segunda-feira, novembro 30, 2009

Mandamentos para os gestores das unidades com futuro

Se Moisés descesse hoje o Monte Sinai com as tábuas da Lei com os mandamentos para os gestores, certamente encontraríamos entre elas estas orientações:
  • Subirás na escala de valor!
  • Procurarás a diferenciação!
  • Promoverás a relação com o consumidor!
  • Acarinharás uma marca!
Encontro todos estes tópicos nesta notícia sobre a Viarco: "Fábrica de lápis Viarco lança três inovações mundiais"
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"A fábrica de lápis Viarco, única em Portugal nesse sector, lançou este mês no mercado internacional três produtos que são estreias mundiais e reflectem a mudança de segmento que a empresa está a atravessar.

Aguarela de grafite para pintura, barras de grafite aguarelável para uso em grandes superfícies e um estúdio portátil com utensílios incluídos são os artigos que José Miguel Vieira Araújo, administrador da Viarco, garante serem “inovações totais a nível mundial”.

Integram a linha ArtGraf, vocacionada para os técnicos das artes plásticas e design, e “asseguram a diferenciação da marca em relação à concorrência”, numa “mudança radical” da área de negócios da Viarco, até aqui assente em materiais escolares. “Transferir um modelo de negócio para o outro requer tempo, mas estamos pela primeira vez a apostar na exportação da Viarco enquanto marca e não como prestadora de serviços contratados por terceiros”, diz Vieira Araújo."

Acham isto normal?

"Portugal tem três construtoras entre as 100 maiores da Europa"

Pintar fotos do futuro

Quantas vezes repito nas empresas aquela famosa frase do mundo do futebol "Aquilo que é verdade hoje, amanhã é mentira!"
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E não adianta chorar sobre leite derramado, ou procurar culpados para sacrificar como bodes expiatórios.
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Por que o mundo exterior muda, as estratégias das organizações sofrem uma erosão, mais rápida ou mais lenta, e os seus modelos de negócio ficam obsoletos.
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Saliento pois, este trecho de Alex Osterwalder retirado do livro "Business Model Generation":
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"A competitive business model that makes sense in today's environment might be outdated or even obsolete tomorrow. We all have to improve our understanding of a model's environment and how it might evolve. Of course we can't be certain about the future, because of the complexities, uncertainties, and potential disruptions inherent in the evolving business environment. We can, however, develop a number of hypotheses about the future to serve as guidelines for designing tomorrow's business models."
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"Painting pictures of the future makes it much easier to generate potential business models."

domingo, novembro 29, 2009

Canário (parte IX)

Vai ser bonita a festa ...
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E vai ajudar a enterrar de vez os TGVs e auto-estradas e o status-quo português.
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"The EU’s authorities, rightly or wrongly, are more afraid of the moral hazard of a bail-out than the possible spillover effect of a hypothetical Greek default to other eurozone countries. If faced with a choice between preserving the integrity of the stability pact and the integrity of Greece, they are currently minded to choose the former."
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Nas costas dos outros vemos as nossas.
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"The lion’s share of the total deficit reduction effort is earmarked to come from tax measures, and most of those from the fight against tax evasion. Tax evasion is always the item first on the list of desperate governments. (Moi ici: onde é que eu já visto?) The European Commission and Europe’s finance ministers, who have heard this story before, are rightly asking for genuine deficit reduction."
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Wolfgang Munchau é mais optimista que eu: "Just as the Greek people are unprepared for austerity, investors are unprepared for what awaits them. I would still bet that outright default is unlikely. But I wonder whether the current Greek bond spreads reflect the true risks."

"Eu recuso-me"

Aranha, meu caro, leia este artigo "O assador".
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Repare neste ponto:
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"A alternativa está no corte nas despesas. Recuperemos então a estrutura que deixámos lá atrás. Cortamos nos juros da dívida? É impossível. Aliás, estes juros ainda vão aumentar. Cortamos no investimento? Por Deus, não! Seria desistir de viver. Restam-nos três grupos de despesas: os salários, as pensões e as acções sociais. Querem fazer o favor de escolher? Eu recuso-me. Não consigo imaginar o choque que uma tal violência irá provocar no país."
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Cada vez mais comentadores da metade esquerda do espectro político estão a chegar a esta posição, uma espécie de imagem no espelho de Medina Carreira... o que é interessante é que se recusam a apresentar uma solução... Peter Pan's.
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O esquisito é como a postura irlandesa é tão difícil de assumir... a postura irlandesa é uma espécie de "Sauron" o nome que não se pode pronunciar... "Eu recuso-me"
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Façam hara-kiri.
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Lemingues!

Quizz (parte III)

De quem é este retrato-tipo?
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O papá ou a mamã leva-o à escola num automóvel topo de gama. Anda sempre com roupa de marca, tem o melhor telemóvel da turma e recusa-se a ter livros escolares em segunda-mão.
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Aceitam-se propostas de solução.

Para reflexão

To read and translate to the Portuguese reality... reality? Does that still exists? OK, to the Portuguese Neverland.
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Why we all end up with Peter Pan's in the gouvernment, children that don't want to grow-up and face ... yes, reality.
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O cuco fêmea bem pode pôr os ovos nos ninhos dos outros passaritos, contudo, se estes morrerem, as crias de cuco também morrem.

Empresas e crianças: experimentar para inovar

Esta semana apreciei, numa fábrica com 70/80 trabalhadores, aquele esforço de inovação que nunca vai aparecer nas estatísticas governamentais (BTW, sempre lideradas pelos bancos... que interessante), e ainda há quem rejeite candidaturas de empresas de calçado a apoios à inovação com o argumento de que não há inovação no calçado (textual).
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Nessa empresa, surpreendo duas pessoas ainda numa fase artesanal, com máquinas quase ao nível dos nossos electrodomésticos caseiros, a fazer experiências, a testar diferentes parâmetros, a apreciar os resultados... ainda receei apanhar uma gripe por os ajudar a meter peças entrando dentro de uma estufa a 30ºC quando cá fora já a temperatura devia andar pelos 8/9 ºC. As pessoas e as empresas com futuro experimentam, são como as crianças, ...
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"To use a metaphor, one could say that a successful organization is like a child. A child, like a turbulence-exposed company, is exposed to a constant flow of novelties that create uncertainty in the brain. The grand challenge for children is to make sense of everything they experience. To do so, they have to ask, think, create and test hypotheses. ‘Why?’ is the child’s golden question.
But theoretical experimentation is not enough for a child to understand the world fully. Children have to experience the realities in a more concrete sense too. ‘Does mum really mean no, when she says no? I’ve got to try!’ ‘What is this stuff – what does it taste like?’ ‘What happens if we mix these things together?’ In learning, children have to question the ‘laws’ and to find out things for themselves in order to really own the world. And the same is true for a successful company that not only wants to be a leader in the old regime, but that also wants to be around when the new regime breaks through.
Finally, a successful company also has the qualities of a good parent: (Moi ici: o papel da estratégia... por alguma razão o primeiro princípio de Deming era/é "Constância de propósito". Não serás uma barata tonta! Não agirás como um carrinho de choque!) the mother or father who provides a robust framework to rely on, guides the kids through role-modelling, and supports and even directs questions, questioning and experimentation."
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Trecho retirado de "Scenario Planning - The link between future and strategy" de Mats Lindgren e Hans Bandhold.

Espanha, Espanha, Espanha (parte III)

"Economist tries realism as Zapatero refuses to cure Spanish economy"
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Preocupante a abordagem comum... e recordar a nossa ligação umbilical, o peso na balança comercial, e a dimensão espanhola... o dominó, o canário espanhol.

Espanha, Espanha, Espanha (continuação da saga)

Setembro de 2007, estação de caminho de ferro de Vila Franca de Xira, compro o Diário Económico.
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Apanho o suburbano para a Azambuja e sentado leio uma frase que me surpreendeu de tal maneira que nunca mais a esqueci e que "imortalizei" num marcador que infelizmente muito tenho de usar "desde que ouvi o ministro pinho dizer que a crise financeira não afectará a economia...,"
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Por que recordo isto?
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Por causa de mais uma falha do Grande Geometra "Emirados Árabes Unidos foram grande aposta do ministro Manuel Pinho"
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O ministro que queria que Portugal exportasse carne de vaca para a Índia!!!

sábado, novembro 28, 2009

Escolhas e consequências: Private Label?

Ainda esta semana mantive uma interessante conversa com alguém ligado ao sector do calçado acerca da decisão sobre o que produzir, onde competir.
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Ainda na quinta-feira, no meio de uma auditoria da qualidade, apesar do objectivo estar focado na conformidade, tropeço na mesma questão: satisfazer 10 encomendas de 200 euros cada ou 1 encomenda de 14 000 euros?
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Para quem continua a trabalhar para o Private Label e tem vontade, e sente capacidade para ir mais além e fazer coisas diferentes; e está disposto a investir para ter resultados daqui a 5 anos... talvez faça sentido ler este artigo "What the iPod tells us about Britain's economic future" e ver bem para onde vai o dinheiro.
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"although in trade statistics the Chinese export value for a unit of a 30GB video model in 2006 was about $150 (in other words for every iPod sold $150 went onto the Chinese exports ledger) Chinese producers really only “earned” around $4. China, you see, is really just the place where most of the other components that go inside the iPod are shipped and assembled. The remaining cash instead went to the US, Japan and a host of other countries (among which the UK is one) who made the parts that go inside. In other words, where the product is not necessarily where gets the lion’s share of the profits."
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Para quem está satisfeito com o servir o Private Label apenas... OK é uma decisão honesta e defensável.
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Mas lembrem-se de Sartre e Kierkegaard, depois assumam as consequências da decisão sem choradinhos.
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E lembrem-se o Private Label também pode ser interessante se, em vez de vender minutos se vender algum tipo de expertease.

E eu sou o Tarzan

A propósito de gente básica e ignorante, como referimos ontem, António Barreto no i põe as coisas em pratos limpos, com números:
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"importamos 4/5 do que comemos. Hoje, no produto nacional, 3% ou 4% são agricultura e alimentação, 20% ou 25% são indústria. Ou seja, produtos novos, feitos em Portugal, são 30%, menos de um terço. Que vamos exportar daqui a dez anos? E daqui a 20? Serviços? Quais? Financeiros, bancários, serviços de informações, serviços de quê? Estamos a quilómetros e quilómetros de distância da capacidade de exportação de serviços da Espanha, de Inglaterra, da França, dos Estados Unidos... Novas coisas, novas indústrias, novos projectos, novos planos, novas ideias, fizemos muito pouco. "
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Pois... Portugal não é um país de serviços... e eu sou o Tarzan
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Avilez Figueiredo no mesmo i volta à carga:
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"Portugal, como se sabe, tem uma dívida próxima dos 90%. A economia, conhece-se também, vive dos serviços: valem 70% do PIB. Tudo o que produz é, em geral, para consumo interno - de quem vive ou de quem vem de fora. Não há - já se disse - os chamados bens transaccionáveis (esses produtos apetecíveis noutros mercados). A indústria, por isso mesmo, é residual."
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Pois... Portugal não é um país de serviços... e eu sou o Tarzan
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Muitas vezes me interroguei, sem olhar para este número de só 30% do PIB vir da indústria e agricultura, por que é que apesar de exportamos 90% da produção de calçado; 80% da de mobiliário; 70% da de..... termos uma balança comercial tão deficitária. É que por muita boa que seja a nossa indústria ela é pequena para alimentar o nosso ecossistema.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Acetatos BSC e Scorecard Capital Humano (sessões 3 e 4)

Os acetatos podem ser obtidos aqui.

Espanha, Espanha, Espanha

É deprimente ler notícias de Espanha e perceber a embrulhada em que estão metidos ... com um governo que ... sem comentários.
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Este artigo da Bloomberg é de fazer chorar "Bullrings, Theme Park Can’t Stop 20% Spanish Jobless" até apetece perguntar se Zapatero e Bettencourt Resendes não são uma e a mesma pessoa dado o prafrentismos com que abordam as questões económicas. Não selecciono nenhum trecho em particular porque todo o artigo é um must, um hino ao deboche despesista, à orgia de dívida, à loucura irracional de pensar que esta crise era um episódio curto e que dentro em breve tudo voltaria ao normal.
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Outro artigo a reler para ficar aparvallhado com o nível a que a coisa chegou em Espanha é este do The Economist "Unsustainable". A ministra das finanças espanhola também saiu um cromo de caderneta (tipo: bacalhau, cabrito e cobaia do meu tempo de criança):
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"As Elena Salgado, the finance minister, claims, this gives the system a certain flexibility. But it is bad for productivity. Inefficient workers on permanent contracts are protected. There is no incentive to train the young and the temporary."
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Assim, segundo a ministra: A baixa produtividade espanhola deve-se a uma legislação laboral que protege os trabalhadores ineficientes...
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Existem trabalhadores ineficientes que são protegidos pela legislação laboral? Sim existem! Está aí a causa da baixa produtividade espanhola? Não!!!!!!!
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Tal como Vanzeller e Ferraz da Costa, a ministra concentra-se no "como produzir", foca-se nos custos, olha para o denominador da equação da produtividade. Quando, IMHO, o problema está na decisão sobre o que produzir (decisão que não cabe aos trabalhadores), quando a solução está na criação de valor, quando há que olhar para o numerador.
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Gente básica e ignorante

Enquanto os políticos se entretêm a discutir o sexo dos anjos, o segredo de justiça, a gripe A, o aquecimento global, a catequese jacobina, o bug do ano 2000, a gente não entra em batalhas de retórica e oratória em que o objectivo não é chegar a uma conclusão mas ocupar tempo de antena.
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Faz-me lembrar as empresas em que na reunião mensal para análise do desempenho e tomada de decisões, há sempre uns directores de departamento que não estão na reunião para resolver um problema, ou melhorar uma situação, estão lá só para tentar iludir o escrutínio naqueles 15 minutos onde têm de justificar o desempenho, e quando saem da ribalta sentem um alívio... todas as vezes que oiço os debates quinzenais na Assembleia da República recordo esta cena.
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Por vezes, os políticos baixam a guarda e falam de coisas onde a retórica e a oratória (o que é a guerra da designação do orçamento agora revisto?) não os podem salvar, e aí munidos de factos percebemos como esta gente é básica e ignorante.
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No Jornal de Negócios "José Sócrates: "Estou preocupado com subida do euro face ao dólar""
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Onde se pode ler esta pérola:
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"“Nós não somos um país de serviços”, sublinhou o primeiro-ministro português à Bloomberg. “Estamos a ter um bom desempenho no sector industrial e queremos competir nesse campo em todas as áreas e exportar com valor acrescentado, ou seja, com produtos de qualidade nos mercados mais sofisticados”, acrescentou."
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Há dias ouvi na SIC Medina Carreira, o homem dos números, dizer que a contribuição da agricultura e indústria para o PIB rondava os 28%... pois, não somos um país de serviços.
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Ah! Mas isso não é argumento, você sabe o Medina Carreira... o tipo não regula bem.
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E o INE regula bem?
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"Na estrutura empresarial predomina a área dos serviços, quer se tenha em consideração o número de empresas, o número de pessoas ao serviço ou o volume de negócios. Segundo dados referentes a 2005, 78,0% das empresas pertenciam a este sector, representando 61,9% do número de pessoas ao serviço e 62,7% do volume de negócios."

Surreal

A revista Harvard Business Review deste mês é dedicada ao homem que mudou a minha vida, Peter Drucker.
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Várias páginas da revista incluem reflexões sobre um título comum "What I Learned From Peter Drucker". Peter Paschek no artigo "The Responsibility of Management Consultants" escreve:
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"... many business leaders... Their predominant concern remains maximizing short-term shareholder value - a narrow focus that Drucker decried.... Management consultants - being "central to the development of the teory, the discipline, and the profession of management" - as a whole are no better. They focus almost entirely on the economic side of management. All too often cost-cutting and layoffs are their prescriptions."
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O texto é muito bom e tenho de voltar a ele brevemente, para reflectir sobre mais sumo que encontrei. No entanto, fico por aqui, por agora, acho que este trecho é bom para enquadrar o sentimento que me percorreu quando li este artigo no semanário Vida Económica "Barcelos cria pólo industrial na Roménia para deslocalizar o sector têxtil"
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O texto é um hino ao curto-prazismo... só espero que não estejam a ser apoiados por fundos públicos portugueses.
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Só sabem competir no preço e acreditam que podem fazer a diferença na Roménia... Uauuu tanta ingenuidade... tanta que se calhar têm mesmo apoio de fundos públicos portugueses.
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Aconselho a ler o livro How we Compete de Suzanne Berger, já existe uma versão portuguesa. A leitura pode ter duas funções: perceber como é possível ter empresas têxteis rentáveis em LA ou Nova Iorque; e perceber o encravanço em que se meteram empresas italianas que se deslocalizaram para a Roménia e logo a seguir recuaram.
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Se ainda não levantaram os olhos do chão e só conseguem ver o denominador da equação da produtividade... talvez não percebam o que aconteceu ao exemplo da têxtil americana que se deslocalizou para a Mongólia... para depois perceber que o seu problema não era custos, era ter um produto envelhecido.

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«temos de assumir que um país como o nosso já está encostado a uma certa fasquia nos custos de produção que faz com que certos produtos já não possam ser feitos cá». E, nesta lógica, «quanto mais condições dermos a um empresário para que se deslocalize, mais lhe estamos a dar competências para se manter no mercado, fazendo com que o benefício obtido lá fora se reverta em melhores empresas cá dentro». Ou seja, há qualquer coisa de surreal nisto... quanto é que ganha a ACIB com isto... são eles que estão a promover a deslocalização.

As famosas...

As famosas opções de futuro!!!
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Produzir bens transaccionáveis!!!
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Qual a percentagem da mão de obra activa que trabalhava na agricultura quando Portugal aderiu à CEE? O que a diferenciava da média europeia?
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Qual a percentagem da mão de obra activa que trabalha na construção civil em Portugal? O que a diferencia da média europeia?

quinta-feira, novembro 26, 2009

O deboche despesista (parte II)

Talvez estas vozes e o destino dos grandes dominós grego e espanhol venham impor o fim do deboche despesista em que os governos se têm envolvido.
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Talvez o Dubai também ajude à festa.
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A espiral despesista e irracional em que se envolveram os governos talvez desemboque na necessidade de uma guerra para desviar as atenções... este postal dá muito que pensar "Marc Faber Sees War Against an Invented Enemy and a Big Financial Bust":
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""I think eventually there will be a big bust and then the whole credit expansion will come to an end," Faber added.
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"Before that happens, governments will continue printing money which in time will lead to a very high inflation rate, and the economy will not respond to stimulus".
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In one of his Gloomiest predictions, Faber, referred to as Dr Doom, said "the average family will be hurt by that, and then in order to distract the attention of the people, the governments will go to war".
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"People ask me against whom? Well, they will invent an enemy," Faber said."
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"Faber: The years 2006 and 2007 were "the peak of prosperity" and the world economy is not likely to return soon to that level.
Mish: Agreed. I had quite some time ago proposed Peak Credit and her twin sister Peak Earnings have arrived. Here is a snip from the former. ... That final wave of consumer recklessness created the exact conditions required for its own destruction. The housing bubble orgy was the last hurrah. It is not coming back and there will be no bigger bubble to replace it. Consumers and banks have both been burnt, and attitudes have changed."
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BTW, aquelas palavras da Moody's: "A agência destaca que a situação orçamental portuguesa "estava já a deteriorar-se há algum tempo, ainda antes de a crise financeira começar". Além disso, a economia portuguesa "está presa numa dinâmica de baixo crescimento devido à fraca competitividade", o que faz com o Governo tenha de "tomar decisões difíceis se quiser reduzir a dívida""

Para reflexão

"So, people and some central banks are seeking refuge in a stable currency that is beyond the control of the financial engineers.

"With the exception only of the period of the gold standard, practically all governments of history have used their exclusive power to issue money to defraud and plunder the people." Fredrich August von Hayek
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"The gold standard has one tremendous virtue: the quantity of the money supply, under the gold standard, is independent of the policies of governments and political parties. This is its advantage. It is a form of protection against spendthrift governments." Ludwig von Mises
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Alan Greenspan himself states the case most eloquently in his famous essay from 1966 Gold and Economic Freedom.
"This is the shabby secret of the welfare statists' tirades against gold. Deficit spending is simply a scheme for the confiscation of wealth. Gold stands in the way of this insidious process. It stands as a protector of property rights. If one grasps this, one has no difficulty in understanding the statists' antagonism toward the gold standard.""
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Por que sobe a cotação do ouro...
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E ainda:
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Folhas na corrente (parte VII)

Quando frequentava a faculdade aproveitava todo o tempo de férias para, de mochila às costas, peregrinar por Trás-os-montes e Alto Douro e Beira Alta.
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A primeira vez que percorri a pé a descida de Figueira de Castelo Rodrigo para Barca d'Alva fui surpreendido por um (ou dois?) fóssil industrial. Podia ver-se junto a um ribeiro, que certamente no Inverno proporcionaria a energia, as paredes calcinadas de uma antiga fábrica.
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Foi desse fóssil que me recordei ontem à noite ao ouvir a entrevista ao puppet-master da construtora Mota. Um efeito secundário da construção de auto-estradas foi, é e será o desaparecimento de pequenas indústrias que não se desenvolveram e que tinham como vantagem competitiva a distância, a proximidade.
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Há anos, fiz uns trabalhos para empresas produtoras de materiais para a construção situadas no centro do país. Assim que abriu a A24 abriu-se, naturalmente um novo campo de combate, um novo mercado... Vila real e Chaves. Como os produtos de que estamos a falar eram/são commodities o efeito da escala tornava as pequenas fábricas dessa zona presas fáceis para os predadores habituados a mercados mais competitivos e com uma dimensão várias vezes superior.
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Portanto, os autarcas que se regozijam com a abertura de auto-estradas em Trás-os-montes e Alto Douro são como os jogadores de bilhar amador, só vêem a próxima jogada, não vêem as consequências das jogadas seguintes... mais desemprego na indústria local e mais desertificação...
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Ao ouvir Jorge Pelicano numa entrevista recente na TSF não pude deixar de recordar... em Agosto de 1988 fiz a viagem Porto-Bragança de comboio. Primeiro a linha do Douro até ao Pocinho (não quero estar a mentir mas julgo que na altura a linha era internacional) e depois, a linha do Sabor até Bragança. No meu livro de apontamentos dessa viagem registei cenas que hoje ninguém acredita, devia haver uma festa próximo do Cachão, o comboio estava tão cheio, tão cheio, havia gente vestida a rigor para uma cerimónia, com os meus colegas de viagem até especulámos que, à semelhança da Índia, havia passageiros no tejadilho das carruagens.
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Passaram apenas 20 anos e a desertificação avançou como faca na manteiga numa tarde de Verão.
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Assistimos ao triunfo imparável da mass production que levou na enxurrada quem não resistiu à competição pelo preço. Só resistiram as empresas que se conseguiram defender com o efeito da proximidade.
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Portanto, convém preparar mais alguns funerais ... essas indústrias serão substituídas por "indústrias culturais", por centros de terceira idade e...