sábado, maio 25, 2024
Curiosidade do dia
Foi um choque para mim
"Entre janeiro e abril, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Informa D&B, um total de 722 empresas portuguesas iniciaram um processo de insolvência, mais 86 do que em igual período do ano passado. Corresponde a uma subida de 14%, provocada sobretudo pelo setor industrial (+90%).
"O aumento do número de processos de insolvência neste setor foi muito concentrado nas empresas de Têxtil e Moda (+176%; +88 processos de insolvência), nomeadamente nas atividades de fabricação de calçado (+513%; +41 processos de insolvência) e confeção de outro vestuário exterior em série (+145%; +32 processos de insolvência)", detalha a consultora."
Na economia, como no desporto, o que conta é o presente e o futuro. O passado, por mais glorioso que tenha sido, já passou:
- Para reflexão
- Ainda a propósito de quem crê na solução mágica única. Onde cito Beinhocker:
"So who was the winner? What was the best strategy in the end? What Lindgren found was that this is a nonsensical question. In an evolutionary system such as Lindgren’s model, there is no single winner, no optimal, no best strategy. Rather, anyone who is alive at a particular point in time, is in effect a winner, because everyone else is dead. To be alive at all, an agent must have a strategy with something going for it, some way of making a living, defending against competitors, and dealing with the vagaries of its environment.…Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.…We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction."
Isto a propósito de "Obrigado, Mr. Porter".
Continuo a acreditar neste trecho que citei em 2006:
"… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor"
No entanto, hoje estou muito mais ciente do que acontece no entretanto: menos empresas, empresas com muito menos trabalhadores. Descobrir os Flying Geese e Reinert foi um choque para mim.
Trecho retirado de "Vestuário e calçado impulsionam subida dos processos de insolvência em Portugal"
sexta-feira, maio 24, 2024
Curiosidade do dia
O choque entre a teoria/propaganda e a realidade.
The cameraman is an absolute legend 😂 pic.twitter.com/ecHaf0z7Mh
— Declaration of Memes (@LibertyCappy) May 21, 2024
Pensava que as árvores se conheciam pelos frutos… https://t.co/P3rIRn8m8f
— Carlos P da Cruz 🇺🇦🚜🇳🇱🇬🇪🇮🇱 (@ccz1) May 20, 2024
Limpinho, limpinho!
Esta semana fui a uma consulta para rever a graduação dos óculos e estavam-me sempre a perguntar:
- E agora, mais limpinho?
A certa altura disse:
- Isso faz-me lembrar o Vítor Pereira e o "limpinho, limpinho".
Pois bem, um artigo limpinho, clarinho e assertivo ontem no JdN:
"Todos estes factos apontam para um conjunto de necessidades que são urgentes:
- a) Promover a competitividade fiscal do país através da redução da "tax wedge";
- b) Garantir a previsibilidade fiscal, através de acordos de regime que assegurem a manutenção de determinado regime por um período superior a uma legislatura (5 ou 10 anos);
- c) Assegurar que Portugal acompanha a tendência dos seus parceiros europeus em matéria de redução da tributação sobre as empresas;
- d) Eliminar a complexidade e falta de transparência do sistema fiscal, que afasta investidores.
Portugal precisa muito de investimento estrangeiro para qualificar a sua economia, acrescentando valor, alinhando a produção com as cadeias internacionais e passando de uma economia de fabrico para uma economia de criação de valor (como afirma Fernando Alexandre, no "made in" ao "created in"). É agora o tempo de o fazer."
Querem aumentar a produtividade do país? Está tudo naqueles 4 pontos acima. Estou farto de ler artigos sobre produtividade com as mais cómicas descobertas sobre como aumentar a produtividade, ou artigos em que sobre o mesmo tema os autores se perdem em rotundas de onde não conseguem ou querem sair.
Trecho retirado de "Portugal competitivo" - recordar Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte IV)
quinta-feira, maio 23, 2024
Curiosidade do dia
Olha, mais um juiz a merecer ser grelhado pelo senador Ted Cruz.
"Os detidos, sem morada fixa em Portugal, foram presentes no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação, tendo ficado com termo de identidade e residência.
O termo de identidade e residência consiste na identificação da pessoa e indicação da sua residência, bem como na obrigação de comparecer perante as autoridades sempre que houver uma notificação.
O suspeito não pode mudar de residência ou ausentar-se por mais de cinco dias sem comunicar o lugar onde pode ser encontrado."
Trecho retirado de "Burlões dos "euros negros" detidos nas Caldas da Rainha"
Reposicionar o negócio actual (parte IV) - "you are a solution looking for a problem"
"[Moi ici: Nesta fase de queda generalizada as empresas estão numa espécie de chasm. Não entre early adopters e early majority, mas entre a sobrevivência assente em alguns clientes que continuam a colocar encomendas e um futuro melhor] conventional go-to-market efforts, based on generating and pursuing qualified leads with prospects who have both budget and intent to purchase, cannot get traction....
Crossing the Chasm says it is time for you to select a beachhead market segment [Moi ici: Há alguns pontos brilhantes entre os clientes que sobraram? Por que continuam a trabalhar com a empresa? Ou porque apareceram agora? Será que a empresa pode ter futuro com mais clientes como eles?] with a compelling reason to buy and approach them with a whole product that addresses an urgent unsolved problem. All well and good, but what if you don’t know enough about the market (or your own product for that matter) to make a sound choice? What if you are stuck in the chasm and have to stay there for a while? What can you do?
First of all, take good care of the early adopter customers you do have. [Moi ici: Recordo da parte I do Reposicionar o negócio actual os "olimpicamente ignorados] Give them more service than you normally would, in part because you want them to succeed and be good references, but also because in delivering that service, you can get a closer look at their use cases and learn more about the ones that might pull you out of the chasm.
Second, keep your go-to-market organization lean and mean. You cannot sell your way out of the chasm. You cannot market your way out either. The only way out is to find that targetable beachhead segment with the compelling use case that they cannot address through any conventional means. This is an exercise in discovery, so your go-to-market efforts need to be provocative enough to get the meeting (this is where thought leadership marketing is so valuable) and your sales calls need to be intellectually curious about the prospect’s current business challenges (and not presentations about how amazing your company is or flashy demos to show off your product). [Moi ici: Esta é talvez a parte mais difícil porque é toda ela acerca dos outcomes na vida do cliente, não nos outputs que a empresa produz e controla] In short, in the chasm, you are a solution looking for a problem."
quarta-feira, maio 22, 2024
Curiosidade do dia
"When a government is well-run, it is in the outcomes. So, in the business of improving case of schools, its education ministry will be devoted to turning out pupils who are literate, numerate and well-rounded - the three things parents consistently say they want in surveys, focus groups and, if they're paying to send their children to private schools, with their wallets. When a government is poorly run, it tends to focus on improving performance indicators. In education the relevant department becomes devoted to producing ever better grades each year. This is what both employers and parents fear when they talk about "grade inflation"."
Trecho retirado de "In education, some targets are better than others"
Há clientes e clientes
"The trouble is that, in Japan as elsewhere in the world, the "customer is always right" mantra is having a bit of a wobble. Perhaps existentially so.
...
Japan's current experience deserves attention. After many decades at the extreme end of deifying the customer (Japanese companies across all industries routinely refer to clients as kamisama, or "god"), there is now an emerging vocabulary for expressing a healthy measure of atheism.
...
The Japanese government is now planning a landmark revision of labour law to require companies to protect their staff from customer rage.
The real breakthrough, though, lies in legislating the idea that customers can be wrong - a concept that could prove more broadly liberating.
...
Perhaps the biggest dent left by Japan's superior standards of service, though, has been the chronic misallocation of resources. [Moi ici: Por que tenho cuidado ao usar a palavra excelente] The fabulous but labour intensive service that nobody here wants to see evaporating has come at a steadily rising cost to other industries in terms of hogging precious workers.
...
Worldwide, though, the sternest challenge to the customer is always right mantra arises from its implication of imbalance. Even if the phrase is not used literally, it creates a subservience that seems ever more anachronistic. In a research paper published last month, Melissa Baker and Kawon Kim linked a general rise in customer incivility and workplace mental health issues to the customer is right mindset. "This phrase leads to inequity between employees and customers as employees must simply deal with misbehaving customers who feel they can do anything, even if it is rude, uncivil and causes increased vulnerability," they wrote."
O cliente tem a última palavra, mas o fornecedor tem a primeira, recordar o que escrevi em 2012.
Recordar "the most important orders are the ones to which a company says 'no'" em The Most Important Orders are...
Recordar Jonathan Byrnes e Justin Bieber.
Trechos retirados de "When the customer is not always right"
terça-feira, maio 21, 2024
Curiosidade do dia
“people who have been previously taught that they lack control do not attempt to exercise it, and instead meekly suffer the consequences”
Learned helplessness, um estado psicológico no qual um indivíduo, após exposição repetida a eventos negativos incontroláveis, acredita que é impotente para mudar a sua situação, mesmo quando surgem oportunidades para o fazer. Isto leva à passividade, à diminuição da motivação e a uma sensação de desesperança, que pode persistir mesmo quando as circunstâncias mudam e o controle é possível.
Penso logo nas crianças treinadas na learned helplessness em casa e na escola.
Trecho retirado de "The Problem with Change" de Ashley Goodall.
Subsídio para um ministro (parte II)
Primeiro, "Governo quer aumentar produção nacional de azeite".
Aqui no blogue sou criticado porque as pessoas não distinguem o Carlos-consultor do Carlos-cidadão. O Carlos-consultor tem uma missão com o seu trabalho, o Carlos-cidadão tem expectativas e desejos para a sua comunidade.
E o ministro da agricultura?
"Entre os anos 2000 e 2023 a produção de azeite mais do que quintuplicou em Portugal. As exportações aumentaram mais de 12 vezes e foi ultrapassada a fasquia dos mil milhões de euros em 2023. Mas, segundo o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, "um dos objetivos [deste Governo] é aumentar a produção e diversificar os mercados, que ficam muito dependentes de Espanha e do Brasil"O ministro esteve ontem em Valpaços, na Feira Nacional de Olivicultura e no Congresso Nacional do Azeite, organizados pelo Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo e pela autarquia local, e defendeu que o apoio "deverá ser maior" em sítios onde a produção é menor."
Posso pensar no ministro da agricultura que trabalha para os consumidores e posso trabalhar no ministro da agricultura que trabalha para os agricultores. Será que uns e outros têm interesses totalmente convergentes?
E quando digo que o ministro da agricultura trabalha para os agricultores não estarei a ser simplista? Que agricultores? Os que espalham bosta? Ou os gafanhotos prontos a voar para outras paragens quando for preciso?
"Claro que "há desafios que é necessário vencer" como as "alterações climáticas e a seca". Dai que no programa do Governo conste um "plano de armazenamento e abastecimento eficiente da água""
Isto é tão absurdo... como se a oliveira fosse uma árvore dos celtas do norte da Europa.
Será que o ministro estava a falar para os "so-called agricultores" da produção intensiva? Onde anda a agricultura de joalharia de Jaime e de Cristas?Já agora, reparem nisto "Apesar do aumento vertiginoso do preço do azeite consumo caiu 11% em 2023 - CEPAAL".
""É interessante que, apesar deste aumento vertiginoso dos preços, que aumentaram mais de 100% a quebra no consumo português no ano todo de 2023, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, foi apenas 11%", afirmou Gonçalo Morais Tristão, que falava em Valpaços, à margem da 7.ª edição do Congresso Nacional do Azeite."
Agora, recordem o Evangelho do Valor de 2011 e pensem no lucro que os agricultores poderão ter obtido. Ainda bem!!! Vejam a simulação no exemplo da parte I.
Agora, fiquem desapontados com o que se segue, dito pela mesma pessoa:
"Agora, acrescentou, se a campanha deste ano e nos próximos for boa "é natural que os preços desçam".
"Não me pergunte exatamente para que valor, mas é natural que desçam", realçou, mas, acrescentou, não para valores como os verificados há uns anos em que o quilo do azeite era vendido a cerca de dois euros.
"E isso é bom para todos, para o produtor e para o consumidor, porque o consumidor também tem que valorizar o produto excelente que fazemos em Portugal", salientou."
"porque o consumidor também tem que valorizar o produto excelente que fazemos em Portugal"!!! Come on, em que mundo vive este senhor? É por causa de afirmações como as deste senhor que aviso para ter cuidado com catequistas no poder.
O consumidor quando tem de escolher entre commodities, escolhe o preço mais baixo. E se a produção for boa em Espanha, a partir de certa altura haverá pressão para escoar inventário... e os preços descerão o que terão de descer, lei da oferta e da procura, concorrência perfeita.
O que um congresso deste tipo poderia tentar era desafiar os produtores para fugirem da commoditização, apostarem na concorrência imperfeita. Pegarem no dinheiro ganho em 2024 e trabalharem naquela parte que a Mariana não conhece, trabalharem os custos do futuro, criarem uma marca sem pressas, à la Purdue.
Atenção, uma marca requer autenticidade. Não me tentem vender marca de azeite da grande distribuição como MARCA, mesmo com vídeos de publicidade bem feitos, mas que transpiram a falta de autenticidade. A Fiat não conseguiu vender carros de luxo.
Era bom que o ministro descobrisse o Evangelho do Valor, mas há poucos pregadores.
segunda-feira, maio 20, 2024
Curiosidade do dia
Como começa:
Como acabará:Robots serving in a restaurant 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽 pic.twitter.com/eNQTxYN3cj
— Efø Vìøléñþ Ķīßßêŕ😘👿 (@premooooooo) March 6, 2023
Subsídio para um ministro (parte I)
domingo, maio 19, 2024
Curiosidade do dia
"O preço médio por noite no alojamento tem vindo a subir a dois dígitos. Isto é um fator de atração ou pode também ser um fator de afastamento de turistas?Não se evolui na cadeia de valor no sentido da redução dos preços. O que se faz é evoluir naquilo que é a qualidade da oferta e, naturalmente que a qualidade da oferta tem de ter o correspondente valor desse aumento. É o caminho que o setor tem feito. Não é um caminho no sentido de um turismo de massas. Não. E um caminho no sentido de um turismo de qualidade, que aporta valor. E, aliás, é nesse contexto que tem havido até uma diversificação para mercados de maior valor acrescentado."
Como conciliar os dois pensamentos?
Faz-me lembrar um discurso parolo de 2008 que registei em I wonder...
É tudo verdade, mas também é tudo mentira
"Não é o sector que determina o desempenho, não há sectores velhos e obsoletos, são as escolhas de gestão, são as apostas estratégicas, são as decisões dos humanos que ajudam a fazer a diferença. E que diferença"
É tudo verdade, mas também é tudo mentira... não me quero repetir, escrevi o argumento recentemente em Think again!
sábado, maio 18, 2024
Estratégia em todo lado - não é winner-take-all (Parte VIII)
Há anos que escrevo sobre o futuro das plataformas - Estratégia em todo lado - não é winner-take-all:
- Reduzir a dependência de plataformas centrais através de sistemas descentralizados, que poderão empoderar entidades menores e novos participantes.
- Deslocar o poder económico ao alterar as formas como os dados são possuídos e geridos, redistribuindo potencialmente o valor capturado por grandes plataformas.
- Encorajar sistemas de apoio regulatórios e de pares que favoreçam a concorrência justa e abordem desequilíbrios de poder inerentes à economia digital actual.
sexta-feira, maio 17, 2024
Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte IV)
Parte I, parte II e parte III.
No ano passado apresentei aqui a minha tese para explicar a evolução negativa da produtividade industrial norte-americana. Tese que voltei a referir recentemente em Bons empregos...
Entretanto, esta semana via Twitter fui encaminhado para America's Manufacturing Productivity Problem.
Olhando para os gráficos pode-se concluir que a causa com maior impacte na tendência negativa da produtividade na indústria norte-americana é/foi a deslocalização das indústrias de alta tecnologia. Esta tendência teve um efeito profundo porque os sectores de crescimento elevado da produtividade, como a electrónica, eram um impulsionador significativo da produtividade industrial global. O declínio deste sector por si só explica cerca de 40% do declínio da produtividade industrial durante a década de 2010. A transferência destas indústrias para o estrangeiro não só reduziu a participação da indústria de alta tecnologia nos EUA, como também levou a uma mudança mais ampla para sectores de menor tecnologia e menor produtividade dentro da base industrial norte-americana.
Em a Receita irlandesa e no recente Think again! ilustro como o salto da produtividade irlandesa foi feito à custa do contrário do que aconteceu na indústria norte-americana, em vez de "deslocalização das indústrias de alta tecnologia" tivemos uma "localização das indústrias de alta tecnologia". Daí o título desta série que muitos ainda não perceberam, precisamos de atrair e manter os mastins dos Baskerville.
BTW, desde 2008(?) que olho com curiosidade para a distribuição da produtividade intrasectorialmente. Por isso, no mesmo site referido acima, sobre a produtividade norte-americana, é interessante perceber que a tendência de aumento da dispersão da produtividade, ou seja, a diferença entre os fabricantes mais e menos produtivos, aumentou. Isto é particularmente evidente nos sectores de alto crescimento da produtividade, como a electrónica, onde algumas empresas permanecem altamente produtivas, enquanto a maioria fica para trás devido à difusão mais lenta da inovação e ao crescimento reduzido da I&D. Em países como Portugal acrescentaria também como motivo as paletes e as bofetadas.
quinta-feira, maio 16, 2024
Curiosidade do dia
Há anos que escrevo aqui sobre o oxímoro que é meter na mesma frase Inditex e sustentabilidade. Recordo Are you prepared to walk the talk? (parte II)
No FT de hoje é publicada a Europe's Climate Leaders list que inclui no topo da "Textiles, apparel & luxury goods" a Inditex. Podia enveredar por uma via cínica, até porque a H&M também faz parte da lista, mas tenho de reconhecer que a Inditex tem feito mudanças estratégicas para fugir do fast-fashion.
Verdade seja dita que não entro numa loja da Zara à mais de 18 meses, não sei se na prática mudou alguma coisa.
Acerca da redução do IRC
Camilo Lourenço termina o seu programa diário da passada quinta-feira (ver a partir do minuto 26:30) a demonstrar que ainda não percebeu o tema do IRC.
Caro Camilo, a redução do IRC não é estratégica por causa das empresas portuguesas, mas por causa dos mastins dos Baskerville.
Pois, Não são elas que precisam de Portugal, Portugal é que precisa delas (parte III)
Recordo o que acontece, quando os mastins não aparecem:
"Cerca de 80% da criação de emprego dos últimos dois anos, em Portugal, isto é, desde que começou a crise inflacionista (acelerada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia), é explicada pela criação de postos de trabalho pouco ou nada qualificados.
A "resiliência" e a "força" do emprego, que tantas vezes tem sido destacada por políticos e decisores, é afinal pouco rica em qualificações e está associada a salários normalmente muito baixos, o que também pode ajudar a explicar a baixa produtividade da economia portuguesa."
quarta-feira, maio 15, 2024
Curiosidade do dia
"'The Profiteers: How Business Privatizes Profits and Socializes Costs', by Christopher Marquis
"Most economics students will be familiar with the concept of externalities: "the negative side effects of a company's operations and practices, that are not factored into their profit and loss statements", in the telling of Judge Business School professor Christopher Marquis. In this engaging read, he brings to life the real-world manifestations of this rather dry term, showing how the public and environment pay the hidden costs of business while irresponsible corporations reap the rewards.
Examples range from industrial carbon emissions that cause climate change, flooding and failed harvests; to discriminatory practices that hold back the marginalised; to vast imbalances in income and returns that entrench inequality. Marquis reserves special ire for greenwashing companies that pretend responsibility while wreaking havoc on the planet and doing little to clean it up.
At root, he argues, is a shareholder capitalism in which corporations "only engage in activities that increase profits" and limit responsibility for any damage that causes. Yet despite his systemic diagnosis, the book is not despairing. It details many encouraging examples of change, and does not limit itself to radical projects. Marquis argues large investment portfolios, for example, are well positioned to take externalities into account because some companies in them will inevitably be hit by risks created by others' gains."
Recordo logo as paletes.