segunda-feira, março 31, 2008

Formação sobre Balanced Scorecard (27 e 29 de Março)

Espero ter conseguido transmitir uma centelha do potencial que pode ser desencadeado por um sistema de gestão da estratégia de uma organização assente no balanced scorecard.
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Questões, dúvidas, comentários, sugestões, por favor disponham, têm o meu endereço de e-mail. .
Relativamente aos acetatos (não esqueçam a palavra-chave):

(Aconselho a guardar primeiro, e abrir ficheiros já no vosso PC)
  • Arranque 1
  • Não há acasos 2
  • Porque é que as organizações precisam de um estratégia? 3
  • A evolução do conceito "BSC" 4
  • Quem são os clientes-alvo? 5
  • Desenhar o mapa da estratégia 6
  • Estabelecer indicadores e metas 7
  • Desenvolver iniciativas estratégicas 8
  • Monitorizar a viagem para o futuro 9
  • Ligação com a ISO 9001 10
  • Remate final 11
Relativamente a bibliografia sobre os tópicos tratados deixo esta lista (a partir da página 5).

Aqui, fui deixando ao longo do tempo algumas reflexões sobre o sector Nonprofit.

Uma das reflexões interessantes do segundo dia, foi sobre o facto da metodologia que proponho pressupor que existem lacunas, a diferença entre o estado actual de uma organização e o estado futuro desejado para a mesma organização.
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Joseph Juran escreveu sobre a "Trilogia da Qualidade", no mundo da qualidade existe:
  • a melhoria da qualidade (quando queremos atingir novos níveis de desempenho para um serviço, para um processo, para algo que já existe hoje - primeiro, temos de descobrir as cauasas-raiz do problema, para depois eliminá-las);
  • o controlo da qualidade (quando estamos satisfeitos com o desempenho actual e apenas queremos mantê-lo. O sistema já demonstrou que é capaz de cumprir com as metas em vigor, há que assegurar apenas que não entra em roda-livre e se deteriora por qualquer motivo. Manter aquilo que já se tem, não é estratégico no sentido de que não é novidade, não há lugar a transformação, daí que objectivos deste tipo não devam fazer parte de um BSC - IMHO);
  • concepção, ou planeamento da qualidade (quando queremos atingir novos níveis de desempenho à custa da criação ou prestação de novos serviços. Aqui não há "conspiração" inicial do sistema que nos impeça de chegar onde queremos, quase podemos dizer... não há sistema inicial);
Os projectos de planeamento/concepção da qualidade são projectos "estilo" engenharia civil: sabemos o que há a fazer, por quem e até quando.
Os projectos de melhoria não começam por ser projectos "estilo" engenharia civil porque ainda não sabemos qual é a causa do problema. As actividades incluídas num projecto de engenharia civil só ficam clarificadas depois de sabermos quais as causas do desempenho actual, quias as causas-raiz das lacunas entre a organização actual e a organização do futuro.
Ver por favor o exemplo que roubei ao livro que estou a finalizar sobre ambiente e estratégia de um negócio aqui

Projectos de Planeamento

(continuado daqui)

Como não existe sistema actual, o resultado da implementação do projecto de melhoria, será o próprio sistema que queremos que fique a funcionar no futuro.

Situação actual: Consideremos o exemplo de uma empresa que descarrega ilegalmente efluentes líquidos não tratados, numa linha de água. A empresa não cumpre a lei! A empresa nunca ligou ao assunto!
Objectivo: Cumprir a legislação ambiental sobre descargas de efluentes líquidos.
Meta: Regularizar a situação nos próximos 12 meses.

Porque a empresa está a implementar um sistema de gestão ambiental, os seus responsáveis tomaram conhecimento das exigências legais, e agora, sabem o que lhes falta para chegarem ao estado futuro desejado:
O estado futuro desejado pode ser descrito da seguinte forma:
O projecto há-de incluir o conjunto de actividades e responsabilidades que permitirão fazer o caminho entre o “Hoje” e o “Futuro desejado”, ou seja, percorrer as setas da figura :
A partir desta confrontação, e da tomada de consciência da lacuna existente, podemos equacionar o conjunto de actividades a desenvolver, por exemplo:
Neste exemplo não há que à priori descobrir qual a causa, qual a rede de interdependências que conspira.
Entre os extremos de cada seta, o estado actual e o estado futuro desejado, temos de identificar os obstáculos que nos impedem de colmatar a lacuna já hoje.

domingo, março 30, 2008

Pensamentos cruzados

Duas notas relativamente ao artigo "Primeiro português distinguido pela Fundação Sloan", assinado por Lurdes Ferreira no Público de hoje.
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"A segunda área de estudo refere-se ao que chama a "coerência tecnológica das empresas automóveis", provando que "as empresas devem manter coerência tecnológica para que o seu desempenho não baixe", que é o que acontece quando "diversificam para áreas não relacionadas", nomeadamente para as que adoptaram os padrões de qualidade da norma Iso 9000."
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Gostava de perceber o significado do texto a negrito, não o consigo entender. Terá sido a jornalista que perdeu aqui alguma informação?
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Relacionado com a primeira parte do parágrafo anteriormente seleccionado temos este:
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"Lembra que as empresas "engordaram nos anos 90, mas não tiveram retorno financeiro" correspondente, ao entrarem em "áreas não relacionadas com o seu core tecnológico e sem ter benefícios""
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Algo que me remete para um dos meus mantras proferidos: "Volume is Vanity. Profit is Sanity."
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Agora o remate final do artigo é muito bom (IMHO):
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""Hoje, a produtividade da fábrica tem mais significado do que o custo da mão-de-obra de per si." "
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Esta afirmação, com a qual não posso estar mais de acordo, remete-me para vários temas:
* Valor versus custo;
* Teoria das restrições e "Poupar vs Ganhar"

sábado, março 29, 2008

Pedras grandes parte II

Dois grupos de clientes-alvo.

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Cada grupo com uma proposta de valor distinta. Recursos partilhados entre os dois tipos de clientes-alvo.



Trabalhamos para os clientes-alvo de private label e temos bons resultados, os clientes ficam satisfeitos, e vão-nos propondo cada vez mais trabalho (até ao dia em que resolvam ir embora sem aviso prévio).


Esse cada vez mais trabalho é bem-vindo porque são clientes que pagam rapidamente. Como os recursos são escassos e partilhados, os recursos começam a ser desviados para este tipo de clientes-alvo, porque têm carne e osso, telefonam (os clientes finais da marca própria são os consumidores). Começam a surgir os problemas com os clientes de marca própria.




Começam a manifestar-se sintomas negativos que descambam na redução da rentabilidade, e na perca da capacidade de definir o seu próprio destino.


Solução: não partilhar recursos.

sexta-feira, março 28, 2008

Pedras grandes e "Shift the burden"

Mais um interessante artigo de Helder Robalo no DN de hoje "Sector têxtil vende 70% para grandes marcas" (Adenda: o artigo é de Ilídia Pinto com a colaboração de Hélder Robalo)

"Bessa admite que a afirmação pode parecer algo polémica, quase "contra a corrente". Mas garante que "imaginar que todas as empresas do têxtil e vestuário vão ter marca e distribuição é uma ficção. É muito caro, exige competências que a maioria não tem, a necessidade de contratar os recursos humanos e comporta muito risco"."


É claro que não mercado, não há recursos, para que todos adoptem a mesma proposta de valor.

No entanto, penso que as empresas com marca própria estão para um sector industrial, como as lojas-âncora estão para um centro comercial. É sobre elas que se pode estruturar, montar, desenhar um "cluster" sustentável.


As empresas com marca própria são como as pedras grandes desta história:


"Um consultor, especialista em Gestão do Tempo, quis surpreender a assistência numa conferência:
Tirou debaixo da mesa um frasco grande de boca larga. Colocou-o em cima da mesa, junto a uma bandeja com pedras do tamanho de um punho e perguntou:
- Quantas pedras pensam que cabem neste frasco?
Depois dos assistentes fazerem as suas conjecturas, começou a meter pedras até que encheu o frasco. Depois perguntou:
- Está cheio?
Toda a gente olhou para o frasco e disse que sim.
Então ele tirou debaixo da mesa um saco com gravilha. Meteu parte da gravilha dentro do frasco e agitou-o. As pedrinhas penetraram pelos espaços que deixavam as pedras grandes. O consultor sorriu com ironia e repetiu:
- Está cheio?
Desta vez os ouvintes duvidaram:
- Talvez não.
- Muito bem!
Pousou então na mesa um saco com areia, que começou a despejar no frasco. A areia infiltrava-se nos pequenos buracos deixados pelas pedras e pela gravilha.
- Está cheio?, perguntou de novo.
- Não - exclamaram os assistentes.
- Bem dito!
E pegou numa jarra de água, que começou a verter para dentro do frasco. O frasco absorvia a água sem transbordar.
- Bom: o que é que acabamos de demonstrar?, perguntou.
Um ouvinte respondeu:
-Que não importa que a nossa agenda pareça estar cheia; se quisermos, sempre conseguimos fazer com que caibam mal coisas.
-Não! - concluiu o especialista. - O que esta lição ensina, é que se não colocarem as pedras grandes primeiro, nunca poderão colocá-las depois.
Quais são a grandes pedras nas nossa vidas? Os nossos filhos, a pessoa amada, os amigos, os nossos sonhos, a nossa saúde Lembrem-se: ponham-nas sempre primeiro. O resto acabará por encontrar o seu lugar.

Cuidem bem das vossas pedras grandes!"


"Paulo Vaz recorda, no entanto, que o private label é fundamental mesmo para as empresas que têm marca com créditos firmados no mercado nacional e internacional. Caso da Impetus, que é líder de mercado em Portugal e Espanha. "Além de ser uma garantia de um fluxo financeiro permanente, já que há um espaço de tempo enorme desde a chegada da colecção ao mercado até se recuperar o dinheiro, o private label permite aumentar o nível de competências técnicas por se trabalhar com muitos e diversificados clientes", explica. E lembra que Ermenegildo Zegna, líder mundial de vestuário masculino, ainda hoje continua a ter private label."
O que Paulo Vaz diz também é verdade, mas não diz tudo. E o que não diz pode ser perigoso.

A minha experiência diz-me que o que coloquei a negrito é muito importante na vida real.

Quando uma empresa opta por trabalhar em simultâneo a marca própria e o private label, deve-o fazer com recursos distintos. Ou seja, equipa comercial distinta com incentivos distintos, máquinas distintas, equipa técnica distinta.

Se uma empresa se lança nas duas vertentes com os mesmos recursos, partilhandos os recursos entre a marca e o private label, a experiência mostra-me que o que tem tendência a acontecer é o private label começar a "roubar" atenção, tempo de antena, tempo de qualidade, tempo de produção à marca própria. Porquê? Por causa daquele trecho a negrito, normalmente o private label é para empresas estrangeiras que pagam na hora, nada que se compare com os 6/9 meses para receber das lojas onde se coloca a marca própria (6/9 meses a contar da data em que o estilismo começa a pensar nas peças da próxima estação, visitar feiras, comprar fio, tecer, tingir e acabar, confeccionar, embalar, entregar, vender... ... ... receber)


Esta partilha de recursos entre duas propostas de valor, entre dois tipos de clientes leva a por em marcha aquilo a que Peter Senge chamou de arquétipo "Shift the burden. Algures, os recursos necessários para servir bem um cliente, vão começar a ser sugados, sifonados, pelo circuito, pelo sistema que serve outro tipo de cliente e que, porque "gira" mais depressa, ganha ascendência sobre o outro ciclo.
Uma vez trabalhei com uma organização em que era fácil ver o filme que estava a acontecer, o boneco desenhei-o desta forma:





(Continua)

quinta-feira, março 27, 2008

Estratégia é absolutamente essencial

"Um sector com estratégia é absolutamente essencial, para que tenha consciência de si. O facto de apresentar uma orientação é um sinal de maturidade".



Até já cito José Sócrates, primeiro-ministro.

Aproveitar as correntes já que não podem ser modificadas

Como já referi neste postal, os diferentes factores da análise SWOT não são equivamentes, não têm todos o mesmo peso.
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O exterior, as oportunidades (O) e as ameaças (W), é mais importante que o interior, as forças (S) e as fraquezas (W). As organizações têm de manobrar e aproveitar as correntes exteriores, não as podem enfrentar. Esta pequena estória ilustra bem a situação:
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"Radio conversation released by the Chief of Naval Operations 10-10-98.
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IRISH: Please divert your course 15 degrees to the South to avoid a collision.
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BRITISH: Recommend you divert your course 15 degrees to the North to avoid a collision.
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IRISH: Negative. You will have to divert your course 15 degrees to the South to avoid a collision.
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BRITISH: This is the Captain of a British Navy Ship. I say again, divert YOUR course.
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IRISH: Negative. I say again, you will have to divert YOUR course.
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BRITISH: THIS IS THE AIRCRAFT CARRIER HMS BRITIANNIA! THE SECOND LARGEST SHIP IN THE BRITISH ATLANTIC FLEET. WE ARE ACCOMPANIED BY THREE DESTROYERS, THREE CRUISERS AND NUMEROUS SUPPORT VESSELS. DEMAND YOU CHANGE YOUR COURSE 15 DEGREES NORTH. I SAY AGAIN, THAT IS 15 DEGREES NORTH OR COUNTERMEASURES WILL BE UNDERTAKEN TO ENSURE THE SAFETY OF THIS SHIP.
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IRISH: We are a lighthouse................Your move!"

quarta-feira, março 26, 2008

O que é mais importante: Lucro ou Quota de Mercado?

Para mim é claro!
No entanto, por vezes, nas salas de reunião e nas entrevistas a jornais, lucro e quota de mercado são tratados como uma e a mesma coisa, ou como duas faces da mesma moeda.

"We call for a profit renaissance, led by companies in highly contested markets who have learned how to redirect all of their marketing efforts - pricing, product, positioning, and promotion - toward earning more money rather than selling greater volumes.
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For decades, managers have heard incessantly from coleagues, superiors, professors, and pundits that their salvation lies in pursuing and preserving high market share. Consequently, they built every aspect of their organization, from strategy to marketing and manufacturing, to achieve that goal."
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"Rewarded by their superiors and their boards of directors for their market share achievements, managers rarely questioned whether they might better serve their company and their own career ambitions by doing the unthinkable: abandoning market share as their company's guiding principle for growth. What's wrong with market share as a guiding principle for strategy?"
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"When companies make in the centerpiece of their "profitable growth" strateies, it gives rise to cultures and behaviors that destroy rather than boost it."

Trechos retirados de "Manage for profit not for market share" de Hermann Simon, Frank Bilstein e Frank Luby.

Outra referência pode ser esta "Is Market Share All That It’s Cracked Up To Be?"

terça-feira, março 25, 2008

O título...

Não afirmo que o título esteja errado.
Mas resumir uma entrevista tão interessante a um título que pode ser incorrecto para algumas empresas... (Título: «Devemos deixar cair a tentação de criarmos marcas próprias a todo o custo»)

Entrevista de João Mendes e Jorge Teixeira (Executive MBA da Escola de Negócios Caixanova) ao semanário Vida Económica aqui.

Por exemplo: "Além disso, é necessário prestar atenção à modificação de padrões de consumo, por exemplo, Portugal exportou para a China vinhos no valor de 547 mil euros, entre Janeiro e Junho de 2007."

Outro exemplo: "A crescente concorrência a nível internacional em todos os mercados obriga as empresas a seguirem estratégias de crescimento fora do mercado interno." - Aquilo a que chamo, fazer o by-pass ao país.

Cuidado

Felizmente nos últimos meses têm sido cada vez mais comum encontrar artigos como este, do Público de hoje, "Exportações de sapatos atingem os 70 milhões de pares e chegam ao nível mais elevado das últimas duas décadas", assinado por José Manuel Rocha.
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"A Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) salientou ontem, em comunicado, que os dados de 2007 mostram que, pela primeira vez na sua história, o sector exportou 90 por cento da sua produção global. A União Europeia, no seu conjunto, continua a absorver a parte de leão das exportações portuguesas (65 milhões de pares)."
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Como temos referido aqui no blogue, vários sectores industriais estão a dar a volta, a micro economia está a resolver os seus problemas concretos.
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No entanto, ainda estou para perceber quais podem ser as consequências secundárias da evolução do dolar. No imediato temos este efeito: "A APICCAPS verifica que, fora da Europa, a capacidade de penetração dos sapatos portugueses está a sofrer com a sucessiva desvalorização do dólar. Para os EUA, as vendas de calçado português regrediram 37,4 por cento em 2007, para 600 mil pares. "Há ainda a registar quebras nas exportações para o Canadá e o México", assinala a associação."
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Chamo consequências secundárias a isto: "Beware of false arguments: The strong euro will hurt"
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Penso que era Séneca que defendia que os humanos suportam melhor as frustrações para as quais se preparam, e que compreendem. E sofrem mais com as que não esperavam nem entendem.
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No limite pode acontecer, sair duma crise estrutural e cair numa crise conjuntural.

segunda-feira, março 24, 2008

A miudagem

Ás vezes penso que as empresas olham para os clientes como um "outsider" olha para as crianças de um jardim-escola.
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Quem olha de fora, olha e vê a criançada toda, vê a miudagem:

Vê o conjunto, toma-os pelo conjunto, pela massa ...
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No entanto, cada uma destas crianças é um ser humano único, com um pai e uma mãe que o ama (esperemos).

Segmentação de clientes

Há uns anos, ao apoiar a implementação de um sistema de gestão da qualidade numa micro-empresa industrial (menos de dez colaboradores), consegui convencer a empresa de que precisava de ter actividade comercial. Não podia ficar à espera que os clientes lhe batessem à porta, tinha de ir à procura de clientes.
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A empresa, com o auxílio do programa Inovjovem, contratou alguém para fazer a actividade comercial.
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Ao planear a actividade comercial, resolvemos fazer uma distribuição com base na geografia. Desenhámos as "voltas" que o comercial teria que fazer em cada semana, com base na localização geográfica...
"The traditional basis for segmenting customers is how much they buy (volume) and where they operate (region). This shortcut is obsolete in most cases because managers now have much more data and analytical power available. A more profitable basis for segmenting customers is by preference and, especially, willingness to pay.
Once you have a clear and objective understanding of preferences and willingness to pay, you can make better decisions about what products and services to offer and how to bundle them."
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"Geography and purchase volume may have once been a useful proxy for customers’ preferences and willingness to pay, but all too often we have seen this link broke long ago. Such a segmentation technique may help managers characterize the current state of their markets, but it provides them with no insights into what their markets could or should look like. It does not give them insights they can act on quickly to make more money. In other words, it does not help them decide which customers they shouldn’t serve as intensively and which customers will pay more for certain products and services that others don’t want as badly.
If you segment your market according to customers’ preferences and willingness to pay rather than solely on geography and volume, you will become aware of how you can adapt your offering of products and services to match each segment’s preferences and capture that profit. This new focus will allow you to deploy your sales teams and marketing dollars more effectively. In some cases, that could mean offering services at a different level of intensity or adding additional product and services variations. In other cases, it could mean restricting your focus to a select group of segments, then shrinking your product and service portfolio by eliminating what you no longer need."
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Segmentar por proposta de valor...
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Trechos retirados de "Manage for profit not for market share" de Hermann Simon, Frank Bilstein e Frank Luby.
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Ainda a propósito deste livro, o artigo "Chrysler's Unconventional Plan: Sell Fewer Models, Increase Profit "... será que vai resultar?

sábado, março 22, 2008

Não é preciso ser doutor, para criar empresas com futuro

Mais um exemplo do terreno, de quem no dia-a-dia tem de resolver problemas concretos e não pode perder tempo nos corredores e carpetes do poder. "Revolucionei a Inarbel", um artigo de Helder Robalo no DN de hoje.
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Mais um exemplo de que o futuro se pode construir, abrindo a mente a um universo de possibilidades.
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"Percebendo que os grandes clientes iam começar a apostar em mercados com custos de produção mais baixos, José Armindo decidiu delinear uma nova estratégia para a Inarbel.
"A determinada altura decidi que era preciso criar uma marca ..." a Dr. Kid.
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"O empresário começa então a estudar vários mercados europeus, cria um departamento de marketing e planeamento, contrata uma estilista e começa a fazer colecções próprias."
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"Os resultados das apostas deste antigo jogador de futebol estão à vista. Em 2007 a Inarbel facturou seis milhões de euros, dos quais 40% são referentes à Dr. Kid. Preponderante é também o peso das exportações: cerca de 85% da produção"
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Artigos destes da minha parte recebem três notas positivas: uma para a empresa e empresário, por causa dos resultados obtidos; outra para o jornal que divulga histórias de um Portugal positivo com locus de controlo interno, e que mostram que há alternativa ao negócio do custo; e outra para o empresário, por aceitar dar a cara e contar o seu exemplo, e poder servir de modelo para outros.
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Aqui escrevi "Em vez de se concentrarem em sacar subsídios e apoios do QREN para os seus associados, as organizações empresariais deviam apostar na recolha e divulgação destas histórias... não por consultores, não por funcionários, não por universitários, não por políticos, mas por pares. ... deixar o palco para os empresários e gestores, para que contassem aos seus pares a sua história, os resultados que estão a ter, as dificuldades que sentiram e sentem, como as ultrapassaram."
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Depois, alguém em conversa recordou-me que é muito difícil os empresários contarem os seus casos a uma plateia, mesmo os de sucesso. E se calhar é verdade, por isso ainda maior o valor destes artigos e destes empresários

Adenda: Nem de propósito acabo de ler este artigo no JN de hoje: "Indústria têxtil nacional ainda tem viabilidade"
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Curvo-me perante a iniciativa da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. Gostaria de recordar o seu director-geral da seguinte afirmação de Kotter: "“The single most important message in this book is very simple. People change what they do less because they are given analysis that shifts their thinking than because they are shown a truth that influences their feelings.”"

"Se contarmos só os euros, talvez não"

"Mas acha que vale a pena pôr o TGV, que são comboios tão caros, a fazer tão curtas distâncias?", perguntaram ao orador. "Se contarmos só os euros, talvez não. Mas tendo em conta o modelo ambiental que escolhemos para a região, os custos do congestionamento e do estacionamento e que a alternativa seria o uso ainda mais intenso do automóvel, então a resposta é sim, vale a pena."
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Até me arrepia...
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Mais um normando a falar de dinheiro para sacar aos saxões. Não importa que o senhor seja francês, é a mesma classe cá do burgo.
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"Flaw 5: The sunk-cost effect
A familiar problem with investments is called the sunk-cost effect, otherwise known as "throwing good money after bad." When large projects overrun their schedules and budgets, the original economic case no longer holds, but companies still keep investing to complete them."
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"What should strategists do to avoid the trap?
Apply the full rigor of investment analysis to incremental investments, looking only at incremental prospective costs and revenues. This is the textbook response to the sunk-cost fallacy, and it is right ..."


Trecho inicial retirado do Público de hoje, do artigo "Linhas de alta velocidade podem ser aproveitadas para serviços regionais em TGV" de Carlos Cipriano.


Trecho final retirado do artigo "Hidden flaws in strategy" de Charles Roxburgh no "The McKinsey Quarterly"

sexta-feira, março 21, 2008

Incentivos, é tudo uma questão de incentivos

Como refere várias vezes Álvaro Santos Pereira no seu livro "Os Mitos da Economia Portuguesa", é tudo uma questão de incentivos:
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"... as pessoas, as empresas, os governos e até as economias respondem a incentivos. Se estes incentivos estiverem distorcidos, as escolhas económicas que as pessoas tomam no dia-a-dia irão reflectir isso mesmo..."
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Lembrei-me desta citação ao dar de caras com esta história:
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"Divorce can be very good for (some) children. A Spanish colleague was discussing the effects of the 2004 changes in Spanish divorce law — which require only a six-month waiting period in uncontested cases and no separation of living arrangements before the divorce becomes final. " aqui

Há que olhar para as tendências e não só para o último valor.


O Diário de Notícias de ontem trazia o artigo “Desaceleração do investimento faz arrefecer economia em 2008”, assinado por Rodolfo Rebêlo.
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O artigo começa com as seguintes palavras “A economia portuguesa apresenta sinais de forte abrandamento nos primeiros dois meses do ano. Os empresários estão a adiar planos de investimento e o volume de negócios no comércio e na indústria abrandou, com as exportações de bens em queda, de acordo com os dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).”
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Resolvi recolher os dados do INE (Sínteses mensais de conjuntura), escolhi dois indicadores, um sobre o investimento (Indicador de FBCF) e outro sobre a procura externa (Carteira de encomendas externa).
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Depois, fiz uma carta de comportamento estatístico entre Novembro de 2006 e Janeiro de 2008, para procurar perceber o que me diz a voz do processo, independentemente das opiniões políticas.
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Relativamente ao Indicador de FBCF obtive as seguintes curvas (a superior para avaliar a evolução da variabilidade e a inferior para acompanhar a evolução da média):
A carta da variabilidade diz-me que ao longo de 2007 a variabilidade evoluiu sob controlo estatístico, previsível portanto. Nada de alterações a esse nível!
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A carta da média conta uma outra história muito mais interessante:
* 8 pontos consecutivos sempre a subir, de Janeiro a Agosto de 2007;
* Os pontos de Julho e Agosto ultrapassaram o limite superior de controlo (LSC x);
* O ponto de Dezembro de 2007 ultrapassou o LSC x.

Estamos perante um sistema, em que causas assinaláveis actuaram durante o ano de 2007 (a probabilidade de 8 pontos consecutivos subirem sempre face ao anterior sem haver alteração da média é de (1/2) elevado a 8.
Ao longo dos primeiros 8 meses a média aumentou, o indicador de FBCF teve uma evolução positiva que não pode ser explicada pela flutuação aleatória. Houve inequivocamente uma melhoria da situação em 2007, pelo menos durante os primeiros 8 meses (o valor excepcional no mês de Dezembro de 2007 pode ser explicado pelo investimento excepcional na compra de aviões pela TAP e pela NetJets - o famoso Banhista Gordo).
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Estatisticamente não se pode dizer se a situação está a piorar ou não a nível de indicador de FBCF
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Quanto à evolução do indicador “Carteira de encomendas externa” temos:

Ou sublinhando outros aspectos:Mais uma vez nada de anormal a nível da carta de comportamento da variação.
Quanto à carta do comportamento da média a história é outra. Temos tudo menos um sistema estável estatisticamente:
* De Junho de 2006 até Fevereiro de 2007 foram nove pontos consecutivos abaixo da média.
* Depois, de Março de 2007 até Dezembro de 2007 foram 10 pontos consecutivos acima da média. Ou seja, uma primeira fase com um crescimento assinalável, seguida de uma segunda fase com uma diminuição assinalável;
* A carteira de encomendas externa está em queda desde Julho de 2007, ou seja, oito meses seguidos. Estatisticamente podemos dizer que algo de diferente aconteceu e está a actuar sobre a economia.
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Assim, ao contrário do que diz o artigo, a economia portuguesa não apresenta sinais de forte abrandamento nos primeiros dois meses do ano, infelizmente os sinais são mais antigos, já vêm de Agosto de 2007.
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Não sou eu que o digo, são os números!
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É muito fácil preocuparmo-nos com o último número, é o que ocupa a maior fatia do prime-time das reuniões de muitas organizações, é o topo do icebergue.
Só que abaixo do nível das águas... há um comportamento silencioso que corre o risco de passar despercebido.

Macro economia vs micro economia?

Será impressão minha ou o ponto de vista da micro economia é mais optimista e mais realista?
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Aqui, referimos que 60% da produção portuguesa de mobiliário é dirigida para os mercados externos. Gente de carne e osso, agarrou a oportunidade de vender valor em vez de preço, identificou clientes-alvo (também eles de carne e osso, não abstracções estatísticas), apostou na evolução na cadeia de valor, desenvolveu novos produtos, abriu os olhos para o marketing e... voilá!

Será que quando um outsider olha para um sector industrial, tem tendência a colocar o preço acima de tudo e vê tudo por esse prisma?

Lembrei-me deste artigo na revista Time : "Twilight In Italy" publicado em Dezembro de 2005, e assinado por Peter Gumbel.

"Many of the thousands of small and medium-size companies that once gave the Italian economy its flexibility and dynamism are poorly equipped to deal with the challenges of a fast-changing world. Most don't have the scale, the funding or the commercial know-how to become global players. What they produce is beautiful, but it's neither particularly sophisticated nor difficult to replicate." Não creio que o problema seja a escala, ou sobretudo a escala. Por vezes fico a pensar se o sucesso chinês não será o canto do cisne, o estertor de um modelo de negócio baseado na produção em massa. Long tail, long tail...

"The Manzano entrepreneurs know they can't compete on price. But if they can find a way to carve out an upmarket niche for themselves--as the most successful chairmakers are doing--there's every reason to believe that Europeans and Chinese can coexist and flourish, building on their respective strengths."

"no one has much experience selling to customers other than the big German distributors that once snapped up as much as 70% of the district's output. ... "If I say three companies have true marketing departments, I'm exaggerating.""

Um dos empresários bem sucedidos optou por "And he has put a relentless focus on making his own branded products rather than manufacturing for other companies. In 1997, 35% of the firm's output was of no-name furniture; today it's 1.5%."

"The first thing we need to do in this global world is to have an identity. If we don't, we'll disappear,"

A despropósito, onde é que eu já vi isto "When Italian manufacturers ran into competitive problems in the past, there used to be an easy fix: currency devaluation, which made Italian exports cheaper relative to those of other countries. But that solution is no longer available, because Italy swapped the lira for the euro, which has risen against most other currencies, including the dollar."

quinta-feira, março 20, 2008

Para reflectir

No livro “How we compete” de Suzanne Berger and the MIT Industrial Performance Center, publicado em Janeiro de 2006, pode ler-se:
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Na página 255: “… there are no “sunset” industries condemned to disappear in high wage economies, although there are certainly sunset and condemned strategies, among them building a business on the advantages to be gained by cheap labor”
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E na página 257: “If they prosper despite competition from foreign companies with very low-paid workers, it is because they bundle into the products they sell other desirable features, like speed, fashion, uniqueness, and image.”
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Recordo isto porque ontem, ao arrumar uns papeis, encontrei este recorte do Jornal de Negócios de 30 de Março de 2005: "Um colossal problema" assinado por Sérgio Figueiredo, onde se pode ler:
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"Só não é ainda uma catástrofe, porque vai ficar pior: o sector do calçado, ex-libris da nossa indústria tradicional, um caso exemplar de modernização, caminha silenciosamente para a morte.
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Os últimos anos já estão marcados pelo definhamento. A produção regrediu 4% em meia década.
O sector atravessa, portanto, uma crise bastante mais grave do que a média do país.
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O que torna tudo isto muito mais inquietante é ver que, entretanto, aos outros aconteceu pior.
Na União Europeia, um quarto do sector foi varrido do mapa em cinco anos. E na América do Norte, Estados Unidos e Canadá, pura e simplesmente já não se fabrica um par de sapatos.
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O colapso dos outros é uma angústia apenas e só porque mostra o destino que espera por nós. As nossas empresas de calçado fizeram a reestruturaração necessária, modernizaram-se e reduziram custos. Mas isso já não chega para sobreviver.
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Do exaustivo trabalho realizado por Daniel Bessa ao sector do calçado nacional não é possível tirar duas conclusões. As empresas que não tiverem a capacidade de sair do território nacional estão condenadas."
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Realmente dá que pensar...
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Basta escolher o marcador "calçado" neste blogue, para descobrir que afinal havia outra conclusão: "Importa destacar que o preço médio do calçado que exportamos é de 18 euros e do calçado que vem da China é de três euros"
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Se há sector que está a dar a volta é o do calçado!
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Nem de propósito, ainda esta semana recordei este artigo da Harvard Business Review na internet "Lean Consumption" de James P. Womack e Daniel T. Jones, onde se pode ler:
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"Shoe stores don’t do any better. By relocating most production for North America and Europe to Southeast Asia and putting retailers on 150-day order windows, the shoe industry has created a marvel of low cost at the factory gate in combination with an extraordinary array of styles (about half of which only endure for one three-month selling season). But suppose you want the size nine “Wonder Wings” in gray? The chances are only 80% (an industry average) that they will be in stock; and there is a good possibility (because of the long order window) that they will never be in stock again. Not to worry, though. There are millions of size nine Wonder Wings in pink available and many more on the way because the order flow, once turned on, cannot be turned off and the replenishment cycle is so long. As a result, the shoe industry fails to get one customer in five the product he or she actually wants, while it remainders 40% of total production (pink Wonder Wings, for example) through secondary channels at much lower revenues."
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E ainda o início da coluna "The perils of efficiency" neste outro artigo da Harvard Business Review de Outubro de 2004 "The Triple A Supply Chain" de Hau Lee
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Num mundo em que só conta o preço só há duas hipóteses: um ganha e os outros perdem.
Num mundo em que se tem em conta o valor, em vez do preço, há uma panóplia de possibilidades que se abre, há sempre um nicho temporário onde se pode fazer a diferença.

O perigo da cristalização

Esta semana voltei a entrar numa sala onde, em 1990 ou 91, frequentei como formando a minha primeira acção de formação inter-empresas na área da Qualidade.
Deparei com um cartaz afixado na parede, que ao fim destes anos todos (18 anos!!!) continua lá. O cartaz é mais ou menos assim:

Quando nos anos oitenta do século passado a palavra Qualidade invadiu o léxico da gestão, estava associada à redução de defeitos, à redução de desperdícios, ao aumento da eficiência, à redução de custos. A normalização era uma palavra e um conceito-chave.
Foi nessa década que começaram as normas da série ISO 9000, foi nessa década que a expansão japonesa atingiu o seu auge.
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Michael Porter no seu conhecido artigo “What is Strategy?” publicado na Harvard Business Review de Novembro-Dezembro de 1996 (numa tradução em brasileiro aqui) escreveu sobre os japoneses:
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“Os japoneses desencadearam uma revolução global em Eficiência Operacional nos anos 70 e 80, tornando pioneiras práticas como o gerenciamento de qualidade total e melhoria contínua. Como resultado, as indústrias japoneses se aproveitaram do custo menor e vantagens de qualidade por muitos anos.
Mas as companhias japonesas raramente desenvolvem posições distintas de estratégias dos tipos discutidos neste artigo.
Aquelas que o fizeram - Sony, Canon e Sega, por exemplo - foram a exceção e não a regra. A maior parte das companhias, imitam e emulam umas às outras. Todas as rivais oferecem a maior parte, quando não toda a variedade de produtos, as características e serviços; eles empregam todos os canais e igualam as configurações de fábricas umas das outras.
Os perigos do estilo da competição japonesa estão agora, começando a ficar mais fáceis de serem reconhecidos. Nos anos 80, com os rivais operando bem longe da fronteira de produtividade, parecia ser possível vencer indefinidamente no custo e na qualidade. As companhias japonesas foram capazes de crescer em uma economia doméstica em expansão e penetrar nos mercados mundiais. Elas pareciam não parar. Mas, assim que a abertura na Eficiência Operacional se estreita, as companhias japonesas estão, de modo crescente, sendo presas em uma armadilha que elas mesmas armaram. Se quiserem escapar às batalhas mútuas e destrutivas que devastam seus recursos, as companhias japonesas terão que aprender estratégia.”
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Tenho uma opinião um bocadinho diferente da de Porter, esta aposta na eficiência, na normalização, era ela própria uma estratégia, válida por muitos anos, até que se esgotou.
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No mercado, como em muitas outras coisas na vida, não se é recompensado por ter razão antes do tempo. Durante trinta, quarenta, cinquenta anos foi uma abordagem ao negócio que resultou para as empresas japonesas. Depois, quando as empresas ocidentais a começaram a utilizar, perdeu-se a vantagem e deixou de ser suficiente.
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Eric Beinheocker no seu fabuloso livro “The Origin of Wealth” conta vários exemplos de universos simulados criados em computador, onde populações têm de competir por recursos, conjugando regras do “Dilema do Prisioneiro” com o “Jogo da Vida”. Pondo a seta do tempo a contar e deixando os seres nesses mundos evoluírem em estratégias de sobrevivência, pode-se concluir:

So who was the winner? What was the best strategy in the end? What Lindgren found was that this is a nonsensical question. In an evolutionary system such as Lindgren’s model, there is no single winner, no optimal, no best strategy. Rather, anyone who is alive at a particular point in time, is in effect a winner, because everyone else is dead. To be alive at all, an agent must have a strategy with something going for it, some way of making a living, defending against competitors, and dealing with the vagaries of its environment.”
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“Likewise, we cannot say any single strategy in the Prisioner’s Dilemma ecology was a winner. Lindgren’s model showed that once in a while, a particular strategy would rise up, dominate the game for a while, have its day in the sun, and then inevitably be brought down by some innovative competitor. Sometimes, several strategies shared the limelight, battling for “market share” control of the game board, and then an outsider would come in and bring them all down. During other periods, two strategies working as a symbiotic pair would rise up together – but then if one got into trouble, both collapsed.”
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““We discovered that there is no one best strategy; rather, the evolutionary process creates an ecosystem of strategies – an ecosystem that changes over time in Schumpeterian gales of creative destruction.”
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Não há estratégias eternas.
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Num mundo em que a eficiência operacional era por si só uma vantagem competitiva decisiva aquele cartaz fazia todo o sentido.
Para uma estratégia assente em trabalhar na fronteira, no limite da Eficiência Operacional, para ter um preço competitivo, há que ter um custo competitivo. Neste mundo, aumentos da produtividade são conseguidos à custa da redução contínua dos custos.
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Esta estratégia é facilmente emulada e algum tempo depois, vários concorrentes estão ao mesmo nível a competir num oceano vermelho de sangue, em que a vitória de um é a desgraça de outro.
Até que alguns “jogadores” descobrem que: preço é o que os clientes pagam, valor é o que sentem e recebem pelo produto/serviço, ou seja:
Então, a ênfase deixa de ser no custo e passa a ser no valor!!!
Por sua vez valor é:Durante anos e anos a Qualidade preocupou-se única e exclusivamente (quase) com os “Sacrifícios” (por isso é que se dizia “Quality is free”).
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O sucesso da estratégia assente na eficiência operacional culminou com a sua obsoletização. Quando é tudo igual, quando está tudo normalizado, só conta o preço.
A fuga a essa arena competitiva reside na aposta nos “Benefícios”, reside na aposta na variedade.
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Assim, quando falamos em “Normalização” como redução da variabilidade, falamos em reduzir defeitos – um propósito válido ontem e sempre.
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Quando falamos em “Normalização” como redução da variedade, falamos em reduzir a diferenciação – algo que está cada vez mais condenado ao fracasso.

Viva a variedade.

quarta-feira, março 19, 2008

Já que a bossa-nova faz hoje 50 anos

Desde pequeno que mantinha a música brasileira ao largo, por perrice, para ser do contra, por burrice adolescente,... até que, já com mais de vinte anos, descobri um CD deste senhor.
Nunca mais olhei para a música brasileira com os mesmos olhos.

"A felicidade é como uma gota de orvalho numa pétala de flor"