sábado, setembro 17, 2016

Curiosidade do dia

E ainda há quem pense em bots para o customer service ou em humanos obrigados a seguir religiosamente uns guias pré-escritos.
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Depois, há os que criam experiências.
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Se pudesse esfregava esta carta na cara do Customer Service da Happy Socks.

Coisas estranhas

Coisas estranhas. Por um lado:
"As vendas promocionais nos hipermercados passaram de 39,7% no primeiro semestre de 2015 para 44,8% nos primeiros seis meses deste ano e a tendência é para continuarem a crescer, admite a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED).
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Além de serem uma “evidência da dinâmica concorrencial”, as promoções mostram que o fator preço continua a ser decisivo para quem compra. E os números falam por si: nos primeiros seis meses do ano, as marcas dos fabricantes ganharam quota de mercado, passando de 65,3% para 66,7% das vendas, enquanto o peso das marcas da distribuição recuou 1,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado."(1)
Por outro:
"Os fabricantes de produtos de marcas estão preocupados com os custos das promoções, [Moi ici: São precisos dois para dançar o tango. Não basta a distribuição querer fazer promoções, é preciso que também os fabricantes alinhem nelas] que já representam quase metade das vendas dos hipermercados, e querem estratégias comerciais para atrair os consumidores que não passem só pelo preço. [Moi ici: E estão à espera de quê? Que seja a distribuição a criá-las? Que falta de locus de controlo no interior! Não me digam que querem que seja o governo a intervir para se intrometer mais uma vez entre as duas partes de um contrato?]
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"Não há outra forma de chegar ao consumidor. O preço é o único argumento que é aceite como válido", [Moi ici: Oh, wait!!! Já não percebo... então agora já não há alternativa ao preço?! Se é esta a forma de pensar, então não há alternativa ao preço mesmo. Não porque não haja mas porque se acredita que não haja. Impressionante, mais uma vez em vez de terem um líder, um visionário, um aprendedor, têm um funcionário encalhado no passado. Apetece ser mauzinho e recordar “Commodities only exist in the minds of the inept"] afirmou, sublinhando que "isto tem um custo".
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O ónus, salientou, tem recaído sobretudo nas marcas dos fabricantes" que conquistaram quota de mercado às chamadas "marcas brancas", mas devido essencialmente às políticas promocionais que têm "introduzido uma quebra brutal de valor em toda a cadeia".
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Pedro Pimentel alerta, no entanto, que "a fórmula está gasta" e que as promoções já não conseguem gerar vendas adicionais: se antes da crise, uma promoção de 50% conseguia multiplicar as vendas por 10, atualmente os descontos não chegam muitas vezes a ser suficientes para vender cinco vezes mais.[Moi ici: Como não recordar os gráficos do Evangelho do Valor]
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O diretor-geral da Centromarca defende, por isso, mudanças nas estratégias comerciais "que levem os consumidores às lojas, mas não só à custa dos preços", incentivando, por exemplo, a experimentar novos produtos."(2) [Moi ici: Para os experimentar é preciso, primeiro desenvolvê-los. Depois, é preciso ter marketing a divulgá-los. Depois, é preciso ter paciência e aguentar os preços para recompensar a inovação, a menos que ela seja da treta e não passe de "eu também". Pessoalmente, como líder da Centromarca, procuraria os exemplos de positive deviances e faria tudo para os divulgar internamente, para mostrar o que funcionou e porque funcionou.]


(1) - Trechos retirados de "Hipermercados. Promoções já representam quase metade das vendas"
(2) - Trechos retirados de "Marcas querem novas estratégias para atrair consumidores viciados em promoções"

Intellectual Ergo Idiot

Há muitos anos que aqui no blogue escrevo sobre os jogadores amadores de bilhar (ver marcador). Gente tão concentrada na próxima jogada, ou tão cega, que nem pensa, ou não consegue pensar nas jogadas seguintes, ou não consegue imaginar as consequências desta jogada próxima nas jogadas seguintes.
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Um pouco como os políticos que ao mesmo tempo que querem reestruturar a dívida também querem continuar a depender dela. Ou os os empresários que cortam no desenvolvimento de novos produtos e, depois, protestam porque as margens estão a encolher. Ou os produtores de leite que estão sempre a pedir subsídios e, depois, não gostam de ser vistos como subsídio-dependentes.
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Por isso, este trecho de Nassim Taleb merece especial sublinhado:
"Typically, the IYI [Moi ici: IYI quer dizer Intellectual Yet Idiot. Acho que preferia IEI Intellectual Ergo Idiot] get the first order logic right, but not second-order (or higher) effects making him totally incompetent in complex domains. In the comfort of his suburban home with 2-car garage, he advocated the “removal” of Gadhafi because he was “a dictator”, not realizing that removals have consequences (recall that he has no skin in the game and doesn’t pay for results)."
Como não recordar logo o incendiário Stiglitz que, completamente sem skin in the game, andou recentemente por cá a sugerir a saída do euro.

Trecho retirado de "The Intellectual Yet Idiot"

Recordar temas como: Via negativa, fragilistas, intervencionistas ingénuos, enfim, socialistas de todos os partidos.

Mudar de vida

Aprendi há quase 10 anos que o leite é a commodity alimentar por excelência:
"Milk is the ultimate low-involvement category, and it shows. Only 10% of the international sample (in Denmark, Germany and Spain the number is less than 5%) would expect the private label version to be of a lesser quality."
Commodities regem-se por este modelo mental:
O que é que um produtor de leite avisado a operar num mercado natural, livre de activismos políticos, faz?
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Procura fazer girar aquele círculo da figura o mais rapidamente possível para crescer mais depressa que os concorrentes e colher os frutos das economias de escala.
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Mesmo em Portugal, país com um mercado inquinado pelo activismo político, temos esse tipo de concentração e aumento do tamanho médio das explorações leiteiras. Ver, por exemplo, "Portugal perdeu 90% das explorações leiteiras em 20 anos"
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Em 2011, num postal, publiquei estes números:
"Terceiro: Quantas vacas existem em média numa exploração leiteira
Na Roménia? 1,5
Em Portugal? 18 (em 2010); 10 (em 1995)
Em Espanha? 42 (em 1995)
Em França? 60 (em 1995)
Na Alemanha? 55 (em 1995)
Na Dinamarca? 69 (em 1995)
No estado do Wisconsin? 98 (em 2010)"
 Apesar de tudo, foi com algum espanto que na quinta-feira à noite, via @nticomuna cheguei a este número "Over half of US dairy herds now milk over 900 cows"
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Como é que num negócio em que o que conta é o preço (logo o custo), uma exploração com 30 vacas, ou 50 vacas, pode competir com uma de 500 ou de 900 vacas? (900 é só o número médio)
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Não pode! Daí nasce o apelo ao activismo político, ao proteccionismo, ao barulho da rua.
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Pena que não se aposte no pensamento estratégico. Pena que não se olhe para aquela figura lá em cima e se pense fora da caixa.
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Como se pode dar a volta ao modelo da comoditização? Como se pode promover a decomoditização?
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Recordar aquela mensagem recente de Seth Godin:
"A commodity is a product or a service that no one cared enough about to market."
O calçado português não conseguia competir com os chineses a fabricar sapatos que se vendiam a 20 euros. O que se fez? Mudou-se de paradigma e agora fabricam sapatos que se vendem a 230 euros.
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Primeiro, escolher os clientes-alvo.
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Segundo, diferenciar a oferta.
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Terceiro, criar uma marca.
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Quarto, concentrar e alinhar actividades e comportamentos na nova oferta e no novo modelo mental.

sexta-feira, setembro 16, 2016

Curiosidade do dia

Como não relacionar esta preocupação "CGD ameaça orçamento enquanto fizer empréstimos "de conveniência", alerta Teodora Cardoso":
"A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, alertou hoje que a Caixa Geral de Depósitos será "sempre uma ameaça para a política orçamental" enquanto fizer empréstimos "de conveniência", sem "racionalidade financeira".
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"Eu espero que esta questão tenha tido pelo menos essa consequência, é que a Caixa não seja vista de futuro como um forma de financiar investimentos de conveniência, sobretudo para os governos da altura", afirmou Teodora Cardoso"
Com esta afirmação:
"António Mota, fundador e chairman da Mota-Engil, defendeu hoje que o sector da construção precisa de investimento público [Moi ici: Reparem que é o sector da construção que precisa do investimento. Reparem que o sector da construção é visto como o objectivo e o investimento é um instrumento para o ajudar ou promover. Se esse investimento traz retorno e tem racionalidade financeira, who cares?] uma vez que foi um dos sectores que mais sofreu com a crise económica e financeira que se instalou em Portugal nos últimos anos
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Para o nosso sector é necessário para manter os nossos quadros e também para o país é necessário investimento para criar emprego."[Moi ici: O problema da obliquidade em falta. O investimento deve ser para criar "máquinas" de gerar riqueza. A geração de riqueza traz como consequência a criação de postos de trabalho. Usar o investimento com o propósito directo de criar emprego é, mais uma vez, falta de racionalidade financeira]

Subir na escala de valor

Recuando a Maio passado "Qual a alternativa?"
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A arte é fundamental para fugir a este modelo mental:
A arte não depende da eficiência mas da eficácia. A arte não conjuga com granel!
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Por isso, interessante esta referência à arte e ao design conjugado com a cidade do Porto em "Move Over, Paris—Porto Is Europe's Hot New Shopping Capital".
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Voltando ao primeiro postal deste dia, esta referência à arte pode ser vista como um sintoma de pontos fortes que podem ser usados em conjugação (TOWS) com as oportunidades do Estranhistão, de Mongo.
"Portugal’s “second city” is the country’s real standard setter when it comes to design, thanks to its heritage as a manufacturing hub through most of the 19th and 20th centuries. Now it’s gaining traction as a shopping mecca, too, filled with locally made items by emerging designers who can’t be found elsewhere.
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“Even the Lisbon designers normally come to the Porto area to produce their designs because all the industry is here,”"

Uma preocupação recorrente

"Creating meaningful, long-lasting change must start at the top and filter through the whole of an organization. It requires understanding the depth of the need, developing a smart strategy and high-quality execution.
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the truth is nearly 70% of transformations fail or don’t live up to expectations. Frankly, I’m surprised it isn’t more. They rarely fail in strategy, but in adoption, experience and execution.
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It is not how you start, it is how you execute.”
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The follow-through on execution is often the missing, and most important, piece of the puzzle. [Moi ici: Confesso que é uma preocupação recorrente na fase das iniciativas estratégicas de um BSC numa empresa. Há uma resistência a essas coisas fatelas como a calendarização, ou prestação de contas] And by execution, I don’t necessarily mean technology implementation."

Trechos retirados de "Your Success is Based on Execution, Not Implementation."

Acerca do valor e da sua criação

Um artigo, "The service revolution and its marketing implications: Service logic vs service-dominant logic", de Christian Grönroos e Johanna Gummerus, muito bem escrito, dá gosto ler.
"we offer five notes on value and value creation. First, both SDL and SL use the expression “value creation”, even though value is not always, and perhaps is even infrequently, instrumentally created. Value can just emerge from a resource integration process; as suggested by the customer-dominant logic, such emergence even could be the normal case. In the SL and for this paper, the expression “value creation” refers to this phenomenon, without any assumptions about whether value-in-use emerges or is instrumentally created. Second, use – not context, experience or interaction – is the key qualifier of the value-in-use notion, so SL adopts the term value-in-use, without disguising this key qualifier. Naturally, value-in-use depends on, for example, the social and physical context in which usage takes place. If the context changes, so should the level of value-in-use. Third, value-in-use does not exist at a singular point in time, as value-in-exchange does, but rather evolves over time in a cumulative process during usage. This cumulative process may include destructive phases, in which value accumulation takes negative turns. Then value can be both positively created and destroyed. Fourth, use can take many forms, not just as a matter of physical use. For example, mental use occurs when a person dreams about a holiday trip in the near future or remembers the trip while looking at pictures afterward. Use also might be mere possession, such as when a person feels content knowing he or she owns a luxury car or a famous painting. Fifth, value for the customer and value for the firm are two sides of the same coin, so firms and customers reciprocally influence each other’s value creation. Not only does the firm function as a service provider, but the customer may provide the firm with actionable information about how to develop its resource base and systems, in which case the customer functions as service provider, with the firm as a user and value creator.
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The service provider then serves as a creator of potential value-in-use and facilitator of real value-in-use. From a customer perspective, potential value-in-use is not real value yet; there is no difference between potential value-in-use and value-in-exchange. When a customer pays for a resource, the act manifests value-in-exchange, but there is still no realised value or value-in-use for the customer. In contrast, for the firm, manifested value-in-exchange is real value."
Continua.

Um entendimento diferente das coisas

A propósito da figura publicada em "Grupo automóvel “ocupou” rua da Maia", eis alguns reparos que demonstram como tenho um entendimento diferente das coisas:





quinta-feira, setembro 15, 2016

Curiosidade do dia

"O imposto anunciado revela ainda até que ponto um país pode ser conduzido pela política no seu pior sentido. Primeiro incentivam-se as pessoas a comprarem casa, depois atira-se com impostos e mais impostos em cima das casas. E, na conjuntura actual, as melhores soluções de política económica não são adoptadas ou por razões eleitoralistas ou para não reconhecer que a receita de devolver rendimentos, por ter sido demasiado rápida, agravou ainda mais os nossos problemas.
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Lamentavelmente para nós, o modelo que Mário Centeno usou para fazer o programa económico do PS deve ter-se esquecido de levar em conta a restrição financeira. Infelizmente para nós, com o seu modelo validou tecnicamente uma política económica que nos vai sair cara, nesta era populista que estamos a viver."
Trecho retirado de "Segundo resgate? Não teremos esse azar (ou sorte)"
""Penso que infelizmente é bastante claro que a [estratégia de crescimento do Governo] não funcionou", respondeu Teodora Cardoso. O relatório que o CFP publicou deixa clara a avaliação.
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A evolução da economia tem vindo "a confirmar – e nalguns casos a acentuar – os riscos assinalados pelo CFP nos seus relatórios", em particular "quanto à evolução da procura externa e dos preços, assim como ao impacto do estímulo ao consumo privado sobre o investimento e o crescimento da economia", lê-se num comunicado do CFP divulgado hoje que acompanho o relatório."
Trecho retirado de "Conselho das Finanças Públicas mostra cartão vermelho ao Governo"


Imagem retirada daqui.

Da responsabilidade do produtor

Esta mensagem de Seth Godin é fundamental:
"A commodity is a product or a service that no one cared enough about to market..Marketing creates value, by combining stories, design and care. The product or service is produced in a way that makes engaging with the item better..Commodities are in the eye of the producer. If you don't want to sell something that's judged merely on price, then don't."

E qual é o campeonato da sua empresa?

Ontem, ao trabalhar numa apresentação que vou usar num evento inter-empresas no próximo mês de Outubro, construí este modelo:

Para representar o arquétipo competitivo que herdámos do século XX.
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Depois, fiz esta alteração, para incluir a palavra produtividade.
Quando se é gigante, quando se acredita que se consegue suster mais tempo a respiração debaixo de água do que os outros, baixa-se o preço para ganhar quota de mercado.
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O fenómeno da comoditização a funcionar:
Como é que as empresas reagem a esta pressão sobre as margens?
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A referência do século XX para aumentar a produtividade está na figura:

  • Reduzir desperdícios;
  • Aumentar a quantidade produzida por unidade de tempo.
Na agricultura, por exemplo, isto traduz-se na escolha das espécies mais produtivas. Até podem não ser as mais saborosas mas são as que dão mais quantidade e/ou estragam-se menos.
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Qual é a nossa receita preferida para a decomoditização?
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Subir na escala de valor!
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Apostar em sair daquela espiral compressora e seguir o caminho menos percorrido. Em vez de apostar no denominador, apostar no numerador.
"Hace tan solo unas semanas, su marca Morellana recibió el galardón al mejor aceite de oliva virgen extra ecológico del mundo (y el tercero en general) en los premios World's Best Olive Oils. Pero no fue el único. También se colgó dos medallas de oro en la categoría de frutado intenso, una de ellas otorgada por el Consejo Oleícola Internacional.
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"La clave del éxito es trabajar y defender tu identidad", explica el responsable de producción y portavoz, Alberto del Moral.
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Parte de la identidad de Sucesores de Hermanos López (y la gran responsable de sus éxitos) no es otra que la aceituna picuda, una variedad autóctona del parque natural de las Sierras Subbéticas (Córdoba). "Hace unos 10 años decidimos apostar por esta variedad. Además de porque ofrece un aceite excelente, porque nos parecía interesante vender algo que solo se produce aquí, ofrecer un producto casi exclusivo", explica Del Moral. "El principal problema es que es menos rentable. Muchos agricultores de la zona han optado por sustituir esta variedad por otra, pero creemos que eso es arrancar nuestra identidad",[Moi ici: Muitos agricultores arrancaram as oliveiras autóctones para poder aumentar a cadência de produção, entraram num campeonato em que serão peões menores no meio do granel. Pequenos produtores a competir pelo preço... não estudaram a teoria dos jogos e a sua primeira lei] agrega."
E a sua empresa, em que campeonato está, o do preço ou o do valor?

Trechos retirados de "Olivas ecológicas con premio"



Figura retirada de "Moving from basic offerings to value-added solutions: Strategies, barriers and alignment" de Paul Matthyssens e Koen Vandenbempt, publicado por Industrial Marketing Management 37 (2008).





Acerca da proposta de valor

O que é uma proposta de valor e porque é que é importante.
"the value proposition is argued to be the enterprise’s single most important organizing principle and that so few enterprises formally develop, communicate and use value propositions,
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This work described the value proposition as a promise of value to customers, combining benefit and price. These authors argue that competitive advantage is achieved by effectively delivering a superior value proposition to a chosen group of customers. A successful value proposition provides the basis for differentiation and the foundation for an ongoing buyer-seller relationship. The importance of the concept lies in forcing an organization to clearly articulate the basis on which it will compete in its chosen markets, which requires careful understanding of valued benefits, from the customer perspective. Value propositions are acknowledged to form an important part of an enterprise’s business model.
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we adopt Rintamaki et al.’s definition of a value proposition as “an encapsulation of a strategic management decision on what the company believes its customers value the most and what it is able to deliver that gives it competitive advantage”. A value proposition consists of physical/technical enablers that create the conditions for the service experience. Value propositions encompass the functional and emotional benefits of an enterprise’s brand. The value proposition is distinctive but closely related to the concept of a brand. A brand has two tasks: creating a relevant and compelling value proposition; and making this proposition credible. The brand connects directly to the customer through a targeted value proposition. From a service-dominant (S-D) logic perspective, branding represents a communicative interaction process in which firms support the intended meanings of their value propositions. An organization’s value proposition provides a mechanism for achieving brand consistency and continuity by reinterpreting brand and customer value across the entire organization."

Trechos retirados de "Developing superior value propositions: a strategic marketing imperative" de Adrian Payne e Pennie Frow, publicado por Journal of Service Management, Vol. 25 No. 2, 2014

Moral hazard (parte III)

Parte II
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Recordo aqui os postais recentes sobre o papel dos preços:
"The price mechanism is therefore the sole coordinator of tasks within, and resource allocation between, existing advanced production processes in the market.
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The market’s reallocation of resources to satisfy changes in demand happens ‘spontaneously’ in the sense that it needs no explicit coordination of the process. A decentralised market dealing with standardised intermediate goods is fully equipped to respond to changes as it is in each producer’s interest to maximise the profitability of their situation, and this is always in line with satisfying market demand. The price mechanism, therefore, is sufficient for the market to maximise wants satisfaction of consumers."(1)
O que é que devia acontecer quando isto, "Consumo de leite não pára de cair", acontece? Se consumo baixa, produção tem de baixar ou arranjar mercados alternativos ou transformação alternativa. Como é que o sinal passa para os agentes do ecossistema? Através da redução de preços.
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Recordar a série "Como se começam a corrigir 30 anos de activismo político?". Com 30 anos de activismo político o mercado do leite está todo inquinado.

Já esta manhã encontro isto, temos mais um chavista em Bruxelas:
""Não aceito que o leite seja vendido a um preço mais baixo do que a água","
Gente que não conhece aquele ditado até porque estragou a lógica que o permitia: Qual a melhor cura para os preços baixos (altos)? São os preços baixos (altos).


(1) - Trechos retirados de "The problem of production : a new theory of the firm" de Per L. Bylund

quarta-feira, setembro 14, 2016

Curiosidade do dia

A fazer lembrar os que compram títulos do tesouro e, a seguir, batem palmas às propostas do BE para reestruturar a dívida, esta cena caricata até mais não no site da CGTP, "Trabalhadores da Ancorensis contra encerramento da escola":
"Os trabalhadores, em luta pela manutenção dos seus postos de trabalho, decidiram realizar uma concentração no dia 13 de Setembro, às 10 horas, para que a Direcção da Ancorensis lhes dê respostas e vão também exigir do Ministério da Educação que questione a Ancorensis acerca desta decisão de não iniciar o ano lectivo."
O mesmo site há menos de 3 meses escrevia:
"Na intervenção feita pelo secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou que esta manifestação "não é do contra, mas sim pela escola pública", considerou que "não é justo manter as escolas privadas que fazem concorrência às públicas" e acrescentou ainda que "não é de estranhar que o PSD e o CDS não vejam com bons olhos esta manifestação", relembrando as políticas dos últimos quatro anos. Concluiu a sua intervenção defendendo a necessidade de combater "o embuste" do número de colégios privados que andavam "a viver à custa do Orçamento do Estado", que são 39." 

A vantagem dos optimistas

"uncertainty presents clear challenges to strategists. The approach detailed in this article can turn today’s ambiguity into tomorrow’s opportunity. As you begin your journey to own the future, rather than be disrupted by it, we suggest you commit to three key mindsets.
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First, be optimistic. [Moi ici: Recordar o medo que eu tenho dos produtores de cortisol] Disruption is a growth opportunity. Research by behavioral scientists show that when we perceive a threat, we grow very rigid. Gilbert’s doctoral research drew on that research to highlight how even companies that spot disruptive changes early, such as Nokia and smartphones, Kodak and digital imaging and U.S. newspaper companies and the rise of the Internet, miss the growth potential inherent in the disruption. Leaders like Reed Hastings, however, are energized by change and frame threats as opportunities.
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Second, be decisive.  We’ve already described the importance of focusing on a small number of strategic moonshots. Remember too, that the most important word for the strategist contains but two letters: no. People often forget what Steve Jobs did first when he returned as CEO of Apple in 1996. It wasn’t to create new products like the iPod, or start Apple’s innovate retail store. It was to focus by dramatically shrinking Apple’s product line. “People think focus means saying yes to the thing you’ve got to focus on. But that’s not what it means at all. It in Black Eyed Peas superstar and music entrepreneur Will.I.Am. means saying no to the hundred other good ideas that there are,” Jobs said. “I’m actually as proud of the things we haven’t done as the things I have done.”
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Finally, be scientific."


"How to Turn Ambiguity into Opportunity: A New Approach to Strategy Under Uncertainty" de Scott D. Anthony

Apontar aos segmentos e necessidades underserved (parte II)

Parte I.
"An effective market strategy should align the strengths of a company’s product offerings with the customer’s unmet needs.
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Decide what offerings to target at each outcome-based segment.
The first step in defining the market strategy is to determine which products to target at each of the outcome-based segments that have been discovered.
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Communicate the strengths of those products to customers in the target segment...
Knowing that a product has features that are a competitive strength in a segment of the market is an important insight when it comes to aligning a product portfolio with customer needs.
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Include an outcome-based value proposition in those communications...
Build an AdWords campaign around unmet needs [Moi ici: Ainda ontem numa PME discutimos esta realidade. Eu sei lá que empresas texturizam moldes, eu preciso de texturizar um molde, primeiro vem o "job". Depois, é que aparece o nome dos potenciais fornecedores]
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Assign leads to ODI-based segments...
determine which outcome-based segment a specific prospect belongs to. With this insight, the prospect can be guided toward the solution that will best address their underserved outcomes.
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Arm the sales team with effective sales tools
Lastly, the sales team can be taught how to identify what outcome-based segment a customer or prospect belongs to and guide the conversation accordingly. Approaching a customer with the right value proposition and a clear understanding of their situation and unmet needs goes a long way to building credibility."

Os palhaços falam e escrevem acerca de uma década perdida

"Sediada em Guimarães, a AMF Safety Shoes [Moi ici: Outros velhos amigos] dedica-se há mais de uma década à produção de calçado técnico sob a marca Toworkfor. Em 2015, obteve um volume de negócios a rondar os nove milhões de euros, mas este ano espera chegar aos 12 milhões de euros.[Moi ici: Típico desta empresa, num ano crescer 33%. Lembram-se dos bonzos que falam de uma década perdida em Portugal? Palhaços!]
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Foi então que o director de Desenvolvimento de Produto da Michelin desafiou o seu homólogo da Toworkfor «para trabalharem na criação da melhor sola técnica de segurança alguma vez realizada, quer ao nível de design, quer ao nível dos componentes».[Moi ici: Algo corre bem no sector quando uma empresa é escolhida por uma multinacional poderosa para fazer este co-desenvolvimento]
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Para além da Full Grip, a marca tem várias outras colecções no seu portefólio que, consoante as características dos modelos, se destinam a diferentes nichos de mercado."[Moi ici: Segmentação, não praticarás o granel!
E não tentarás fazer tudo! Procurarás especializar-te em algo que possas fazer a diferença e te dê pica!
"O caminho da especialização
Apesar de ter mais de uma década de experiência neste mercado, a AMF Safety Shoes nem sempre produziu calçado técnico. A empresa foi fundada em 1999 (na altura, sob o nome Albano Miguel Fernandes, Lda.) e começou por se dedicar à produção de calçado de moda em regime de outsourcing. Em simultâneo, dedica-se ao segmento do calçado de conforto infantil, produzindo e representando marcas internacionais, nomeadamente a francesa Clayeux. Só em 2002 haveria de fazer a primeira aproximação ao segmento de calçado técnico de segurança, na sequência de um acordo com a inglesa Lotus.
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Após o sucesso desta parceria, a empresa vimaranense percebeu que «a aposta numa marca própria era o próximo passo». E assim nasceu, em 2005, a 2work4 (hoje, Toworkfor), que haveria de «atingir rapidamente três milhões de euros de facturação». «O sucesso foi tal que a marca penetrou de imediato em vários mercados, destacando-se o alemão», afirma o responsável.
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Em simultâneo, a AMF Safety Shoes continuou a criar vários «modelos para marcas internacionais de segurança, que ainda são vendidos por todo o mundo."
BTW, uma recordação de uma das visitas e ainda outra, foi à porta desta empresa, a fazer horas para entrar que li "Service productivity Towards a conceptualization of the transformation of inputs into economic results in services"

Trechos retirados de "A marca portuguesa que calça a Michelin", Marketeer Agosto de 2016

Empresas que me interessam

Quem segue este blogue sabe como costumo avaliar a evolução das exportações portuguesas. Não fico preocupado quando as exportações de petróleo, de automóveis e de ferro fundido baixam, enquanto as exportações das PME escondidas continuam a crescer. Por exemplo:
"Se retirarmos da equação das exportações o petróleo, os automóveis e o ferro fundido/aço ... as exportações portuguesas cresceram 558 milhões de euros nos primeiros 4 meses do ano."
Mais uma vez, não são muitas, em sintonia com Daniel Bessa:
"Interessam-me as empresas que ninguém conhece — a Celoplas, a Critical Software, a Kyaia, a Outsystems, a Polisport, a Siscog, a Vision-Box, a WIT Software. Interessam-me as empresas (poucas) que, pelos resultados conseguidos, e só por isso, se foram libertando desta “lei do desconhecimento”: a BA Vidro, a Celbi, a Corticeira Amorim, a Portucel, a Sogrape, a Sovena. Interessam-me as empresas (ainda menos) em que, pese embora todo o potencial associado a grandes investidores internacionais, há gestores e trabalhadores portugueses por detrás de histórias de sucesso incontornáveis: a Autoeuropa, a Bosh (Car Multimédia, Security Systems, Termotecnologia), a Continental, a Siemens. Quem diz estas, poderia dizer muitas outras, sem desmerecimento para quem quer que seja, dentro da mesma linha de actuação." 

terça-feira, setembro 13, 2016

Curiosidade do dia

Este remate final:
"Entretanto, será sempre preciso sensibilizar a banca, um dos principais meios de financiamento que os produtores nacionais têm. João Matos Fernandes assume que esta, “não é que não esteja disponível, mas está pouco informada sobre o que são os projetos de economia circular e como é que esses projetos podem ser avaliados”"
Fez-me logo recordar "O dedo na ferida", gente que quer que a banca volte ao chip antigo.
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Até que ponto estas ideias do governo não desembocam em projectos com retornos negativos porque muitas vezes será mais barato manter o circuito actual?
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Trecho retirado de "Governo quer cortar em 30% importação e extração de matérias-primas"