sábado, junho 03, 2017

Curiosidade do dia

"A vida na sociedade contemporânea é difícil, exigente, perigosa. Por isso, o Estado faz leis para facilitar a vida aos cidadãos. Leis, decretos-leis, decretos simples, portarias, despachos, resoluções, pareceres, deliberações, regulamentos e muitos outros diplomas. Por causa de todas essas regras que o Estado produz para nos facilitar a vida, a vida contemporânea ficou mais difícil, levando o Estado a criar mais diplomas e a organizar códigos, diários legislativos e comentários para os entender. Até que tudo se transformou numa enorme torrente de textos, contínua e imparável, que pretende regular, cada vez mais e melhor, a vida que, na realidade, continua igual ao que sempre foi."
Trecho retirado de "A selva legislativa"

Cuidado com as médias

A propósito deste título "“Na Europa, cada mil milhões de euros de exportações apoiam 14 mil empregos”"

Este é o pensamento que critiquei no Senhor dos Perdões, ver a economia como um monólito, como uma realidade homogénea.

Como é que é possível lançar um número como este e esperar que tenha algum significado?

O perfil de exportações português é diferente do alemão e diferente do romeno, por exemplo. Por exemplo, em 2016 a rubrica "Viagens e turismo" representou mais de mil milhões de crescimento das exportações. Quantos empregos foram criados? Muito mais do que 14 mil.

Recordar esta lição.

Surpresas

Ontem de manhã, antes de uma reunião de trabalho numa empresa, folheei o último Boletim Económico (maio de 2017) do Banco de Portugal e foi um festival de surpresas.

Tendo em conta o que os media relatam acerca da economia portuguesa nestes tempos e o que relatavam quando a actual situação era oposição esperava diferenças abissais. No entanto:
"De acordo com o Inquérito ao Emprego do INE, em 2016 o número total de desempregados diminuiu 11,4 por cento em termos homólogos, após a queda de 11,0 por cento registada em 2015
...
Neste âmbito, o número de indivíduos desempregados à procura de emprego há 12 ou mais meses registou em 2016 uma queda de 13,4 por cento (após menos 13,7 por cento em 2015).
...
De acordo com o Inquérito ao Emprego, o emprego total aumentou 1,2 por cento em 2016, após um aumento de 1,1 por cento em 2015. Esta evolução reflete o crescimento do emprego por conta de outrem (2,1 por cento) dado que o emprego por conta própria registou uma queda pronunciada (3,2 por cento). Em termos setoriais, o principal contributo para a taxa de variação homóloga do emprego por conta de outrem registou-se nos serviços transacionáveis, que incluem as atividades ligadas ao turismo.
...
Em 2016, o consumo privado apresentou um crescimento de 2,3 por cento, ou seja, um valor inferior em 0,3 p.p. ao registado em 2015."[Moi ici: Esta última nunca passaria pela cabeça de ninguém]

Acerca da evolução das importações

"O ‘think tank’ Bruegel analisa a evolução do saldo comercial das economias da periferia da Europa e conclui que, tirando a Grécia, o ajustamento veio do aumento das vendas ao exterior e não da quebra das importações.
...
Quase uma década mais tarde, os autores propõe-se desconstruir esse mito, concluindo que na maioria dos países as importações aumentaram pouco e foram as exportações que ajudaram a equilibrar a frente externa. Em Portugal, entre 2008 e 2016, o saldo da balança corrente melhorou cerca de 8,5 pontos percentuais do PIB, que resultam de mais 11 pontos das exportações, sendo penalizado por 2,5 pontos nas importações (que aumentaram). Desde 2013 que o país tem um excedente."
De um lado temos os sofistas sempre dispostos a argumentar qualquer coisa em prol do seu clube:


Do outro, anónimos como eu que fazem contas e procuram ancorar o pensamento em factos:
"Os resultados são interessantes e fogem do que estava à espera.
...
Primeira surpresa: as importações de bens em 2012 superaram as de 2010 (no referido período)"
Trechos iniciais retirados de "Bruegel: o mérito do ajustamento externo é das exportações

Fruta e o século XXI

Este é o blogue que promove a concorrência imperfeita e os monopólios informais. Agora reparem neste relato que contraria a narrativa da economia do século XX:
"For years, economists have believed that competition tends to equalize profits across firms, as inefficient firms either learn from better ones or go out of business, and as new firms enter markets and so compete away high profits. Several things, however, suggest that we need to change our mental model, because this basic common sense intuition might be wrong.
...
An upper tail of companies and countries has maintained high and rising levels of productivity. These productivity leaders are pulling ever-further away from the lower tail. Or, put differently, rates of technological diffusion from leaders to laggards have slowed, and perhaps even stalled, recently.
...
All this is the exact opposite of what we’d expect to see if competition equalized profits."
Agora imaginem uma narrativa baseada na concorrência imperfeita e nos monopólios informais. Nesse modelo o preço não é a base da vantagem competitiva. Um cliente não compra porque o preço é o mais baixo.

Agora que vim morar para Vila Nova de Gaia surpreendo-me com a quantidade de lojas de fruta que encontro e que existem há anos e anos apesar da distribuição grande toda que existe num raio de mil metros. Será que a fruta nestas lojinhas é mais barata que no Continente? Nope!

Será que a produtividade é mais alta nestes lojinhas? Nope!

A vantagem competitiva destas lojinhas não é o preço... é o sabor!!!

Quando se constrói uma marca forte e uma proposta de valor que não assenta no preço... a narrativa do século XX cai por terra, é preciso outra lógica económica para explicar o século XXI.

Trechos retirados de "The end of competition?"

sexta-feira, junho 02, 2017

Curiosidade do dia

Exemplo típico de jogador de bilhar amador:
"o mesmo agente político que diz que é preciso anular o risco, reforçando até a legislação sobre isso, é o mesmo que "diz que não se percebe porque não se financia a economia". Contudo, essas "são duas promessas completamente insustentáveis".
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É que se o agente político não quer que bancos corram riscos, isso vai ter impacto no financiamento da economia, em menor concessão de crédito a empresas e famílias.
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Já se o agente político quer que conceda financiamento sem olhar ao risco, no final alguém terá de pagar por decisões mal tomadas."
Já muitas vezes dei comigo a pensar nisto. Jerónimo & Martins aparecem às segundas, terças e quartas a defender mãos largas para os empréstimos. Depois, às quintas, sextas e sábados protestam por causa das impedirdes dos bancos. Go figure.

Trecho retirado de "Carlos Costa diz que políticos pedem medidas contraditórias aos bancos"

Adeus Okun (parte IV)

A empresa mandou-me os dados por linha de fabrico.

Usei umas cartas de controlo estatístico para avaliar o desempenho de cada linha. Uma das linhas tinha um comportamento estranho: a produção diária da primeira metade do ano (YTD) estava sistematicamente abaixo da média anual e, a produção diária da segunda metade do ano estava sistematicamente cima da média anual. Começámos logo a levantar teorias, algumas rebuscadas, que pudessem explicar este comportamento anormal.

Quando chegámos à empresa pedi para visitar a linha de fabrico e perguntei ao encarregado do turno como é que ele explicava a evolução. A resposta foi:
- Começámos a fazer mais uma hora extra por turno desde ...

Porque recordo este episódio desta semana?

Tenho escrito a série "Adeus Okun" onde, tal como o encarregado da referida linha de fabrico, usando a minha experiência de contacto com a realidade, explico de forma comezinha como pode o emprego crescer mais do que a Lei de Okun prevê dado o crescimento do PIB.

Hoje, em "Produtividade piora apesar da forte retoma do investimento" sinto que alguém escreve sobre dados que recolheu e se esqueceu, ou não tem possibilidade de descer da torre de marfim até à realidade em busca de explicações. Leio:
"Banco de Portugal diz que paragem no investimento dos últimos anos prejudica a produtividade atual.[MOi ici: Afirmação com que não concordo logo à partida]
...
A produtividade aparente do trabalho piorou no primeiro trimestre deste ano, apesar da forte retoma do investimento e da reposição dos níveis salariais
...
O Banco de Portugal suspeita que o problema não esteja tanto nos salários, mas mais na falta de investimento (capital).
...
O indicador de produtividade média aparente laboral, que no fundo pode ser o produto interno bruto (PIB) gerado por cada trabalhador num terminado período (a preços correntes ou constantes) ou o valor acrescentado bruto da economia ou de um setor de atividade dividido pelo número de empregados (como faz o Banco de Portugal), está estagnado (calculado a preços correntes, com inflação) ou a cair, se calculado a preços constantes, tirando a inflação.
...
"Os reduzidos níveis de capital concorrem para o fraco desempenho da produtividade do trabalho na economia portuguesa", concluem os economistas do BdP, num estudo divulgado em maio. E dizem mais: "As explicações são complexas, podendo relacionar-se com as alterações da estrutura produtiva, num contexto em que os níveis de capital por trabalhador permanecem reduzidos, após vários anos com baixos níveis de investimento.""
O meu contacto diário com a realidade das PME dá-me duas pistas:

  • crescimento baseado em actividades não ou dificilmente escaláveis, tema que a série de "Adeus Okun" desenvolve. Por exemplo, a renovação habitacional é mais uma actividade pouco escalável, pequenas empresas a trabalhar para proprietários com um imóvel;
  • ao contrário do que dizem os keynesianos as PME estabelecidas que conheço não contratam hoje porque esperam vir a ter mais trabalho no futuro. Esticam os recursos, preferem colocar toda a organização em stress para servir a crescente procura e só quando ganham confiança no futuro é que voltam a contratar, para distender a organização e reduzir o stress (nesta fase o emprego cresce mais do que a facturação porque se está a compensar o que já se devia ter compensado no passado)


Cuidado com o Big Data

Mongo é o mundo da ARTE, o mundo da criatividade.

Mongo é o mundo da proximidade, do interacção, da co-criação.

Sou um apóstolo de Mongo e tenho receio da crença inabalável no Big Data.

Por isso: "If You Want to Be Creative, Don’t Be Data Driven".

Como não relacionar com:

E já agora, relacionar com "There is no right answer"

I rest my case: competitividade e CUT (parte VI)

Parte Iparte IIparte IIIparte IV e parte V.

"How to reconcile good export performances with rising relative unit labour costs in the periphery of the euro area?
...
differences in cost competitiveness however do not systematically translate into differences in price competitiveness.
...
Unit labour costs were also de-correlated from export growth: the bulk of their appreciation comes from price developments in the non-tradable sector, with the effect being largest in the crisis-countries.
...
Exports were largely unaffected by the shock in domestic demand probably because they respond primarily to foreign demand and exogenous international prices. Rising unit labour costs were not the source of the demand shock but a symptom and they were not necessarily associated with losses in export competitiveness."

Trechos retirados de "The Signatures of Euro-Area Imbalances: Export Performance and the Composition of ULC Growth" de Guillaume Gaulier e Vincent Vicard.

"Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal" (parte II)

Como é que terminei a parte I?
"O efeito do fim da China como fábrica do mundo."
Entretanto, ontem descobri este texto "O aprovisionamento de proximidade". Recomendo a sua leitura para ter uma percepção da revolução em curso na Europa de Leste à custa do fim da China como fábrica do mundo. Portugal também está a aproveitar esta maré.

Segundo o ministro da Economia há uma aceleração do crescimento do PIB em Portugal (só em Portugal) mas ao ler este texto é impossível não imaginar a revolução em curso no outro extremo geográfico da Europa.

Basta recordar o efeito do banhista gordo. A China tem mais de mil milhões de habitantes. A Europa em 2010, segundo a ONU, tinha 740 milhões de habitantes.

Há anos que relacionamos reshoring, nearshoring e o fim da China como fábrica do mundo.

quinta-feira, junho 01, 2017

Curiosidade do dia

Apanha-se mais rapidamente um coiso que um coxo.

Ainda esta manhã li, com espanto, "Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal".

A ilusão em que esta gente quer mergulhar o país com a ajuda da imprensa amestrada.

Entretanto, durante a tarde, enquanto escrevia um relatório, fui duas ou três vezes ao Twitter e, sem procurar, encontrei estes dois textos:

  • "Finland no longer ‘sick man of Europe’ as economy grows" onde se pode ler "Economic growth in the first quarter was 1.2 per cent over the previous three months — the highest rate since the end of 2010 — and expanded 2.7 per cent year on year, faster than economies such as Germany and Sweden."

Se calhar, se procurar descubro que a aceleração é geral...

"by removing parts, via negativa"

Esta manhã a caminho do escritório li mais umas páginas do futuro novo livro de Nassim Taleb.

Ao ler:
"SYSTEMS LEARN BY REMOVING.
Now, if you are going to highlight a single section from this book, here is the one. The interventionista case is central to our story because it shows how absence of skin in the game has both ethical and epistemological effects (i.e., related to knowledge).
...
Returning to our interventionistas, we saw that people don’t learn so much from their –and other people’s –mistakes; rather it is the system that learns by selecting those less prone to a certain type of mistakes and eliminating others.
.
Systems learn by removing parts, via negativa.
Many bad pilots, as we mentioned, are currently in the bottom of the Atlantic, many dangerous bad drivers in the local quiet cemetery thanks to skin in the game – so transportation didn’t get safer just because people learn from errors, but because the system does. The experience of the system is different from that of an individual and requires such a filtering. This remains the central point about disincentives that has been missed so far."
Ao mesmo tempo que lia estas linhas imediatamente recordei e fiz a ponte para este postal, ""Nations do not trade; it is firms that trade"", de Novembro de 2007 e estas frases:
"It is widely believed that restructuring has boosted productivity by displacing low-skilled workers and creating jobs for the high skilled.
...
In essence, creative destruction means that low productivity plants are displaced by high productivity plants.[Moi ici: A produtividade aumenta by removing parts, via negativa]
...
As creative destruction is shown to be an important element of economic growth, there is definitely a case for public policy to support this process, or at least avoid disturbing it without good reason.
.
Competition in product markets is important. Subsidies, on the other hand, may insulate low productivity plants and firms from healthy market selection, and curb incentives for improving their productivity performance. Business failures, plant shutdowns and layoffs are the unavoidable byproducts of economic development."

Imaginem o impacte do que reduz a concorrência ou protege os que os clientes não privilegiam...

I rest my case: competitividade e CUT (parte V)

Parte Iparte IIparte III e parte IV.

Mais um sintoma de que aquilo que ditava a maior ou menor competitividade no século XX não é tão relevante no século XXI: "Portugal mantém 39.º lugar no ranking da competitividade mundial"

No entanto, desde o aparecimento do euro, as exportações portuguesas cresceram o mesmo, um bocadinho mais, que as alemãs (Alemanha ocupa o 13º lugar neste ranking).

No século XXI onde reina a diversidade de Mongo estes rankings são treta.

Uma década à frente da tríade*

Há quantos anos escrevemos e defendemos isto aqui no blogue?
"A verdade é que cada vez mais fazemos menos quantidade e mais variedade. E isso é urn estímulo para quem gosta de criar.
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Mas deixar de fazer apenas duas colecções por ano, ou sapatos de verão e de inverno, não é urn problema? [Moi ici: Que formação têm estes colocadores de perguntas? Não percebem o que está a acontecer desde 2006? Não se auto-interrogam? Não procuram respostas por eles próprios? Hello! Estamos em Mongo e a fugir de Magnitograd o mais rápido possível!]
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É uma adaptação a que o nosso sector está a responder habilmente. Nesse aspecto não temos medo. Até é bom que o mercado siga essa linha, porque somos ágeis e flexíveis. Somos desenrascados, temos capacidade de resposta. E tudo isto pesa tambem numa conjuntura ern que o segmento das vendas online esta em rápido crescimento."

Acerca da inflação de épocas anuais:


Acerca da flexibilidade e rapidez:


Trecho retirado de "Este é um bom momento para investirmos em marcas" (revista Exame deste mês de Maio)


* Julgo que foi neste postal, "Uma das minhas inspirações iniciais" de Outubro de 2011 que usei o termo tríade pela primeira vez.

"Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal"

Já sabem que não tenho em grande conta a honestidade intelectual do ministro da Economia Caldeira Cabral.

Recordar:

Em "Caldeira Cabral diz que crescimento da economia portuguesa "não vem de trás"" oiço que o crescimento não vem de trás e leio:
"Segundo o governante, a conjuntura afecta todos os países e o que se passa é que Portugal cresceu 2,8% entre Janeiro e Março, quando no primeiro trimestre de 2016 foi de 0,9%, e na zona euro o crescimento se manteve em 1,7%.
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"Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal, seria um fenómeno europeu e isso não é a realidade", acrescentou."
Eis os números que sigo aqui no blogue há anos:

Onde está o impacte das políticas deste governo? O que mudou?

Quanto aos níveis de crescimento do PIB do 1º trimestre, recordar o fraco desempenho do 1º trimestre de 2016 e olhar para esta figura:

Quanto mais claro é o verde maior o crescimento previsto.

Volto a citar o ministro:
"Se a conjuntura explicasse tudo, a aceleração não seria apenas em Portugal, seria um fenómeno europeu e isso não é a realidade", acrescentou."
As previsões da Primavera de crescimento do PIB na UE feitas há dias são estas:


I rest my case.

O efeito do fim da China como fábrica do mundo.


quarta-feira, maio 31, 2017

Curiosidade do dia



Os jogadores amadores de bilhar não apanham os efeitos daquilo que desejam, querem um Estadão metido em todo o lado, a empregar metade dos activos do país e depois queixam-se do saque, do jugo, da impostagem.

A importância do ecossistema

Quem segue este blogue sabe que há milhares de anos que sublinhamos aqui a importância de pensar a nível de ecossistema.
"“Design-driven architecture allows organizations to understand an ecosystem and its actors, gain insight into them and their behavior, and develop and evolve the services they need,”
...
Digital business emphasizes the importance of ecosystems, or the network of customers, partners and organizations that surround a business. The increasing interconnections of people and devices also reinforce the need for enterprise architects to consider all of their organization’s ecosystems. “EA and technology innovation leaders need a holistic view of internal and external ecosystems. For example, a hospital’s EA team should consider its core ecosystem — medical staff, administrators and patients — as well as families, support groups and other external influencers,”"
Trechos retirados de "The Evolution of Enterprise Architecture"

"To discover that the unfamiliar is the comfortable familiar they seek"

"People will do a bad (a truly noxious) job for a long time because it feels familiar. Legions of people will stick with a dying industry because it feels familiar.
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The reason Kodak failed, it turns out, has nothing to do with grand corporate strategy (the people at the top saw it coming), and nothing to do with technology (the scientists and engineers got the early patents in digital cameras). Kodak failed because it was a chemical company and a bureaucracy, filled with people eager to do what they did yesterday.
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Change is the unfamiliar.
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Change creates incompetence.
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In the face of change, the critical questions that leaders must start with are, "Why did people come to work here today? What did they sign up for?"
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The solution is as simple as it is difficult: If you want to build an organization that thrives in change (and on change), hire and train people to do the paradoxical: To discover that the unfamiliar is the comfortable familiar they seek. Skiers like going downhill when it's cold, scuba divers like getting wet. That's their comfortable familiar. Perhaps you and your team can view change the same way."



Trechos retirados de "In search of familiarity"

"trying to do too much"

"1. Initiative proliferation
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This can be summed up as trying to do too much.
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Is the list of initiatives you want to accomplish for the year longer than a page? Than you are almost certainly trying to accomplish too much, which will likely mean you’ll accomplish nothing at all.
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That’s not to say there aren’t many areas your organization could improve in. But the reality is your organization can only take on a handful. So it comes down to ruthless prioritization.
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Which are the absolute most important initiatives your organization can take on? While there’s no set amount and it can vary depending on the size of the tasks, five or is a good number. That’ll allow your team to focus in on those five and knock them out of the park, as opposed to doing twenty things half-heartedly."
Recordar "Too much bread?"


Trecho retirado de "5 Strategy Mistakes That Will Derail Your Business"