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sábado, junho 29, 2019

Novos velhos, uma recordação

Há várias perspectivas pelas quais se pode analisar este artigo "This Founder Almost Shut Down Her Design Business After Year 1. Now It Has 400 Employees and a 9-Figure Revenue". Uma delas permite meter-me com os novos que são velhos e os velhos que são velhos.

Recordo Tão novos e já tão velhos ... (Outubro de 2011) e comparo com estes trechos do artigo:
"My investors didn't initially believe in the crowdsourcing aspect of the business, so I hedged my bets by also selling stationery from a collection of well-known stationery brands. I hired an intern and spent my evenings working on my passion: the crowdsourcing experiment. When we started posting the winners of our first crowdsourced-design challenge, sales started to slowly trickle in. And among the few orders we had, it wasn't the established brands that were selling, but rather the crowdsourced designs.
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It became clear soon that this was a valuable, talented community. I realized that we had tapped into something a lot bigger. They could produce art and design work for many, many industries and businesses.
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I really love the artists and the designers and I really wanted to bring their work to the world. Proving the point of American meritocracy to the establishment was a really interesting hypothesis that I wanted to see play out. Many of these artists and designers are transitioning from other careers like, for example, an Alaskan oil rig worker and a master plumber in New York. I would say probably 20 percent of the designers probably are fully making a living from Minted."
Outra das perspectivas de análise parte deste trecho:
"My investors didn't initially believe in the crowdsourcing aspect of the business, so I hedged my bets by also selling stationery from a collection of well-known stationery brands. I hired an intern and spent my evenings working on my passion: the crowdsourcing experiment. When we started posting the winners of our first crowdsourced-design challenge, sales started to slowly trickle in. And among the few orders we had, it wasn't the established brands that were selling, but rather the crowdsourced designs." 
Por que é que alguém há-de fazer a compra de uma marca conhecida numa loja online desconhecida? No entanto, as probabilidades melhoram quando uma loja desconhecida oferece algo diferente.

terça-feira, janeiro 15, 2019

Outro amador a jogar bilhar

Em Outubro de 2011 escrevi "Tão novos e já tão velhos..." e em Outubro de 2016 escrevi "Voltem a recordar os novos-velhos".

Agora, em Janeiro de 2019, ainda consigo ficar admirado com isto "Miguel Vieira quer cotas para produtos portugueses" [Moi ici: Eu fui ensinado a escrever quota neste contexto].

Esta postura de Miguel Vieira faz-me recordar os totós da APROLEP, os tais de "Karma is a bitch!!! Ou os jogadores de bilhar amador no poder!". Miguel Vieira resolve apelar ao proteccionismo, enquanto apresenta a sua colecção em Milão. Se calhar, como a malta da APROLEP, quer proteccionismo para os portugueses, mas não quer que os outros pratiquem proteccionismo em relação aos portugueses.
"O ‘designer’ Miguel Vieira pede ao Governo e aos industriais têxteis o apoio aos criadores portugueses, cotas “para haver um produto português” e “uma grande campanha para se consumir o que é português”. Miguel Vieira apresentou este domingo a coleção outono-inverno/2020 na semana da moda masculina de Milão (Itália) e, em entrevista à agência Lusa, assume um discurso reivindicativo.
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Segundo aquele criador, os ‘designers’ não estão a ter oportunidade, porque, ao quererem fazer uma peça básica numa fábrica, “essa fábrica diz que têm de se fazer dez mil peças ou três mil peças”, e se os criadores quiserem fazer uma peça só com um detalhe ou com um colarinho ao contrário, então é uma “guerra gigante”. “No fundo, ao fazer os desfiles cá fora somos um bocadinho os que montamos a tenda, fazemos o circo, fazemos tudo, para os industriais depois venderem. E eles é que têm os milhões e os biliões e nós [criadores] estamos constantemente a investir dinheiro” para fazer as coleções. [Moi ici: Que estranho!!! Industriais a ditarem as leis? Se calhar não estão a escolher os industriais adequados. Industriais com milhões?! Definitivamente não estamos no mesmo país. Recordo os números de quem manda no acesso à prateleira. Recordo que os industriais não mandam na prateleira]
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o criador assume que o Governo e os empresários portugueses deveriam apoiar mais os ‘designers’, porque Portugal não é um país com tradição na moda. [Moi ici: Portanto, os designers são tão maus que têm de ser protegidos. Sozinhos, só com o seu trabalho não conseguem seduzir clientes, é preciso obrigar o mercado a comprar. Linda mentalidade...]"
Fez-me lembrar este artigo, "Maria do Carmo luta por manter as cestas de junco de Forjães", a senhora que se queixa e que diz que tem de ser apoiada:
"Maria do Carmo lamenta os poucos ou nenhuns apoios dados a esta atividade artesanal que é marcante no concelho e que se não aparecer mais ninguém terá os seus dias contados." 
Depois, olhem bem para a lista de comentários, a quantidade de gente que gostaria de comprar o artigo. Se calhar não é um problema de produto ou produção, mas um problema de mercado, um problema de montras, como a artesã de Bragança.

Se calhar Miguel Vieira devia investir mais nas montras certas e na vertente comercial.



sábado, fevereiro 15, 2014

À atenção dos novos velhos

À atenção dos novos velhos:
"They measured the success of this design-led segment of companies against other companies in the stock market, and found that, indeed, those that put design first had a significant stock market advantage."
Trecho retirado de "Study: Good Design Is Good For Business".
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Conselho: Não se tentem impor através de ordens e legislação, usem o vosso know-how para seduzir os clientes e os clientes dos clientes.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Tão novos e já tão velhos...

Um exemplo de um Portugal que tem de desaparecer… o Portugal que não confia na capacidade de trabalho e vive acomodado à sombra da protecção das Ordens que não acrescentam qualquer valor, infelizmente esta conversa de velhos é alimentada por gente nova.
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Eu, como cliente de serviços de design, não quero ser obrigado a trabalhar com quem me impõem. Será que por estar inscrito numa Ordem um profissional de design ganha todas as virtudes? Até parece que nunca tiveram formação dada por formadores com CAP que são uma nulidade!!!
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Eu, como cliente de serviços de design, peço um portefólio, peço a opinião a anteriores clientes, vejo se cumprem prazos, vejo se são flexíveis e, também vejo o preço. Será que sou atrasado mental? Tenho que ter uns senhores a dizer-me quem é que posso escolher? Hoje, nos tempos da internet, rapidamente sabemos quem faz asneira.
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“Actualmente desempregada, Carolina Martins pensa que o design não é valorizado em Portugal. “Um cliente uma vez disse-me que não percebia porque é que alguns designers recebiam tanto dinheiro e que só não fazia ele estes trabalhos porque não tinha os programas necessários no computador”, conta. Como tal, Carolina considera que não basta regulamentar a profissão e há que distinguir o bom do mau design.”
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Cara Carolina, não percebe que são os designers que têm de melhorar? Não percebe que têm de ser os designers a criar a experiência de que trabalhar com eles é muito mais rico, mais valioso do que o “faça você mesmo” com um programa de computador?
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Como os designers não conseguem mostrar isso, têm de recorrer ao poder de uma Ordem e à força da lei para os proteger? É isso?
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Façam como a MBM mobile, mostrem através do Vosso trabalho que trabalhar com um designer é uma mais valia. Calcem os sapatos do cliente, procurem percebê-los, seduzam-nos!!!
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Já repararam, se não conseguem seduzir os Vossos clientes, como querem que eles acreditem que o Vosso trabalho vai seduzir os clientes deles?
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“Rodrigo Feijão, estudante de Design de Comunicação no Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), Coimbra, admite ao i que já sabe que não terá “um futuro risonho” na área. Para o estudante de 23 anos, a competição no mundo do design é exigente, mas diz-se surpreendido com os desequilíbrios na qualidade: “Há muitas empresas criadas no mundo do design por pessoas que apenas têm o 12.o ano, mas isto só acontece por o nosso mercado não pedir qualidade e apenas trabalho feito.” E exemplifica: “Se tiver uma gráfica, ou um gabinete de design, e cobrar metade do preço de um designer licenciado, vou vender dez vezes mais, pelo simples facto de o mercado em Portugal não se interessar pelo conteúdo mas sim pelos preços.” Rodrigo Feijão resume a situação do mercado de uma forma simples: “Basta ter um computador, arranjar software, ler uns artigos na internet, e pronto, sou designer”, conclui.”
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Que conversa é esta? Aos 23 anos já está derrotado? Tudo indica que o Instituto Miguel Torga falha rotundamente na formação sobre o que é valor, como criar valor, como fugir ao negócio do preço.
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Posso inverter o raciocínio e lançar a responsabilidade sobre os profissionais de design que são incapazes de criar valor e competem pelo preço. É a “race to the bottom”.
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Sintomático:
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"Nuno Sá Leal diz que já no fim de Novembro vai entregar na Assembleia da República o processo completo, apoiado por todos os partidos políticos, a fim de avançar para a criação da ordem: “Seremos o primeiro país na Europa com uma regulamentação completa e espero que o primeiro a ter uma associação profissional designada pelo governo.”
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Trechos retirados do jornal i "Designers. Profissão sem controlo pode ganhar uma Ordem em 2012"