Resendes não são uma e a mesma pessoa dado o prafrentismos com que abordam as questões económicas. Não selecciono nenhum trecho em particular porque todo o artigo é um must, um hino ao deboche despesista, à orgia de dívida, à loucura irracional de pensar que esta crise era um episódio curto e que dentro em breve tudo voltaria ao normal.
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Outro artigo a reler para ficar aparvallhado com o nível a que a coisa chegou em Espanha é este do The Economist "Unsustainable". A ministra das finanças espanhola também saiu um cromo de caderneta (tipo: bacalhau, cabrito e cobaia do meu tempo de criança):
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"As Elena Salgado, the finance minister, claims, this gives the system a certain flexibility. But it is bad for productivity. Inefficient workers on permanent contracts are protected. There is no incentive to train the young and the temporary."
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Assim, segundo a ministra: A baixa produtividade espanhola deve-se a uma legislação laboral que protege os trabalhadores ineficientes...
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Existem trabalhadores ineficientes que são protegidos pela legislação laboral? Sim existem! Está aí a causa da baixa produtividade espanhola? Não!!!!!!!
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Tal como Vanzeller e Ferraz da Costa, a ministra concentra-se no "como produzir", foca-se nos custos, olha para o denominador da equação da produtividade. Quando, IMHO, o problema está na decisão sobre o que produzir (decisão que não cabe aos trabalhadores), quando a solução está na criação de valor, quando há que olhar para o numerador.
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Gente básica e ignorante

Enquanto os políticos se entretêm a discutir o sexo dos anjos, o segredo de justiça, a gripe A, o aquecimento global, a catequese jacobina, o bug do ano 2000, a gente não entra em batalhas de retórica e oratória em que o objectivo não é chegar a uma conclusão mas ocupar tempo de antena.
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Faz-me lembrar as empresas em que na reunião mensal para análise do desempenho e tomada de decisões, há sempre uns directores de departamento que não estão na reunião para resolver um problema, ou melhorar uma situação, estão lá só para tentar iludir o escrutínio naqueles 15 minutos onde têm de justificar o desempenho, e quando saem da ribalta sentem um alívio... todas as vezes que oiço os debates quinzenais na Assembleia da República recordo esta cena.
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Por vezes, os políticos baixam a guarda e falam de coisas onde a retórica e a oratória (o que é a guerra da designação do orçamento agora revisto?) não os podem salvar, e aí munidos de factos percebemos como esta gente é básica e ignorante.
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No Jornal de Negócios "José Sócrates: "Estou preocupado com subida do euro face ao dólar""
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Onde se pode ler esta pérola:
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"“Nós não somos um país de serviços”, sublinhou o primeiro-ministro português à Bloomberg. “Estamos a ter um bom desempenho no sector industrial e queremos competir nesse campo em todas as áreas e exportar com valor acrescentado, ou seja, com produtos de qualidade nos mercados mais sofisticados”, acrescentou."
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Há dias ouvi na SIC Medina Carreira, o homem dos números, dizer que a contribuição da agricultura e indústria para o PIB rondava os 28%... pois, não somos um país de serviços.
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Ah! Mas isso não é argumento, você sabe o Medina Carreira... o tipo não regula bem.
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E o INE regula bem?
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"Na estrutura empresarial predomina a área dos serviços, quer se tenha em consideração o número de empresas, o número de pessoas ao serviço ou o volume de negócios. Segundo dados referentes a 2005, 78,0% das empresas pertenciam a este sector, representando 61,9% do número de pessoas ao serviço e 62,7% do volume de negócios."

Surreal

A revista Harvard Business Review deste mês é dedicada ao homem que mudou a minha vida, Peter Drucker.
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Várias páginas da revista incluem reflexões sobre um título comum "What I Learned From Peter Drucker". Peter Paschek no artigo "The Responsibility of Management Consultants" escreve:
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"... many business leaders... Their predominant concern remains maximizing short-term shareholder value - a narrow focus that Drucker decried.... Management consultants - being "central to the development of the teory, the discipline, and the profession of management" - as a whole are no better. They focus almost entirely on the economic side of management. All too often cost-cutting and layoffs are their prescriptions."
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O texto é muito bom e tenho de voltar a ele brevemente, para reflectir sobre mais sumo que encontrei. No entanto, fico por aqui, por agora, acho que este trecho é bom para enquadrar o sentimento que me percorreu quando li este artigo no semanário Vida Económica "Barcelos cria pólo industrial na Roménia para deslocalizar o sector têxtil"
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O texto é um hino ao curto-prazismo... só espero que não estejam a ser apoiados por fundos públicos portugueses.
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Só sabem competir no preço e acreditam que podem fazer a diferença na Roménia... Uauuu tanta ingenuidade... tanta que se calhar têm mesmo apoio de fundos públicos portugueses.
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Aconselho a ler o livro How we Compete de Suzanne Berger, já existe uma versão portuguesa. A leitura pode ter duas funções: perceber como é possível ter empresas têxteis rentáveis em LA ou Nova Iorque; e perceber o encravanço em que se meteram empresas italianas que se deslocalizaram para a Roménia e logo a seguir recuaram.
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Se ainda não levantaram os olhos do chão e só conseguem ver o denominador da equação da produtividade... talvez não percebam o que aconteceu ao exemplo da têxtil americana que se deslocalizou para a Mongólia... para depois perceber que o seu problema não era custos, era ter um produto envelhecido.

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«temos de assumir que um país como o nosso já está encostado a uma certa fasquia nos custos de produção que faz com que certos produtos já não possam ser feitos cá». E, nesta lógica, «quanto mais condições dermos a um empresário para que se deslocalize, mais lhe estamos a dar competências para se manter no mercado, fazendo com que o benefício obtido lá fora se reverta em melhores empresas cá dentro». Ou seja, há qualquer coisa de surreal nisto... quanto é que ganha a ACIB com isto... são eles que estão a promover a deslocalização.

As famosas...

As famosas opções de futuro!!!
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Produzir bens transaccionáveis!!!
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Qual a percentagem da mão de obra activa que trabalhava na agricultura quando Portugal aderiu à CEE? O que a diferenciava da média europeia?
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Qual a percentagem da mão de obra activa que trabalha na construção civil em Portugal? O que a diferencia da média europeia?

quinta-feira, novembro 26, 2009

O deboche despesista (parte II)

Talvez estas vozes e o destino dos grandes dominós grego e espanhol venham impor o fim do deboche despesista em que os governos se têm envolvido.
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Talvez o Dubai também ajude à festa.
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A espiral despesista e irracional em que se envolveram os governos talvez desemboque na necessidade de uma guerra para desviar as atenções... este postal dá muito que pensar "Marc Faber Sees War Against an Invented Enemy and a Big Financial Bust":
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""I think eventually there will be a big bust and then the whole credit expansion will come to an end," Faber added.
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"Before that happens, governments will continue printing money which in time will lead to a very high inflation rate, and the economy will not respond to stimulus".
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In one of his Gloomiest predictions, Faber, referred to as Dr Doom, said "the average family will be hurt by that, and then in order to distract the attention of the people, the governments will go to war".
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"People ask me against whom? Well, they will invent an enemy," Faber said."
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"Faber: The years 2006 and 2007 were "the peak of prosperity" and the world economy is not likely to return soon to that level.
Mish: Agreed. I had quite some time ago proposed Peak Credit and her twin sister Peak Earnings have arrived. Here is a snip from the former. ... That final wave of consumer recklessness created the exact conditions required for its own destruction. The housing bubble orgy was the last hurrah. It is not coming back and there will be no bigger bubble to replace it. Consumers and banks have both been burnt, and attitudes have changed."
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BTW, aquelas palavras da Moody's: "A agência destaca que a situação orçamental portuguesa "estava já a deteriorar-se há algum tempo, ainda antes de a crise financeira começar". Além disso, a economia portuguesa "está presa numa dinâmica de baixo crescimento devido à fraca competitividade", o que faz com o Governo tenha de "tomar decisões difíceis se quiser reduzir a dívida""

Para reflexão

"So, people and some central banks are seeking refuge in a stable currency that is beyond the control of the financial engineers.

"With the exception only of the period of the gold standard, practically all governments of history have used their exclusive power to issue money to defraud and plunder the people." Fredrich August von Hayek
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"The gold standard has one tremendous virtue: the quantity of the money supply, under the gold standard, is independent of the policies of governments and political parties. This is its advantage. It is a form of protection against spendthrift governments." Ludwig von Mises
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Alan Greenspan himself states the case most eloquently in his famous essay from 1966 Gold and Economic Freedom.
"This is the shabby secret of the welfare statists' tirades against gold. Deficit spending is simply a scheme for the confiscation of wealth. Gold stands in the way of this insidious process. It stands as a protector of property rights. If one grasps this, one has no difficulty in understanding the statists' antagonism toward the gold standard.""
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Por que sobe a cotação do ouro...
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E ainda:
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Folhas na corrente (parte VII)

Quando frequentava a faculdade aproveitava todo o tempo de férias para, de mochila às costas, peregrinar por Trás-os-montes e Alto Douro e Beira Alta.
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A primeira vez que percorri a pé a descida de Figueira de Castelo Rodrigo para Barca d'Alva fui surpreendido por um (ou dois?) fóssil industrial. Podia ver-se junto a um ribeiro, que certamente no Inverno proporcionaria a energia, as paredes calcinadas de uma antiga fábrica.
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Foi desse fóssil que me recordei ontem à noite ao ouvir a entrevista ao puppet-master da construtora Mota. Um efeito secundário da construção de auto-estradas foi, é e será o desaparecimento de pequenas indústrias que não se desenvolveram e que tinham como vantagem competitiva a distância, a proximidade.
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Há anos, fiz uns trabalhos para empresas produtoras de materiais para a construção situadas no centro do país. Assim que abriu a A24 abriu-se, naturalmente um novo campo de combate, um novo mercado... Vila real e Chaves. Como os produtos de que estamos a falar eram/são commodities o efeito da escala tornava as pequenas fábricas dessa zona presas fáceis para os predadores habituados a mercados mais competitivos e com uma dimensão várias vezes superior.
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Portanto, os autarcas que se regozijam com a abertura de auto-estradas em Trás-os-montes e Alto Douro são como os jogadores de bilhar amador, só vêem a próxima jogada, não vêem as consequências das jogadas seguintes... mais desemprego na indústria local e mais desertificação...
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Ao ouvir Jorge Pelicano numa entrevista recente na TSF não pude deixar de recordar... em Agosto de 1988 fiz a viagem Porto-Bragança de comboio. Primeiro a linha do Douro até ao Pocinho (não quero estar a mentir mas julgo que na altura a linha era internacional) e depois, a linha do Sabor até Bragança. No meu livro de apontamentos dessa viagem registei cenas que hoje ninguém acredita, devia haver uma festa próximo do Cachão, o comboio estava tão cheio, tão cheio, havia gente vestida a rigor para uma cerimónia, com os meus colegas de viagem até especulámos que, à semelhança da Índia, havia passageiros no tejadilho das carruagens.
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Passaram apenas 20 anos e a desertificação avançou como faca na manteiga numa tarde de Verão.
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Assistimos ao triunfo imparável da mass production que levou na enxurrada quem não resistiu à competição pelo preço. Só resistiram as empresas que se conseguiram defender com o efeito da proximidade.
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Portanto, convém preparar mais alguns funerais ... essas indústrias serão substituídas por "indústrias culturais", por centros de terceira idade e...

Benchmarking (parte II)

Ontem, numa pesquisa no PC encontrei estes esquemas feitos em 2003 sobre a arquitectura de um sistema de gestão dedicado a obter resultados em sintonia com uma estratégia.
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Prioridades estratégicas traduzidas num mapa da estratégia, num conjunto de indicadores e em iniciativas estratégicas:Prioridades estratégicas incluídas num manual do sistema:
Sistema modelado num conjunto de processos com cada processo descrito em fichas de processo:
Juntando tudo:
Medir e monitorizar os indicadores estratégicos e os indicadores processuais:


Folhas na corrente (parte VI)

Os PIN's, as Qimonda's, as Rhode's, as multinacionais, pertencem a um mundo que foi estilhaçado:
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"The proliferation of successful small companies dramatizes how the security of majority market share - seized by a large corporation and held unchallenged for decades - is now a dangerous anachronism."
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"Most large markets evolve from niche markets. That's because niche marketing teaches many important lessons about customers - in particular, to think of customers as individuals and to respond to their special needs. Niche marketing depends on word-of-mouth references and infrastructure development, a broadening of people in related industries whose opinions are crucial to the product's success." (Moi ici: olhar para os clientes-alvo como clientes concretos, olhar na menina-do-olho deles directamente, não como tratá-los como miudagem, ou abstracções estatísticas)
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"Customer focus derived from niche marketing helps companies respond faster to demand changes. That is the meaning of today's most critical requirement - that companies become market driven."
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"Competition from small companies in fractured markets has even produced dramatic changes in how companies define their products. The product is no longer just the thing itself; it includes service..."
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As multinacionais são como os Golias que, perante uma nova realidade exterior, são impotentes para fazer face aos Davids... pequenos, rápidos, flexíveis.
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Al-Qaeda, Hezbolah, Hamas, versus exércitos regulares... exércitos com tácticas escritas em livros e que confiam em... ministros. Ahahah
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Trechos retirados do artigo de Regis McKena "Marketing in an Age of Diversity" publicado na revista Harvard Business Review em Setembro-Outubro de 1988.
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quarta-feira, novembro 25, 2009

Afinal Medina Carreira sempre teve razão

"O tempo esgotou-se"
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Mas é nestes pormenores que se percebe o que é ser funcionário do jornal do Governo:
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"Agora que a pior crise económica global desde 1930 parece estar, finalmente, a ser debelada, é altura de os países pensarem em voltar a crescer acima dos 2,5% ou 3% para começarem a combater o flagelo do desemprego, o que em Portugal, de acordo com as últimas estimativas, não deverá acontecer antes de 2012."
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Que estimativas? De quem? Onde foram publicadas? As previsões da OCDE são negras.
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O próximo combate vai ser trocar Paulo Bento (aka Teixeira dos Santos) e contratar Carlos Carvalhal para nos convencer que sem mudar de paradigma vamos crescer entre 2,5 e 3% nos próximos anos (sem recurso a insuflação governamental, ou seja, construção de pirâmides, expos e estádios de futebol em Faro, Aveiro e Leiria). O que é preciso é confiança e auto-estima.

A velha guerra do "agarrem-me senão eu mato-me"

Uma continuação da série "Agarrem-me senão eu mato-me":
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""Quando compramos produtos da marca do distribuidor, optamos pelos mais básicos. Por exemplo, em vez de comprarmos a massa enriquecida com vitaminas, levamos a massa mais básica. São produtos de menos valor acrescentado e isso afecta as margens", disse ao PÚBLICO."
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Também é verdade, mas é simplista, basta ver o exemplo do arroz e comparar os preços na loja online do Continente:
Qual o arroz mais caro?
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Qual o segundo arroz mais caro?

Dúvida

Nos últimos tempos, volta e meia aparece na rádio um anúncio da Winthrop Genéricos, a marca do grupo Sanofi-Aventis para os genéricos (à semelhança da marca Sandoz para os genéricos da Novartis).
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Esse anúncio contém um texto absurdo, começa por dizer que somos 6 mil milhões de humanos no planeta e que a Winthrop Genéricos quer apresentar soluções customizadas à medida de cada humano para cada humano.
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Genéricos são escala, são mass production, por que é que o anúncio quer associar a marca a mass customization?

Folhas na corrente (parte V)

Regis McKena publicou o artigo "Marketing in an Age of Diversity" na revista Harvard Business Review em Setembro-Outubro de 1988.
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Defendo a tese de que o que aconteceu nessa altura nos EUA é equivalente ao que nos tem acontecido em Portugal na última década.
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Pois bem, McKenna apresenta esta figura:
Entre 1981 e 1987 o número médio de produtos apresentados nas prateleiras dos supermercados americanos subiu 60%.
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"manufacturers are making more and more high-quality products in smaller and smaller batches; today 75% of all machined parts are produced in batches of 50 or fewer.
Consumers demand - and get - more variety and options in all kinds of products, from cars to clothes.
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In trying to respond to the new demands of a diverse market, the problem ... is not fundamental change, not a total turnabout in what an entire nation of consumers wants. Rather, it is the fracturing of mass markets. To contend with diversity, managers must drastically alter how they design, manufacture, market, and sell their products."
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"Customization by users as flexible manufacturing makes niche production every bit as economic as mass production.
Changing leverage criteria as economies of scale give way to economies of knowledge - knowledge of the customer's business, of current and likely future technology trends, and of the competitive environment that allows the rapid development of new products and services.
Changing company structure as large corporations continue to downsize to compete with smaller niche players that nibble at their markets.
Smaller wins - fewer chances for gigantic wins in mass markets, but more opportunities for healthy profits in smaller markets."
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As multinacionais que já partiram e a Rhode, estavam concebidas para um paradigma que desapareceu e quanto mais pouparmos ou amortecermos o choque com a realidade... atrasamos a chegada do futuro e desviamos recursos para apoiar o passado... num esforço inglório que não evita o dia do julgamento final.

terça-feira, novembro 24, 2009

A moda das implosões

Esta manhã, no período antes do arranque de uma reunião, alguém contava a ideia de implodir o estado do Beira-Mar em Aveiro para poupar nos custos de manutenção. Foi então que alguém contou uma novidade para mim, parece que uma alma terá proposto na Assembleia Municipal (?) deitar abaixo o novo estádio e construir de raiz um novo, agora como deve ser!!!
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É claro que primeiro nos rimos da parvoíce... mas depois caímos em nós e percebemos que quem paga estas palhaçadas somos nós... pobre saxões.
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Daí que há bocado, com o Jornal de Negócios nas mãos, percebi logo o alcance do título de um artigo de opinião (à Medina Carreira, ou seja suportado em números e não em treta de jurista no Prós e Contras. A oratória e a retórica são capazes de nos fazer jurar que a água do mar é doce) "As contas do TGV: um comboio para implodir?"